Percy Jackson e as alianças de Ouro escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Hello galera, perdoem-me pelo atraso de 3 dias, minha imaginação estava uma jeca, fora que passei o fds na casa da minha vovozinha, então ficou difícil escrever.

Esse capítulo é muito legal, me deixou com muita vontade de conhecer Londres, principalmente os museus, já que sou fascinada por historia e antiguidade.

Esse foi sem dúvidas mais um daqueles capítulo onde eu morro de tanto pesquisar pra não informar vocês sobre coisas erradas, então podem se assegurar de que tudo o que irão encontrar é de confiança e realmente está no British Museum.

Espero sinceramente que gostem, e se quiserem dar uma ajudinha no próximo capítulo, ideias serão lidas e talvez- se eu julgar coerente- aceitas.
Beijos no ombro e boa leitura.



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Liguei o motor, as pás rangeram mas começaram a rodar, nos afastando do ponto ao lado da ponte onde paramos. Annabeth olhou no mapa de Londres, procurando por lugares onde poderíamos ir em busca de Afrodite.

Londres era uma cidade enorme, cheia de ruelas e ruas apertadas. Para chamar a atenção de um deus, tem que se fazer algo realmente digno de ser visto, além de encontra-los de bom humor. Como Annabeth estava comigo, acreditava mais em minha sorte. Normalmente ela sempre tinha as respostas para as coisas e sempre dava um jeito de sairmos de uma situação ruim.

Ela correu os dedos pelo mapa e apertava os olhos para ler as letrinhas miúdas. Ela apontou para o National Gallery e o Sea Life London Aquarium e olhou para mim, perguntando o que eu achava.

–Já vimos água demais- comentei- Não acho que nenhum desses lugares são atrativos para uma deusa do amor.

–Ok- ela assentiu e correu os olhos pelo mapa de novo- Tate Modern?

Olhei para ela; pelo o que sabia de Londres, o Tate Modern era um museu de arte moderna feito pelos melhores arquitetos de todo o mundo. Sorri para ela, Annabeth estava tentando me convencer de conhecer os lugares que ela queria, e ao mesmo tempo procurar por Afrodite, mesmo que em lugares inadequados.

–Acha mesmo que Afrodite vai estar num museu de arte moderna?

O sorriso torto em seu rosto e os olhos percorrendo o mapa diziam que não.

–Na verdade, ela pode ser invocada em qualquer lugar onde tenha amor- ela apontou para mais um ponto no mapa- O Museu Britânico? É um lugar muito bonito e romântico.

–E como vamos fazer para entrar?- calculei a rota até o porto mais próximo para estacionar a lancha.

–Museus tem portões para entrega, como os de garagem. Podemos arrombar o trinco e entrar no depósito, mas o grande problema são as câmera...

Estávamos cada vez mais nos distanciando da Ponte de Londres e da Tower Birdge, numa velocidade consideravelmente alta, as ondas feitas pelo motor molhavam a lona e o piso da proa.

A luz do porto surgia como um ponto brilhante no escuro, cada vez mais próximo.

– Não vamos demorar muito, só temos que chamar a atenção de Afrodite e fazer com que ela apareça. Ai então trocamos o colar pelo nosso pedido.

Estávamos cada vez mais próximos do porto, mudei a roda e desliguei alguns painéis sem uso.

–Ouvi dizer que os Frisos de Parthenon e a Pedra de Roseta estão em Londres.

Os olhos de Annabeth se iluminaram.

–Queria muito vê-los, acho que seria um ótimo lugar para se invocar uma deusa.

–Em frente aos Frisos de Atena?

–Percy- ela apertou as têmporas- Obras de arte são muito românticas!

Paramos próximos a dois barcos corroídos e velhos no píer do porto, desliguei os últimos painéis e guardei as chaves no bolso. Recolocamos a lona e ajudei Annabeth a descer.

A madrugada e o silencio faziam de Londres uma cidade quase abandonada, seguimos as sinalizações que nos guiaram até o Museu, que como sabíamos, estava fechado e guardado por vigias.

