Estou no alto do mesmo prédio, não sei onde ele fica, mas é muito alto, não tem ninguém! Estou sozinha, acho que sempre estive sozinha. Mas não me importo nunca me importei. Preciso sair daqui, procuro alguma escada, mas não tem saída, só tem um jeito. Subo no parapeito e olho para baixo. Não tem ninguém em baixo! Acho que não tem outra forma, irei pular.

Estou caindo, não paro de cair! Preciso de ajuda, grito mais ninguém vem! Caio no chão, acho que morri, mas ainda estou aqui, não consigo me levantar. Vejo algumas pessoas se aproximando, conheço todas. Elas não esboçam reação! Sinto alguma coisa fervendo dentro de mim e choro.

Acordei assustada, estou com lágrimas nos olhos. Tento me lembrar, mas não consigo. São 3 da manha , preciso dormir, sinto que hoje não será um bom dia.

Cochilo

Olho no relógio novamente já são 7 horas, decido ir tomar um banho. Enquanto entro no banheiro, olho para meu rosto no espelho, estou péssima, não consegui dormir.

— Liv, já são 8 horas. Fala minha mãe enquanto abre a porta.

— Já estou acordada.

— Fiz wafles.

— Estou indo.

Visto uma roupa qualquer, não estou com paciência para escolher. Chego a cozinha e o cheiro de wafles está em todo o lugar. Mas não estou com fome.

— Mãe.Não estou com fome, guarde alguns para mim, quando chegar eu como.

— Você está bem? Nunca vi você recusar comida!

— Hoje estou sem fome. Falo tentando sorrir.

— Ok então. Irei guardar alguns! Fala ela esboçando duvida.

Estou na porta do meu prédio aguardando Aaron.

Ele chega buzinando. Pelo menos hoje ele veio.

— Nossa! o que aconteceu? Passou um trator na sua cara hoje. Fala ele tentando não parecer preocupado.

— Insônia. Acho que estava ansiosa para o dia de hoje. Falo esboçando um sorriso.

— Humm finjo que acredito. Entre agora antes que você durma em pé.

Aaron tenta conversar comigo no caminho, mas ele percebe que não estou para conversa hoje e me deixa em paz.

Chegamos à escola.

Sinto que o dia de hoje será péssimo.

— Bom dia!!! Fala Sarah com um sorriso grande!

— Bom dia . Preparadas para a batalha? Fala Aaron tentando imitar o sorriso de Sarah.

Samantha nos cumprimenta também!

Primeira aula matemática.

Estou sozinha nessa sala. Não converso com ninguém dessa turma. Tento procurar algum rosto familiar, mas encontro os olhos de Bryan, rapidamente mudo a direção.

— Turma formem duplas para resolverem esse problema! Fala a professora Judith.

Essa professora é bonita, se não fosse pela matéria que ela leciona, acho que ela ficaria mais bonita ainda.

Todos reclamam .

— Estou fazendo isso para facilitar a vida de vocês. Podem deixar eu sorteio as duplas para não haver qualquer problema.

Todos reclamam. Inclusive eu.

Todas as pessoas foram sorteadas.

— Olivia e Bryan , como só sobrou o nome de vocês na urna, obviamente você farão dupla juntos .

Ouvi-se um coral de insatisfação feminina na classe.

Ok, de todas as pessoas, para fazerem dupla comigo, o brutamontes.

Ele se aproxima de mim, com a mesma cara de insatisfação que eu estou, senta do meu lado.

Não esboço qualquer reação, acho que ele estava imaginando que eu seria do amplo fã club dele.

— Então vamos começar? Fala ele com um ar de tédio.

— Temos ué.

Achei que ele deixaria tudo para mim, mas até que ele se esforçou. Não acertamos todos os problemas, mas fomos bem. Ele superou minhas expectativas e subiu um nível no meu conceito.

Toca o sinal.

Sarah veio rápida em minha direção. Puxou-me pelo braço e veio falando.

