November Rain escrita por Lady
Notas iniciais do capítulo
Yooooo.
Então, faz tempo né? XD
Mas enfim, quero dedicar essa one a minha linda boneca, Doru-chan, mais conhecida por vocês como Isa =w= Que escreve fanfics fantasticamente fodas ♥
Boa leitura.
November Rain
“...nós dois sabemos que corações podem mudar...”
Foi rápido e silencioso.
As palavras vieram dos lábios a seus ouvidos, chegando a sua mente em instantes e logo em seguida quebrando o frágil e gentil coração daquele pequeno animal.
Kyoya não podia fazer nada e, da mesma forma, não podia mais enganá-lo. Por que continuar com aquilo daquela forma apenas magoaria mais o jovem Don, mas não era apenas isso, manter aquilo entre eles três apenas iria ferir cada um de forma profunda e incorrigível.
Ao fim, esperava ter feito a escolha certa, por que não queria mais mentir, fingir e esconder; ainda mais por que odiava tais coisas.
Não pediu desculpas, ou mesmo baixou o olhar. Ele fitou intensamente as lágrimas que escorreram pela face do chefe enquanto o silencio mostrava-se presente. Não sairia dali a não ser que fosse mandado para fora, afinal ele magoara uma pessoa importante e nada mais justo do que as lágrimas dessa mesma pessoa o ferirem com facadas intensas no seu peito.
E no silencio ensurdecedor da noite que caia fora da mansão, à chuva fez-se presente.
A primeira da temporada. E vinha tão fria e repugnante quando as palavras da cruel Nuvem Vongola.
- Por favor... Saia daqui Hibari. – não fora uma ordem, fora um pedido.
Um pedido dolorido e triste.
Um pedido que Kyoya não queria atender, mas a forma como as palavras lhe vieram aos ouvidos o hipnotizou e sem se dar conta suas pernas moveram-se sozinhas o levando para fora do aposento.
A porta fechou-se atrás de si o separando daquele que um dia fora o motivo de seus mínimos sorrisos; trancando naquela sala abarrotada de trabalho, não o Décimo Vongola, mas o pequeno choroso animal que herdara um império sub-mundano, não um homem, mas um garotinho amedrontado que tivera o coração partido e levado a frangalhos.
E tudo por culpa sua.
Tudo por que não conseguira se conter.
Tudo por que se tornara tão malditamente envolvido num caso. Numa repugnante traição.
Tudo por que perdera-se num pecado e num ser pecaminoso.
Suspirou, cessando os passos que, sem perceber, havia começado.
Baixou o olhar, fitando o verde escuro da grama molhada sob seus sapatos.
Pela primeira vez em tanto tempo Kyoya sentia-se angustiado, mas sabia que – em algum momento – teria de fazer uma escolha, o melhor foi ter escolhido por si só, sem ter qualquer pressão sob seus ombros, senão largaria ambos, quebraria ambos, e acabaria destruindo-se completamente numa loucura sem precedentes.
E mais um suspiro atravessou seus lábios. As gotículas gélidas da chuva eram quase uma punição naquele momento, uma punição que – talvez – o moreno merecesse depois do que fizera ao pequeno animal.
Fechou as mãos em punhos. Talvez uma ova, ele merecia, e merecia muito mais; e tinha plena consciência disso. E, ao mesmo tempo em que sabia que merecia a dor que cada lágrima de Tsuna lhe proporcionou, Hibari sentia-se aliviado. Um alívio tão irrefreável que chegava a ser assustador.
E quanto mais e mais se segurava numa amargura sem precedentes, e num alivio enlouquecedor; o moreno não percebeu quando a chuva parou de cair sob sua cabeça. E só viera a perceber quando uma mão tocava-lhe o ombro e o puxava para o aconchego e o calor de um abraço.
Involuntariamente rosnou para o individuo que atrevera-se a tamanha ousadia, mas seu rosnado logo mudara para uma notável irritação quando a risada peculiar e macabra lhe chegara aos ouvidos.
- Por que está aqui fora, cotovia? – questionou num riso mudo.
