Ströme der Seele escrita por Buch


Capítulo 13
Criados na mata


Notas iniciais do capítulo

Ufa, até que enfim consegui postar! Desculpem a demora.

Eu estava de férias (finalmente) e decidi ficar incomunicável com o restante do mundo rs. Mas agora que eu voltei vou tentar acelerar um pouquinho a frequência das atualizações.



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04/04 - Floresta de Kobi

– É incrivel como o céu aqui pode ser tão limpo! – comentou o garoto

Já fazia algum tempo desde que Kurapika e Maia haviam começado sua caminhada por entre a floresta. Os dois não trocaram nenhuma palavra desde que o garoto decidiu se juntar a ela. A princípio Kurapika estranhou o fato de Maia não ter lhe perguntado nada sobre sua decisão repentina em segui-la, porém sentiu-se grato por seu silêncio. Afinal nem o próprio Kuruta sabia explicar seus motivos de maneira lógica. Poderíamos até dizer que ele agiu por completo impulso. Apesar disso, Kurapika não sentia-se arrependido de sua decisão, pelo contrário, sentia-se satisfeito. Sua expressão era serena e pelo seu andar podíamos perceber que sua musculatura estava mais relaxada, diferente de sua habitual rigidez.

– É em lugares assim, onde a natureza nos mostra toda sua grandeza, que temos o privilégio de apreciar sua beleza, pura e simples – comentou a garota enquanto fechava os olhos – uma beleza destrutiva e avassaladora de uma tempestade e uma beleza calma e serena após a tormenta – concluiu respirando fundo.

Kurapika apenas a observava enquanto dizia essas palavras. Era raro ver Maia com uma expressão tranquila, e mais raro ainda ouvi-la falar sobre si. Bom, ela não falava sobre si especificamente, mas sobre como pensava e se sentia em relação a natureza, fazendo-o lembrar de si próprio. Eles pensavam da mesma maneira, eram pessoas criadas em sintonia com a natureza. Isso fez com que ele se deparasse com o tamanho de sua mudança. Seus objetivos fizeram com que deixasse de lado parte de si mesmo, quase esquecendo-a. Quase esquecendo as sensações e a simplicidade da vida em sua terra natal.

Nesses últimos anos tenho me focado tanto em completar minha missão que quase me esqueci das minha próprias raízes.

– Logo vai escurecer de vez. Há uma gruta não muito longe daqui. Será mais seguro descansarmos nela até o amanhecer – disse a garota despertando-o de seu devaneio.

– Certo. Estou bem atrás de você – respondeu ele.

Não demorou muito até que os dois jovens encontrassem o local. Esse fato fez Kurapika se recordar de quando chegou a floresta. Naquela ocasião só havia conseguido encontrar uma pequena saliência por detrás de uma cachoeira congelada para passar a noite, diferente da gruta razoavelmente espaçosa que ambos se encontravam no momento. Os dois se acomodaram, cada um em um canto da caverna. Maia se encarregou de acender uma fogueira enquanto Kurapika pegava comida nas sacolas. Em silêncio, fizeram suas refeições.

– Obrigado – disse o garoto repentinamente.

Maia olhou em sua direção. Mesmo não dizendo nada, Kurapika sabia que ela estava esperando ele continuar.

– Estive pensando em como fui ingrato. Desde que cheguei aqui você tem me ajudado, sem contar o fato de ter salvado minha vida. Em nenhum momento expressei minha gratidão como deveria e me sinto envergonhado por isso. Dessa forma quero te agradecer verdadeiramente, sem ironias, sarcasmos ou joguinhos de poder. – suspirou fundo antes de continuar – Obrigado, Maia.

A garota apenas continuou encarando-o. Se não a conhecêssemos bem, diríamos que ela havia sido pega de surpresa e ficara sem reação, mas tratando-se de Maia, fica difícil sabermos o que se passava em sua cabeça nesse momento. Fato é que a garota permaneceu em silêncio por um longo período antes de se manifestar.

– Você não tem que me agradecer, sabe o porquê eu te salvei – disse ela.

– Não me importa os motivos que te levaram a fazer isso, o que importa é que você fez! – respondeu ele com veemência – E é graças e isso que estou aqui.

– Isso não te incomoda? – perguntou ela.

– Vou ser sincero com você. No começo isso realmente me incomodou. Pensei em você como um monstro e cheguei a desprezá-la e odiá-la com todas as minhas forças – confessou ele.

– E hoje? – perguntou novamente.

– Sinto que posso confiar em você – respondeu com sinceridade.

