Uma viagem ao paraiso escrita por drivig


Capítulo 5
Capitulo V




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O aloes foi aplicado outra vez na manhã seguinte, com a ajuda de Nora. Blair conseguiu colocar um dos vestidos, já que o corpo não ardia tanto. O dia ia ser longo, e ela não sabia muito bem o que fazer, já que não queria ficar exposta ao sol. Seriam vários dias até poder tomar sol outra vez. Mas ela seria mais prudente no futuro.

Entrou em silêncio na sala de jantar. Chuck já estava comendo, mas ergueu os olhos enigmáticos quando ela apareceu. Ela evitou a luz do sol que vinha das janelas abertas e sentou-se à mesa, ignorando o olhar de Chuck.

— Dormiu bem? — ele perguntou.

Blair fez que sim com a cabeça, sem tirar os olhos do café.

— Como está a queimadura esta manhã?

— Ainda arde, mas está um pouco melhor. Pelo menos consigo me sentar.

Quando ia alcançar a travessa com as frutas, Chuck ergueu-a para ela, roçando de propósito as mãos.

O coração de Blair acelerou e ela ergueu os olhos para encará-lo. Por segundos intermináveis ela sentiu o tempo parar. Afastou então os olhos e pegou uma manga, quase que em câmera lenta.

Nunca se sentira tão perturbada diante de um homem, em toda sua vida. Estava atenta a cada movimento daquele corpo másculo. Podia ouvir a respiração, sentir o peito peludo subir e descer, imaginar o perfume que exalava por todos os poros.

De relance, percebeu que ele a encarava, como se soubesse todo o efeito que sua presença lhe causava. Fingindo que estava com fome, abaixou os olhos e devorou a fruta. Mas nada tinha sabor, nem o café, nem a manteiga, nem os pãezinhos quentes de Nora. Casualmente, ainda olhou-o por mais duas vezes enquanto comia, e deu de cara com as pupilas ofuscantes de Chuck. Era de perder a cabeça!

Sentiu que não podia continuar. Os nervos estavam à flor da pele.

— Quando terminar o café, encontre-se comigo em meu estúdio — Chuck disse, levantando.

Ela ficou em silêncio, com medo que a voz não saísse. Sentiu como se tivesse corrido uns vinte quilômetros. Encostou-se na cadeira e relaxou por alguns instantes. Era melhor tentar controlar-se e não fazer papel de boba diante de Chuck Bass.

De propósito, demorou o máximo que pôde à mesa, e tomou uma segunda xícara de café. Imaginou por onde os Humphrey andariam, e por que não haviam voltado. Simplesmente continuaram o cruzeiro, esquecendo que ela existia?

Quando achou que já havia transcorrido tempo suficiente, deixou a sala de jantar. Afinal, não queria que Chuck percebesse como estava ansiosa para vê-lo.

Foi fácil achar o estúdio, que ficava do lado oposto ao seu quarto. Assim que entrou, reparou na maravilhosa vista proporcionada pelas enormes janelas: o belo jardim e ao fundo o Pacífico. A esquerda ficava a escrivaninha de Chuck, os arquivos, o computador, e muitas estantes de livros. À direita, mais livros e um par de poltronas. Abandonada a um canto, uma televisão colorida.

— Já terminei o café — ela disse ao entrar.

Chuck levantou-se e deu a volta na escrivaninha. A aproximação fez Blair tremer. Ela deu alguns passos à direita, fingindo examinar alguns livros. Mas os movimentos de Chuck, as pernas fortes e os músculos poderosos dos braços e ombros, faziam-na ter consciência total de seu desejo. Ela gaguejou, e lançou um olhar nervoso sobre o ombro.

— O lugar é muito agradável: essa vista bonita, todos esses livros. Me lembra uma biblioteca. Que maravilha poder admirar o mar enquanto se trabalha ou lê um bom livro.

Estava desapontada consigo mesma. Agia como uma adolescente.

Chuck sorriu, quase vibrando com o desconforto dela.

— Está gaguejando. Nervosa?

— Não. Por que estaria?

Ele estava bem próximo agora. Blair teve que jogar a cabeça para trás para encará-lo. Estava perto demais; ela quis sair dali, mas agüentou firme. Não daria esse gostinho a Chuck.

Abriu a boca, pronta para dizer-lhe que não estava nem um pouco perturbada com aquela situação, mas parou antes que as palavras escapassem.

Chuck tinha razão. Era uma bobagem reagir daquela maneira, e não precisava ser rude.

