Juventude em Crise escrita por Queen Of Darkness


Capítulo 3
Confidências




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- Vamos Beatriz. Acorda.
Sua vista ficara preta da luz do sol que batera em seus olhos. Ela os abrira e vira sua tia.
- Que horas são?
- 8h 30 min.
- Quê?- disse ela se levantando da cama de um salto.
- Você já deve ter perdido a primeira aula. - disse sua tia e Bia correu para o banheiro, quando estava pronta desceu com sua bolsa e comeu um bolo de chocolate na cozinha.
- Eu te levo de carro. - falou sua tia.
Sua tia tirou o seu carro da garagem, então Bia entrou. A universidade parecia ser bem distante da casa delas, pois elas passaram por vários quarteirões. O carro se aproximou de uma praça com um enorme gramado verde, e por trás das árvores se via uma grande construção de detalhes europeus com quatro andares. Bia se despediu de sua tia e atravessou o gramado entrando pela porta da frente da universidade. Havia um grande corredor com o piso de granito e vários murais, quando ela chegou perto da escada, uma mulher alta, magricela, de óculos brilhosos usando um paletó feminino roxo veio a sua direção. Quanto mais ela se aproximava, mais se percebia a deficiência em suas feições.
- Inspetora Carla. - falou Bia com um olhar de desagrado.
- A senhora também deu pra chegar atrasada?
- Foi só hoje.
- Começou hoje, amanhã vem também, e aí vira um vício. - disse a mulher, enquanto Bia olhava para os lados como se quisesse fugir do local. - Eu vou lhe perdoa dessa vez mais que isso não se repita...
- Pode deixar. 
- A senhorita só vai assistir aula depois do intervalo.
- Só depois do intervalo?! - indignou-se - Mas, vai demorar muito e eu tenho um trabalho pra apresentar...
- Lamento. - falou a inspetora afastando-se da garota e subindo as escadas.
Bia saiu da universidade, caminhou até o gramado e sentou de baixo de uma árvore para ler um livro. Quando a campa do intervalo tocou, ela atravessou o prédio e se dirigiu a uma lanchonete onde todas as mesas estavam a seu aberto, se sentou em uma próxima a um grande arbusto, logo as mesas foram todas lotadas e Gisele veio sentar junto a Bia.
- Oi.
- Oi Gisele. - disse Bia - O susto de ontem já passou?
Gisele acenou com a cabeça como se dissesse ‘sim’.
- Você viu o David?
- Não, por que a pergunta? - indagou Bia.
- Eu só queria agradecer, por ontem ele ter me salvado.
- E você adorou, não foi?
- Eu não tive culpa de ter caído na piscina. - disse Gisele rapidamente. - Você ‘ta insinuando que eu tenha feita de propósito, que adivinhei que David ia me salvar?
- Mas, bem que você gostou. - retrucou Bia observando Fred que estava no balcão da lanchonete conversando com Matheus e Rafa.
- Eu não sou minha irmã, pra afogar a mim mesma só para um macho me agarrar.
Bia riu.
- Isso é bem coisa dela mesmo. - As duas ficaram em silêncio por um instante. - O quê que você vê no David?
- O que metade das garotas notou.
- Ele não serve para você.
- As pessoas mudam, sabia? - retrucou Gisele, começando a ficar zangada. - E eu fiquei sabendo que na festa de ontem, com um monte de garotas bonitas, ele não ficou com nenhuma e...
Ela parara de falar por que no mesmo instante David apareceu, andando com uma ruiva, Bia fez uma cara de satisfação:
- É... As pessoas mudam - disse ela agora virando para ver a amiga que parecia desolada - E como você me explica, isso? 
Vendo que amiga não respondera e que seus olhos se encheram de água, quando a ruiva beijara David no rosto, Bia dissera:
