Ströme der Seele escrita por Buch


Capítulo 31
O perdedor


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos ;)

Eu posso ter demorado um pouco, mas esse capítulo está maior para compensar rs.
Já vou pedindo desculpas adiantado por qualquer erro. Não tive tempo de revisar e também estou cansada para fazer qualquer tipo de alteração. u.u

Enjoy!



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06/04 - Lago Tensai - Parte Sul da Montanha Huggia

Após uma breve caminhada entre a mata, Gon, Maia e Kurapika chegaram ao acampamento. Finalmente estavam todos reunidos novamente. Leório encontrava-se próximo a fogueira e comia prazerosamente um grande pedaço de carne. Estava envolto em um grosso cobertor e conversava animadamente com Killua. Ao que tudo indicava estava se recuperando bem.

– Então foi isso que aconteceu? Nossa! Dessa vez foi realmente por pouco. Eu não me lembro bem, mas de qualquer forma acho que tenho que agradecer...- disse Leório interrompendo a fala ao avistar os companheiros se aproximando. – Gon, Kurapika! – exclamou animado.

O jovem estudante de medicina fez menção em se levantar mas foi interrompido pelo duro olhar de advertência de um certo garoto loiro.

– Fique quieto Leório, você precisa repousar – disse Kurapika seriamente.

O Kuruta sabia que estava sendo duro demais com o amigo que acabara de passar por uma situação traumática, mas não pôde evitar. A experiência de minutos atrás o havia deixado profundamente irritado e preocupado.

– Tá bom, ta bom, entendi – respondeu Leório zangado.

Suspirando, Kurapika caminhou em direção ao amigo. Percebeu o quão insensato estava sendo ao descontar suas frustrações em Leório. Ajoelhou-se próximo a ele para examiná-lo mais atentamente, procurando qualquer sinal de ferimentos mais sérios ou sintomas de alguma reação ao evento anterior.

– Parece que está bem. Basta descansar um pouco e logo você estará recuperado – comentou Kurapika aliviado.

– Ah, bemmmmm bem eu não estou. Afinal acabei de descobrir que fui beijado por um homem. – disse o estudante fingindo estar irritado.

– Não seja imaturo. Aquilo foi apenas uma manobra de reanimação. Se eu não tivesse feito você estaria morto agora – retrucou Kurapika zangado.

– Eu sei, eu sei, só estou brincando. O que há com você hoje? Está mais insuportável do que o normal – comentou Leório.

Kurapika não respondeu, fechando ainda mais o semblante. Apesar de considerar Leório um grande amigo, tinha que admitir que as vezes se irritava com suas brincadeiras.

– Oe, Oe...quem é aquela? – perguntou Leório tirando Kurapika de seu devaneio.

O jovem estudante até então não havia notado a presença da garota no local, uma vez que ela ficara um pouco mais afastada quando Gon e Kurapika retornaram ao acampamento. Não reparou também quando a mesma se sentou próximo à Killua enquanto Kurapika o examinava.

– É a Maia – respondeu secamente.

– Óóóó...então essa é a Maia? – comentou com um sorrisinho – Por um momento pensei que havia perdido o que lhe restava de sanidade ao aceitar ficar em uma cabana no meio do nada e no frio congelante por tanto tempo...mas agora entendo o porquê. – disse ele com um sorriso insinuante.

– Deixe de ser idiota, eu não aceitei nada, simplesmente não tive escolha. – respondeu Kurapika com olhar de reprovação – E para de pensar besteiras.

– Ora vamos lá Kurapika. Você passou dias trancado sozinho com essa mulher linda. Não me diga que não pensou em nada – continuou provocando-o.

– Chega disso Leório, eu não sou como você – respondeu alterando um pouco a voz.

– O que quer dizer com não é como eu? Até parece que não olhou para ela nenhuma vez! Que não notou sua beleza, ou analisou seu corpo, ou pensou...

– Chega! – interrompeu Kurapika no meio da frase do amigo.

Gon, Killua e Maia que estavam um pouco afastados voltaram sua atenção para a dupla. Apesar de ter tentado se controlar, o jovem Kuruta acabou usando um tom de voz acima do normal, chamando a atenção dos outros para eles.

– O que foi Kurapika? – perguntou Gon preocupado.

O Kuruta ficou sem graça com a situação e seu rosto começou a esquentar. Não sabíamos dizer se essa reação do seu corpo foi devido a vergonha por ter se exaltado ou pela irritação com o amigo que estava insinuando coisas sem sentido. Quem sabe tenha sido ambas as coisas.

– Não foi nada Gon – respondeu ele virando o rosto.