Demos a volta até os portões salpicados com frestas, os trincos eram presos ao chão por pinos de construção, difíceis de serem arrombados por armas mortais, e as lacunas que as rodeavam, repleta de câmeras.

–Tudo bem, isso é errado- Annabeth se aproximou das câmeras- Mas vai ser como voltar aos velhos tempos- Fechei as mãos em conchas e a ajudei a subir até os fios que se escondiam atrás das câmeras, ela pegou contracorrente e cortou os fios e em seguida fez um pequeno corte dentro da caixa de onde estaria a memória, expondo a plaquinha que seria acoplada ao computador.

A coloquei no chão e voltamos ao portão, me abaixei até que o trinco ficasse em vista, com a ponta de Contracorrente abri o cadeado e o tirei da fechadura, subi um pouco para eu e Annabeth entrarmos agachados, então quando estávamos dentro do galpão desci o portão e fechamos do lado de dentro.

As luzes automáticas se acenderam e Annabeth deu um pulo ao meu lado, me puxando para trás de um caixote.

–São só as luzes...

–Shh!- ela me silenciou e apontou para a porta dos fundos, que dava para um corredor antes de entrar no Museu.

Ao lado da porta, segurando um grande molho de chaves e uma prancheta, um cara gordo cumpria seu turno rotineiro, dando uma geral nas caixas e nos utensílios que seriam colocados na próxima exposição.

–Se lembra de quando tivemos que pegar aquela pérola na coroa de Atena?- ela cochichou para mim, mantendo os olhos ligeiramente no segurança- Tínhamos doze anos.

Fiz que sim com a cabeça, me lembrando da nossa primeira aventura numa missão. Éramos praticamente desconhecidos, mas já trabalhamos como uma equipe.

–E agora aqui estamos nós de novo- Olhei para ela- Invadindo o museu de Londres.

–Parecemos duas crianças numa loja de doces, cumprindo nossas missões- Observamos o segurança fechar a ultima caixa e trancar a porta depois de passar.

–Me sinto um adolescente- Peguei sua mão e me levantei, dando uma olhada nas milhares de caixas e empilhadeiras espalhadas pelo enorme galpão- Está sentindo esse cheiro? É o cheiro do perigo!

Ela forçou um risinho sem graça- Só sinto cheiro de coisas velhas e produtos de limpeza.

Fomos até a porta olhando por cada corredor entre as estantes que passávamos, tendo a certeza de que estávamos sozinhos.

O cheiro de coisas velhas que Annabeth mencionara ficava cada vez mais presente quando nos aproximávamos de uma enorme estante de metal com a placa Obj. Grécia. Abrimos uma das caixas e demos uma olhada nas quinquilharias empoeiradas e cobertas por isopor.

–Vieram do Parthenon- disse Annabeth, vendo os detalhes de um vaso de cerâmicas com desenhos de frisos e deuses tocando os mortais com os dedos, e outras cenas, os castigando.

–Se parece mesmo com Atena.

Ela me deu um soco.

–Vamos terminar o que viemos fazer- Ela fechou a caixa e juntos fomos até a porta, que da mesma forma arrombamos com Contracorrente.

Quando entramos tivemos que dividir espaço com um monte de vassouras encostadas na parede ao lado da porta, os extintores e mangueiras de incêndio ficavam pendurados nas paredes á cada cinco metros uma das outras.

Percorremos o corredor tomando cuidado com as câmeras, que incrivelmente não encontramos por toda a extensão até a porta que finalmente dava acesso ao Museu Londrino.

A porta estava aberta- provavelmente porque o segurança esquecera de trancá-la. Entramos e observamos o movimento quase fantasmagórico da primeira sala, os objetos egípcios como múmias e esculturas de cabeças com grandes coroas e barbichas alongadas, como os faraós costumavam usar.

Tudo estava limpo, embora não pudéssemos ver os detalhes da limpeza como no chão e nos objetos, a luz que cercava os artigos expostos iluminava praticamente toda a sala.

Annabeth se aproximou de um caixão de vidro com algumas múmias deitadas, olhando para cima. Ela parou cinco passos de distancia delas, então ela apontou para o chão e para os fios quase transparentes de luz, os lasers de segurança.

