She Will Be Loved 2 escrita por Carol Munaro
Notas iniciais do capítulo
OOI! Boa leitura!
– Mas, moça, eu não quero algo cheio de frufru. - Falei pela milésima vez. A atendente da loja de joias tirou o dia pra me irritar. Não é possível!
– A sua noiva...
– Ela odeia essas porrinha. Eu conheço a noiva que tenho. Tem que ser algo simples! E eu também não vou querer sair com a escola de samba pendurada no meu dedo. - Ela fez uma careta tentando ser discreta. - Quero essa aqui. - Apontei pra uma que estava em outro mostruário.
– Tudo bem... - Ela resmungou. Saí da loja e voltei pro escritório.
Após passar a tarde inteira em uma reunião, ainda tive que ligar pro meu pai pra ele ir ao jantar de noivado na casa da minha mãe.
– E a Brianna?
– Como se ela quisesse casar comigo... - Resmunguei.
– E a minha empresa?! - Se vira.
– Olha, se quiser ir no jantar vai, se achou ruim, não vai. Só faça o favor de avisar pra Bia e pra Emma. Tchau. - Desliguei e continuei meu caminho pra casa. Assim que entrei, já encontrei o casal do ano.
– Oi. - Falei e eles olharam pra mim sorrindo. - Vocês são dois safados.
– Obrigado. - Peter respondeu. - Mas por quê?
– Liguei pra minha mãe hoje. Sorte que eu não comentei nada sobre o baby de vocês.
– Eu não sei como falar pro meu pai. Ele surtou só de saber que vamos morar juntos! - April falou revirando os olhos.
– Acho melhor vocês contarem antes que a barriga "conte". - Peter riu baixo e April fez cara feia pra ele. - Sábado tem um jantar na casa da minha mãe.
– Sobre seu noivado e da Alice. Já to sabendo. - April falou. Arqueei uma sobrancelha. - Sua mãe ligou contando.
– Como as notícias correm... Tem o que pra comer, Peter?
– Nada. Só bolo. E pizza.
– De novo?
– Reclama não. Se não fosse por mim, nem isso teria. - April disse.
– Vou acampar na casa da Alice, então. Falou. Até mais. - Saí de casa escutando a risada do Peter.
(...)
– Surpresa! - Falei quando a Alice abriu a porta.
– Ahn… Oi. Por que não avisou que vinha?
– E perder a oportunidade de te pegar só de top e calcinha? Sem chance. - Ela riu e me puxou, fechando a porta, logo depois me beijou. - Trouxe comida japonesa. - Alice sorriu. Fomos até a cozinha. A casa dela era como se fosse um flat. Pequena, mas aconchegante.
– Marquei um jantar sábado na casa da minha mãe.
– Eu sei. Ela me ligou. - Franzi a testa.
– Ela não tem seu número.
– Ela pediu pra April.
– Ah… - Sentamos de frente pra bancada e começamos a comer.
– Vou chamar meu pai.
– Eu sei. - Ela não falou nada. - Que foi? Queria que fosse em outro lugar?
– Não. É que… Eu queria que minha mãe estivesse aqui. - Peguei na mão dela.
– Ela tá por perto, olhando você. Eu sei que você não acredita nessas coisas, mas… Dane-se. Eu acredito. - Ela soltou um riso discreto.
– Eu queria minha mãe no altar no dia do meu casamento. Do meu lado. Chorando e mandando você cuidar de mim direito. E não... Me "olhando". - Aproximei minha cadeira pra mais perto dela e a abracei, a fazendo ficar com a cabeça na curva do meu pescoço.
– Sinto muito por isso, amor. - Ouvi ela fungar. Vê-la assim me dilacera. - Vamos ver um filme de comédia pra ver se anima você. - Falei quando ela parou um pouco de chorar e a arrastei até a sala. Comecei a procurar por filmes.
– Qual?
– Não sei. Algum idiota o bastante pra te fazer rir. - Ela deu um sorriso de canto e eu dei um selinho nela. - Mas não vamos esquecer da comida! Eu to morrendo de fome! - Alice riu baixo e eu sorri.
(...)
Eu amava observar a Alice dormir. Pode soar clichê e grudento demais, mas é a verdade.
Ela se remexeu. Grudei mais meu corpo no dela e beijei o topo de sua cabeça.
– Eu te amo. - A ouvi sussurrar. Sorri.
– Eu também te amo.
– Adivinha o que eu fiz ontem.
– Bolo? - Perguntei rindo.
– Não, idiota. Eu escolhi meu vestido.
– Como é?
– Não vou falar. Comprei outra coisa também.
– O que seria?
– Roupas pra lua de mel. - Ela falou baixo.
– Uma bem sexy? - Alice assentiu rindo. - Que cor? Branca?
– Hm... Não. Preta. - Beijei o ombro dela.
