Eu acabara de sair de casa e andava por uma rua deserta. Passei em frente a uma rua sem saída e continuei andando até que ouço um barulho. Olhei pro lado já assustada (sim, eu sou medrosa) mas não tinha nada ali; olhei pra frente e quase gritei ao ver um a garoto, parado, me encarando. Seus olhos eram azuis elétricos, sua pele pálida e seus lábios rosados, era forte e sua postura perfeita. Vestia um blazer preto com uma camisa azul turquesa claro, uma calça preta e sapato também preto. Parecia ter a minha idade e devo admitir, ele era um gato, mas isso não me impediu de ter medo; Ninguém que aparece assim, do nada, e fica te encarando te quer bem não é?

Bem, ele sorriu, e por mais que aquele sorriso fosse perfeito e Deus, encantaria qualquer garota, até a mim mesma se eu na estivesse com tanto medo. Sentia pânico e não conseguia me forçar a olhar nos olhos dele, aí de repente eu me virei e comecei a correr (não me pergunte por que! Tudo que eu sabia era que tinha que ir pra longe dele, que ele ia me machucar me fazer mal). Corri o mais rápido que conseguia, então ouvi ao longe uma gargalhada.

Corri pra uma rua e que maravilha, ela não tinha saída. Eu já estava tentando escalar o muro quando alguém me puxou e me encurralou contra a parede. Alias, não alguém, aquele garoto. Ele sorriu e eu pude ver presas, o que me fez arregalar os olhos. Ele afastou meu cabelo e logo depois eu gritei ao sentir meu pescoço arder como se eu tivesse levado a picada de uma cobra venenosa.

Senti a maravilhosa sensação de ter meu sangue sugado pela boca do garoto (sentiu a ironia?) e minha consciência esvaia-se junto com o sangue tirado de mim. Eu gritava pedindo ajuda, mas parecia que o mundo tinha fechado os olhos pro que estava acontecendo, então quando eu não conseguia mais falar e estava prestes a desmaiar ele parou e vi ele voar até o outro lado da rua. Um garoto, pelo menos eu acho que era um garoto, o pegou pelo colarinho e o ergueu com ele chutando, batendo e mostrando as presas como um animal selvagem mas o outro não parecia ligar. Ele levou-o até o canto de uma parede onde havia um sofá que não serviria nem a um mendigo. O forro e o estofamento tinham sido retirados e a madeira estava quebrada e afiada. Quando o vampiro viu aquilo ele lutou ainda mais e grasnou e gritou mas de nada adiantou (rimou) já que o garoto afundou-o ali e mesmo tudo estando rodando vermelho e embaçado eu pude ver um pedaço de madeira atravessar seu peito bem aonde ficava o seu coração.

Eu tentava em vão respirar, meu coração parecia querer sair pela boca, e eu só enxergava borrões. O garoto veio até mim e me pegou no colo mas antes que eu pudesse replicar eu desmaiei.