Cadente escrita por Sah


Capítulo 1
Clichê




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Ás vezes nem tudo sai como planejamos,

Ah, estou cansada, nem começou o dia, aliás, nem o ano direito, e já estou sem saco.

TRIIMMM- o despertador toca. Ah, odeio acordar antes do despertador, nem deu pra pensar que ainda tenho uns minutinhos.

–-Olivia? Já acordou? Fala minha mãe

–- já to indo.

E assim começa mais um ano.

Chego na cozinha e minha mãe já está arrumada.

–-Não vou chegar a tempo para o jantar, se você quiser pode pedir pizza.

— Reunião hoje?

— Não, hoje tenho um encontro.

Desde que minha mãe começou a sair com o Mark, pai do Aaron, ela tem deixado o trabalho em segundo plano.E ela pode, é muito bonita, aparenta ter 25 anos mas já tem quase 40 , acho que demorou para ela encontrar alguém, mas tinha que ser logo o pai do Aaron.

Já tomei banho, e estou esperando o Aaron, que demora....

Acho que terei que correr.

Mas acabo encontrando a Samantha na picape de seu pai.

— Samantha!!!, Pode me dar uma carona, acho que o Aaron não vai hoje.

Samantha me disse, em libras, que Aaron vai com a Sarah hoje, e pediu a ela para vir me pegar.

Mais um plano do Aaron para se aproximar de Sarah, ele é apaixonado por ela, não só por causa de sua aparência, ela é loira, com os cabelos levemente ondulados, olhos azuis turquesa, mas também pela sua personalidade, ela é vegetariana, e muito solidaria,positiva sempre tenta ver o lado bom de todas as situações, o tipo de pessoa que quando ficar mais velha vai adotar crianças em países de terceiro mundo e criar programas sociais.

Samantha foi gesticulando comigo o caminho inteiro, às vezes é difícil captar tudo, mas eu tento. Samantha parece uma modelo, alta, com a pele escura que destaca seus olhos verdes. Só que quando ela tinha apenas cinco anos, ela teve uma infecção na garganta que a deixou sem as cordas vocais. Ela ouve bem, bem ate demais. Aprendi libras por causa dela.

Pronto cheguei na selva, ou escola como preferirem. La vem o Aaron

— Não deu pra te pegar hoje, Vim mais cedo com a Sarah.

Sou a única que ainda não conseguiu a carteira de motorista

— Ta tudo bem, Samantha me deu uma carona.

As vezes é difícil prestar atenção nele, quando o sol bate no cabelo dele assim. Com o cabelo castanho, levemente bagunçado, e esses olhos castanhos profundos. Como ele quer que eu preste atenção no que ele fala.

Aaron e eu somos melhores amigos, desde sempre. E é meio difícil às vezes, quando ele começa a falar da Sarah. Mas tudo bem já estou acostumada, e também ela nem gosta dele desse jeito, ela tem uma paixonite pelo Bryan, alias não é só ela, acho que 70% de todas as garotas do colégio gostam dele.

Colégio. Acho que ele ainda vai me matar, sério ainda faltam dois anos pra esse tormento acabar. É o lugar mais Clichê do mundo, tem sempre a mais popular , nesse caso é a Amber, só porque o pai dela, é dono de sei lá o que , e deve ganhar bem , ela se acha melhor que todo mundo. Loira, Samantha acha que é água oxigenada já que aparentemente ninguém da família dela tem essa genética, olhos claros, magra( excessivamente), uma chata de galochas, atormenta todo mundo, outra apaixonada pelo Bryan, um atleta, jogador de futebol, outro clichê, é seguida por três sombras , as gêmeas, Hillary Lee e Tiffany Lee, e também por Rebecca, que era ate nossa amiga no fundamental , mas quando a Amber descobriu que o pais dela são estilistas ricos, ela a seduzi-a para o lado negro da força. Mas não ficamos muito chateadas com isso, porque Rebecca nunca escondeu que gostaria de se tornar popular como a Amber.

Lá vem a Amber, buzinando para estacionar, ela é tão clichê que o carro dela é um New Beatles amarelo, sempre estaciona na vaga para deficientes e ninguém diz nada.

— As vagas para os retardados são lá traz. Grita Amber para alguém .Acho que ela fala isso todo o dia que alguém estaciona na vaga dela. A outra melhor vaga é do Bryan, a primeira que não é a de deficiente , sempre quando chegamos, mais cedo quanto pudermos ,lá esta seu Camaro anos 70 estacionado, o restante fica com o resto da manada. E nós pobres mortais ficamos com as restantes, quando sobra!

Primeira aula! Historia! Ótimo, acho que vou dormir.

— Aaron, qual sua primeira aula?

— Acho que é química.

— A minha também. Interrompeu Sarah.

Aaron entrou no sistema da escola e fez com que a maioria de suas aulas fosse compatível com as dela. As únicas aulas que teremos em comum são geografia e Educação física.

A escola continua a mesma, mesmos corredores amarrotados de armários, e o meu que por acaso é perto da sala de musica, e o de Aaron do meu lado. Meu armário esta sempre vazio não confio muito na segurança da escola, e o de Aaron sempre cheio de parafernálias tecnológicas.

Indo em direção a sala de aula encontro Arthur, um amigo de Aaron.

–- Olivia, e ai? Sua primeira aula também é historia?

–- É sim! Pelo menos um rosto conhecido nessa aula.

Entrei na sala, o professor já estava presente. Não tinha muitos lugares disponíveis, tentei sentar perto da janela, não muito no fundo, queria passar por essa aula anônima.

— Bom dia turma! Meu nome é Paul Mirtillo, vou lecionar historia contemporânea para vocês nesse ano.