Leório estava sorrindo abertamente. Se divertia com toda a situação. Estava provocando o amigo propositalmente, mas não esperava uma reação tão exagerada por parte dele. Afinal Kurapika geralmente mantinha-se calmo e controlado diante desse tipo de situação, principalmente quando era Leório quem lhe provocava. Costumava perder a razão apenas quando o assunto fazia referencia aos olhos escarlates ou ao Ryodan. O jovem estudante não compreendia o porquê dessa resposta emocional do amigo. Porque ele se irritaria com insinuações tão infantis e que claramente não passavam de gozações? Parecia a reação de uma criança pequena quando insinuamos que ela possa estar interessada por algum coleguinha de classe. Aquela típica reação de negação e irritação desmedida com intenção de esconder seus verdadeiros sentimentos e pensamentos.

Kurapika, ao contrário do amigo que estava descontraído e se divertindo, permaneceu calado. Toda aquela situação o irritava profundamente. Porém não sabia dizer se o que mais o irritava era a atitude de Leório ou o fato dele estar com certa razão. Era verdade afinal. Ele já havia parado para analisar a garota no sentido puramente físico e isso o irritava. Não que havia olhado para ela de forma lasciva, mas já havia admirado sua beleza, e esse gesto, em sua cabeça, não fazia o menor sentido.

Tudo isso é uma grande besteira – pensou Kurapika zangado consigo mesmo.

Enquanto o garoto loiro travava uma batalha reflexiva interna, nossos outros três personagens conversavam sobre o retorno de todos à base da montanha. Contabilizaram o restante da comida e chegaram a conclusão de que teriam o suficiente para os cinco durante todo o percurso. Por estarem na companhia de Maia, também não precisariam se preocupar com água, uma vez que a garota sabia exatamente onde encontrar tal recurso pelo caminho que fariam. Não sabiam como o corpo de Leório iria reagir depois de toda aquela situação, por isso decidiram prosseguir por um caminho mais longo, porém menos tortuoso.

– Então está decidido – disse Gon animado – Maia-san, você saberia dizer quanto tempo nós conseguiríamos caminhar antes de começar a anoitecer?

– Provavelmente umas dez ou doze horas – respondeu ela.

– Mas não podemos calcular o quanto poderemos percorrer nesse tempo já que não sabemos como o Leório vai reagir a esse tipo de esforço – comentou Killua – Você, ao contrário, parece bem, não é? – perguntou à garota.

– Sim – limitou-se a responder.

Killua analisou a garota por um tempo. Ela não parecia estar mentindo.

Apesar de passar por tudo aquilo ela parece perfeitamente bem. Não seria mal ficar um pouco mais atento nela.

– Maia-san, onde está o Saito? – perguntou Gon.

– Pare de me chamar assim. Ele deve estar caçando. Não se preocupe com ele – respondeu séria

– Ahn tudo bem, me desculpe – disse Gon sem graça.

Nesse momento Kurapika juntou-se ao grupo.

– Como ele está? – perguntou Killua.

– Me parece que está bem. Porém está em repouso, por isso não sei dizer como seu corpo se comportaria com uma longa caminhada – respondeu ele preocupado.

– Não se preocupe. Nós decidimos tomar um caminho mais longo porém mais calmo e fácil para que o Leório não tenha problemas – explicou Gon

– É mesmo? E você concordou com isso? – perguntou Kurapika à garota.

– Sim. Afinal se ele passar mal pelo caminho mais curto nós perderemos mais tempo para socorrê-lo, então é mais lógico pegarmos um caminho mais longo porém garantido – respondeu ela.

– Claro, por que eu pensaria que você realmente estava se importando com o bem estar dele. No final você só pensou no tempo que gastaríamos – comentou Kurapika ironicamente

Maia o encarou e Kurapika sustentou seu olhar. O clima era pesado. Parecia haver faíscas saindo de seus olhos. Gon olhava de um para o outro sem entender o que estava acontecendo. Killua apenas suspirou.

– Venha Gon, vamos pegar as coisas e apagar a fogueira – disse Killua ao amigo enquanto se levantava.

Gon imitou o gesto do amigo e foi ajudá-lo. Kurapika e Maia ainda se encaravam fixamente. Parecia que ambos haviam se desconectado de tudo ao seu redor apenas para se focar nesse simples gesto. Simples se formos considerar o esforço mecânico para realizá-lo, mas se considerarmos toda carga psicológica envolvida, saberíamos que naqueles olhares não havia nada de simples.

– O que você quer afinal? –perguntou a garota quebrando o silencio

– Não entendo o que está querendo dizer – respondeu ele

– Você disse que não se importava com meus motivos ao conduzir a situação e agora fica cheio de ironias. Por que me seguiu afinal? Você se importa sim e não adianta negar. Se não aguenta então deveria ir embora. Sua incongruência está começando a me irritar – disse a garota

– Se irritar? – repetiu ele não acreditando – Você vive irritada. É egoísta, só pensa no que é melhor pra você! Não se importa com ninguém, não enxerga além dessa muralha de indiferença que construiu ao seu redor. Quando colocada em xeque, recorre a lógica para resolver a situação. – disse Kurapika despejando sua indignação à garota – Você é uma covarde.