Não ousou responder a aquilo, não precisava, Mukuro já sabia o porquê de se encontrar ali sob a chuva fria de novembro afogado num arrependimento indiscutível.
- Ele vai ficar bem, Kyoya. – murmurou o azulado ao pé do ouvido do Hibari. – Ele vai aprender a superar. – assobiou baixo, afastando-se minimamente para fitas as orbes metálicas do Guardião da Nuvem.
E aquilo era, possivelmente, verdade. Tsuna superaria um dia. Ele ficaria bem e sobreviveria com aquela cicatriz que Kyoya havia posto em si; e, da mesma forma, Hibari teria de aprender a sobreviver com o fato de que machucara seu pequeno animal.
- We’ve been through this such a long long time, Just tryin’ to kill the pain... (Estamos nessa situação há tanto, tanto tempo, Simplesmente tentando matar a dor…) – o sussurro ecoou baixo e melódico sob os ouvidos aguçados da sádica Nuvem desolada. – But lovers always come and lovers always go, And no one’s really sure who’s lettin’ go today, Walking away... (Mas amores sempre vêm e amores sempre vão, E ninguém tem certeza de quem vai desistir hoje, E ir embora...) – o moreno reconheceu a melodia. Ouvira-a em algum momento de sua juventude, chegara a achar a tradução bela, mas nenhuma musica se comparava ao hino de Namimori. Mas naquele momento, apenas naquele momento, ele amara aquela melodia, tanto quando a voz que lhe cantava enquanto braços lhe acolhiam do frio. – Só if you want to Love me... Don’t refrain... (Então, se você quiser me amar... Não se reprima...) – e aquilo quase o fez sorrir, quase.
E por um segundo ele fixou seu olhar nas orbes bicolores temíveis e amáveis. E viu ali algo que não conseguia distingui, algo que, desde um miserável acidente alguns meses atrás, o fez se sentir envolvido pela sádica Nevoa Vongola. Mas mesmo hipnotizado por aquele olhar e tentado a roubar um beijo daqueles lábios que lhe arrebatavam qualquer sanidade, algo novamente o impediu, mas desta vez fora a voz de Mukuro.
- And when yout fears subside, And shadows still remain, I know that you can Love me… (E quando seus temores se acalmarem, E as sombras ainda permanecerem, Sei que você pode me amar...) – o azulado sorriu aproximando sua face e seus lábios dos de Kyoya. – When there’s no one left to blame, Só never mind the darkness, We still can find a way... (Quando não houver mais ninguém para culpar, Então não se preocupe com a escuridão, Ainda podemos encontrar um jeito...) – e com delicadeza o Rokudo encostou sua testa na do moreno, fechando os olhos apenas para dar continuidade aos versos da melodia. – Because nothin’ lasts forever, Even cold November Rain... (Por que nada dura para sempre, Nem mesmo a fria Chuva de Novembro...) – ao fim daquelas palavras, não havia mais o guarda-chuva os protegendo da pequena tempestade torrencial; na verdade se quer havia mais chuva, em algum momento enquanto a melodia os envolvia, a chuva cessou.
- Nada dura para sempre... – repetiu Kyoya num murmúrio.
- Nada dura para sempre. – confirmou o azulado. – Mas faça ter valido o que passou e aprenda a aproveitar o agora.
- Odeio dizer isso... – murmurou. – Mas você tem... – e antes de concluir tais palavras o Rokudo já havia investido contra si, tomando-lhe os lábios num beijo que, de avassalador, tornou-se calmo e tranqüilo, como uma simples garoa.
- O que dizia? – perguntou Mukuro ao afastar os lábios dos do amante.
- Que vou lhe morder até a morte por me interromper!! – afirmou Kyoya sacando as tonfas.
O azulado riu alto e gostoso, enquanto erguia os braços em sinal de paz.
Não demorou muito para que o silêncio da noite fosse quebrado por um Hibari furioso atrás de bater num Mukuro risonho e divertido.
Aparentemente corações eram capazes de mudar, mas velhos hábitos não.
Fim.
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Espero que todos tenham gostado.
Ja'ne ♥