— Sim, acho que tem razão — ela confessou, para deleite do outro.

— Estou surpreso que tenha concordado com algo que falei.

— Não costumo concordar, não é? Mas, quando uma pessoa tem razão, não há como negar. Onde comprou todos esses livros? — Blair ergueu os olhos, satisfeita por iniciar um assunto.

— Alguns eu trouxe quando visitei outras ilhas, outros encomendei.

Mas, de repente, ele pareceu furioso.

— Pare com isso! — ordenou.

Blair arregalou os olhos.

— Parar com o que? Estava escutando. Você falava sobre os livros.

— Se não parar de me olhar desse jeito vou achar que quer ser beijada outra vez — disse, com um tom ameaçador.

Blair desviou o olhar, chocada ao perceber o quanto desejava que ele realmente a beijasse. Algo a atraía para aquele homem. Devia ser a mágica das ilhas. Encarou-o outra vez, observando os movimentos da boca enquanto falava, lembrando-se do toque quente de seus lábios. A voz era profunda e sedutora. Blair mal ouvia o que ele falava. Sentia-se totalmente perdida naquele momento.

— Blair, estou lhe avisando!

Ela virou-se de costas e começou a observar os livros nas estantes. Afinal, se insistisse, só reforçaria a falsa opinião que Chuck tinha sobre ela.

Passou a ler os títulos e ficou surpresa com a variedade de estilos. Havia vários livros sobre agricultura, doenças e flores tropicais, o que já era esperado. Mas havia também policiais, livros de mistério e uma estante inteira com romances.

— Você não parece o tipo de pessoa que goste de histórias de amor — ela murmurou, puxando um livro da estante.

— Esses são de Nora; ela adora esse tipo de história. De vez em quando eu encomendo alguns novos, mas ela gosta de reler os favoritos.

Agora, Chuck estava trabalhando em sua escrivaninha, e prestava pouca atenção no que falava.

Blair continuou a estudar o aposento, e focalizou um porta retrato: uma mulher, um homem e dois garotos. O mais jovem era muito parecido com Chuck.

— Sua família? — ela perguntou.

— Sim.

— Nunca pensei que tivesse uma família — comentou em seguida, sem querer.

Chuck ergueu os olhos.

— O que você pensou? Que eu nasci de um ovo?

Blair sorriu e balançou a cabeça, fingindo meditar.

— Bem, acho que não, mas você parece tão fechado que nunca imaginei-o convivendo com seus pais. Onde eles moram?

— Meu pai mora na ilha Grande. Minha mãe está vivendo na Europa com seu atual marido. Esta fotografia é muito antiga. Depois que se separou de meu pai, foi casada mais umas seis ou sete vezes. Sempre procurando mais. Mais dinheiro para se divertir mais. Sempre insatisfeita, nunca quis parar e construir algo, só importava ter diversão vinte e quatro horas ao dia. — E observou Blair por um instante, depois abaixou os olhos. — E você, tem pais?

— Claro. Um pai e uma mãe. Ainda são casados e moram em Des Moines. Costumo vê-los no Natal. De vez em quando passo o verão lá. Tenho também duas irmãs. Sou a caçula.

— Sou o segundo filho. E não tenho irmãs.

Chuck voltou-se para os cálculos em cima da mesa, ignorando a presença de Blair. Mas ela percebeu que aprendeu algo importante. A mãe de Chuck não morava na ilha, assim como Melissa também não quisera viver lá. Será que ele acreditava que nenhuma mulher gostaria de viver naquele paraíso?

Passou a observá-lo trabalhando, desejando dizer algo que o interessasse, que o fizesse conversar com ela, fazer com que a achasse fascinante, mais fascinante que os papéis sobre a mesa.

Sentou-se em uma das poltronas e abriu um livro que escolheu.

De vez em quando, erguia os olhos e encontrava Chuck observando-a. Ela sorria e voltava ao livro, achando cada vez mais difícil manter a seqüência da história. A presença física de Chuck a perturbava. Afinal, ele não deveria estar dando ordens aos funcionários, na fábrica?

Algum tempo depois, Blair sentiu que ele a observava com maior intensidade. Dessa vez, ergueu os olhos para encará-lo, ainda permanecendo em silêncio.

— Você esteve calada por mais de duas horas — Chuck comentou, com uma expressão reservada.

— Você está trabalhando — replicou Blair.

Chuck balançava na cadeira, brincando com a caneta.

— Não é muito comum.

Ela balançou a cabeça.