- Ele não vai mudar de um dia para o outro. E você vai perder seu tempo esperando que isso aconteça. - Gisele continuou calada. - Eu não quero ser chata com você Gi, mas eu só estou tentando abrir seus olhos. Você é tão linda...
- Você acha isso mesmo? - perguntou Gisele ironicamente.
- Claro, a sua irmã, por exemplo, ela não já teve um monte de namorados?! E agora ‘ta namorando o Rafa que é um gatinho. Vocês são gêmeas idênticas, você é tão bonita quanto ela...
- E por que o David não quer ficar comigo?
- Por que o David... ele só fica com garotas... - Bia parara um pouco - Desculpa a expressão, “safadas” que nem a sua irmã.
- É... Acho que você tem razão, eu posso arranjar um namorado... Não tão bonito quanto ele, mas...
- Isso - apoiara Bia. - Mas dessa vez, pelo amor de Deus, não vai mudar de idéia.
Gisele concordara pensativa.
- Que foi?
- Sabe aquele garoto, o Michael?
- Aquele nerd bonitinho da oficina de teatro?
- Esse mesmo.
- Quê que tem?
- Ele se declarou pra mim.
- Mentira. - Falou Bia arregalando seus olhos. - E por que você não o namora?
- Aí já vai ser longe demais, eu nem gosto dele.
- Mas pode gostar... - disse Bia com uma cara de pidona. Gisele a repreendeu.
- Eu nem sei por que fui te contar isso.
- Além de super inteligente e fofinho, ainda por cima é artista...
- Bia, esse assunto morreu aqui. - impôs Gisele, olhando para duas garotas que passavam a sua frente, uma era magricela e tinha olhos orientais, a outra era menos magra com cabelo ondulado, grande e claro. Quando estavam próximas da mesa de Bia e Gisele, a japonesa falou alto:
- Por isso que estava sentindo um mau cheiro.
Bia olhara com raiva e dissera:
- Ninguém tem culpa se você não toma banho Yoko...
Um grupo de jovens góticos que estavam por perto riu. A japonesa parara e segurara o braço da amiga.
- Pelo menos na minha casa não tem ninguém que toma banho de cerveja.
Bia ia se levantando, mas Gisele interveio.
- Não liga pra essas cobras.
E as duas saíram. Fred depois de um tempo aparecera.
- O quê que foi?
- Era só a Yoko e a Daniela... enchendo o saco.
Fred ficara calado por três segundos então dissera:
- Vai ter um jogo de basquete às onze horas, contra os meninos da Universidade Federal, vocês podiam ir assistir.
- Não dá, eu tenho aula de Anatomia - disse Bia.
- Mas, nós temos aula de Economia, esqueceu? - falara Gisele a Fred.
- Verdade, só que eles me dão permissão para eu sair.
- Então, nós nos vemos depois! - exclamou Bia - E você me conta como foi o jogo. Ta?
- ‘Ta bom. 
- Boa sorte - desejara Bia a Fred, ele dera um beijo na testa dela e voltara a se reunir com Rafa e Matheus no balcão.
- Pena que eu vou perder esse jogo, já que eu tenho aula de Economia. - disse Rafael quando Fred se reuniu a eles.
- Que bom que eu vou faltar essa aula. - retrucou Fred.
- Eu não sei como você consegui só tirar notas boas se você detesta administração. - falara Rafael a Fred.
- É por que eu quero me formar logo! - exclamou o Fred observando que Ruan se aproximava - lá vem o pé frio.
- Que bom que ele não vai jogar, se é difícil vencer sem ele, imagina com ele... - disse Matheus, parando bruscamente de falar por que Ruan estava a poucos metros do balcão.
- Pessoal... Vocês nem sabem da novidade... - empolgou-se Ruan.
Fred, Rafael e Matheus olharam desconfiados.
- O quê...? - já ia continuando Matheus quando Ruan falara:
- O Bruno faltou e o Lucas teve que me colocar no lugar dele.

