Cadente escrita por Sah


Capítulo 16
Garota problema




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— Resgatar a Annie? O que aconteceu?

— Eu não sei o que houve, mas ela me mandou essa mensagem.

Ele me mostrou a tela do celular.

Me ajudem, eu estou presa.

— Tem certeza que é da Annie?

— Eu não vi nada sobre isso, mas tenho um pressentimento.

— Então você não viu que...

Ele colocou os dedos nos meus lábios.

— Não é bom falar disso aqui.

Ele tem razão.

— Mas onde ela está?

— Eu não sei, mas tenho uma suspeita.

Fomos nos esgueirando pelos corredores.

Passamos pela porta do banheiro feminino. Ouvimos algumas risadas.

— Eu não posso ir a partir daqui. – Bryan diz conformado.

— Ok, eu posso fazer isso.

Eu entro no banheiro com tudo.

Reconheço Amber e as gêmeas, elas riem.

— Você não vai sair daí, docinho? Temos muito que conversar. – Amber diz para um Box fechado do banheiro.

Elas finalmente percebem minha presença.

Amber se vira pra mim, jogando aquele seu cabelo loiro falso.

— Larter. – E ela sorri.

Respiro fundo.

— Amber. Você poderia sair da frente?

— Sair da frente? Por quê? Você quer usar o banheiro? – Ela diz sarcasticamente.

— Você sabe o que eu quero dizer.

— Hum, vejamos. Você quer resgatar aquela coisinha que acha que é alguém?

— Sim, estou aqui para pegar a Annie.

— E por que você acha que eu deixaria você fazer isso?

Ela estava começando a me irritar com todas essas perguntas.

— Vamos lá, Amber você tem mais o que fazer.

— Tenho? Acho que não.

O sorrisinho sarcástico dela estava me deixando tensa.

— Sim, você tem. Existem mais pessoas para você perturbar.

A cara dela se fechou.

— Realmente, agora eu só tenho vocês duas para fazer isso. – Ela se aproximou de mim.

— Você quer tomar o lugar dela? - De repente o ar ficou quente. Comecei a suar.

Eu senti medo, mas antes disse eu senti raiva. Por que ela estava fazendo isso? Por que todos estavam fazendo isso?

— Amber, eu sei que você não pode fazer isso. Garanto que você não quer que eles saibam sobre esses problemas não é?

Falei qualquer coisa, mas parece que fez efeito. Ela se afastou.

— Não interessa, eu nem queria mesmo fazer nada. – Ela falou como uma criança mimada.

As três saíram do banheiro, elas bateram a porta com força.

Suspirei de alívio.

— Annie, elas já foram.

Ela entreabriu a porta.

— Olivia? Tenho um pequeno problema.

— Que tipo de problema.

Ela me mostrou um pedaço de metal negro.

— o que é isso?

Me assustei quando vi que aquilo era uma arma. Parecia um revolver de filme antigo.

— Eu apenas pensei nisso quando elas começaram a me atormentar, assim eu tive que me esconder.

— Annie, como vamos esconder isso?

— Eu não sei. Por isso me escondi. Quando a arma surgiu, eu corri para o banheiro e ela vieram atrás de mim.

— Elas não viram isso não é?

— Não, eu enrolei na minha blusa. Estou com medo, não sei o que os militares farão.

Na verdade nós nem devíamos falar sobre isso aqui. Teremos sorte se aqui não tiver nenhuma escuta. Não sei o que esse militares querem, mas creio que não seja boa coisa.

— Não vamos falar mais sobre isso. Temos que dar um jeito de dar um fim nesse negócio. – Eu falei quase sussurrando.

Fui até fora do banheiro. Bryan estava encostado na parede em frente.

— Estou curioso, o que você disse para a Amber? Ela saiu pisando forte e com muita raiva.

— Só usei os meus poderes persuasivos. – Falei imitando o jeito da Amber

Ele riu.

— Não brinque com isso, eu posso acreditar.

Bem que poderia ser uma coisa tão fácil assim. Eu realmente não sei o que eu posso fazer, estou tentando tirar os acontecimentos de ontem da cabeça.

— Bem temos um pequeno problema.

— Deixa eu adivinhar. A Annie fez uma coisa que não devia, agora ela quer esconder essa coisa.

— Você sabe que coisa é essa?

— Não tenho ideia, essa parte está meio nebulosa.

Me aproximei dele e cochichei no seu ouvido.

— Uma arma.

Ele ficou tenso.

— O que está acontecendo aqui? – Uma voz conhecida disse.

— Aaron?

