The Nightmare

Capítulo I

Foi desenvolvido um jogo de realidade virtual que se tornaria um sucesso, provavelmente o mais jogado em todo o globo. O seu nome seria The Nightmare e sua jogabilidade baseada no sistema simples de RPG, em que o usuário deve criar um personagem e jogar com ele para que se desenvolva até o nível mais alto: enfrentando vários desafios e diferentes monstros, realizando todos os enigmas e colecionando itens raros. O mundo em que se passam todas as aventuras chama-se Zara´c, os jogadores de nível mais altos se chamam Masters e se tornam donos do território onde se graduam no level mais alto, chamado de Check-level, o território que passaram a possuir deve ser guardado por eles para que outros jogadores não o conquistem, essa é a última missão de Zara´c. O jogo tem também torneios para manter os jogadores ativos, o vencedor ganha vários itens exclusivamente criados como prêmios para esse tipo de eventos.

- Kura você vai ao shopping hoje? - perguntou uma garota magricela e de voz irritante.

- Não. - respondeu uma garota de cabelos ruivos vestida com o mesmo uniforme que a primeira.

- Como assim, você não vai? - ela se surpreende.

- Eu tenho coisa melhor pra fazer hoje, Yumi. - respondeu olhando de soslaio e com um sorriso maroto nos lábios.

- Não me diz que... - ela olha pra cima - Já se foram 3 anos.

- Do que vocês estão falando? - se intromete um garoto usando óculos e o uniforme da mesma escola.

- The Nightmare, finalmente toda a equipe do meu pai terminou o jogo. - respondeu Kura.

- Nossa! Eu quero muito jogar-lo. Já foram 3 anos de espera.- fala Kei, o garoto de óculos,

- Tudo bem, você pode vir. - fala a magricela.

- Mas Yumi o jogo não é da Kura? Como é que você...

- Cala a boca, seu filho de chupa-cabra. Presta atenção imbecil! O jogo é da Kura, mas a gente vai jogar lá em casa. E é melhor você levar seu PC se quiser jogar. - manda Yumi, dando um soco no amigo.

- Ta bom, foi só uma pergunta se acalma. - ele pára e fica pensando - Vocês já chamaram os outros? - pergunta ele para Kura.

- Claro que sim! O Yuki, a Hibari, e o meu Keon. - os olhos dela brilhavam enquanto ela se tele transportava para o mundo ‘Keoma'.

- Ela não tem jeito. - comenta Yumi levando a mãe ao rosto.

- E por que vocês não me chamaram? - pergunta Kei batendo os indicadores e se acolhendo num canto escuro qualquer.

- Por que você se convidou antes, seu metido. - Yumi dá outro soco no garoto, nisso ela olha para trás e a amiga continuava na mesma pose e no mesmo lugar - Anda logo Kura! - grita ela - A professora já entrou em aula, acorda garota. - dá um tapa em Kura e leva um soco como resposta.

- Não é pra me bater, não. - fala Kura.

- Tchau garotas até depois da aula! - despedi-se Kei.

- Até! - falam as garotas.

- Só falta a Kura? -  pergunta Hibari, uma garota de longos cabelos loiros.

- Pois é. - responde Yuki, um garoto gordinho. - Só falta a dita cuja. - ele cruza os braços e se joga no sofá do quarto de Yumi. Um quarto enorme e todo rosa.

- Não falta só ela, -comenta Yumi - também falta o Keoma.

Todos os quatro jovens se olham e começam a rir.

- A Kura deve ta dando uns amassos nele. - diz Hibari.

- Bem faz ela. Eu queria ter um namorado, forte, lindo e rico. - os olhos de Yumi começam a brilhar e ela fica ‘viajando'.

-Com essa cara feia nem traficante de escravos vai te querer. - provoca Yuki.

-Cala a boca seu filhote de cruz-credo. É melhor ser gostosona como eu do que ‘tapa-ralo-de-caixa-d´agua'.

- Prefiro ter gostosura sobrando do que ser ossuda e esganiçada como você! - ele revida.

- Seu... - ela se irrita profundamente - Eu vou quebrar essa sua fuça gorda. - Os dois se atracam na porrada bem ali, no meio do quarto.

-Pessoal têm coisas mais interessantes do que brigar. - fala Kei inutilmente.

- Por favor, parem. - pede Hibari.

- CHEGA DE PUTARIA!- grita alguém. Todos param e olham pra janela. Era Kura com o namorado Keoma. Um rapaz bem alto e de roupas escuras. - Vai abrir a porta ou ta difícil.