— É serio que você foi dupla do Bryan? Fala ela entusiasmada

— É, mas como você sabe?A aula acabou agora.

Lembro de Emily e sua rede de informação.

— Já imagino.

— Então como ele é?

Aaron nos interrompeu me puxou sem falar nada e foi me levando para longe.

— Onde você esta levando ela? Pare já ela precisa me contar os detalhes!

Ele me puxou até uma sala e fechou a porta. De repente ouço varias garotas.

— Para onde ela foi? Ouço um coro de garotas.

Aaron esta perto de mim. Ofegante. Seu rosto está perto do meu. Começo a ficar ruborizada.

— Te salvei! Fala num tom heróico.

— Me salvou de que? De uma manada de garotas curiosas? Podia ter dado conta disso sozinha.

— Ah, se soubesse que você fosse falar assim com o seu salvador, teria te deixado ser devorada por esses abutres .

— Dramático!

— Sei que sua intenção não era só me salvar. O que você quer?

— é isso que você pensa de mim?

— Fala logo se não vou embora.

— ok, ok! Então, o plano será realizado hoje. Você ainda vai me ajudar né? Prometo que no meu casamento com a Sarah você será madrinha. Fala fazendo beicinho.

— Com esse beicinho, tem como eu recusar?

Tomara que algo de errado, e não consiga se declarar a ela. Sei que é egoísta, mas é o que eu desejo. Não quero o ver sofrer por ela caso ela recuse, mas também não suportaria ver os dois juntos.

— Você é realmente minha melhor amiga! Fala ele me abraçando.

— Ta essa fala foi bem gay. Mas quando eu não fui?

Rimos

Tudo acontece muito rápido na escola, as noticias voam. Logo na terceira aula que é Inglês, várias garotas que eu nem conheço vieram falar comigo.

— Então nos conte o que ele disse?

— Qual é a garota que ele gosta?

— Você acha que tenho chance com ele?

Ignorei todas essas perguntas. Apenas disse que só fizemos o trabalho juntos, não conversei mais nada com ele.

Mania dessas garotas de ficarem endeusando caras.

Depois que as garotas se dispersaram. Rebecca veio em minha direção.

— só uma dica. Sei que você é uma garota legal. Mas fica longe do Bryan. É para o seu bem.

Meu deus! O que acontece nessa escola? Só por que fiz um trabalho com o cara. Nem conversei direito com ele.

A aula termina, vou em direção ao refeitório.

Sarah acena da mesa que eles estão. Estou sem fome .Vou em direção e ignoro a comida.

— Você não vai comer nada? Fala Aaron aparentemente preocupado

— Estou sem fome.

— O mundo está acabando. Olivia Larter recusando comida?

— Será que podemos conversar direito agora? Fala Sarah olhando para mim e Aaron.

Sarah me perguntou tudo o que as outras garotas perguntaram.

Respondi a mesma coisa que tinha falado para as outras.

— Quer saber? Estou indo resolver uns assuntos, até depois. Fala Aaron enquanto se levanta.

Acho que só eu percebi o incomodo dele.

— Por que todos ficarem eufóricos, só por que eu fiz um misero trabalho com ele?

— Você não sabia? Ele é uma pessoa calada e misteriosa. Acho que isso só aumenta o charme dele, é muito difícil ele falar com uma garota, nem com a Amber que se proclama namorada dele .

— Mas só falamos de trabalho.

— Mesmo assim, acho que você foi à primeira garota que ele falou no ano.

— Humm, isso não faz diferença para mim.

— Mas para mim faz. Quando você falar com ele de novo, fala de mim? Por favor.

Samantha faz uns gestos, tentando consolar a amiga.

Acho que o Aaron será recusado hoje, acho que ele ficará triste, e nosso quarteto se quebrara enada mais será como antes. Acho que um dos fatores do porque eu nunca me confessei para ele, era exatamente de que nada seria como antes.

Fico perdida em meus pensamentos quando algo me chama atenção. Annie a garota estranha esbarra em Amber, que deixa cair um pouco de alguma coisa amarela, que imagino ser molho para salada, na sua blusa.

