She Will Be Loved 2 escrita por Carol Munaro


Capítulo 10
Preparations


Notas iniciais do capítulo

OOI! Boa leitura!



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– Mas, moça, eu não quero algo cheio de frufru. - Falei pela milésima vez. A atendente da loja de joias tirou o dia pra me irritar. Não é possível!

– A sua noiva...

– Ela odeia essas porrinha. Eu conheço a noiva que tenho. Tem que ser algo simples! E eu também não vou querer sair com a escola de samba pendurada no meu dedo. - Ela fez uma careta tentando ser discreta. - Quero essa aqui. - Apontei pra uma que estava em outro mostruário.

– Tudo bem... - Ela resmungou. Saí da loja e voltei pro escritório.

Após passar a tarde inteira em uma reunião, ainda tive que ligar pro meu pai pra ele ir ao jantar de noivado na casa da minha mãe.

– E a Brianna?

– Como se ela quisesse casar comigo... - Resmunguei.

– E a minha empresa?! - Se vira.

– Olha, se quiser ir no jantar vai, se achou ruim, não vai. Só faça o favor de avisar pra Bia e pra Emma. Tchau. - Desliguei e continuei meu caminho pra casa. Assim que entrei, já encontrei o casal do ano.

– Oi. - Falei e eles olharam pra mim sorrindo. - Vocês são dois safados.

– Obrigado. - Peter respondeu. - Mas por quê?

– Liguei pra minha mãe hoje. Sorte que eu não comentei nada sobre o baby de vocês.

– Eu não sei como falar pro meu pai. Ele surtou só de saber que vamos morar juntos! - April falou revirando os olhos.

– Acho melhor vocês contarem antes que a barriga "conte". - Peter riu baixo e April fez cara feia pra ele. - Sábado tem um jantar na casa da minha mãe.

– Sobre seu noivado e da Alice. Já to sabendo. - April falou. Arqueei uma sobrancelha. - Sua mãe ligou contando.

– Como as notícias correm... Tem o que pra comer, Peter?

– Nada. Só bolo. E pizza.

– De novo?

– Reclama não. Se não fosse por mim, nem isso teria. - April disse.

– Vou acampar na casa da Alice, então. Falou. Até mais. - Saí de casa escutando a risada do Peter.

(...)

– Surpresa! - Falei quando a Alice abriu a porta.

– Ahn… Oi. Por que não avisou que vinha?

– E perder a oportunidade de te pegar só de top e calcinha? Sem chance. - Ela riu e me puxou, fechando a porta, logo depois me beijou. - Trouxe comida japonesa. - Alice sorriu. Fomos até a cozinha. A casa dela era como se fosse um flat. Pequena, mas aconchegante.

– Marquei um jantar sábado na casa da minha mãe.

– Eu sei. Ela me ligou. - Franzi a testa.

– Ela não tem seu número.

– Ela pediu pra April.

– Ah… - Sentamos de frente pra bancada e começamos a comer.

– Vou chamar meu pai.

– Eu sei. - Ela não falou nada. - Que foi? Queria que fosse em outro lugar?

– Não. É que… Eu queria que minha mãe estivesse aqui. - Peguei na mão dela.

– Ela tá por perto, olhando você. Eu sei que você não acredita nessas coisas, mas… Dane-se. Eu acredito. - Ela soltou um riso discreto.

– Eu queria minha mãe no altar no dia do meu casamento. Do meu lado. Chorando e mandando você cuidar de mim direito. E não... Me "olhando". - Aproximei minha cadeira pra mais perto dela e a abracei, a fazendo ficar com a cabeça na curva do meu pescoço.

– Sinto muito por isso, amor. - Ouvi ela fungar. Vê-la assim me dilacera. - Vamos ver um filme de comédia pra ver se anima você. - Falei quando ela parou um pouco de chorar e a arrastei até a sala. Comecei a procurar por filmes.

– Qual?

– Não sei. Algum idiota o bastante pra te fazer rir. - Ela deu um sorriso de canto e eu dei um selinho nela. - Mas não vamos esquecer da comida! Eu to morrendo de fome! - Alice riu baixo e eu sorri.

(...)

Eu amava observar a Alice dormir. Pode soar clichê e grudento demais, mas é a verdade.

Ela se remexeu. Grudei mais meu corpo no dela e beijei o topo de sua cabeça.

– Eu te amo. - A ouvi sussurrar. Sorri.

– Eu também te amo.

– Adivinha o que eu fiz ontem.

– Bolo? - Perguntei rindo.

– Não, idiota. Eu escolhi meu vestido.

– Como é?

– Não vou falar. Comprei outra coisa também.

– O que seria?

– Roupas pra lua de mel. - Ela falou baixo.

– Uma bem sexy? - Alice assentiu rindo. - Que cor? Branca?

