As Crônicas de Nárnia: As Ruínas da Primavera escrita por Lady Macbeth


Capítulo 2
O Vale dos Imortais


Notas iniciais do capítulo

Mais uma pra vcs.
A partir de agora a narração será por POV.
Aproveitem!!!



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Uma grande expedição foi organizada. Os quatro irmãos estavam muito empolgados.

Lúcia: Será que a lenda dos Imortais é verdade?

Pedro: Eu não sei. Mas se for verdade, nós vamos descobrir.

Suzana: A lenda não diz se os imortais são bons ou maus...

Edmundo: Eles não se juntaram a Rainha, então não devem ser tão ruins...

O comentário de Edmundo deixou todos desconfortáveis. Ninguém o culpava pelo acontecido além dele mesmo, e aqueles comentários eram típicos dele. Pedro costumava exorta-lo a não ser “justo demais”, mas isso só o fazia rir momentaneamente. No final da noite era outro pesadelo, outro acordar sobressaltado, mas suor e mais uma noite sem dormir. Ele já estava habituando-se a terrível rotina noturna.

Caminharam durante longas horas, até ficarem em frente a uma cachoeira.

Edmundo: É aqui.

Lucia: Como vamos atravessar?

Pedro desmonta de seu cavalo e apanha o mapa. Todos desmontam após ele. Desenrola mapa em uma pedra e aponta para fenda.

Pedro: Se os cálculos do Edmundo estiverem certos, teremos de passar por baixo da cachoeira.

Suzana: Uma cachoeira é um bom modo de se esconder uma passagem secreta.

Edmundo: Melhor ainda quando se é inverno. Uma cachoeira impede a passagem de qualquer invasor.

Lucia: Como nós? – diz apreensiva.

Edmundo: Como nós... – suspirou.

Eles andaram cuidadosamente através da cachoeira, andando por dentro dela. Com escoltas na sua frente e costas, fazendo o mínimo de barulho. Do outro lado, a visão era espetacular. Cascatas, riachos e nascentes. A floresta era densa e florida. Parecia que a primavera havia parado ali.

Lucia parecia não se conter. Ela brincava dançava e rodopiava. Susana a seguiu, e ambas correram dentro do belo bosque. Pedro e Edmundo entre olharam-se e saíram correndo. Sentiam-se crianças de novo, brincando no quintal.

Lucia: Esse lugar é incrível!!!

Suzana: Uma corrida até o rio? – diz pra ninguém especial.

Eles correram animados até Edmundo parar de repente.

Pedro: O que foi, Ed?

Edmundo: Tem alguma coisa errada. Devia ter alguém aqui!

Eles olharam ao redor preocupados. Não havia sinal de qualquer forma de viva no local.

Pedro: Vamos vasculhar um pouco mais.

POV Gael

Nós já observávamos os filhos de Adão a mais de uma hora. Eu e Gavin os rondávamos por dentre as arvores. Eles pareciam inofensivos, mas ainda assim era suspeito. Nunca tínhamos visto seres humanos. Eles eram rosados, com os cabelos de cores engraçadas. Eu teria atirado uma flecha no coração em cada um deles se não tivesse visto o brasão de Aslan.

Gavin: Dois machos e duas fêmeas. Será que eles são os reis da profecia?

Gael: Eu não sei. Devíamos leva-los para o castelo.

Gavin: Tem razão. Mas como vamos fazer isso, eles têm espadas. Podem resistir...

Gael: Nós também temos. Mas só vamos intercepta-los, sem machucar ninguém.

Gavin: Tudo bem.

Eu e Gavin nos posicionamos e os pegamos de surpresa. Gavin lutou com o macho de cabelos dourados, enquanto os guardas imobilizavam as fêmeas. Eu lutava com o macho de cabelos negros. Ele era ágil e preciso nos golpes. Foi uma luta honrosa. Qualquer um que morresse ali morreria com honra. Mas eu não tinha a menor intenção de morrer ali e nem de mata-lo. Desferi um golpe em seu braço e o desarmei, deixando minha lâmina rente ao seu pescoço. O macho levantou as mãos em sinal de rendição. A essa altura o de cabelos dourados já tinha se rendido também.