–Cinco passos de cada exposição- ela alertou.

Observamos mais alguns objetos, admirando-os. Eram tão belos que a vontade de visitar dignamente o museu em seu horário de funcionamento era ainda maior. Haviam quadros e aquários com diversos tipos de desenhos em papiro, das antigas civilizações egípcias que acreditavam em seus próprios deuses, como Amon Rá, Set, Mênfis, Tebas, Geb, Nut, Hórus, Anúbis, Bastet, Sekhmet e outros nomes que não soube pronunciar nas discrições.

Todo aquele mundo e crenças em outros deuses que sequer citavam Zeus e os três grandes parecia estranhamente conhecidas, principalmente depois do meu contato com os deuses da terra do Nilo, através de um garoto chamado Carter Kane. Não chegamos a nos ver muitas vezes depois que fizemos o grande crocodilo, o filho de Sobek, virar um bebê lagarto.

Certa vez nos encontramos no metrô, ele me olhou e entrou no primeiro vagão que vira, sem dizer nada ou acenar. Seu trem ia para Boston, e tive a impressão de que Carter não tinha nada para fazer em outro estado.

O que mais gostei foi dos grandes homens com cabeças de cachorro na entrada, que dava muito o que imaginar da exposição lá dentro.

A próxima exposição também se tratava de antigas civilizações, mas desta vez uma mais atual, como as Chinesas e Japonesas, todas do Oriente.

As esculturas eram de deuses e homens gordos, cobrindo-se apenas por um pedaço de pano. Havia também Buda, mas não entendi a relação do mestre budista com a China, já que seguiam a religião politeísta.

–Não é Buda, Percy- resmungou Annabeth quando apontei para o gordinho com colares esquisitos- É um deus Oriental, seguido também na Índia e nesses países onde se segue castas.

A próxima fase da exposição era uma especial, chamada Shunga. Essa em especial era desnecessária e motivo de desgosto e desconforto de muitas mulheres. As obras eram basicamente pinturas de homens e mulheres tendo relações sexuais explicitamente, com seus órgãos expostos e detalhadamente pintados, para todos verem.

Annabeth fazia caretas enquanto observava as pinturas, claramente incomodada. Ela me empurrou para a porta onde penas e plumas gigantes faziam um arco cor de rosa.

–Desnecessário- resmungou ela- Ninguém precisa ver essas coisas...- Ela me olhou com interesse- Não é mesmo?

–Claro- concordei, dando valor á vida- Você tem toda a razão.

Ela me lançou um olhar de aviso e continuamos.

A sala seguinte era um tanto quanto interessante. Se antes vimos populações antigas, ou muito antigas como as do antigo Egito, agora iríamos ver uma das mais antigas exposições da humanidade: Os homens das cavernas e os nômades.

A entrada era escura como numa caverna, a pouca luz dava a impressão de que a única fonte era uma fogueira no centro de todos os artigos, como as ferramentas brutalmente esculpidas e desenhadas com pedras e barro, as vezes tinta extraída das arvores e frutas com cores fortes, como amoras.

Havia uma faca com o punhal cheio de desenhos de pessoas caçando uma espécie de servo, eles usavam lanças e a presa já ensanguentada tentava proteger seu filhote.

Fiquei á cinco passos do quadrado de vidro que protegia a faca. Era muito bonita, porém retratava a crueldade dos seres humanos da época, que mesmo se importando com os animais, não viam problemas em mata-los e separar os filhotes das mães.

Annabeth se juntou á mim e colou a mão em meu braço, compartilhando o sentimento de pena.

Um farfalhar de risadas ficava cada vez mais alto conforme nos aproximávamos da saída da terceira sala, os vestígios de luz que atravessava os vidros e a porta mostrava que não estávamos sozinhos.

–Abaixe- puxei Annabeth para trás de uma grande rocha com escritas na antiga língua primordial e morta, o Latim, juntamente com desenhos da civilização Nômade como mulheres, crianças e homens, todos juntos envolta de uma fogueira.

Dois seguranças com grandes barrigas que se sobressaiam á cima da calça conversavam enquanto um deles gesticulava com a lanterna na mão, fazendo a luz ziguezaguear pela sala, fazendo desenhos.