— ahhh, que droga! Nem posso mais andar tranqüila! Que Merda! Minha Blusa. Você esta ferrada garota! Grita Amber, para a garota que a ignora totalmente.

De repente Amber está rodeada de suas fieis lacaias.

Ignoro a situação e me foco na conversa de Samantha e de Sarah.

Bate o sinal. Está na grande hora de Aaron, e a aula de Educação física e o sol está brilhando.

Vamos até o lado de fora da escola, onde ficam as quadras e o campo de futebol.

Ouço o professor Antony, gritando com alguns alunos.

Dou uma olhada panorâmica e vejo muitos rostos conhecidos.

Bryan treinando com outros alunos, Amber e suas escravas fofocando com Emily ( que nem deveria estar aqui), Arthur ( que não vi o dia inteiro) sentado na arquibancada. Toda a nossa turma do fundamental reunida. E Annie que está no topo da arquibancada aparentemente dormindo. E Aaron atrás da arquibancada nos esperando.

— até que enfim vocês chegaram! Fala animadamente olhando para mim.

— Você parece excessivamente feliz, o que aconteceu? Pergunta Sarah.

Samantha concorda com ela, e pergunta o mesmo com gestos.

— Então tenho que te falar uma coisa, e a Olivia vai me ajudar.

Toco no seu ombro e o chamo até o meio do campo. Nos afastando delas

Pretendo tentar fazer ele desistir.

— Aaron, você não pode fazer isso. Sei que você acha que ela vai aceitar seus sentimentos. Mas ela está caidinha pelo Bryan. Falo apontando para Bryan.

— Eu sei disso! Você sabe que eu sei! Fala ele alterando a voz

— Você não entende. Indago

— O que eu não entendo? Você não quer que eu seja feliz? Você tem medo que isso separe o nosso grupo? Fala ele me encarando.E diz

— Nunca sei o que você está pensando! Caramba. De todas as pessoas achei que podia contar com você.

— Por que você está tão nervoso? Digo abaixando minha voz

— Por que eu não estaria? A minha melhor amiga, a pessoa que eu achei que podia contar. Está aqui me desencorajando, achei que você quisesse meu bem.

Resolvi ficar calada. Deixá-lo extravasar.

— Acho que sei o que está acontecendo. E o Bryan não é? Sei que ele está por traz disso. Alem dele querer roubar minha garota, agora roubou minha melhor amiga?

— Você esta falando besteira. A Sarah nem é sua garota! E desde quando sou amiga dele?

— Todo mundo está falando de vocês hoje! Agora entendo o porquê! Vocês têm alguma coisa!

— Caramba, nem meu melhor amigo acreditam em mim! Bryan não tem nada a ver com isso! Falo irritada

— Viu você está protegendo ele! A Olivia que eu conheço nunca faria isso!

— Você acha que me conhece! Mas não sabe nada sobre mim. E nunca se preocupou com o que eu quero e acho. Não pergunta minha opinião.

— Quer saber! O problema de verdade sou eu! Eu não quero que você se confesse para ela

— Por quê? Qual seria o motivo de você impedir isso? Eu não sou bom o bastante para ela?

Ele nunca falou assim comigo. Nunca levantou a voz para mim. Só por que pela primeira vez não concordei com ele. Alias a primeira vez que eu expressei uma opinião contraria a qualquer um, sempre concordei com o que me é proposto. Notei que ele estava muito bravo, estava me olhando com um olhar de quase ódio.

— Não tenho mais nada para falar com você. Vou me confessar para ela, e ninguém vai me impedir, nem você que eu achei que fosse minha amiga.

Enquanto ele ia em direção a arquibancada, puxei o braço dele e disse:

— O porquê de eu não querer que você se confesse é por que eu te...

Não consegui terminar a frase, empurrei Aaron para o outro lado, percebi que alguma coisa grande estava caindo do céu. E não vi mais nada.