— Na verdade, é bastante simples. Eu tinha algo a fazer, e você estava trabalhando. Lembre-se, não pretendo perturbar sua vida — brincou.

Chuck olhou-a de lado, meio desconfiado, mas sorriu.

— Há várias maneiras de uma pessoa atrapalhar outra. Conversar não é apenas uma distração. — E ergueu-se de repente. — Vou até o cais. Fique aqui, se quiser.

Pegou um relatório e saiu do estúdio, sem mais uma palavra. Como se estivesse até bravo.

Blair acompanhou-o com os olhos até a porta. Por que parecia bravo? Ficara entretida com o livro, e não incomodara em nada. Será que simplesmente não suportava ficar com ela no mesmo recinto tanto tempo?

E aquele beijo da noite anterior? Largou o livro no colo quando lembrou-se daquela sensação, o beijo ao luar. Pensar naquilo fazia o coração acelerar, os lábios tremer e um impulso de desejo percorria seu corpo.

Ela sorriu com aquela lembrança. Gostaria de vivenciá-la outra vez. Mas ele só reagia à luz do luar. Conseguiria levá-lo outra vez até a sombra da lua? Será que nunca seria amigável à luz do dia?

Voltou ao livro, querendo que a vida real fosse tão previsível quanto o romance que estava lendo.

A tarde caiu uma forte chuva. Em um minuto, o céu passou de ensolarado e quente a escuro e nublado. Um temporal inundou o pátio, o jardim, e fez enorme barulho no telhado. Nora correu para fechar as janelas, e logo ficou quente e abafado dentro de casa. Blair foi até a porta da frente, e observou durante longo tempo o vento balançando as plantas da varanda.

O temporal não demorou muito, e foi embora tão rápido quanto chegara. Estava um pouco mais fresco depois da chuva e o céu voltou a ficar azul.

Chuck não apareceu para o jantar naquela noite. Blair fez a refeição na sala de jantar, mas lia uma história sobre o Havaí ao mesmo tempo, e nem sentiu falta da presença do dono da casa.

Ficaria contente se passasse o resto da estadia naquela biblioteca. Era variada, e a grande maioria dos livros era recente. Após terminar a história, queria ler o livro sobre a vida dos agricultores e pescadores nas ilhas.

Nora saiu logo após o jantar e Blair ficou sozinha na casa. Ela acendeu as luzes da sala de jantar e leu mais um pouco. Quando sentiu sono, decidiu ir para a cama.

A porta do quarto de Chuck estava aberta. Ela não sabia qual era o quarto dele até a noite anterior. Curiosa, imaginou como seria aquele aposento. Parou no meio do corredor, indecisa. Afinal, não teria nenhum pDanlema se desse uma olhadinha. Olhou para trás, certificando-se de que não havia ninguém por ali. Caminhou então até a porta, parando antes de entrar.

O quarto de Chuck era mais ou menos do mesmo tamanho que o seu, mas a cama era maior e a mobília toda de madeira escura. As janelas enormes davam acesso ao mesmo pátio.

Blair deu mais alguns passos e entrou de vez. No criado-mudo havia um livro: um policial, ela percebeu quando se aproximou para ler o título. O quarto estava bastante limpo e arrumado, o que indicava que Nora deveria encarregar-se da limpeza. As luzes estavam apagadas mas as janelas para o pátio estavam abertas, e o ar fresco da noite era convidativo.

Deveria ser muito bom viver em um lugar onde não era preciso preocupar-se em trancar portas ou janelas, Blair imaginou, observando o ambiente.

— Gostaria de passar a noite aqui comigo?

A voz era de Chuck.

Ela virou-se rápido, com o coração pulando. Ele estava na porta, encarando-a com um olhar frio. A expressão era insolente, e ele a observava de cima a baixo. Outra vez Blair lembrou-se da pose de um pirata.

— Só queria conhecer um pouco mais da casa — disse, com a boca seca. Estava vermelha de vergonha. Queria sumir dali naquele instante, e ir correndo para seu quarto.

— Poderia ter pedido para Nora dar uma voltinha com você. Tenho certeza de que faria isso com prazer.

Chuck deu mais um passo e entrou no quarto, batendo a porta com raiva. Os olhos não paravam de encará-la.

Blair permanecia sem se mover, apesar de ter vontade de sair correndo. E o que impediria que ele a agarrasse naquele instante?

— A porta estava aberta...

— Quase sempre está. Quando não tenho convidados, não deixo fechada.

Ele deu outro passo.