Maia não respondeu. Kurapika notou que seus olhos começaram a escurecer ligeiramente. Se ele até então não havia notado quase nenhuma reação emocional na garota, agora já não podia dizer o mesmo. Apesar de não verbalizar, o Kuruta sabia que a garota estava experimentando sensações por seu corpo, mesmo não sabendo dizer de que tipo seriam.

– Covarde é aquele que se esconde por ser diferente. Que se camufla para evitar represálias. Que finge e manipula para alcançar seus objetivos. – respondeu ela se levantando

Kurapika paralisou. Ela estava falando dele, e pior, estava falando de seu clã.

Se esconde por ser diferente.

– Quem você pensa que é para falar algo assim? – sussurrou o garoto loiro tremendo de raiva.

Kurapika estava com o rosto virado para o chão enquanto falava. Maia ouviu perfeitamente o que ele havia lhe dito, mas aparentemente ela não havia considerado sua fala importante o suficiente para interromper sua trajetória até sua bolsa. O Kuruta que antes permanecia ajoelhado e com o rosto encoberto, se levantou.

– ME RESPONDA! – gritou o garoto agora com os olhos vermelhos de puro ódio.

Maia apenas parou de caminhar, porém não se virou para encará-lo. Killua, Gon e Leório agora observavam a cena sem entender o que se passava.

– Kurapika se acalme – disse Gon tentando se aproximar.

– Fique fora disso Gon, meu assunto não é com você – respondeu ele grosseiramente.

Maia então se virou para o Kuruta enraivecido. Killua estava em alerta enquanto observava tudo. Leório permaneceu em silêncio.

– Está falando sério? Você se comporta como uma criança mimada por ter sido repreendida. Aprenda a se controlar e quem sabe da próxima vez você não precise de alguém egoísta como eu salvando a sua vida e a dos seus amigos. – respondeu ela calmamente.

Aquilo havia sido a gota d’água para o Kuruta. Já fazia tempo que ele estava acumulando sua irritação em relação as grosserias da garota e aquela provocação havia ultrapassado seu limite. Sem pensar avançou para cima da garota, mas antes que pudesse alcançá-la, Gon e Killua o imobilizaram.

– Para com isso Kurapika! Você está fora de si – disse Gon enquanto segurava o amigo.

– Me soltem vocês dois – respondeu Kurapika enquanto se debatia para tentar se desvencilhar dos dois.

– Pare de se comporta como um idiota. O que pretende fazer com isso? Atacá-la? – repreendeu Killua.

– Vocês não entendem! Me soltem agor...

Kurapika não terminou sua frase pois foi interrompido pelo punho direito de Leório em seu rosto. No mesmo instante o garoto loiro paralisou. Ao perceber que o Kuruta já não oferecia mais resistência, Gon e Killua diminuíram o aperto de contenção.

– Já chega. Eu não sei o que aconteceu mas nada justifica sua ação. Agora pare com essa besteira e se apronte para partirmos. – disse Leório encarando-o seriamente.

Kurapika encarou o amigo e logo em seguida fechou os olhos. Respirou fundo por alguns segundos antes de abri-los novamente. A coloração vermelha já não existia, dando lugar ao tradicional e pacato marrom claro.

– Assim está melhor. Vamos, quanto mais tempo perdermos mais teremos que ficar presos nesse lugar – disse Leório virando as costas para os amigos e se encaminhando para pegar suas coisas.

Gon e Killua ainda permaneceram alguns instantes perto do garoto loiro para se certificarem de que ele não avançaria na garota novamente. Após perceberem que o amigo havia realmente voltado ao seu estado normal, voltaram sua atenção a tarefa de apagar a fogueira. Assim que os dois garotos se afastaram, Kurapika pôde ter a visão novamente da garota. Ela permanecia no mesmo lugar e parecia inabalada. Encarou-a por algum tempo antes de se virar para arrumar suas próprias coisas.

Você não é um bom jogador afinal. Já perdeu antes de começar o jogo. – pensou a garota também fazendo o caminho a seus pertences.


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Notas finais do capítulo

Antes gostaria muito de agradecer a todos vocês que acompanham a história! Sério, isso me deixa muito contente! Essa semana a fic ultrapassou mais de 1000 visualizações e isso é demais! Nunca imaginei que tantas pessoas fossem gostar e acompanhar. Vocês são demais! ;)
Obrigada de coração :)

Acho que o bixo pegou agora rs. Será que a Maia fez isso de propósito? Se for, qual é a dela? Caraca o Kurapika ta fu....Tadinho dele u.u
Leório botando respeito na molecada! kkkkk adoro ;)

Valeu pessoal, até a próxima :*