Amanhecer Sombrio escrita por Amanda Santos


Capítulo 10
Não Lute Contra


Notas iniciais do capítulo

Heey People!
Não demorei nada dessa vez, tive alguns problemas com o capítulo e acabei tendo que reescrevê-lo. Mas acho que ficou legal.

Vamos ler?



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Não pensei em como iria estar depois de cometer a maior burrice da minha vida, devia estar preocupado com as consequências do meu ato, ou mesmo com o inimigo misterioso que espreitava nas sombras. Mas a única coisa que ocupava meus pensamentos era a visão de Granger adormecida, seu corpo nu envolto nos lençóis, a lembrança da sua voz a gemer meu nome e seu gosto em cada parte do meu corpo.

– Idiota, idiota. - murmurei para o espelho. Olhos azuis e desfocados me encaravam de volta, mas não pareciam os meus olhos. Era como se eu visse outra pessoa, como se não fosse mais eu mesmo.

Me vesti apressado, não queria dar de cara com Granger naquela hora, simplesmente não sabia o que dizer ou mesmo se deveria dizer alguma coisa. Fora a coisa mais estúpida que havia feito e ali estava eu fugindo outra vez, por mais que ela insistisse que eu mudara. Eu sabia que não era verdade.

Olhei seu rosto adormecido e uma marca arroxeada na base do seu pescoço, e era como se eu estivesse outra vez sentindo o gosto da sua pele. Sinceramente, eu havia achado que depois de saber como era tê-la por uma noite minha curiosidade iria acabar e as coisas voltariam a ser como sempre foram, como sempre deveriam ter sido. Mas meu desejo por ela só aumentara, e as dúvidas na minha cabeça me deixavam ainda mais tonto. Deixei um bilhete no pé da cama, dizendo: "não se engane pensando que essa noite significou algo, se sabe o que é bom para você não me procure". Aparatei em seguida, indo para meu quarto em Hogwarts.

As semanas avançaram voando, as provas chegaram e passaram e eu tinha visto Granger apenas de relance. E eu não sabia se me irritava mais vê-la com o rato Weasley ou vê-la com Kol. Não havia dito nada sobre o que acontecera aquela noite para ele, mas isso não o impediu de me contar de como ela o procurara na manhã seguinte ao baile para se "desculpar" por ter ido embora sem falar nada. Não acreditei que ela tinha feito algo demais mas a mensagem explícita naquela frase me enfureceu, era algo que eu não conseguia controlar.

– Chamei ela para sair hoje à noite, mas ela fica se fazendo de difícil. Já cancelou e remarcou duas vezes. - ele reclamou. Me limitei a resmungar, tinha medo de dizer algo que me arrependesse depois.

Saí para a noite gelada esperando algo que eu não tinha certeza se queria que chegasse. A voz misteriosa estava se tornando cada vez mais comum, agora, eu conseguia senti-la vindo na minha direção. Geralmente, a voz apenas me dizia para ficar de olho e que o inimigo estava ao meu lado, ou coisas do tipo, mas nenhuma prova real do que estava acontecendo ou quem havia matado meus pais. Não confiava nela.

Draco, me escute.– por algum motivo, ele parecia preocupado. - Se afaste da garota grifinória.

– Do que está falando? - perguntei confuso.

Ela é a chave de algo importante, e todos que se aproximam dela acabam mortos.

Eu já havia pensado na ligação de Granger com essa história toda, afinal, ela foi a primeira a ser atacada e depois todos os atacados foram pessoas próximas a ela. Antigos amigos e até mesmo pessoas que falaram mal dela como Dino. Parecia que algo nela atraía o inimigo assim como me atraía, e isso também me deixou furioso. Não porque eu queira protegê-la ou qualquer coisa do tipo, é só que essa obsessão do inimigo oculto por ela fazia o ciúme aflorar em mim de um jeito quase violento.

– Eu vou descobrir o que ele quer com Granger. - as palavras saíram da minha boca confirmando algo que nem eu mesmo tinha certeza.

Voltei para meu quarto mais confuso do que tinha saído e ainda mais irritado com a voz insistente que agora tentava me dar ordens. Granger estava no corredor da ala leste, eu podia sentir meu corpo reagir só de vê-la e podia sentir o ódio brotando de vê-la com o rato Weasley. Ele estava debruçado sobre ela, imprensando-a na parede.

– Tem que se lembrar, por favor, Hermione. - ele estava com a mesma voz estridente e sem emoção de sempre, e aquilo me irritou mais ainda. Como ele era incapaz de conquistar uma garota de já fora dele? Como ele era tão patético?

– Ron, não é um botão de ligar e desligar. Não posso me forçar a gostar de você, se não me lembro de algum dia ter gostado. - tive de sorrir da sua resposta. Ela era indomável demais para se prender há um passado que não conhecia, e isso mexia comigo.

