Silent Hill - House of Sleep escrita por speechless soul, yournightmare


Capítulo 1
Capítulo 1 - A Lenda


Notas iniciais do capítulo

Bom, vamos lá! Espero que gostem! Agradecimentos especiais a GiuliaMalfoy.



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Para quem é nascida em Silent Hill eu sinceramente me considero normal. Aqui você vai a algum lugar e as pessoas já olham com uma vontade de tentar matar você. Nunca uma pessoa em Silent Hill, por conta de seus mistérios, tinha demonstrado um sorriso para qualquer pessoa que seja. É conhecida por seus mitos e lendas, e por conta disso, atraia os flashs de muitos jornalistas curiosos, cheios de fome por nossos segredos e sedentos por alguma matéria que despertasse a atenção do publico das grandes cidades, o que sinceramente acho falta de respeito em relação ao sigilo que os habitantes tentam manter, mas os jornalistas que entravam aqui, nunca mais eram vistos. A cidade sucumbia ao mal terrível que as pessoas carregavam em seus corações, reza a lenda que a cidade já não é o que era antes, por conta da invocação de um demônio, que transformou a cidade no lar das criaturas mais sombrias, malignas e cruéis que o mundo já ouviu falar.

Estava voltando para casa, quando, distraída, esbarro em alguém e vou ao chão. Neste momento, jurei que meus dias estavam contados, mas não, a pessoa se virou e estendeu a mão oferecendo ajuda. Peguei em sua mão aceitando a ajuda e quando fiquei de pé, consegui observar melhor a pessoa, que agora apertava minha mão com força. Vi seus olhos vermelhos como sangue, como se o ódio tivesse tomado conta de seu corpo, da sua personalidade. Fiquei paralisada sem reação, apenas sentido a dor em minha mão que era esmagada cada vez mais.

–Tome cuidado Gillespie – e soltando minha mão ele lançou um sorriso sarcástico, virou e prosseguiu em seu caminho, me deixando estática sem conseguir ter alguma reação...

Quando voltei aos meus sentidos, fui para casa e aqueles olhos estavam ainda em minha mente. Resolvi me distrair e fui pesquisar sobre a cidade e encontrei uma lenda muito curiosa sobre ela:

“A invocação do demônio Samael: Muitos dizem que havia um culto a um deus na pequena cidade de Silent Hill, que prometia o paraíso para aqueles que seguiam sua Palavra Divina, mas por influencia de alguns povos, os residentes da cidade ‘trocaram’ seu culto para um demônio, Samael. Porém, para que ele trouxesse um suposto ‘paraíso’, uma jovem menina deveria ser a incubadora, e o pior: deveria sentir dor e consequentemente, ódio, mas acima de tudo, deveria sofrer. Isso iria satisfazê-lo, mas apenas trouxe destruição para a cidade, que é considerada uma cidade fantasma, pois são poucos os habitantes, e desses poucos, a maioria são fanáticos que passam boa parte do tempo rezando, esperando que tudo retorne a ser o que era... Porém, nada aconteceu, e nem acontecerá, pois o deus que antes desprezaram, agora os despreza... Diz a lenda que...” Não pude terminar, pois o sino de nossa capela tocou, e isso nunca é um bom sinal, e o resto da lenda, eu já sabia. Estava prestes a acontecer...

–Rápido filha, temos que ir! – minha mãe berrou como sempre.

–Já vou mãe! Só tenho que salvar... – minha mãe desligou tudo num piscar de olhos –... Aqui.

–Vamos logo!

Saímos correndo até a capela e os corvos, como de costume, estavam agitados, pois de certa forma também sabiam o que ia acontecer. Estava claro, apesar de a neblina tapar quase todos os monumentos que eu conhecia antes de tudo isso, mas logo a escuridão veio e estava engolindo a cidade inteira, e trazia com ela os pesadelos de cada habitante de nossa cidade.

Fomos às últimas a chegar, chamando a atenção dos fiéis presentes. A líder do culto, Claudia, se aproximou:

–Ah! As Gillepie... Christabella, por que demorou tanto?

–Desculpe vossa santidade, mas minha filha acabou nos atrasando por causa do seu computador. Uma ferramenta da blasfêmia.

–Não há problema, afinal de contas, é uma maneira de Lílian nos informar sobre o mundo exterior a este inferno em que vivemos. Encontrou algo relevante querida? – meu coração gelou ao ouvir aquela voz rouca se referindo a mim em voz alta.

–Não vossa santidade. – respondi com a voz tremula.

–E você não tem medo do demônio lá fora?! – Ela mudou o assunto de repente, assim como mudou seu tom de voz, e ficou totalmente vermelha, pois a raiva consumiu seu coração. Mas o ódio tomou conta de mim também, o que deve ter me deixado mais vermelha que ela:

–Como ousa chamar minha prima de demônio?! – gritei sem hesitar, e sem me importar com a reação dos outros. – Vocês trouxeram a destruição para esta cidade! E Alessa nunca faria nada de ruim contra mim, eu sempre fui sua única amiga, a única que não aceitava fazer parte do grupo de garotas que a chamavam de bruxa! Ela era como uma irmã para mim!