Matheus que estava bebendo refrigerante engasgou-se.

- Nós já perdemos. - sussurrou Fred sem deixar que Ruan escutasse.

- Não é demais? - perguntou Ruan, os outros garotos lhe deram um sorriso falso, como se tivessem gostado. - Nós vamos jogar contra a Universidade Federal, a melhor da cidade, vai ser muito legal.

Fred, Rafael e Matheus deram outro sorriso falso a Ruan. Depois que todos esqueceram essa horrível notícia e deixaram de falsidades com Ruan, eles voltaram a conversar, sobre as meninas, a festa de ontem, até que, a mesma garota que ontem dera um tapa em Ruan se dirigiu ao balcão ficando do lado do próprio, mas, fingindo que não o notara e Ruan fez o mesmo. Ela pedira um copo de refrigerante ao homem que atendia e Ruan agora puxava assunto com Matheus. Quando a mesma menina recebera seu refrigerante de laranja, Ruan sussurrou baixinho para os garotos “A siliconada”, só que para seu azar, ela parecia ter escutado, então se aproximou de Ruan e jogara seu refrigerante no rosto dele. Fred, Rafael e Matheus riram, zombando de Ruan.

Passaram-se dois minutos e a campa tocou novamente, avisando que a próxima aula já iria começar. Matheus se despediu de Fred, Rafael e Ruan, pois, tinha que ir para sua aula de hidráulica, já que fazia Engenharia. Fred, Rafael e Matheus faziam Administração e foram para o terceiro andar assistir aulas de Marketing. Essa aula da universidade era dada tanto para os estudantes de administração, quanto para os de moda. O professor de Marketing já era velho, careca e muito baixinho. Quando já eram onzes horas, um garoto alto, forte de olhos castanhos, cabelos cacheados e loiros aparecera na porta da sala.

- O senhor poderia liberar o Ruan e o Fred?

- Claro, a reitoria já tinha me avisado. - disse o professor os chamando.

Os dois se levantaram e Gisele que sentava atrás de Fred lhes desejara boa sorte, Rafael fizera o mesmo. Eles saíram da sala e se juntaram a o garoto de cabelos cacheados. Desceram até o segundo andar onde ficavam a área de Engenharia civil, Engenharia de Computação, Química e Física, foi o que confirmara uma grande placa na escada. Andaram 20 metros até uma porta, onde outra placa, porém, menor possuía os dizeres “Sala de Engenharia”. Novamente o garoto de cabelo cacheado da altura de Fred pedira permissão a outro professor para a saída de mais dois garotos. Depois de alguns segundos surgira à porta Matheus e David. Todos desceram em direção ao térreo onde se encontrava a sala dos professores, toda a coordenação e a reitoria, na mesma hora em que passavam pela mesma um homem alto, negro e magro, muito elegante em seu terno passara.

- Vão pro jogo? - perguntou o reitor e os meninos confirmaram com a cabeça. Saíram pela parte de trás da universidade, atravessando as mesas e a lanchonete, passaram por um pequeno gramado e logo se via para onde eles se dirigiam, havia um grande ginásio de Arquitetura moderna ao contrário da universidade que parecia bem tradicional. O ginásio era amplo e tinha uma enorme arquibancada, em um dos cantos estavam concentradas duas bandeiras uma do Brasil e a outro era vermelha e tinha o emblema da universidade. Eles desceram as escadas que ficavam debaixo da arquibancada, lá havia uma sala com vários armários.

- Os garotos da federal já chegaram Lucas? - perguntou Matheus.

- Não. O treinador vai trazer eles - disse, em tom frio, o garoto que buscara os meninos em suas salas. Eles sentaram em um banquinho e ouviram as dicas de Lucas que era o capitão do time, este falava com um ar de superioridade. Um homem de cabelos curtos e castanhos, um pouco calvo aparecera na escada dizendo que o outro time chegara, os garotos deram as mãos e depois saíram. Nas arquibancadas havia um grupinho de garotas risonhas torcendo pelo time da casa, quando o mesmo apareceu, elas entraram em delírio. Os meninos do time adversários eram bem mais fortes, porém, não tão altos quanto o de Lucas, nem tão bonitos. Além de meninas na torcida havia alguns meninos, a minoria.

Os primeiros dez minutos foram bem disputados e o time da casa estava na frente com a diferença de três pontos. Já no segundo tempo o jogo ficara totalmente empatado, dois pontos seguidos do outro para cada equipe, a única coisa que definiu a ultrapassagem do time adversário no placar fora que um dos meninos da Federal fizera ponto quando pegara a bola de Ruan que tropeçara em seus próprios pés. Lucas ficara furioso e o xingara, Ruan foi pra cima, mas o treinador apartou, pedindo que os dois se acalmassem. O terceiro tempo já começara tenso. A torcida agora vaiava o time adversário que marcara uma cesta de três pontos. Algumas garotas para apoiar o outro time, gritavam “Fred, Fred, Fred”, outras” Lucas, Lucas, Lucas”, gritavam apenas por Matheus quando marcava pontos e por Ruan quase nenhuma gritava, apenas uma que ainda tentou, mas, fora surpreendida por vários olhares de repreensão e então se calou, porém a mais visível era a torcida de David, composta por umas quinze garotas que suspiravam por ele, quando o mesmo sorria para elas, essa torcida fora bem culpada pela falta de atenção de David. Mas, o lance mais absurdo fora quando Lucas não vendo ninguém mais próximo teve que jogar a grande bola laranja para Ruan, este que estava distraído quando percebera que a bola vinha em sua direção já era tarde demais, e ela acertou toda sua cara fazendo com que Ruan caísse um pouco inconsciente. Os outros foram lhe ajudar, apenas Lucas que ficou de fora. Ruan teve que deixar o jogo e Lucas falara maldosamente na frente dele “Agora nós ganhamos”. Chegaram próximos de virar o placar a seu favor novamente, mas, não conseguiram.