Blair cruzou os braços com o livro na mão, tentando proteger-se, observando-o se aproximar passo a passo, lentamente. Em que ele estaria pensando? Realmente acreditava que queria passar a noite lá, com ele? Ou estava tentando embaraçá-la de propósito?

Por um instante a imagem dos dois juntos passou pela cabeça de Blair, e ela deu uma rápida olhada para a enorme cama.

Os olhos de Chuck tinham uma luz que ela não notara ainda. Antes que pudesse pensar, ela deu um passo atrás, na direção das janelas abertas.

— Sinto muito, Chuck — gaguejou. — Não deveria ter entrado. Só queria conhecer um pouco mais da casa. Eu... boa noite.

Mas, antes que pudesse escapar, a mão de Chuck agarrou-a pelo braço. Ele puxou para junto de si, com força e decidido.

— Seria uma vergonha você ir embora agora, Blair. O que mais você quer ver no meu quarto?

— Só queria dar uma olhada na decoração. É muito bonito — disse, meio sem jeito, ante o olhar intenso de Chuck.

— Não sei quem você é, Blair, ou o que está querendo. Você se insinua, e depois quer fugir.

— É melhor eu ir embora — ela quis escapar, tentando afastar-se de Chuck.

Mas não conseguia se mover, não conseguia tirar os olhos daquele homem sedutor. Os dedos firmes acariciavam gentilmente suas mãos e lentamente ele inclinou a cabeça para beijá-la. Sem se controlar, Blair ergueu a cabeça para encontrar-se com ele. A boca de Chuck era firme e familiar. Com um leve gemido, ela cedeu aos encantos de um abraço amoroso.

As mãos de Chuck desceram pelas costas de Blair, que já nem ardiam mais diante daquele toque suave. Ela aproximou-se, saboreando a pressão do peito musculoso, as pernas fortes roçando as suas. Levou as mãos até a nuca de Chuck, e acariciou os finos cabelos queimados pelo sol. A pele era quente e suave, e Blair deliciou-se em fazer aquilo que tanto desejava.

Chuck abandonou a boca de Blair e beijou-a ardentemente pelo pescoço e nuca, enquanto ela gemia de prazer.

— Vai passar a noite comigo? — ele perguntou, suavemente.

Como quem desperta de um sonho, Blair deu um passo atrás. Os seios estavam arrepiados de desejo, e ela percebeu que era a primeira vez na vida que sentia-se daquela maneira, com tal intensidade. Seria fácil dizer sim, e seria maravilhoso uma noite de amor com Chuck.

Mas Blair não podia ceder.

— Não... não posso.

Deu mais um passo atrás, e Chuck soltou-a sem protestar.

Ela deu as costas e saiu do quarto.

Já em seu próprio aposento, ficou de pé por alguns momentos, imaginando se ele viria atrás dela. Desejava intensamente que Chuck fizesse isso, mas tinha medo. Sentia-se muito atraída por ele. Afinal, quem não sentiria o mesmo? Era sexy, viril, atraente, um homem decidido e poderoso. Incrivelmente sedutor com os cabelos escuros e a pele queimada, em contraste com os olhos claros como o mar daquele paraíso.

Mas uma forte atração não significa necessariamente amor. E afinal, ele não ligava a mínima para aquela invasora de sua propriedade. Atração sexual, não importa quão forte fosse, não era suficiente para Blair. Ela queria amor, e amor tinha que ser algo recíproco.

Mas uma noite com Chuck Bass seria a glória!

Quando Blair levantou-se na manhã seguinte, sentiu-se bem melhor. As costas ainda estavam um pouco sensíveis, mas a dor e o desconforto haviam desaparecido. Tomou uma ducha e olhou-se no espelho. A pele ainda estava um pouco vermelha, mas gradualmente estava voltando ao normal. Talvez nem chegasse a descascar.

Colocou um vestido rosa e azul. Era um pouco mais comprido que os outros, e parecia feito sob medida para ela. O cabelo encaracolado enfeitava o rosto, os olhos estavam brilhantes. Uma bochecha estava mais bronzeada que a outra, mas ela faria um esforço para igualar a cor da pele nos próximos dias.

Chuck já havia terminado o café e saído quando ela entrou na sala de jantar. Mas ficou contente quando viu um chapéu e um bronzeador em sua cadeira. Havia um bilhete.

Use o chapéu se sair de casa. O bronzeador irá proteger sua pele.