–Sua insolente! Como ousa se dirigir a mim dessa maneira? Você é mais uma putinha do demônio! – ela parecia estar arrependida com o que disse, pois seu tom de voz diminui e ela olhou nervosa para os fiéis apavorados com o que ela tinha dito. Eu me senti um lixo ao ouvir aquilo.

–Estou em uma situação melhor que a sua, sua velha nojenta! – Minha mãe me deu um tapa instantaneamente quando terminei de falar.

–Ela é sua tia Lily! Você está totalmente corrompida! Perdeu a noção do que é certo.

–Ela começou tudo isso quando falou mal de Alessa! – Me acalmei e retornei aos meus sentidos – Eu sou a única que não é afetada por esse lugar. Se querem tanto informação, por que não me deixam ir ao mundo procurar algo relevante? – falei sem pensar, só queria mostrar que não tinha medo.

–Nós não queremos apenas informação. Queremos sair daqui! – Afirmou Claudia – Nós temos a metade do selo de Metatron que permite que algum de nós saia de Silent Hill corrompida. Por mais que sua “prima” não lhe faça nenhum mal, não te dá à habilidade de sair daqui. Use o selo para sair daqui e encontrar a outra a metade em um museu em Paris.

–E o que acontece quando unir as duas metades? – perguntei curiosa.

–Bem, todos nós ficaremos livres e finalmente sairemos daqui para purificar o mundo! – e todos comemoraram, mas eu fui a única que não expressou nenhuma felicidade, pois sabia o mal que a “purificação” iria trazer para o mundo.

–Então se prepare Lílian, você irá adorar Paris... Sempre adorei viajar para lá, antes de tudo isso acontecer. Mas antes você sofrerá uma pequena penalidade por desacatar uma superior – imaginei ir para o hospício da cidade, ou sofrer algum tipo de tortura, algo comum na cidade, mas o que me aguardava era algo pior – quando a escuridão vir novamente você terá que ficar sozinha lá fora, sem a permissão de entrar neste lugar Sagrado...

–Mas isto é idiotice! Por favor, vossa santidade, deve haver outra penalidade menos perigosa! – minha mãe implorou para tia Claudia, parecia muito preocupada, e lágrimas escorreram de seu rosto...

–Eu não vejo problema algum. Afinal de contas, se o que sua filha diz que não será atacada lá fora, e é tão corajosa como diz ser, sobreviverá. Ah! E se não for um incomodo, Lílian, você poderia trazer suprimentos para cá? Já não temos tanta comida, e temo que os restos não sejam suficientes para todos nós.

–Sim vossa santidade – abaixei meu tom de voz, pois ela finalmente revelou do que seria capaz, pela sua fé – farei o possível, mas temo não conseguir o suficiente sozinha para suprir todos aqui...

–O que conseguir trazer é o suficiente – ela disse fria –... pois não mudei de ideia sobre você ir sozinha.

–Está tudo bem, farei o possível, vossa santidade – disse calma, mas estava com muita raiva.

–Então está decidido. Agora irmãos, vamos rezar, e purificar o mal lá fora. – e todos obedeceram à ordem de Claudia e os mais fanáticos da alta classe da igreja se reuniram a sua volta enquanto os outros apenas sentavam nos bancos, pedindo misericórdia. E de repente a escuridão vista da janela se tornou em luz, sinal de que as orações tinham dado certo. Por enquanto estávamos seguros, podíamos retornar para casa. Porém eu seria a única que não iria retornar para a igreja, a não ser que quisesse ser apedrejada pelos fiéis, que temiam Claudia, como se ela fosse a própria encarnação de Samael.

Após mais ou menos umas 6 horas os sinos tocaram novamente. Consegui observar pela janela todos correndo para a igreja. Minha mãe veio até mim para se despedir:

–Filha, me desculpe por não poder fazer nada por você. Espero que me perdoe... – e terminando de falar com seu ar de tristeza, entregou uma lanterna e uma bolsa grande, provavelmente para coletar a comida que achasse. – Espero que fique bem, e se ver Alessa, fique longe dela, ela é perigosa!

– Eu sei que ela nunca faria mal a mim, tenha isso em mente, pois nunca irei aceitar o fato de que ela é o monstro que trouxe essa destruição. A culpa é de sua fé extrema, que levou você a aceitar que fizessem aquilo para sua sobrinha. Vocês trouxeram apenas sofrimento, principalmente a tia Dahlia que vive vagando a procura de sua filinha.

Minha mãe permaneceu em silêncio, fez um olhar de desaprovação e saiu... E eu fiquei sozinha, sem ninguém, e saí em busca da maldita comida que iria alimentar aqueles fanáticos inúteis...


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Notas finais do capítulo

Por favor comentem se quiserem uma continuação. preciso da colaboração de vocês para saber se vale a pena continuar.



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