Já havia se passado duas semanas desde aquele emocionante jogo. Era Semana Santa, em uma sexta-feira. Rafa estava em seu quarto fazendo um trabalho de sociologia no note book, quando ouviu uma zoada vindo de fora da casa, foi até a janela, onde espiou por uma brecha da cortina, vira o carro de seu tio que acabara de estacionar na rua. Rafa que já havia acabado seu trabalho, o salvou em um Pen Drive e saíra do seu quarto, passara pelo corredor e descera a grande escada que dava à porta de entrada. Quando estava no jardim, vira que seu tio tirara umas cinco malas grandes e lilás do carro, apesar de ter um grande porta-malas, ficara impressionado como couberam todas elas ali. Uma garota saiu do carro segurando uma mala igual às outras, só que menor. Usava um vestido bege, “da mesma cor de sua pele” e enormes óculos escuros em seu rosto. Seus cabelos estavam amarrados com um coque. 

- Sophie. - disse Rafa.

- Rafael. - falou ela, dando um sorriso forçado.

E ficou por isso mesmo, sem abraços e sem sentimentalidade. O tio dela era o único que parecia feliz com sua vinda, ele entrou rápido para dentro da casa, pedindo aos funcionários que pegassem as malas. Enquanto ele estava ausente, Sophie e Rafael não deram uma palavra, um com o outro. Ela fingia mexer em sua pequena malinha, para não deixar que esse silêncio se quebrasse, então Rafael deu meia volta e se dirigiu a entrada da casa, na mesma hora em que seu tio aparecera e pediu que Sophie entrasse. Ela logo se apressou para entrar, sem olhar para Rafa. Estava na sala de entrada quando olhou para esquerda e vira uma grande sala com uma lareira, olhou para o outro lado que havia uma sala de jantar e então, dissera:

- A casa não mudou nada.

Eduardo sorriu e os três subiram as escadas, enquanto dois homens saiam pela entrada, talvez para pegar as malas. Ele abriu uma porta onde havia um quarto cor de rosa e vários ursinhos em cima da cama, outros estavam ao lado de uma linda poltrona Branca. Sophie fez uma cara de desânimo quando olhara para a cama de solteiro.

- Seu quarto antigo, do jeitinho que você deixou! - exclamou Eduardo, Sophie entrara no quarto e Rafael e seu tio ficarão próximos da porta. Ela colocou sua mala na cama observando tudo.

- Eu não acredito que esse era meu quarto, quando tinha 14 anos. - Ela olhou para um quadro de bonequinha - No tempo que eu era... - Parou um pouco tentando achar a palavra e Rafael sussurrou “descente”, Eduardo o olhara com cara feia. - Romântica. Concluiu ela 

- Eu deixei tudo do mesmo jeito. - disse Eduardo.

- Ah... tio, obrigada. - falou ela - Só que dá a impressão que eu tenha morrido e que você tenha conservado o meu quarto...

- Pena que isso não aconteceu... - Rafa sussurrara novamente a Eduardo, este lhe dera um olhar fatal, que fez com que Rafa deixasse o quarto. Sophie parecia bem mais solta quando ele saíra e olhara novamente para a cama.

- Eu sou bem espaçosa - disse a Eduardo.

- Claro que você vai poder mudar tudo.

- Então, a minha mesada do próximo mês vai ficar pra reformar este quarto. 

- Eu vou deixar você à vontade. - disse ele se retirando do quarto, desceu as escadas e pediu para aos homens que colocassem as malas no quarto de Sophie. Viu que Rafael estava na sala de visitas e foi até lá. - Ridículo Rafael...

- Ridículo... foi essa garota ter vindo pra cá...

- A casa também é dela, e você pode ir se acostumando com idéia que ela vai morar aqui. - Dissera Eduardo. - Se você não quiser que seu pai corte a sua mesada, é bom você tratá-la melhor, pra que ela não queira voltar para os Estados Unidos, se isso acontecer, aí você já sabe... E eu já tenho muitas despesas nesta casa, pra ficar dando mesada pra marmanjo.

Rafael ficara chateado. Pela sua cara, ele nunca recebera uma bronca dessas do seu tio.

- Ta... Eu vou tentar não chateá-la.- disse ao seu tio, este ficara mais tranqüilo e quando já ia saindo- Tio?

- Que é?

- Eu estava pensando, em amanhã convidar os meninos...

- Ta certo. - confirmou Eduardo saindo da sala e andando até a porta de entrada.

