Vi que Pedro estava lá, todo desajeitado e com as ferramentas ao seu redor, vestindo seu agasalho vermelho e calça de moletom.

– Pedro!!! Qual é o motivo de o senhor estar aqui?! Só acho q você não deve entrar na garagem dos outros sem permissão e...

Ele foi chegando cada vez mais perto de mim, andando como um gato sobre o telhado e antes de eu terminar a frase ele sorriu e me beijou. Eu não queria mas acabei envolvida naquela sensação que se espalhava pelo meu corpo todo. Coloquei meu braços ao redor do pescoço dele ao mesmo tempo que ele envolveu minha cintura com suas mãos firmes e fortes. Ficamos trocando beijos até eu acabar com a diversão.

– Pedro, a gente não pode se atrasar para chegar na escola. E eu ainda estou chateada por você ter entrado aqui sem permissão. Me assustou sabia?

– Desculpa Kat, só queria fazer uma surpresa pra você e te dar um bom dia realmente bom.

– Espero que você não tenha dormindo aqui só para fazer essa bagunça que está agora.

– Verdade, desculpas também pela bagunça que acabei fazendo e não, não dormi aqui. Vim de casa até aqui mais cedo. Mas se quisesse que eu tivesse dormido aqui, deveria ter me ligado ou algo do tipo porque não leio pensamentos.

– Tá bom, moço-que-adora-tentar-me-impressionar, vamos logo se não perderemos a primeira aula.

Virei de costas para ele e comecei a andar.

– Ei.

– Que foi? Só estou andando. Se você não aguenta meu ritmo não vou conseguir te carre...

Ele me puxou pela cintura e me deu mais um selinho.

– Você fala muito sabia Kat?

– Você está muito carente hoje senhor romantismo, vai ficar com as menininhas da saida da escola.

– Acho que você esqueceu do que eu te disse ontem. Não vou te trocar por nada nem ninguém e sempre estarei aqui por você - Disse ele com uma voz decidida mas meio variável entre agudo e grave. Puberdade.

– Para com isso vai, a gente tem que correr pra chegar a tempo agora.

Começamos a fazer uma caminhada mais rápida, achando que conseguiríamos chegar a tempo de pegar a primeira aula. Acabamos não vendo Clara e Max porque eles iam mais cedo para a escola e como eles estavam namorando, já criamos hipóteses para tudo o que poderia acontecer com eles. Chegamos e o portão estava novamente quase se fechando mas, por um fio de cabelo, nós dois conseguimos passar e fomos correndo para nossa sala. O professor já tinha trancado a porta mas em vez de irmos para baixo esperar a segunda aula, Pedro disse:

– Kat, se esconde ali, na planta perto da porta.

– Pedro, mas porque eu preciso fazer isso? Vamos lá pra baixo e depois a gente entra.

– Por favor Kat, quero testar uma coisa.

Fui atrás do vaso, que de tão grande quase cabia uma de mim lá dentro, e fiquei esperando o que Pedro ia fazer. Ele chutou a porta, batendo com um estrondo e a professora, para variar a de português, começou a gritar e foi correndo atrás do Pedro enquanto eu entrei e sentei no meu lugar como se nada tivesse acontecido.

– Menina, o que foi isso? Por que Pedro fez isso com a porta? Clara começou o questionário mais rápido que já ouvi mas nem prestei atenção pois estava concentrada se alguma coisa de ruim acontecesse com ele. Vi a professora e Pedro entrando na classe e que todos os alunos prestavam atenção.

– Da próxima vez que o senhor ousar fazer uma coisa dessas, vai levar suspensão e não vai entrar na minha aula!!

Pedro foi andando até a minha direção, sorrindo como fez na minha garagem. Com certeza não estava escutando nada do que a professora estava gritando. Acabei levantando quando ele estava chegando perto de mim é para minha surpresa e de todos que estavam ali, ele me beijou com a maior vontade que já presenciei.

– Essa é mais uma prova que não vou te abandonar, Kat.