Maia se calou. O jovem Kuruta percebeu a hesitação da garota e decidiu permanecer em silêncio. Por muitas vezes ela respeitou seu espaço pessoal e nesse momento ele percebeu que ela precisava desse tempo. Não houve mais conversas e desde então ambos decidiram se recolher para um merecido descanso.

A noite prosseguiu tranquila. A temperatura começou a cair drasticamente, fazendo com que os dois se aproximassem mais do fogo para se aquecerem. Kurapika demorou a dormir, seus pés e mãos estavam congelados. Mesmo com esse desconforto o cansaço se mostrou maior do que o frio, e assim o jovem Kuruta adormeceu.

Kurapika despertou no meio da noite, estava com muito frio. Na verdade, nunca havia sentido tanto frio antes em toda sua vida. Mas não era para menos, a fogueira estava quase se extinguindo. O Kuruta ainda não havia se dado conta desse fato uma vez que estava dormindo de costas para a mesma. Lentamente girou seu corpo em direção a fonte de calor. Ao notar que a fogueira precisava ser alimentada, decidiu se levantar para apanhar o restante da lenha que Maia havia trazido e deixado em um canto da caverna. Fez seu caminho em direção a pilha e aproveitou para trazer todos os galhos restantes para perto de si, assim não teria que se levantar novamente caso precisasse alimentar a fogueira outra vez. Pouco a pouco foi despejando os pequenos pedaços de madeira até dar nova vida às chamas. Só então notou a garota dormindo bem a sua frente. Ela emitia um fraco ruido enquanto inspirava, parecia estar com certa dificuldade em respirar.

Será que ela está bem?

Kurapika continuou a observá-la. Não havia percebido em como sua respiração estava ofegante, passando a sensação de que ela fazia um grande esforço apenas para obter uma pequena parcela de ar. O jovem Kuruta começou a ficar aflito. E se ela estivesse passando mal? Talvez estivesse apenas tendo um pesadelo. Por segurança Kurapika decidiu observá-la por mais alguns instantes e assim se certificar de que ela estivesse realmente bem.

Pode ser que ela tenha outro episódio de sonambulismo...

A medida que o tempo foi passando, a respiração da garota foi se normalizando. Kurapika suspirou aliviado ao constatar esse fato. Até então ele não havia percebido que ele estava segurando a própria respiração e que seu corpo estava tenso. A normalização da respiração de Maia permitiu a ele relaxar, porém ainda estava preocupado que a situação voltasse a se repetir. Decidiu deitar-se virado de frente a garota, tendo assim mais facilidade em perceber caso ela tivesse uma nova crise.

Enquanto olhava Maia, Kurapika pegou-se analisando melhor a garota. Ela era de fato muito bonita. Seu rosto era delicado e ao mesmo tempo severo. Não era grande e muito menos forte, mas conseguia intimidar até o maior dos homens. Apesar de ser de poucas palavras, sempre era sincera em suas colocações. Era fácil perceber que se tratava de uma pessoa que defendia seus princípios. Era uma mulher forte. O jovem Kuruta nem percebeu quando pegou novamente no sono.

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04/04 - Vilarejo da tribo Ubuh ao pé da montanha Huggia

– Obrigado sr. Kouta! – disse Gon enquanto colocava outro pedaço de bolo na boca.

Os três amigos chegaram a aldeia acompanhados de Saito, que aparentemente havia simpatizado com o garoto de vestes verdes. A medida que foram adentrando o local, muitos aldeões vieram recebê-los. Ao que parece, confiavam plenamente no julgamento do grande canino e, uma vez que os garotos foram aprovados por ele, era garantido que se tratavam de boas pessoas. Logo foram recepcionados por um dos sábios da aldeia, que lhes ofereceu abrigo e comida.

– Diga-me garotos, agora que estão aquecidos e alimentados, por que vieram até nossa aldeia? – perguntou o velho senhor.

– Estamos procurando um amigo – respondeu Leório dando um gole em seu chá.

– Amigo? – indagou

– Sim. Um amigo nosso veio até aqui no mês passado. Desde então não tivemos mais notícias dele. – respondeu Gon.

– Por acaso o amigo de vocês é loiro? – perguntou o velho.

– Sim, sim! – respondeu Gon entusiasmado.

– Pelo que parece ele também passou por aqui, não é? – perguntou Killua

– Sim, ele passou por aqui. Estava determinado a subir a montanha para chegar a floresta de Kobi. Tentamos impedi-lo mas o garoto estava irredutível. – respondeu se recordando da situação.

– Essa atitude é bem a cara dele mesmo – bufou Leório.