– Hm... Não. Preta. - Beijei o ombro dela.

– O que acha de experimentar uma hoje?

– É pra lua de mel.

– Eu falei experimentar. O que vier depois é lucro. - Ela olhou pra mim e sorriu.

(...)

– Não acha que marcamos muito em cima da hora? Tem muita coisa pra decidir ainda. - Alice perguntou enquanto eu dirigia. Tínhamos acabado de sair da igreja.

– Pra tudo se dá um jeito.

– Acho melhor a gente ver o buffet hoje, já que tiramos a manhã toda de folga.

– Você quem sabe. - Alice me indicou um e fomos até lá. Ela entrou enquanto eu estacionava o carro. Assim que entrei no local, vi praticamente um mundo paralelo dentro de um quadrado. Não era só o buffet, ali alugavam vestidos e roupa social pra homens, tinha prova de docinhos, até salão de beleza!

– Veio ver roupa pra padrinho? - Uma atendente perguntou pra mim.

– Não. Obrigado. - Ela me olhou de cima a baixo. Pigarreei. - Onde é o escritório pra alugar o buffet?

– Lá em cima. Mas a gerente tá mostrando o salão pra uma noiva e depois tem a mãe de uma aniversariante.

– Eu sei. A noiva é a minha noiva.

– Ah...

– Com licença. - Subi as escadas e bati na única porta que havia ali. Uma outra mulher, que parecia ser a gerente, me atendeu. Vi a Alice sentada com um livro nas mãos.

– Oi. - Falei e a Alice sorriu.

– É o meu noivo.

– Bom dia. Sou Lauren, a gerente do buffet. - Sorri e me sentei ao lado da Alice. A gerente começou a me explicar o que eles ofereciam a mais, quais os custos, formas de pagamento e esses caralhos todos. Ela também indicou alguns DJs pra festa. Estava quase fechado o contrato, mas o preço final (com todos os frufrus da Alice), quase provocou um ataque cardíaco em mim.

– Vamos ver tudo com calma. Qualquer coisa a gente volta. - Falei pra gerente. Alice me cutucou.

– Você não ouviu? É a única data disponível! E a gente ainda deu sorte porque foi uma desistência.

– Eu ouvi. Mas você não pode esquecer que seu futuro marido não é rico e que eu levei um golpe faz apenas alguns dias atrás.

– Podemos fazer um desconto. - A gerente falou.

– De quanto?

– Dez por cento.

– Aí, Andy! - Alice parecia uma criança num parque de diversões. Ri baixo.

– Tudo bem. Onde eu assino?

(...)

– Meu Deus! O bolo! Duas ou três camadas?

– Que? - Estávamos indo almoçar.

– O bolo.

– Camadas são as escadinhas? - Ela revirou os olhos.

– Tá. Pode ser. Duas ou três "escadinhas"?

– Sei lá. Não vou comer aquele.

– Tá. Duas pra ser mais discreto. - Ela começou a anotar algo em uma revista. - A lua de mel!

– Você comprou as roupas já.

– O lugar, Andrew. Eu to falando do lugar.

– Hm... Eu tinha pensado em China, mas eu iria passar fome, então não rola.

– Por que China? A história da filha da Deusa do Céu? - Ela perguntou sorrindo.

– É. - Lembrei daquele dia na Chinatown de New York. Sorri também.

– Não iria dar certo por causa da comida.

– Foi o que eu disse. Pensei em Tailândia. - Ela sorriu e depois ficou pensativa.

– E a grana?

– Parcela durante a vida toda e pronto.

– Eu to falando sério.

– Eu também to.

– Sabe que a culinária de lá também é exótica, certo?

– Sei. Mas não acho tão ruim.

– Já to pensando nas praias. - Olhei de relance pra ela.

– Só vai pra praia se eu for junto. Não quero nego olhando pra você, não.

– Era só o que faltava…

– Imagina a cara deles de inveja quando ver que você já tem dono.

– Imagina a cara das vadias quando te verem acompanhado.

– Só tenho olhos pra você.

– Acho bom mesmo. - Sorri. Ela mantinha a feição séria e eu tinha vontade de gargalhar.

– Tá com ciúmes do vento, meu amor?

– Não, idiota. - Ri. - Eu te amo, apesar de você ter rido da minha cara.

– Eu também te amo. - Beijei a mão dela de novo.

Acho muito louca essa coisa de procurar coisas pro casamento, tanto pra festa quanto pra igreja. É um acontecimento que vai mudar minha vida pra sempre. Não vou falar “eu a amo e sei que vai ser perfeito” porque não vai. Nunca é. Todo mundo tem esse frio na barriga. Todo mundo pensa no “será?”. O segredo da felicidade está aí. Está na pessoa ser corajosa o suficiente pra deixar toda uma vida pra trás e começar uma nova.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e bom feriado! Beijos