Blair experimentou o chapéu. Era rosa e branco, e tinha uma aba grande, de brim. Uma beleza! Ela mesma não escolheria melhor. Onde Chuck o teria arranjado?

Tomou o café da manhã e foi até o estúdio pegar outro livro, este sobre mergulho submarino. Já havia lido muito durante as férias, enquanto estava no iate dos Humphrey. Queria muito mergulhar no Havaí. A água era clara e havia centenas de variedades de peixes e plantas, ideal para o mergulho. Quem sabe ainda teria uma chance.

Era agradável ficar sentada na varanda, sentir a brisa fresca do oceano, e ler seu livro, ou simplesmente olhar a paisagem. A brisa parecia mais forte que o usual, e a manhã passou rapidamente. Antes que percebesse, Nora trouxe uma salada de frutas e alguns bolinhos de almoço.

A tarde o sol esquentou bastante e Blair ficou em dúvida se deveria tentar ir à praia de novo. Dessa vez, iria bem protegida. Enquanto meditava, ouviu o motor do jipe se aproximando.

Observou enquanto Chuck virava a última curva e parava abruptamente em frente à varanda. Será que nunca dirigia devagar? Não parecia ser seu estilo. Ele desceu do jipe e caminhou na direção de Blair.

Ela ficou contente com a presença de Chuck, mais contente do que gostaria. “Calma, garota, não seria bom ficar apaixonada por esse homem. Ele não parece ligar para sentimentos desse tipo”, disse para si mesma.

— As ondas estão altas. Um grupo de pessoas está indo surfar. Quer vir também? — ele perguntou, puxando uma cadeira e sentando-se ao lado de Blair.

— Não sei surfar.

— Se quiser aprender, pode experimentar. Se não, pode ficar olhando.

— Estão indo agora, no meio da tarde?

— Claro; é o melhor horário. O vento está forte e as ondas ficam ótimas. O inverno é a melhor época para surfar. Vá colocar o biquíni; sairemos em poucos minutos.

Blair apressou-se para se trocar, sorrindo com o entusiasmo de Chuck. O homem carrancudo havia desaparecido. Parecia um garoto, preparando uma brincadeira divertida.

Colocou o biquíni e sentiu-se um pouco nervosa, pois a peça era mínima. Vestiu a parte de cima e desejou que fosse um pouco maior. Que bom seria se tivesse um Chuck para colocar por cima, pensou. Mas estava cm Manahakaloi, e não em Iowa, e no meio das férias. Resolveu vestir uma das camisetas de Chuck. Depois, pegou o chapéu e o bronzeador, uma toalha, e foi ao encontro de Chuck.

Ele já estava na varanda, de shorts e camiseta. Virou-se quando ouviu os passos de Blair. Os olhos viajaram pelo corpo, passando pelos seios e pelas pernas longas e sedosas.

Chuck pegou o bronzeador da mão de Blair e gentilmente virou-a de costas.

— Tire a camiseta para que eu passe o bronzeador. Você não quer ficar outra vez em chamas, não é?

Blair concordou, tímida e envergonhada. O biquíni era simplesmente mínimo. A parte de cima parecia duas tirinhas de tecido rosa-choque cobrindo seus seios fartos. Será que Chuck acharia seus seios grandes demais? A parte de baixo revelava quase tudo. Quando nadava, Blair tinha a impressão de que estava nua.

O toque suave dos dedos de Chuck era sedutor. A pele de Blair respondeu àqueles estímulos, pedindo mais. Poderia passar aquele creme por todo seu corpo, beijá-la novamente...

Mas resolveu permanecer firme, não ceder à fraqueza que invadia suas pernas, ignorar que o próprio coração acelerava as batidas. Respirar fundo, pensou.

Os dedos de Chuck dançavam pelas costas, espalhando o creme e fazendo carícias da cintura à nuca. Acariciava todos os poros, e foi abaixando os movimentos devagar até chegar aos quadris. Será que ele tinha idéia do tormento que estava causando?

— Aqui está. — E devolveu o vidro à Blair, afastando-se. — Acabe de passar e vamos embora.

Ela espalhou a loção pelas pernas e barriga. Sabia que ele a observava, e aproveitou sua chance, agindo de maneira sexy para que Chuck percebesse seu prazer. Imaginou se isso teria algum efeito naquele homem, mas não teve certeza.

— Pelo amor de Deus, termine isso e vamos embora! — exclamou Chuck, irritado.

Ela recolocou a camiseta, agarrou as coisas e, sem olhar para o lado, subiu no jipe. Estava satisfeita e realizada.


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