Edmundo: Nós viemos em paz... – disse com os braços para cima, em sinal de rendição.

Gael: Quem é você? – disse, ainda com a espada em seu pescoço.

Edmundo: Sou Edmundo, O Justo. Rei de Nárnia.

Gael: E quem disse que você é Rei? Quem lhe deu essa coroa filho de Adão? – diz em sinal de desafio.

Edmundo: Aslan.

Gael dá um passo para trás e volta a espada na bainha. Os outros a seguem e também guardaram suas espadas. Gavin solta Pedro e os guardas soltam as Garotas.

Gael: Peço desculpas Vossa Graça. Não temos visitas desde o inicio do inverno.

Edmundo: Por favor, não me chame assim. Chame-me de Edmundo.

Gael: Como quiser.

Edmundo: Esses são meus irmãos – diz, apontando – Grande Rei Pedro, Rainha Suzana e Rainha Lucia. – Fazem uma pequena reverencia.

Gavin: Então é verdade? Vocês são mesmo os grandes reis e rainhas de Nárnia?

Pedro: Somos nós, meu caro. Mas ainda não sabemos o nome de vocês...

Gavin: Eu sou Gavin, general da guarda real. – faz uma leve reverencia e aponta – e aquela é Gael, Princesa dos Elfos.

Fiz uma leve reverencia e os convidei para ir ao castelo. Meu pai ficará feliz em conhecê-los, já que foi ele quem proclamou a profecia antes do grande inverno. Os elfos ficaram reclusos durante a época do inverno. Meu pai costumava dizer que nós só nos envolveríamos se Aslan solicitasse. Aslan nunca mais foi visto após o inicio do inverno. Dizem que ele é um leão. Tipo um animal. Dizem que ele pode tomar varias formas. Esses humanos devem saber, já que eles foram coroados pelo Aslan em pessoa.

Estava eu, devaneando em meus pensamentos quando sinto olhos curiosos sobre mim. Dirijo o meu olhar em sua direção, mas ele desvia o olhar, ficando mais rosado do que já era. Aquilo me deixou curiosa. O que aquele mortal de cabelos negros tanto me olhava? Voltei a olhar para frente, enquanto Gavin conversava animadamente com macho de cabelos dourados. As duas fêmeas pareciam encantadas com os jardins do castelo e as esculturas de gelo.

Enfim, chegamos ao castelo. Após explicar cuidadosamente a situação para meu pai, ele recebeu os convidados.

POV Edmundo

Estávamos explorando o bosque, quando fomos atacados. Eram criaturas estranhas, com mascaras de prata e roupas brancas. Lucia e Suzana foram presas enquanto eu e Pedro lutávamos com os mais fortes. Nossas espadas batiam-se com força e rapidez, fazendo um zunido ensurdecedor. Ele não era tão forte, mas era rápido, muito rápido. E foi essa rapidez que me desarmou e colocou uma lamina em meu pescoço.

Edmundo: Nós viemos em paz... – disse com os braços para cima, em sinal de rendição.

Gael: Quem é você? – disse, ainda com a espada em seu pescoço.

Edmundo: Sou Edmundo, O Justo. Rei de Nárnia.

Gael: E quem disse que você é Rei? Quem lhe deu essa coroa filho de Adão? – diz em sinal de desafio.

Edmundo: Aslan.

O rapaz deu um passo para traz e guardou sua espada na bainha. Logo depois, os outros o imitaram o que me levou a pensar que ele seria alguém importante. Após um merecido pedido de desculpas, eu apresentei a mim e aos meus irmãos. Depois o rapaz que lutava com Pedro retirou a mascara e apresentou-se. Foi quando ele tirou a mascara, ou melhor, ela. Foi simplesmente o ser mais belo que já vi em toda a minha vida. Fui informado de que se tratava de uma princesa, que se chamava Gael.

Gael não era muito alta, seus cabelos eram longos, com cachos abertos e brancos. Levemente azulados. Os olhos também eram azuis, mas com leves pingos lilases. Suas roupas eram brancas e esvoaçantes. Era a visão de um anjo, com certeza. Sem asas, mas um anjo.