–Então quando cheguei em casa Lucy não havia feito o jantar, tive que pedir uma pizza- continuou dizendo o segurança com a lanterna.

–E as crianças não reclamaram?

–Lucy e as crianças já tinham jantado. Comi quase toda a pizza sozinho, e terminei hoje de manhã no café.

O outro cara reprimiu a risada e deu uma olhada na barriga do segurança ao seu lado.

– Por isso está tão bonito, Carlos.

O cara da lanterna acariciou a barriga sobressalente e sorriu.

–Me esforço muito para manter o tamanho desta belezinha.

Quando finalmente atravessaram o arco até a exposição Oriental decidimos que nossa visita ao passado já tinha terminado. Corremos até a entrada medieval com grossas correntes, armaduras segurando tochas acesas por pequenas lâmpadas alaranjadas e espadas grandes e pesadas, com lustres de ferro escuro e velas presas nos suportes.

A exposição se parecia muito com a antiga Inglaterra dos cavaleiros e caçadores de recompensas.

Infelizmente o potencial daquela sala não fora explorado como devia. Grande maioria dos objetos em exposição eram armaduras enferrujadas,pinturas de rostos e retratos da realeza e burgueses, algumas figuras do clero e camponeses durante o trabalho e as festas. Os versos e poesias como o Soneto e outras mais simples eram enquadradas e penduradas nas paredes, acompanhadas de vasos decorados ou feitos de barros, cestos de capim seco ou capim dourado, joias antigas recentemente polidas e jarros restaurados. Apesar de pouco iluminado, realçando o clima de antiguidade, não me senti confortável estando ali, então concordamos que não havia clima para nada romântico ali, então deixamos a exposição medieval para outra oportunidade.

As outras salas seguintes eram tesouros antigos da humanidade, como peças desenterradas da antiga Mesopotâmia, Babilônia, Antiga Pérsia e Palestina, além de peças Colombianas.

Percorremos todo o percurso mostrado no painel entre o corredor da antiga Pérsia e Palestina. O ponto avermelhado dizia Você está aqui, e onde queríamos chegar era Grécia e Roma, mas para isso teríamos que atravessar a exposição da alta idade média.

– Sabe o que faremos quando chegarmos lá?-perguntei enquanto entravamos no portal feito de madeira e correntes até a sala da Alta Idade Média.

Annabeth observou as pinturas iluminadas ao redor da sala, dando passos até ficar de frente á Napoleão Bonaparte.

– A única forma de se invocar a deusa do amor é com amor- Ela me olhou pelo canto do olho e sorriu- Só espero que seja suficiente.

–O que quer dizer com isso?

–Quero dizer que se não der certo, vamos ter que chamar a atenção de Afrodite- Annabeth caminhou até a pintura ao lado do famoso quadro de Napoleão- em outro lugar.

Parei ao seu lado e observei a pintura. Era uma mulher de cabelos castanhos presos atrás da cabeça, com uma criança vestida com roupas elegantes, provavelmente da realeza, ao contrário da mulher, que aparentava ser camponesa ou da classe operária. Ela dava de mamar ao bebê, e a forma que fora retratada, com um serviçal carrancudo atrás da moça dava a impressão de que ela estava sendo forçada a amamentar o filho do patrão.

– Não me importaria de conhecer outros lugares- comentei- Contanto que encontremos Afrodite ainda nesta...- imaginei o tempo lá fora, a madrugada escura se tornando dia- manhã.

Annabeth fez que sim e sorriu.

–Tem tantas coisas para ver que...

Ela parou de repente e me puxou para trás. Nos abaixamos perto de quadrado de vidro sobre placas de concreto pintadas e escutamos.

Eu não sabia o que estava acontecendo, perguntei para Annabeth num sussurro, mas ela me silenciou com o dedo indicador pedindo silêncio.

–Apareçam!- pediu uma voz feminina melodiosa- Sei que estão ai, amantes das artes!


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Notas finais do capítulo

Apostas? De quem será essa voz?

Galera, quero saber o que acharam, comentários? bjos.



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