Enzo deu partida no carro e eu fui falando por onde ele deveria ir.

– Então... -ele disse fazendo uma pausa- seus pais moram juntos?

– Não, meu pai abandonou minha mãe assim que soube que ela estava grávida de mim -digo normal

– Sinto muito -ele disse parecendo ficar sem graça- desculpe ter tocado nesse assunto

– Que nada -sorri- já é uma coisa normal pra mim, tenho um padrasto maravilhoso

– Ah que bom -ele sorri concentrado na estrada- qual rua eu entro agora?

– A da esquerda -respondo apontando- afinal essa é a minha rua

– Mais já? -ele disse deixando parecer que não queria que chegasse, posso confessar que também não queria.

– Sim -digo olhando a hora no celular- chegamos em 15 minutos, para nessa casa amarela

– Está entregue -ele disse parando o carro e me olhando- vá logo seu namorado não vai gostar de saber que você ficou com um cara dentro de um carro -ele disse e eu ri

– Namorado? -pergunto rindo dele e ele fez uma cara confusa -eu não tenho namorado

– É sério? -ele pergunta surpreso- é estranho ver uma garota tão linda não ter namorado. -ele disse e na mesma hora senti meu rosto queimar,obviamente eu estava vermelha como um camarão.

– Obrigada -digo com muita vergonha

– Já que não tem namorado -ele disse parecendo estar com vergonha- você aceitaria sair comigo na sexta? -sexta era feriado e não teríamos aula

– Eu não posso aceitar. -digo não querendo ter falado aquilo

– Por que? -ele pergunta parecendo estar confuso

– Sua namorada não vai gostar muito disso.

– Namorada? -ele pergunta rindo

– Agora deu amnesia? -pergunto ficando irritada

– Você está falando da Sofia? -ele perguntou ainda rindo, o que me deixou mais irritada -ela não é nada minha, fico com ela as vezes. -ele disse esclarecendo tudo e minha raiva foi embora trazendo um constrangimento.

– Ah -exclamo totalmente sem graça

– Então.. você aceita? -ele pergunta sorrindo

– Aceito -sorri- preciso entrar

– Tudo bem -ele disse

– É..é -gaguejo- até amanhã Enzo -digo me aproximando dele para dar um beijo em sua bochecha e ele acaba virando o rosto fazendo o beijo tornar um selinho -por que fez isso? -pergunto não gostando o ato dele

– Desculpe Ali -ele pareceu mesmo arrependido- foi automático, me desculpa mesmo

– Que isso não se repita

– Não mesmo -ele sorri- tchau Alí -ele me dá um beijo na bochecha

– Até amanhã -sorri e sai do seu carro

Entrei em casa sorrindo feito boba e minha mãe percebeu.

– Oi filha -ela me abraça- chegou mais cedo hoje, o que ouve?

– Um amigo me trouxe de carro -digo ainda com o sorriso no rosto

– Sinto que o motivo desse baita sorriso é ele -ela ri- acertei?

– Mais ou menos -disse não querendo admitir

– Sei sei -ela disse desconfiada

E assim foi o resto da minha noite, com minha mãe me perturbando para saber mais do Enzo, mas eu não falei muita coisa a respeito disso. Quando fui dormir eu dormi com um enorme sorriso nos lábios.