A noite fora muito silenciosa naquela casa, pois Rafa ficara escutando rock em seu quarto e Sophie estava assistindo televisão no seu, esta que acabara de guardar suas roupas em seu closet, começou a remexer suas gavetas e encontrou uma agenda telefônica, ela foliou até chegar no “D”, pegou seu celular dentro de uma bolsa e ligou para um número de Daniela. Demorou um pouco até atenderem.

- Alô.

- Alô. É a Daniela?

- Yoko?

- Não, quem ‘ta falando é a Sophie. - disse ela um pouco alto por que seu irmão aumentara o som.

- Que Sophie?

- Quantas “Sophie” você conhece?

- Não acredito, Sophie?... A irmã do Rafa?

- Lógico.

- Mas, não tinha como eu adivinhar, já que, faz três anos que você não me liga.

- Foi mal... Mas, adivinha onde eu estou?

- Onde?

- No Brasil.

- Você voltou? Bem que eu tinha escutado algumas pessoas comentando...

- Eu já estou sendo comentada assim? - perguntou Sophie deitada em sua cama, tentando enrolar com seu dedo o cabelo liso.

- ‘Ta... Mas, você vai ficar?

- Eu não só vou ficar como vou estudar na Universidade Sampton. - Sophie ouvira um gritinho de alegria vindo de Daniela.

- Você se formou em quê?

- Moda.

- Moda? E veio pra esse fim de mundo?

- Pois é, eu podendo está nos Estados Unidos perto dos melhores estilistas do mundo, vim parar aqui. Vou acabar desenhando roupa pra mendigo...

- E por que você veio?

- Meu pai me obrigou. Disse que ia cortar minha mesada se eu não viesse.

- Aprontou por lá, foi...?!

- É que... Eu tava ficando com um garoto na sala de aula, só que tava vazia, é claro... 

- E qual o problema?

- Ele estava sem camisa e um professor acabou pegando agente... - Ela agora ouvira um guincho vindo de Daniela.

- EU NÃO ACREDITO... Você não era assim quando deixou o Brasil!

- É... As coisas mudam e eu não sou mais aquela idiota de antes.

- Pra ser sincera, eu também não sou a mesma. - Só que Daniela parara de falar um momento e pedira que Sophie a esperasse, pois sua mãe lhe chamara. Após alguns segundos ela retornara. - Eu ainda estou pasma com isso que você me contou, então quer dizer que você era uma daquelas patricinhas poderosas dos Estados Unidos...?

- Eu ainda sou uma patricinha poderosa, ta? E o fato de ser brasileira me ajudou um pouco.

- E os garotos de lá são bonitos...?

- Pelo menos todos que eu fiquei, eram umas gracinhas...

- Quantos mais ou menos?

- Um monte... - disse Sophie só que seu tio batera na porta a chamando para jantar. - Dani, eu tenho que desligar, agente se fala na universidade, segunda...

- Eu só vou terça.

- Então ta. Tchau.

- Tchau.

E Sophie desligou seu celular antes de descer.

No outro dia quando Sophie descera para tomar café na cozinha, já estavam Rafael e Eduardo. 

- Bom dia, tio! - disse ela. 

- Bom dia... Não vai dá pro seu irmão? - perguntou Eduardo. Sophie assim fez, mas quase que não saíram as palavras e seu irmão correspondeu depois de um olhar congelante de Eduardo. Sophie agora mexia em uma das três geladeiras.

- Vem cá, vocês não comem nada “light” aqui não?

- Não, agente não costuma comer capim, que nem você. - retrucou Rafa. E Sophie fechara com força a porta da geladeira.

- Você ta me chamando, de quê? De vaca?

- Se a carapuça serviu...

- Rafael. - disse Eduardo, perdendo a paciência.

- Desculpa, foi mais forte do que eu.

- Peça desculpas. - obrigou Eduardo a Rafael.

- Não.

- Se não pedir, hoje não vai vir nenhum amigo seu pra cá.

- Desculpa.

- E se eu não aceitar?

- Sophie, coopera também. - pedira seu tio.

- Então, eu aceito.

Uma mulher ruiva de cabelos ondulados e olhos azuis aparecera na cozinha.

- Dr. Eduardo, telefone para o senhor.

- Eu já vou atender. - disse levantando-se e colocando o guardanapo sobre a mesa.

- Quem é ela? - perguntou Sophie.

- Minha secretaria.

- humm... - indagou rindo.