Não sei o que me deu para me envolver, nem muito menos de onde viera a súbita irritação por ver Ronald Weasley tocando em um corpo que teoricamente não me pertencia, mas quando me vi já estava empurrando-o e tirando-a de suas mãos.

– Talvez você seja meio lerdo de nascença Weasley, mas acho que ela disse que não estava afim. - cuspi as palavras e vi ele conter a raiva. Hermione estava atrás de mim, não podia ver seu rosto, mas sentia seu corpo quente.

– Saía daqui Malfoy, isso não têm nada a ver com você.

– pensando bem eu estava errado, você não é meio lerdo. É totalmente estúpido. - sorri. - Acha mesmo que ela cometeria o mesmo erro duas vezes, que ela se rebaixaria a um rato como você. Acho que até os sangues-ruins têm alguma decência.

– E quem ela preferiria? Você? - ele se aproximou, procurava uma confirmação no rosto de Hermione e tudo de encontrou foi um rosto estranho e sem emoções. Ela definitivamente não era a Hermione que ele conhecera. - Você é covarde e cruel, e ela vai se lembrar.

– Ah, ela parecia muito bem de memória quando estava comigo. - puxei o corpo atrás de mim e o posicionei na minha frente, ouvi um murmuro abafado de Hermione, mas ela não se opôs quando beijei seu pescoço e dei uma leve mordida ali, meus olhos fixos em Weasley que estava tão vermelho quanto seus cabelos. - Na verdade, acho que a única pessoa que talvez ela não queira se lembrar seja você.

Eu havia pisado no seu calo, o que o rato Weasley presava mais era seu respeito. E na verdade era a única coisa que tinha, o santo Potter o mantinha nas sombras e a única coisa que tinha para se gabar era uma namorada que nem ao menos se lembrava dele. Naquele momento senti pena dele, mas passou tão rápido quanto chegou e o êxtase por ter me vingado finalmente me tomou. Saí andando de mãos dadas com Granger que ainda não havia dado uma palavra, ela entrou em meu quarto e se sentou na cama me encarando.

– Não achei que fosse do tipo de dar espetáculo em público, sinceramente, aquilo foi desnecessário. - ela não estava irritada, na verdade, estava bastante calma.

– Se está com pena do Weasley, por que não vai lá para ele chorar no seu ombro? - resmunguei.

– Porque acho que se eu fosse, você podia ser capaz de matá-lo por encostar no meu ombro. - seus olhos se estreitaram e soube que era isso que a incomodava. - Eu não sou sua propriedade para que marque território, muito menos, na frente de todos.

Ela não era, e só de pensar nisso me deixou com um gosto ruim na boca. Ela estava ali a um passo de distância e eu sabia que não era certo ficar tão perto assim, ela tinha o dom de me fazer perder o controle.

– Então o que está fazendo aqui? Vá embora. - minha voz se ergueu e ela sorriu. - Vai ser melhor para nós dois.

– Não quero ir embora, e você também não quer que eu vá. - ela se levantou e se pôs a andar pelo quarto. - Você tenta tanto se manter longe de mim. Me manda embora mas na verdade foi você que veio até mim.

– O que quer que eu diga? Que lamento pelo bilhete que deixei na sua cama? Bom, eu não lamento. - naquele momento não havia pensamentos racionais em minha mente, tudo que existia ali era Hermione e nada mais parecia interessante. - Fiz o que tinha que fazer.

– E por quê não queria que eu o procurasse, Draco? Por que queria que eu mantesse distância? - ela se aproximou, seu corpo estava colado ao meu. Ela estava tentando me deixar louco.

– Porque eu não consigo me afastar, não consigo nem ao menos pensar direito quando você está perto demais de mim. - rosnei entredentes, segurando seus braços com mais força do que pretendia mas ela não se importou.

– Então não se afaste. - ela sussurrou com os lábios roçando de leve nos meus.

Me lembrei do que a voz tinha me dito sobre Hermione, mas assim que o pensamento se formou seus lábios me fizeram esquecê-lo, me fizeram esquecer como se respira e que eu tinha outra vida antes dela. De madrugada depois do orgasmo, Hermione se enroscava em mim delicadamente enquanto dormia e a lembrança me atingiu de repente. "Ela é a chave de algo importante, e todos que se aproximam dela acabam mortos", adormeci com a sensação de que algo iria acontecer.




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Notas finais do capítulo

Curtinho, né? Prometo que o próximo vai ser maior.
Bom, não teve recomendação, mas adorei os comentários e por isso vou perdoar. Hihi *-*

Continuem acompanhando, comentando e divulgando. Digam aos seus amigos, aos seus pais, aos seus vizinhos, ao cara estranho que te encara dentro do ônibus, a qualquer um para ler Amanhecer Sombrio.

Nos vemos no próximo!
BJS