Ele tinha que aparecer logo agora? Eu em um beco escuro da escola cochichando no ouvido de um garoto? Quem diria que essas coisas aconteceriam comigo esse ano?

— Collins. – Bryan falou

— Achei que tínhamos conversado quanto a isso.

— Quanto a quê? Você não querer que eu me aproxime dela? Mesmo quando você não corresponde os sentimentos dela.

Aaron não respondeu. Seu rosto denunciou a sua vergonha. Assim meu rosto começou a ficar quente, um sentimento ruim rugiu do fundo do meu coração.

— Parem! – Eu disse.

Eles me olharam assustados.

— Não importa mais. Bryan vai continuar sendo o meu amigo, e você, Aaron não vai me impedir. Eu não significo nada para você, assim eu já me conformei. – Falei com uma frieza assustadora.

Aaron se aproximou de mim. Ele queria me tocar, mas eu impedi. Eu não queria que ele soubesse que eu estava mentindo.

— Você pode nos deixar agora? Suas amigas devem estar te esperando. – Comentei quando me virei para o Bryan.

Aaron respirou e saiu bruscamente

— Você se conteve bem.

— Sim, mas teria sido melhor se você não tivesse dito que ele não me corresponde. Doeu muito sabia.

—Eu sei. Isso tinha que ser dito.

— Pessoal, eu sei que você muito que conversar, mas vocês poderiam me ajudar? -- Annie disse pela fresta da porta.

— Você está certa Annie, você é nossa prioridade.

Ela sorriu.

— Obrigada.

— Acho que já sei o que fazer. – Bryan disse de surpresa.

— Sabe?

— Sim, existem pessoas que tem carta branca aqui. Elas podem fazer qualquer coisa que no máximo que ela irá ganhar é uma bronca.

— Sério? Quem são essas pessoas? – Perguntei curiosa.

— Seu amiguinho é um deles.

Aaron tem carta branca do exército?

— Mas a ideia não é contar para ninguém. Principalmente para eles?

— Sim, mas é a única saída. Existe alguém que poderíamos contar, e não estaria nem ai para tudo isso?

Sim existe, Rebecca, ela não pareceu tão interessada. E pelo jeito ela não precisa assistir nenhuma aula, ela deve ter essa liberdade.

— Eu já sei quem tem. E acho que ela ficará do nosso lado. – Eu disse.

Convencer Rebecca a vir aqui foi muito difícil. Eu tive que prometer que daria para ela chocolate muito chocolate. Ela disse que anda precisando de energia.

Quando ela viu o que tínhamos, um brilho de curiosidade passou pelo seu rosto.

— Eu nem imagino como você conseguiram isso.

— Bem, Annie roubou de um dos oficiais. – Bryan disse de cara lavada.

— Eu o que? – Annie retrucou.

— Nossa eu não esperava isso de você Annie. – Eu disse confirmando a história.

— Por que ela faria isso?

— Bem, é que meu pai é colecionador e tem uma idêntica, eu queria conferir, mas aconteceu um acidente.

— Roubar uma arma de um quartel não é uma boa ideia. — Rebecca falou bocejando.

— Sim, e é por isso que precisamos de você. Soube que eles nunca te fariam nada de mal.

— Bem, sim. Eles querem o meu poder, e por isso me protegem.

— Então.

— Ah, sim. Eu faço isso, mas tem uma condição.

— Qual condição?

— Você três ficaram me devendo um favor cada um. E seja o que for, você terão que fazer.

Nós três concordamos.

Rebecca pegou a arma da mão de Annie e analisou.

— Isso deve ser caro. Eu nunca vi uma arma assim.

Eu engoli em seco. Será que ela acreditou.

— Mas tudo bem, vai ser divertido.

— Divertido? – Eu perguntei.

— Sim, vejam.

Ela andou para o corredor iluminado, com a arma amostra. Nos a seguimos de longe. Uma oficial estava na entrada de uma das salas, quando ela viu o que ela estava carregando, ela pegou um rádio no bolso e falou alguma coisa.

— Solte já essa arma! -- Ela disse com os braços estendidos.

Uma grande quantidade de pessoas saiu do refeitório. E um falatório se iniciou.

— Ela está tentando se matar de novo. – Eu ouvi algumas vezes.

Ela havia tentado se matar?

—Rebecca Galiano. Vamos conversar, não faça nada no qual vai se arrepender.

Ela já estava cercada por pessoas vestidas de preto. Um deles estava com uma arma de choque, ele se aproximou sem que ela percebesse e a atacou. Rebecca caiu no chão tremendo sem parar.

Se é assim que eles tratam as pessoas insubstituíveis, eu não sei o que eles fariam conosco.


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