Behind Blue Eyes escrita por Haana_chan


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Aviso: há uma leve menção de sexo e eu escrevi essa fic no embalo da música "behind blue eyes" versão do Limp Bizkit.

Para pegar o embalo da fic recomendo fazer o mesmo ^^

Espero que goste o/



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Estava em uma varanda de hotel. A mesma onde se localizava era bastante ampla, com duas mesas e quatro cadeiras, duas em cada mesa. A mesa era de vidro e seu suporte da mais bela e resistente madeira. As cadeiras eram feitas do mesmo material e eram acolchoadas, mostrando-se ser bastante confortáveis. Em uma das mesas, havia alguns papéis, um maço de cigarros, um isqueiro zippo e um cinzeiro. Ele pegou o maço, retirando um cigarro e acendendo-o com o zippo. Tragou e sentiu a nicotina entrando em seu corpo. Assoprou a fumaça e olhou para a vista que tinha em sua frente, perdido em pensamentos.

Sentia-se bastante melancólico naquela noite. Fantasmas do passado o assombrando. Suspirou. De todas as noites, eles tinham que o atormentar justamente naquela. Tragou mais um pouco e soltou a fumaça. Imagens passavam por sua cabeça. Rostos que ele pensava que nunca mais iria ver novamente apreciam para ele. Fantasmas.

Ouviu uma voz chamando seu nome e virou-se. Aquele com quem compartilhara a cama, agora havia sentado na mesma, o encarando. Olhos verdes encarando os seus azuis. Tragou mais uma vez e observou o outro levantar. Observou sua silhueta, o corpo magro, os cabelos desarrumados e os finos cabelos loiros que cobriam seu pênis. Observou-o ir até o banheiro e voltar vestindo um roupão. Notou como se movimentava, indo em sua direção. A coluna ereta, os passos lentos, porém firmes. A cabeça sempre erguida, olhando para frente, nunca para baixo. Ele tinha a postura de um membro da realeza. Seus olhos o acompanharam até que se encontraram.

-O que diabos você está fazendo aqui, Francis?

Ele sorriu e pegou o maço novamente, tirando um cigarro de lá. Entregou para seu parceiro e aproximaram-se, encostando os dois cigarros e acendendo o segundo. Afastou-se e o viu tragar e soltar a fumaça.

-Estava só apreciando a vista. –disse.

-E precisava fazer isso nu? – respondeu o outro.

Ele sorriu e tragou mais uma vez.

-Arthur, não há nada melhor que sentir o vento batendo em seu corpo. É uma sensação de liberdade muito grande. Você devia experimentar

Ouviu um “tsc” e ambos ficaram em silêncio, fumando e observando a vista que tinham em frente. O hotel em que estavam era de cinco estrelas. A suíte tinha uma vista exclusiva para toda Paris e ficava em frente à Torre Eiffel. Podiam ver os prédios, as ruas e a torre que se mantia orgulhosamente erguida no meio da cidade, tão alta que se destacava. Naquela madrugada, a cidade estava silenciosa e com poucas luzes acessas, mas não perdia seu encanto.

Francis encostou-se na sacada e disse:

-Sabe, pode parecer narcisismo, mas não há nada melhor que olhar para Paris. Quando estou muito agitado por causa das pressões políticas, sempre gosto de vir aqui para me acalmar. Alguns minutos e eu estou pronto para ter minha cabeça cortada fora.

Ele riu da própria piada, mas o outro não demostrou nenhuma reação. Seus olhos ainda estavam fixos na cidade.

Apagou o cigarro no cinzeiro e continuou com aquele, quase, monólogo.

-Sabe o que é engraçado? Apesar de toda modernização, eu ainda consigo ver Paris nos seus tempos mais remotos. Até na época que aqui não se chamava Paris. Fecho os olhos e as imagens dos antigos castelos veem em minha mente. Consigo visualizar as grandes mansões dos aristocratas. Lembro como se fosse hoje da construção do Palácio de Versalhes. Como eu estava feliz naquele dia. As Batalhas Napoleônicas foram uma grande época na minha vida. Estava ascendendo cada vez mais. Junto com Napoleão, dominei a Europa e tinha o mundo em minhas mãos...