– Me diga senhor Kouta, você sabe onde o Kurapika está agora? – perguntou Gon.

– Não exatamente meu jovem.... – respondeu o senhor

O entusiasmo de Gon passou a se esvair quando o sr. Kouta começou seu relato. O sábio percebeu a reação do garoto e se apressou a acrescentar.

– ...não sei exatamente onde ele está no momento, mas sei que está em segurança! – completou ele

– Ahn? Como o senhor sabe disso? – perguntou Leório.

– Saito nos trouxe um bilhete. Vou pegar para vocês verem – disse enquanto se levantava.

O velho sábio se dirigiu para o interior da residência. Gon e Leório estavam visivelmente ansiosos esperando o regresso do homem, enquanto Killua observava a decoração da pequena casa. Logo o sr. Kouta retornou ao aposento trazendo consigo um pedaço amassado de papel.

– Aqui está. Se vocês lerem poderão entender o que estou falando – disse entregando o bilhete para o homem mais velho

– O que está escrito Leório? – perguntou Gon

– Acalme-se Gon, vou ler em voz alta – respondeu ele

Estou escrevendo esse bilhete para informar que estou bem e em segurança. Devido a uma forte nevasca estou preso em uma cabana no meio das montanhas. Não sei quando a tempestade irá cessar porém tenho comida e suprimentos suficientes. Não há necessidade de se preocupar. Por favor não venha atrás de mim, a floresta é extremamente perigosa e traiçoeira. Assim que tiver condições retornarei à aldeia que está no momento e entrarei em contato para informar meu regresso.

Kurapika

– Tipico dele. – comentou Killua.

– O que? Ele está preso em uma tempestade? – perguntou Gon

– É o que parece. O que me intriga é como ele mandou essa mensagem até aqui se está no meio de uma tempestade – questionou Leório

– Nossa, desde quando os pervertidos possuem essa capacidade de raciocínio tão avançada? – provocou Killua

– Ora seu moleque atrevido, eu vou...- ameaçou Leório espumando de ódio

– Acalmem-se meninos. Como eu disse anteriormente, foi o Saito que trouxe essa mensagem. – informou o velho

– Mas quem é Saito? – perguntou Gon

– Ué, vocês estiveram o tempo todo com ele, como podem não saber? – questionou o velho com ar de gozação

– O tempo todo? O que é que o senhor está dizendo? – Perguntou Leório confuso – Acho que esse velho não está batendo muito bem das bolas não – Cochichou com Gon.

– Estou falando do lobo, meus jovens – disse revelando a identidade de Saito.

– Ahnnnnnn – disseram Gon e Leório ao mesmo tempo.

– Então o lobo trouxe essa mensagem das montanhas? Não sabia que o Kurapika também tinha facilidade de se comunicar com os animais assim como o Gon – pensou Killua.

– O Kurapika também se relaciona muito bem com os animais! Ele também foi criado no meio da natureza – acrescentou Gon sorridente.

– Não estou questionando a habilidade de seu amigo, porém tenho certeza que não foi ele quem convenceu Saito a trazer esse bilhete – disse sr. Kouta.

– O que quer dizer sr.? – Perguntou Leório

– Que provavelmente ele está com Maia – respondeu.

– Maia? Quem é essa? – Perguntou Gon

– Maia é uma grande amiga da tribo Ubuh. Ela aparece ocasionalmente para subir a montanha e fica abrigada lá por tempo indeterminado – explicou ele.

– Eu pensei que ninguém nunca havia conseguido retornar com vida da montanha – relembrou Killua.

– Sim, ninguém de fora voltou com vida, mas Maia é cria da montanha – disse ele.

– Cria? Significa que ela cresceu nessa montanha? – perguntou Leório curioso.

– Sim e não. – respondeu o velho

– Como pode ser sim e não ao mesmo tempo? – perguntou Gon confuso

– Não tenho direito de lhes contar algo sobre a vida de uma pessoa que não seja eu mesmo. A única coisa que posso confirmar é que certamente seu amigo está com ela, e sendo isso verdade, ele está seguro. – concluiu o sábio.

Os três jovens estavam curiosos para obter mais informações, porém se contiveram ao ver que o velho ancião não lhes daria mais nenhuma informação sobre a garota.

– Nós entendemos sr. Kouta, eu agradeço a informação. – agradeceu Leório educadamente.

– Bom, mas o que vamos fazer agora? – perguntou Gon aos dois amigos.


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Notas finais do capítulo

Estão gostando pessoal? Me deixem seus comentários, elogios, críticas...gostaria de saber o que estão pensando a respeito da história.

Bjos



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