Para sua surpresa, Dean estava novamente no Sol.

E Luki estava ao seu lado. Ajoelhado no chão. Os olhos abertos, mas opacos. Parecia incrivelmente fraco. Só parecia ainda se manter daquela maneira porque algo invisível o mantinha assim. Ao seu redor, a grama apodrecera.

Não parecia o Luki de alguns minutos atrás, que se mantinha firme mesmo vendo que o melhor amigo estava prestes a morrer.

Ao notar aquilo, Dean sentiu um nó se formando em seu estômago.

Mesmo que estivesse sendo controlado por Pandora, aqueles ainda eram os poderes de Jake. Por muito tempo, ele acreditara que os poderes do plutoniano não eram nada mais do que se teletransportar pelas sombras ou solidificá-las, no mundo real. Mas, pelo visto, eles se estendiam muito além do que aquilo.

– Pelo visto, soldadinho de porcelana, você não conhecia Jake tão bem – a voz de Pandora fez com que ele sentisse um arrepio e se virasse instantaneamente para ela. Ou melhor, para Jake.

Dean não respondeu. Seus músculos ainda estavam tensionados, preparados para a batalha. A armadura já não parecia tão pesada quanto antes.

– Pandora, você causou destruição demais – a voz de Dean soava incrivelmente poderosa – Está na hora de pagar pelo que fez!

Θ

Brianna estava simplesmente surpresa.

As avenidas centrais, os pátios, as árvores, o próprio Templo do Sol, a morada de toda a linhagem dos reis do astro-rei durante séculos estava sendo incendiados... E, o que era mais intrigante: Savanna estava lutando com o seu pai?

Por que ela estava fazendo isso? Brianna até mesmo poderia perguntar, se Sierra já não tivesse lhe respondido aquelas perguntas.

Pandora havia possuído Hélio, assim como possuíra Jake. Ela havia potencializado os poderes do rei a níveis extremos. Pandora estava tentando matar Savanna... Pelas mãos de seu próprio pai.

Mas era justamente aquilo que estava acontecendo agora. Na guerra que eclodira por todos os planetas nas últimas horas, Pandora – a mãe – não estava poupando esforços para matar os seus filhos.

E, novamente para sua surpresa, antes que pudesse se introduzir na luta, pôde ouvir um grito agudo de Drake. O garoto estava do lado de Savanna, usando uma espada para a defesa, quando Hélio o segurara pelo pescoço e, então, algo estranho acontecera...

Uma espécie de névoa esbranquiçada saiu da boca do rei em direção à boca de Drake. Os olhos de Drake brilhavam com mais força enquanto os olhos de Hélio se tornavam opacos.

Em instantes, o corpo de Hélio se envergou para a frente, contorcendo-se de dor. Antes que Savanna pudesse pensar em ajudá-lo, uma voz ecoou por todo o lugar. A voz de Drake.

– Savanna, morra!