Seu sorriso foi sumindo sendo substituído por uma expressão mais séria.

-Eu também me lembro da peste, da morte dos meus cidadãos, e da Revolução Francesa. Sei onde fica o lugar em que Joana foi queimada viva. Estava entre os presentes. Lembro-me bem onde ficava a Bastilha e onde estava localizada a praça onde Luís XVI foi decapitado. Lembro-me do povo passando fome e como tive que me esconder entre os próprios revolucionários. A queda de Napoleão veio com grande pesar para mim, sua morte me deixou de luto por muito tempo...

Francis fechou os olhos e manteve-se em silêncio por um momento. Quebrou o silêncio com uma voz mais rouca.

-Humanos são realmente sortudos. Eles podem amar, chorar, sofrer, e principalmente, eles podem morrer.

O silêncio permaneceu por um tempo e quando Francis abriu os olhos encontrou Arthur o encarando. Verdes nos azuis.

-Nós somos nações – disse – Somos o nosso povo. Nas ruas de Londres correm tanto sangue quanto nas de Paris. A vontade do nosso povo é a nossa vontade. A tristeza do nosso povo é a nossa tristeza e a morte do nosso povo é a nossa morte.

Francis ficou sem palavras. Ele tinha plena convicção daquilo, mas as palavras de Arthur surpreenderam-no, principalmente da forma como foram ditas.

-Tudo que passamos – continuou – E que vamos passar são à força do nosso povo e nós somos sua materialização. Tudo isso – apontou para a vista de Paris – são os resultados dos seus esforços.

Arthur fechou os olhos. O cigarro havia sido esquecido entre seus dedos e ele parecia não se importar com as cinzas que queimavam sua pele. E foi ai que Francis viu. A expressão de dor, a tentativa de ser forte, o orgulho que ele tanto conhecia. Retirou o cigarro de sua mão e o apagou no cinzeiro. Levou suas mãos até o rosto de Arthur e o colocou entre suas mãos, aproximando-se e beijando-o. Um beijo tímido, mas que foi sendo retribuído com muita vontade pelo outro. Separaram-se, mas continuaram com os rostos próximos, suas mãos ainda em seu rosto.

-Eu havia esquecido como você podia ser durão às vezes. – disse, sorrindo.

Arthur franziu as sobrancelhas e disse:

-Cale-se, Francis. Não estrague o momento. – mesmo soando irritando, o inglês não fez nenhuma menção em se mover. – Por que você estava pensando nessas coisas?

Francis sorriu e beijou de leve os lábios do outro.

-São só fantasmas do passado que veem me assombrar de vez em quando, nada que precise se preocupar.

As suas mãos deixaram o rosto de Arthur e desceram até a gola do seu roupão. Colocando as mãos por dentro fez o mesmo deslizar pelos ombros, caindo aos seus pés. Ele afastou-se um pouco para observar o corpo do outro e sentiu seu desejo retornando.

Arthur o olhou com curiosidade.

- Alguma coisa errada?

Francis mordeu o lábio inferior e respondeu:

-Por um momento eu havia esquecido o porquê de estarmos aqui, mas obrigado por me lembrar, Arthur.

Arthur apenas rolou os olhos. Já sabia onde aquilo ia dar.

- E o que estamos esperando então? – disse, indo em direção a cama.

A história era um fardo que eles precisavam guardar, entretanto Arthur tinha razão. A maior recompensa para uma nação é o seu próprio povo. Sorriu e seguiu o inglês. Esses pensamentos logo sumiram quando sentiu o corpo, agora nu, do outro pressionando contra o seu.

Os raios lunares entravam pela varanda, que estava com as portas abertas. Uma brisa suave movimentou as cortinas, mas os dois homens pouco perceberam esse detalhe, entretidos um com o outro.

Lá fora fazia frio, mas o casal se aquecia com ambos os corpos. Beijos e caricias eram trocados. Leves gemidos, respirações ofegantes. Os amantes esqueciam-se do mundo. Tinham outras preocupações no momento.


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Notas finais do capítulo

AEEEEEEEE TERMINEI O/
ESTOU SUPER NERVOSA OMG OMG
ESPERO QUE VOCÊ GOSTEEEEEEEEEEE
Enfim... @-@''