–Ai! - Um jovem de cabelos escuros exclamou, afastando o rosto do pano branco que o tocava.

–Fica quieto. - A garota a frente dele bufou e tocou-lhe o rosto de novo com o pano. Ele tremeu.

–Eu não preciso disso, Hiyori!

–Ah, e você prefere que infeccione?!

–Eu sou um deus, eu não tenho esse tipo de- AI!!

A garota que tinha cabelos castanho escuros o ignorou completamente e continuou limpando os vários ferimentos que ele tinha no rosto.

Claro, fora ideia dele aceitar um trabalho que envolvia tirar um gato arrisco do telhado. Mesmo depois dela e Yukine terem avisado que aquilo acabaria em problema.

O resultado foi Yato ter seu rosto arranhado diversas vezes pelo gato e ainda por cima cair do telhado que ficava a 5 metros do chão.

–Sinceramente... - Ela soltou o pano e procurou pelos curativos. - Nós te avisamos, não avisamos?

–Hunf. Trabalho é trabalho. - Ele fez uma careta infantil e virou o rosto. Hiyori suspirou ao terminar de colocar o ultimo curativo e pegou o kit de primeiro socorros, espreguiçando-se em seguida.

Enquanto a garota ia guardar o kit, Yato se ajeitou melhor na posição que estava sentado na cama, cutucando os curativos.

–Não é para cutucar! - Ela voltou logo depois e parou na frente dele outra vez, sua "cauda" balançando ameaçadoramente. - Deixa eles aí!

–Já falei que não precisava! - Ele retrucou. - Foi você que insistiu.

–Ora é lógico! - Hiyori bufou e pôs as mãos nos quadris. - Eu não podia deixar você naquele estado!

Yato parou de cutucar os curativos e olhou para ela, ela já não o olhava mais, sua atenção estava voltada para sua esquerda, murmurando algo como ele ser um "idiota descuidado" ou algo do tipo. Aquela dorzinha chata apareceu no seu peito novamente, como sempre acontecia quando pensava ou quando ficava perto da garota em questão.

Foi aí que em um movimento rápido, e sem pensar, ele a abraçou pela cintura.

–Y- Yato?!!?

O deus apertou o abraço, o rosto encostado ao corpo dela, escondendo-se no uniforme da mesma.

–E- Ei!! O que você tá fazendo!?! - Ela exclamou, com a bochechas vermelhas.

Silêncio.

–... Yato?

–Ás vezes, eu... - Começou, a voz abafada. - Queria que você estivesse mesmo morta, então eu te transformaria em um shinki e você seria minha para sempre.

A garota piscou, mas logo depois franziu o cenho.

–Como é? Eu não entendi. - Perguntou confusa.

Mais silêncio.

–Eu disse. - Ele a soltou. - Você tá com um cheiro esquisito, vai tomar banho.

Hiyori o encarou estática, tremendo um pouco. A próxima coisa que aconteceu foi Yato ser chutado de cara para a parede oposta.

–Idiota!! - Ela exclamou, completamente vermelha e saiu batendo o pé quarto a fora.

–A- Ai...