- Não é nada disso, Sophie. - falou Eduardo saindo de lá. Rafael que estava sentado na menor mesa da cozinha, junto a uma janela com cortinas brancas, esperara Eduardo sumir de vista e levantou-se para questionar Sophie:

- Por que o papai te despachou para cá, com tanta pressa? Ele nem contou para o tio, por que foi. - retrucou Rafa com um olhar de desconfiança, Sophie só faltara o fuzilar com os olhos. - Já sei, ele te flagrou num motel com um garoto.

- Primeiro, se eu fosse para um, sete vezes por semana, não ia ser da conta dele, muito menos da sua; e segundo, eu não lhe devo satisfações. - disse ela e logo em seguida deu uma mordida na pêra que estava em sua mão. 

- Você não ta grávida, ‘ta? - supôs ele e na mesma hora Sophie apontou a faca, com que cortara a pêra, para o mesmo.

- Calma, além de adultera, não vai querer ser assassina...

- Vamos fazer o seguinte, eu estou tentando te ignorar, então faça o mesmo. Vai ser bom para nós dois. - disse Sophie e Eduardo aparecera:

- Já estão se entendendo?

- Até parece! - falou Rafa voltando à mesa.

- Sophie, será que eu posso falar você, um instante, lá no escritório? - perguntou Eduardo.

- Ta. - disse ela jogando a pêra no lixo e acompanhando seu tio. Eles atravessaram a sala de estar, indo até a entrada, e se dirigiram a uma porta ao lado da escada. Abriram-na e entraram em um escritório, parecido com o do pai de Sophie e Rafa, porém, mais escuro e um pouco menor.

Eduardo fechara a porta, enquanto Sophie se sentava em uma das duas poltronas de visita. Ele fizera o mesmo, só que, na poltrona maior, que ficava à frente de Sophie.

- Você e o seu irmão...?

- O senhor viu, ele insinuou que eu fosse uma vaca.

- Sophie.

- Não dá, eu estou tentando evitá-lo, mas, ele que começa.

- Por que em vez de se evitarem, não fazem as pazes?

- Ah, não, isso não.

- Você tem que entender da parte dele. O que você fez quase o deixou em depressão.

- O senhor não contou para ele por que eu fiz isso, contou? Nem perguntou a ele nada...?

- Bem que eu queria ter feito isso, mas, não fiz. - interrompeu Eduardo.

- O senhor é a única pessoa pra quem eu contei isso, e a que eu mais confio nesse mundo. Não me decepcione, por favor...

- Claro que eu não vou te decepcionar. Mas, você vai me prometer que depois, quando estiver pronta, vai conversar com ele sobre esse assunto. Vai perguntar se ele sabia de alguma coisa...

- Eu prometo. - disse ela.

- Olha não fala pra ele que eu contei isso, mas depois que você foi para os Estados Unidos, ele chegara a pensar em te perdoar e ia pedir até que você voltasse, mas depois o meu irmão ligou pra cá, contando para nós, que você tava dando muito problema, que toda noite saia com um menino diferente. Pra ele, depois disso, era como se você tivesse morrido, ele nunca mais pronunciara seu nome dentro dessa casa...

- Por que o senhor ‘ta me contando isto? - perguntou ela.

- Pra você vê que, depois de tudo que você fizera ele resolvera te perdoar...

- E o que ele fez comigo, não conta?

- Você não sabe se ele foi cúmplice do Marcos...

- Não fala esse nome aqui. - pedira Sophie.

- Desculpe. - disse Eduardo, agora olhando para a janela. - Vocês sempre andaram juntos, nasceram juntos, brincavam juntos, mesmo com toda essa história não dá pra entender porque ficarão tão distantes.

- Tio, por favor, não vamos falar mais nisso.

- Então, ta.

- Sophie?

- Hã...?

- Por que você veio pra cá? - perguntou ele se aproximando dela. - Eu sei que não foi por vontade própria, por que meu irmão pediu para mim te vigiar...

- Ele falou isso?! - retrucou ela indignada. - O senhor não vai fazer isso, vai?

- Só se, você me der motivos para desconfiar de sua sanidade mental...

- Obrigada - disse sorrindo.

- Você ainda não me respondeu! - exclamou Eduardo mexendo em uma das agendas que estavam sobre a mesa.

- É meio complicado...

- Você se envolveu com os “bad boys” de lá...? - falou Eduardo em um tom mais de afirmação, do que de dúvida.

- Foi quase isso.

- Você ta muito mudada nem parece a mesma de antes... quer dizer, nas roupas e...

- O senhor vai me chamar de vaca, também?

- Não falei isso.

- Eu, só deixei de ser ingênua, estou mais poderosa, e eu faço com que qualquer garoto fique aos meus pés.

Eduardo ergueu a sobrancelha.