Depois de aquilo tudo, juntaram-se ali mesmo no chão do quarto, fecharam todas as janelas para que ficasse escuro e montaram o PC de Kei. Plugaram os seus óculos de realidade virtual, usando um adaptador, pois eram precisas seis saídas. Mas não tinha problema pois o computador de Kei era o mais potente que conheciam, ele o havia comprado fazia duas semanas.

A instalação do jogo foi mais rápida do que previram, logo o grupo já estava assistindo ao filme de introdução, encenando algumas ações do jogo e apresentando as classes possíveis de se escolher para o seu personagem, como: Paladino(a), Bárbaro(a), Mago(a), Druida, Assassino(a), Necromante, Monge, Caçador(a) e outras. Depois disso uma tela tomou conta de suas vistas pedindo ‘login e senha', com o aviso abaixo "Este é um protótipo do futuro jogo, não será preciso cadastro. Escolham seu login e coloquem duas vezes a sua senha.".

- E qual vai ser o nome de vocês? - perguntou Keoma.

- É melhor nós colocarmos os nossos nomes, já que é só pra teste. - diz Kura.

- Affe... Eu queria usar um nome legal, um nome imponente e não ‘Kei'. - comenta Kei desanimado,

- Eu vou colocar o meu apelido pessoal, Hibari é muito comprido. - disse ela digitando "Hibi".

Após todos colocarem seus nomes e suas respectivas senhas a janela de login alterou-se mostrando um corpo assexuado, sem cabelos ou olhos e de pele acinzentada.

- Acho que temos que escolher os sexos. - disse Kei.

- Cara, parabéns você descobriu a América. - debochou Yuki.

Todos resolveram que seria melhor escolher o seu próprio sexo e que depois o personagem seria como bem escolhessem. Logo após a escolha do sexo, tinham de montar a fisionomia do rosto, contando com a cor dos olhos, dos cabelos e etc... Logo depois a cor da pele, a altura, - e o tipo físico. A parte física dos personagens havia acabado agora vinha a parte técnica.

- Qual a classe que vão escolher? - pergunta Kura antecipadamente.

- Eu quero ser caçadora. - responde Yumi.

- Acho que ninguém vai poder escolher. - fala Keoma - Por que aqui na minha tela, ao menos, tem um aviso dizendo o seguinte: "Este é um protótipo do futuro jogo, a classe não será escolhida pelos usuários. Ela será escolhida como melhor se adequar ás suas habilidades.".

- Isso não faz sentido! - protesta Yumi.

- Eu também acho sacanagem, por que fariam isso? - questiona Yuki.

- Não sei, mas faz parte. Já que nós estamos apenas testando. - responde Kura.

O próximo passo foi preencher a grade de habilidades próprias de cada personagem. Como força, destreza...

- Mas como é que nós vamos poder atribuir adequadamente as nossas habilidades se eu não vou saber a minha classe. - comenta Hibi.

- Não sei. - responde Kura.

- É melhor nós formarmos personagens neutros e ir atribuindo as habilidades ao longo do jogo. - opina Kei.

- Personagens neutros são pra perdedores. - fala Yuki.

- Pessoal eu não consigo atribuir nenhuma habilidade! -  comenta Yumi.

- Eu também não. - falam os outros.

De repente um aviso aparasse, "Esse é um protótipo do futuro jogo, e estamos testando um novo procedimento. As habilidades serão escolhidas conforme as reais habilidades dos jogadores.".

- O que isso significa? - pergunta-se Yumi.

- Eu não sei ao certo. - responde Kura.

- É simples. - fala Keoma.

- Eu também acabei de entender. - comenta Kei. - Foi por isso que não pudemos escolher as classes.

- Exatamente. - concorda Keoma.

- Eu ainda não entendi. - fala Yumi.

- Significa que cada um de nós será avaliado pelo sistema do jogo e nossas habilidades serão o retrato das nossas reais habilidades. - explica Kei.

- Hein? - ninguém entendeu.

- Ele ta falando que nós iremos jogar com as habilidades que possuímos na vida real e a classe será escolhida de modo que combine com nossas habilidades. - fala Keoma.

- Agora até eu entendi. - comenta Hibari.

- E como é que ele vai fazer isso? - pergunta Yuki.

- Sei lá. - respondem os outros.

- Mas eu quero jogar, vamos lá? - pergunta Kura.

- Vamos! - falam todos.

Capítulo II