Ela nos convidou para irmos ao castelo do pai dela, e Pedro prontamente aceitou. Caminhamos por um túnel de flores que desembocavam num belo jardim. Eu não tirava os olhos dela, era constrangedor. Lucia e Suzana perceberam e começaram a rir de mim. Como se eu não tivesse envergonhado o bastante, acho que ela percebeu. Disfarcei o melhor que pude, mas acho que não deu certo. Graças a Aslan, chegamos ao castelo e acabamos com aquele constrangimento. Após alguns momentos de espera fomos muito bem recebidos pelo Rei Gamaliel e sua esposa.

O Rei Gamaliel e a Rainha Gaia foram muito gentis conosco. Fiquei me perguntando se todos os elfos tinham nome com a inicial “G”.

Bem, o Jantar foi maravilhoso, comemos fartamente e confesso que bebi um pouco mais do que deveria. Estava tudo na mais perfeita paz.

Gaia: Espero que as Majestades tenham apreciado nossa comida...

Pedro: Estava divina. Não estarei exagerando se disser que nunca comemos nada melhor.

Edmundo: De fato. Ficamos muitíssimo gratos com a maravilhosa recepção.

Gamaliel: Ficamos felizes. O reino élfico tem muito interesse em consolidar alianças de amizade com Nárnia novamente...

Pedro: Fico feliz que tenhamos o mesmo objetivo. – trocam sorrisos.

Gamaliel: Como prova da minha amizade, minha filha dançará para vocês!

Eu perdi a fala. Confesso que me perguntei o jantar inteiro onde ela estava, mas não esperava nada do gênero. Acho que preciso de mais vinho. Mas antes que eu pudesse terminar a taça, lá estava ela. Rodopiando os pés descalços no chão de mármore. A essa altura eu já tinha perdido o ar, os sentidos e até a razão de viver, tudo em que eu pensava era nela, se contorcendo graciosamente em passos delicados e selvagens.

POV Gamaliel

Era bom ter os nossos queridos reis e rainhas de Nárnia em meu humilde lar. Só meu povo sabe o quanto aguardamos com ansiedade o fim do inverno. Mas Aslan sabe o que faz. Estávamos em um banquete em homenagem a eles, conversando amigavelmente com o grande rei sobre a possibilidade de uma aliança.

Como rezam os costumes, chamei minha bela filha para dançar as cores do vento para nossos convidados. É algo belíssimo de se ver e Gael o faz com graça e perfeição. A dança das cores do vento é uma serie de movimentos que canalizam o ar e as luzes e os transformam em cores. Todos pareciam apreciar, mas não mais do que o Rei Edmundo. Ele parecia enfeitiçado ao vê-la. Eu e Gaia nos olhamos e tivemos a mesma ideia. Acho que já sei como fechar nossa aliança com Nárnia.

POV Pedro

No final do banquete, o rei élfo pediu uma reunião particular comigo e com Edmundo. E para a nossa surpresa, ele ofereceu uma aliança matrimonial entre os reinos, através do casamento de Edmundo com Gael. Edmundo parecia tão chocado com a proposta que quase desmaiou. Apesar de que pode ter sido o vinho...

Pedro: Tem certeza? É sua filha...

Gamaliel: Claro que sim! Se Aslan confiou Nárnia a vocês, acho que eu posso confiar minha filha. A não ser que ele não se agrade da moça... Podemos providenciar alguém do seu interesse... – diz dirigindo-se a Edmundo que se encontra jogado em uma poltrona.

Edmundo: É claro que ela me agrada! – diz levantando-se abruptamente – Quero dizer... Será uma honra majestade – reverencia.

Gamaliel: Ótimo. Começaremos a tratar dos preparativos amanhã.

Eu não sei se Edmundo estava feliz, bêbado ou ambos! Sai com ele apoiado em meu braço, deixei-o na cama e me dirigi ao meu quarto.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando!
P.S: Preciso de uma capa. Se puderem me ajudar serei grata!
Thauzinho!!!!



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