Neko no Ai escrita por Debora-chan


Capítulo 1
Neko no Ai


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem da leitura, e por favor, deixem suas opiniões.
Também gosto de reviews. =^-^=

Kissus e arigato a todos.
Debora-chan



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Neko no Ai

 

Katharine era uma linda moça de 17 anos, linda como nenhuma outra, amava observar o céu, principalmente a lua, tendo preferência a lua cheia.

Ao contrário de muitos, Katharine não gostava muito de cães, pelo menos não para criar um, já gatos... ela os amava, achava os gatos mais higiênicos, além de inteligentes, principalmente no sentido de prezarem suas vidas mais que tudo, não se prendendo a alguém de maneira exagerada, como os cães fazem, por esse motivo vários dizem que gatos são interesseiros, que não dão carinho, mas é mentira, pois dão carinho enquanto recebem, não se prendem a alguém que lhes maltrata. Katharine também era assim, como um gato.

Por sua proximidade com os mesmos, fora revelado a ela o maior segredo dos gatos: a noite em que estes se transformavam em humanos, ou quase isso, influenciados por sua mestra, a lua. Como isso aconteceu? Logo saberás.

Mas antes de começar a história irei me apresentar, sou Salém, adivinhem? Um gato, o nome já me condena.

O que faço aqui? Bem, eu sou, ou melhor, era, o gato de estimação de Katharine. Fui eu, considerado traidor por muitos de meus irmãos, que mostrei o segredo a ela, minha a... mas deixemos estes pequenos detalhes de lado e voltemos a história.

Katharine vivia sozinha, os pais haviam morrido há alguns anos e ela desde então estava só, ou melhor, com Salém, seu gato, eu. Naquela noite ela estava triste, havia terminado com o namorado, desta vez era definitivo, mas aquele cara era seu único amigo naquela cidade, para onde mudou pouco antes da morte dos pais.

O nome da cidade? Neverland, sugestivo não? Mas sim, era uma cidade mágica, só ali os gatos se transformavam, na noite de 1º de novembro, dia de todos os santos, dia após o halloween e véspera do dia de finados, mas esse fato não tinha nada a ver com estas datas e sim com a lua, a bela, triste e ao mesmo tempo alegre lua.

Mas minha dona estava triste, sentou-se na janela de seu quarto e pôs-se a olhar a lua cheia que reluzia do céu límpido, eu antes de vê-la chorar estava feliz por ser o dia em que eu finalmente assumiria a forma humana, mas esqueci dessa felicidade e prontifiquei-me a tentar animá-la: fiquei passando por suas pernas, fazendo-lhe carinho, miando, esfregando-me em suas mãos para que ela me pegasse, e o fez, começou a me acariciar e uma lágrima sua caiu em meu rosto felino, meus olhinhos se encheram de lágrimas ao vê-la daquela maneira e ela disse:

 

- O que seria de mim se não fosse você Salém, como eu queria que você pudesse falar e me abraçar, como eu queria ter alguém para conversar e me deixar em seus braços.

 

Outra lágrima caíra de seus olhos pingando em meu pelo.

Estava na hora de eu ir, não poderia deixar que ela me visse, pulei de seu colo e dirigi-me a janela a ponto de pulá-la, olhei para trás e a vi chorar ainda mais, me olhando como quem dizia: até você vai me abandonar? Não agüentei, eu a ama... eu voltei para seu colo, lambi seu rosto e pulei no chão de seu quarto.

Quando a lua estava no ponto mais alto do céu a transformação era iniciada: meu corpo crescia e após ficava em apenas duas patas, o pelo começava a desaparecer e algumas partes do corpo a serem modificadas – como face, pé e mão - fiquei com corpo de humano, aparência de um jovem de 18 anos aproximadamente, porém essa transformação não era completa, restando olhos, orelhas e rabo de gato.

Katharine? Assustou-se é claro, e muito. A final quem poderia imaginar que seu gato de estimação se transformaria em um homem, nu por sinal, em sua frente.

Ao lembrar-me desse pequeno - ou não tão pequeno assim - detalhe, puxei um dos lençóis de sua cama e tapei-me, tentei me aproximar, ela estava muito assustada.

 

- Por favor não se afaste, sou eu, Salém... – tentava me aproximar, com cuidado, ela estava apavorada, tentava dar um passo a frente e me afastava novamente, pela sua reação.

- Como pode ser? Isto é impossível. – dizia muito assustada, com os olhos arregalados e respiração ofegante, quase chorando e parecia que iria me bater caso me aproximasse demais.

- Tanto não é que estou aqui. Depois te explico melhor, mas você não queria alguém pra conversar e te abraçar? Será que posso?

 

Olhei-a nos olhos e ela reconheceu nos meus aquele gatinho que há poucos instantes estava em seu colo, correu para meus braços. Quando a abracei o lençol caiu e eu ali, nu, com uma moça tão bela encostada em meu corpo, fiquei corado na hora, ela não entendeu e se afastou um pouco, quando viu o que havia acontecido ficou mais corada do que eu, tapando o rosto com as mãos e virando-se. Mandou-me pegar o lençol e sentar na cama e foi trocar-se, colocou uma camisola preta que deixava parte de seu colo e suas lindas pernas a mostra, sentou-se a meu lado e começamos a conversar, contei a ela o que acontecera: que a cidade era mágica e estava sobre o poder da lua, e os gatos, seus fiéis devotos transformavam-se em semi-humanos naquela noite, noite em que a cidade foi encantada por um mago, devoto da lua, que após o encantamento, ou melhor, atrevimento, foi transformado em um de nós, fazendo com que todos os gatos da cidade, por causa dele sofressem aquela transformação naquele dia. Expliquei-lhe que não poderia ter contado a ela e pedi que me prometesse que não contaria a ninguém, ela o fez, logo após me interrompeu, já sorrindo:

 

- Posso tocar? – os olhinhos brilhando

- Tocar o que? – até me assustei com a pergunta, arregalando um pouco os olhos

- Suas orelhas. Posso? - se aproximou sorrindo, como uma menina travessa.