- Só não vai me trazer problemas, com tantos homens assim atrás de você... Você sabe como é seu pai, ele sempre disse que eu sou irresponsável, que eu não sou maduro suficiente...

- Pode deixar tio, eu não vou te envergonhar... Até por que você é a única pessoa por que eu tenho respeito...

- Eu estou me sentindo um tio de sessenta anos...

Sophie sorriu de leve e saiu do escritório. Rafael que estava deitado no sofá com um livro, quando a vira, rapidamente abrira o objeto e o aproximara de seu rosto, tão perto, que pareceu que ele tinha miopia. Sophie subira as escadas, então, Rafa de um pulo, levantou-se do sofá acolchoado de veludo, e fora para hall de entrada, enquanto Eduardo saía do escritório.

- Muito bonito, o senhor de segredinho com essa aí...

- “Essa aí” é sua irmã - retrucou Eduardo, depois alguns milésimos de segundo ele ficou perplexo - Você... por acaso, ouviu alguma coisa?

- Então, vocês estão mesmo de segredinhos! - exclamou Rafael em tom de acusação. Eduardo disfarçando o nervosismo levou Rafa até um canto, próximo a sala de jantar, e disse baixinho, em tom de suspense:

- Eu e a Sophie trabalhamos para o Serviço Secreto Britânico e eles estão me treinando para ocupar o cargo de James Bonde.

Rafael fez um olhar de repreensão a seu tio.

- Isso foi ridículo.

- Rafael não estressa. - falou Eduardo, agora sério. - Vai tomar um arzinho lá fora, vai.

Rafa andou alguns passos e falara um pouco alto, meio que zombando, para que seu tio ouvisse.

- A Sophie no Serviço Secreto... só se for pra seduzir os mafiosos.

Ele atravessou a cozinha e foi para fora onde se deitou em uma cadeira de sol, próxima a piscina. E lá ficou o dia quase todo, talvez, para não ter que se encontrar pelos corredores da casa com sua irmã. Uma ou duas vezes quando entrara para buscar batatas fritas e para atender o telefonema de sua namorada, ele olhou para as altas paredes cor de marfim, procurando pela a única janela branca que estava sem cortina; o quarto de Sophie; observando se ela permanecia lá, assistindo videoclipes ou fazendo as unhas, pela luz que parecia acesa. À noite quando Eduardo voltara do trabalho, Rafa fora até o hall e abrira a porta pensando que era um dos seus amigos que havia chegado, os dois se falaram e Eduardo que usava casaco o tirara, pois, a noite lá fora estava fria. Sophie descera as escadas, fazendo com que seu tio e seu irmão a olhassem sem desviar, nem por um momento. Ela estava deslumbrante em seu vestido preto, apesar de ser um pouco discreto e não tão curto, caíra perfeitamente bem na silhueta de seu corpo.

- Vai pra onde, assim, mocinha? - perguntou seu tio.

- Eu vou para uma balada. - disse ela no último degrau.

- Eu te levo.

- Não tio, não precisa se incomodar.

- Mas, o seu carro só chega segunda...

- Eu vou de táxi.

- Vai gastar dinheiro, podendo eu te levar...?

- O que são vinte reais?! - exclamou ela.

- O problema - retrucou Rafa rapidamente, perdendo a paciência com a conversa dos dois. - é que, ela é uma garota não-virgem de vintes anos que não quer ser acompanhada na festa pelo seu titio.

Sophie fingira que não lhe escutara.

- Mais respeito com sua irmã, Rafa.

- E eu estou mentindo?

- Deixa pra lá tio. - disse Sophie continuando a não dar atenção a Rafa. Eduardo falou a Sophie:

- Eu te deixo um quarteirão de distância da festa, e depois quando acabar você volta de táxi.

- Então, ta. 

Ela andou até a porta, seguida de seu tio que lhe oferecera o casaco. Quando já se fazia quinze minutos desde a saída dos dois. A campainha tocara. Rafa novamente fora até o hall abrir a porta e desta vez não era o seu tio, mas, quatro garotos; Fred, Matheus, David e logo atrás estava Ruan. Antes, de eles entrarem, Rafa perguntou:

- Vieram todos de ônibus, pra terem chegado na mesma hora?

Eles riram e entraram na casa.

- Viemos no carro do Fred. - disse Matheus.

Ruan que entrara por último, folgadamente jogara seu casaco nos braços de Rafael:

- Guarda pra mim, ta bom?