Quase dormir nessa aula! Serio mesmo o professor tentando fazer a aula mais dinâmica, não teve jeito historia é historia não importa o período.

Acho que vou ficar na biblioteca na próxima aula, dormindo de preferência!

Certo tomei um susto agora. Aaron chegou alarmado na biblioteca e todo mundo olhou para ele quando ele chegou!

— Olivia finalmente te encontrei! A ultima aula é Educação física, você precisa me ajudar!

— Certo! Mas precisa me dar um susto?! Vamos sair daqui antes que a bibliotecária venha nos importunar!

Vamos ate o refeitório, onde não há ninguém a essa hora, tomando cuidado com o inspetor de corredor. E ele já vai me falando o que pretende fazer!

— Sabe, eu planejei metas para cumprir esse ano e a principal dela e me declarar para a Sarah! E irei fazer isso hoje na ultima aula! E preciso da sua ajuda!

Foi difícil ouvir isso, mas o mais difícil e não se expressar quando ele terminou.

Nesses últimos anos eu estou atuando, finjo que não estou apaixonada pelo Aaron, finjo que concordo com tudo que me é imposto, tanto pela minha mãe quanto pelos meus próprios amigos. E tento atingir as expectativas de todos com quem eu me importo, mas às vezes algumas coisas são duras demais. Sei que tem muita gente por ai que acharia esses problemas fúteis, mas de um tempo para cá isso tem me feito muito mal, um sentimento de impotência e de conformismo. Vivo um personagem! A amiga de todas as horas, a filha exemplar!

— Claro o que você precisa que eu faça?

Ele me explicou o que eu deveria fazer. E realmente eu vou fazer o que ele quer, afinal sou a melhor amiga dele. E é isso que os melhores amigos fazem!

Depois disso tivemos geografia e fomos para a sala juntos, sem comentar o que iríamos fazer.

A professora e a senhora Darcy a mesma professora de geografia que tínhamos ano passado. O único motivo dele não ter mudado o horário dessa aula e porque nos dois amamos essa matéria e sempre fizemos o projeto juntos, virou tradição.

A aula passou voando, já é hora do intervalo, vamos para o refeitório. Sentamos sempre juntos. Eu , Aaron, Sarah, Samantha e Arthur as vezes, quando não fica na sala de informática, tão viciado quanto Aaron mas sem a parte da vida social.

E nesse local que vemos as panelinhas se formarem. Fomos direto para a fila da lanchonete, não é permitido trazer seu próprio lanche, desde um incidente de dois anos atrás. Procuro sempre pegar a mesma coisa, suco de maça ou coca cola, e cupcakes. Não confio muito na procedência dessa comida, mas Aaron não esta nem ai, sempre varia, hoje ele pegou um saco de batata frita e um copo grande de coca-cola, enquanto as meninas pegaram frutas e suco industrializado. E Nos dirigimos ate a nossa mesa de sempre.

— Você viu o novo professor de historia? Pergunta Sarah

— Sim. Respondo tentando por entusiasmo na resposta.

— Eu o achei um porre. Prefiro a Srta Nancy. Responde Aaron enquanto come algumas batatas.

— Você sempre prefere professoras a professores. O interrompo

A conversa flui entre Aaron e Sarah, enquanto Samantha tenta acompanhar, me desliguei e observei o que estava acontecendo no refeitório.

O refeitório é espaçoso e totalmente branco, parece um hospital, tem muitas mesas estrategicamente colocadas, há muitos grupos espalhados, longe um do outro, acho que é essa hora que a as fofocas rolam e se dispersam.

— Vocês não sabem o que o Bryan fez com uma garota do 1 ano!! Fala Emily

Assusto-me quando percebo a presença de Emily.

Emily é uma garota do clube de jornalismo, ela é vizinha da Sarah, um ano mais velha que a gente. Apesar de ser considerada bonita, tem os cabelos bem encaracolados quase sempre soltos a pele bem clara e curvilínea, ela também é considerada uma das mais chatas da escola, mas todos gostam das fofocas que ela transmite.

— O que ? Ele pegou outra garotinha? Fala Aaron rispidamente

Aaron não gosta muito do Bryan, só por que a Sarah tem um tombo por ele.

— Isso! E o pior dizem que ela é filha de um pastor. Fala Emily exaltada

— Não acham que estão exagerando? Isso é um rumor feito por pessoas que não tem o que fazer. Indaga Sarah visivelmente incomodada.

Emily fica meio sem jeito e v ai em direção a outra mesa.

Toca o sinal e sou puxada por Aaron em direção a saída.

— Vamos indo , descobri que não teremos a próxima aula então teremos que planejar o que fazer.

Truoommm

Ouvimos um grande trovão.

— Não acredito!! Tem que chover logo hoje?? Grita Aaron para todos ouvirem.

— Mais baixo você não esta em um zoológico, apesar da semelhança. Falo enquanto do um leve soco em seu ombro.

Nos dois rimos.

— Por que você não se declara agora?

— Eu não conseguiria. Eu preciso saber o que eu irei falar. E também precisava de um lugar sem platéia.

Quando temos Educação física, nós ficamos atrás da arquibancada dormindo. Então ninguém nunca nos incomoda.

— Humm então o que pretende fazer?

— Amanha!!! Isso será feito amanha!!!

— Você falou igual a um vilão, só faltou a risada maléfica!

— Muaahahahahaha!! Assim?

Rio enquanto me despeço

— Vou dormir até o final desse tempo. Aviso para ele enquanto dou um bocejo forçado.

— Bem que eu queria! Mas tenho alguns celulares para invadir até o final do dia.

Despeço-me dele, vou até um sala meio abandonada onde estou acostumada , ajeito uma cadeira e durmo.


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