– O que acha de experimentar uma hoje?
– É pra lua de mel.
– Eu falei experimentar. O que vier depois é lucro. - Ela olhou pra mim e sorriu.
(...)
– Não acha que marcamos muito em cima da hora? Tem muita coisa pra decidir ainda. - Alice perguntou enquanto eu dirigia. Tínhamos acabado de sair da igreja.
– Pra tudo se dá um jeito.
– Acho melhor a gente ver o buffet hoje, já que tiramos a manhã toda de folga.
– Você quem sabe. - Alice me indicou um e fomos até lá. Ela entrou enquanto eu estacionava o carro. Assim que entrei no local, vi praticamente um mundo paralelo dentro de um quadrado. Não era só o buffet, ali alugavam vestidos e roupa social pra homens, tinha prova de docinhos, até salão de beleza!
– Veio ver roupa pra padrinho? - Uma atendente perguntou pra mim.
– Não. Obrigado. - Ela me olhou de cima a baixo. Pigarreei. - Onde é o escritório pra alugar o buffet?
– Lá em cima. Mas a gerente tá mostrando o salão pra uma noiva e depois tem a mãe de uma aniversariante.
– Eu sei. A noiva é a minha noiva.
– Ah...
– Com licença. - Subi as escadas e bati na única porta que havia ali. Uma outra mulher, que parecia ser a gerente, me atendeu. Vi a Alice sentada com um livro nas mãos.
– Oi. - Falei e a Alice sorriu.
– É o meu noivo.
– Bom dia. Sou Lauren, a gerente do buffet. - Sorri e me sentei ao lado da Alice. A gerente começou a me explicar o que eles ofereciam a mais, quais os custos, formas de pagamento e esses caralhos todos. Ela também indicou alguns DJs pra festa. Estava quase fechado o contrato, mas o preço final (com todos os frufrus da Alice), quase provocou um ataque cardíaco em mim.
– Vamos ver tudo com calma. Qualquer coisa a gente volta. - Falei pra gerente. Alice me cutucou.
– Você não ouviu? É a única data disponível! E a gente ainda deu sorte porque foi uma desistência.
– Eu ouvi. Mas você não pode esquecer que seu futuro marido não é rico e que eu levei um golpe faz apenas alguns dias atrás.
– Podemos fazer um desconto. - A gerente falou.
– De quanto?
– Dez por cento.
– Aí, Andy! - Alice parecia uma criança num parque de diversões. Ri baixo.
– Tudo bem. Onde eu assino?
(...)
– Meu Deus! O bolo! Duas ou três camadas?
– Que? - Estávamos indo almoçar.
– O bolo.
– Camadas são as escadinhas? - Ela revirou os olhos.
– Tá. Pode ser. Duas ou três "escadinhas"?
– Sei lá. Não vou comer aquele.
– Tá. Duas pra ser mais discreto. - Ela começou a anotar algo em uma revista. - A lua de mel!
– Você comprou as roupas já.
– O lugar, Andrew. Eu to falando do lugar.
– Hm... Eu tinha pensado em China, mas eu iria passar fome, então não rola.
– Por que China? A história da filha da Deusa do Céu? - Ela perguntou sorrindo.
– É. - Lembrei daquele dia na Chinatown de New York. Sorri também.
– Não iria dar certo por causa da comida.
– Foi o que eu disse. Pensei em Tailândia. - Ela sorriu e depois ficou pensativa.
– E a grana?
– Parcela durante a vida toda e pronto.
– Eu to falando sério.
– Eu também to.
– Sabe que a culinária de lá também é exótica, certo?
– Sei. Mas não acho tão ruim.
– Já to pensando nas praias. - Olhei de relance pra ela.
– Só vai pra praia se eu for junto. Não quero nego olhando pra você, não.
– Era só o que faltava…
– Imagina a cara deles de inveja quando ver que você já tem dono.
– Imagina a cara das vadias quando te verem acompanhado.
– Só tenho olhos pra você.
– Acho bom mesmo. - Sorri. Ela mantinha a feição séria e eu tinha vontade de gargalhar.
– Tá com ciúmes do vento, meu amor?
– Não, idiota. - Ri. - Eu te amo, apesar de você ter rido da minha cara.
– Eu também te amo. - Beijei a mão dela de novo.
Acho muito louca essa coisa de procurar coisas pro casamento, tanto pra festa quanto pra igreja. É um acontecimento que vai mudar minha vida pra sempre. Não vou falar “eu a amo e sei que vai ser perfeito” porque não vai. Nunca é. Todo mundo tem esse frio na barriga. Todo mundo pensa no “será?”. O segredo da felicidade está aí. Está na pessoa ser corajosa o suficiente pra deixar toda uma vida pra trás e começar uma nova.
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Espero que tenham gostado e bom feriado! Beijos