- Pode. – Sorri, era tão bom vê-la como uma criança deslumbrada ao tocar minhas orelhas, apertando-as um pouquinho, falando que eram fofinhas, até doeu um pouco, mas só o rosto dela já me fazia esquecer da dor.

 

Perguntou se podia me acariciar como fazia quando gato, obvio que permiti, amava seus carinhos: próximos as orelhas, no pescoço... ai,ai, como foi bom. Ela estava praticamente em cima de mim, eu sentado na cama e ela com as pernas abertas, de joelhos, sobre as minhas, ela do nada começou a olhar meu corpo e falar que tinha um lindo peitoral, que era musculoso... e modéstia a parte, eu era um belo de um rapaz, começou a passar as mãos pelo meu peito até pouco abaixo do umbigo, seu olhar não era mais de criança, mais sim de desejo, porém ainda tentando ser disfarçado. Eu vendo aquele decote bem em minha frente e olhando para baixo via suas lindas coxas, droga, estava ficando excitado, não podia deixar que ela percebesse, coloquei a mão em cima dele, mas era tarde de mais, eu me arrepiava, e ela me beijou, falando depois baixinho:

 

- Por que não quer que eu perceba, se eu quero isso? Sei que você é meu gato, mas já havia sonhado com isso e quero que esse sonho se realize. – agora não disfarçava mais, estava com um olhar safado, as expressões, a voz, acompanhavam, o próprio corpo, movia-se de uma maneira extremamente sensual.

 

Aquela revelação me assustou, mas tenho que admitir que gostei. Joguei-a na cama, ficando por sobre ela, mordi levemente os lábios e pus-me a beijá-la, retirei sua camisola e comecei a beijar, lamber - e o que mais viesse na mente - todo seu corpo, percebi que sua respiração ficava cada vez mais ofegante e que por vezes soltava alguns gemidos, seu rosto um pouco corado e ambos suávamos, aquilo era maravilhoso pra mim, voltei a sua boca e ela me virou ficando por sobre mim e fazendo o mesmo, fez algo que nunca pensei que faria, mas foi ótimo, ficamos nos beijando durante um tempo até que chegamos aos finalmente, a sensação foi inacreditável, ao fim, ambos soltamos gemidos e paramos. Descansamos um pouco, sim isso cansa, e muito, e voltamos a conversar, depois de um tempo ela disse:

 

- Desculpe, você deve ter se assustado, mas é verdade, já tive sonhos com você sendo humano e que fazíamos isso, afinal você é o único que esteve sempre ao meu lado e que sempre me compreendeu. – sorria pra mim, com um sorriso tão inocente e com o rosto corado, depois de ter feito tudo aquilo parece que ficou com um pouco de vergonha, eu sorri de sua reação.

- Não peça desculpas, farei tudo que te faça feliz porque te... – parei a frase

- Te... o que, diga. – com uma cara de curiosa inacreditavelmente linda

- Não posso. – desviei o olhar, não conseguia olha-la diretamente.

- Por favor. – me olhou com olhos pidões que imaginei que só gatos faziam, mas ela fez igualzinho, falando de um jeito tão meigo, não resisti.

- Eu... eu te... – estava nervoso, muito nervoso – eu te amo, sempre te amei. – disparei a falar e abaixei a cabeça.

 

Ela sorriu, levantou minha cabeça e me deu um beijo, falando depois:

 

- De um certo modo, eu também.

 

O dia já estava quase amanhecendo e eu voltaria a minha forma real, disse a ela, com tristeza no olhar, queria ficar mais ao seu lado, ela por um minuto ficou triste, mas voltou a sorrir e me disse.

 

- Te espero desse jeito no próximo primeiro de novembro. Pode deixar que irei guardar o segredo. – em seus olhos havia uma ponta de tristeza por eu não poder continuar ali, mas tentava disfarçar com o sorriso, embora eu a conhecesse bem.

 

E a partir daquele dia todo 1º de novembro era da mesma forma, nos amávamos durante a noite e conversávamos como não podíamos fazer durante o ano, eu podia controlar minha aparência e adaptava-a de acordo com a de Katharine, mas infelizmente aos seus 22 anos, meu amor se foi, me deixando um gato solitário que amou de verdade uma humana, que se prendeu a alguém, contrariando a minha própria concepção de comportamento dos gatos, que era a mesma dela, embora tenha conseguido seguir minha vida, como ela, em seu leito de morte, na madrugada de 2 de novembro, quando eu ainda estava como humano, me disse.

Após um beijo terno de amor e tristeza, com nossas lágrimas misturando-se, minha amada se foi e eu descobri a pior coisa de ser um gato daquela cidade: vivo muito tempo,tempo de mais.

Hoje sou um gato velho, solitário e andarilho, que olha todas as noites para a lua, principalmente as noites de lua cheia e lembro-me do meu amor. Fico imaginando como seria bom estar fora daquela maldita cidade, amaldiçoada cidade, mas também penso que nada daquilo teria acontecido se não estivesse ali. A final foi aquela cidade que me fez conseguir meu amor, mas é aquela cidade que me faz lembrar, em toda noite de transformação, do amor que tive e que não tenho mais.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e deixem review ^-^