- Eu vou guarda na lata de lixo, ta bom pra você? - retrucou Rafa. Então, Ruan se apressara em pegar seu casaco de volta. Eles foram para a sala que ficava a esquerda e que se via de longe uma grande lareira perto das poltronas e sofás acolchoados com veludo branco. Conversaram bastante sobre eles, não dos outros, por que para os mesmos isso era coisa de reunião feminina. Zoaram com Ruan, quando ele disse que já havia depilado as axilas. Depois, mais ou menos às três da manhã, a conversa ficou um pouco chata, pois, parecia mais conversa de adulto e só dialogavam Fred, Matheus e Rafael. David estava deitado no sofá, calado, só observando a conversa e Ruan que estava sentado em uma grande almofada no chão, agora tirara do seu bolso um alicate que trouxera, e começara a cortar as suas pequenas unhas dos pés. Quando David do sofá revirou seus olhos na direção de Ruan e vira aquela cena bizarra, ele disse com cara de nojo:

- Às vezes eu acho que você é gay, Ruan.

Ruan nem se tocara direito do que David falara, e os outros três riram, logo em seguida voltarão a falar de política. David não agüentando mais, levantou-se para sentar corretamente e então falou:

- Por que agente não joga... Como é o nome?- pensou ele olhando para os lados. - “Jogo da verdade”?

- Cara, eu não jogo isso desde os meus quinze anos... - confessou Matheus. 

- Era muito legal. - disse Rafael.

- Vamos? - pediu Fred olhando para Rafael e Matheus.

- Ta certo.

Rafael que estava no chão foi até uma poltrona, Ruan da almofada foi sentar no braço do sofá onde estava David e próximo a Rafa, Fred e Matheus estavam no sofá à frente dos mesmos. David pegara uma pequena almofada.

- Qual a regra do jogo?

- Nunca mentir. - disseram todos. 

David passara a almofada para Matheus.

- Começa.

- Então ta. - concordou Matheus - Eu vou fazer a primeira pergunta ao Ruan... Ruan você já teve algum distúrbio psicológico na sua infância, que te deixou assim?

Os outros meninos riram então Ruan dissera, depois de alguns segundos, pensativo:

- O que foi mesmo que você me perguntou?

David batera sua mão com força na testa, fechando os olhos azuis.

- Nada Ruan, já foi respondido. - dizendo isso Matheus passou a almofada para Rafa.

Ruan contestou:

- Mais era pra mim que ele tinha que ter passado.

- Não! - exclamaram os outros, então, Ruan se calou.

- Eu vou perguntar para o David! - exclamou Rafa - Você... já se apaixonou?

- Nunca, e nem pretendo.

- Sério? - perguntou Fred, então ele confirmou com a cabeça recebendo a almofada de Rafa. 

- Fred... -disse ele fazendo suspense - Você e a Bia têm uma relação quente?- Ruan dera um riso eufórico, e Rafa e Matheus apenas olhavam atentos - Quero dizer... Se ela é sempre santinha daquele jeito, ou se ela é mais ousada...

- Essa pergunta tinha que vim do tarado, mesmo...

David levantou uma das sobramcelhas como se pedisse uma resposta e passou a almofada para Fred, que quando recebera respondeu afofando ela.

- Bem... Agente nunca quis levar nossa relação, mais pro lado carnal...

- Então é por isso que todas as garotas que me odeiam por eu ser mulherengo demais correm atrás de você... - falou David - Você é o meu oposto.

- Mas, Fred ganha vantagem... - disse Matheus. - Ainda tem muita mulher que acredita em conto de fadas... Ele é príncipe encantado delas.

Matheus, David e Ruan fizeram uma voz melosa.

- Dá, pra parar. - retrucou Fred - Não tenho culpa se as garotas sonham comigo, se eu sou o homem com quem elas sonham se casar...

- Pois, elas só querem me ter como amante. - retrucou David.

- Você gosta de ser “O outro”? - perguntou Rafael.

- É a melhor opção! Exclamou David.

- Vamos voltar para o jogo?!... - disse Fred - A minha pergunta vai ser para o Matheus... Você esta afim de alguma garota? 

- Estou. - respondeu Matheus a Fred.

- Quem? - perguntou Ruan.

- Aí, já vai ser outra pergunta. - disse ele pegando a almofada de Fred e perguntando a Rafa:

- Você ama a Michele?

Rafa demorara a responder, pois, o incomodou a porção de olhares que vinha em sua direção.

- Acho que não, nós somos muito diferentes...

- E por que ainda estão juntos?- perguntou Fred.

- Apesar de às vezes ela pegar muito no meu pé, agente se curtir... - Ele olhou para Ruan, para fazer a próxima pergunta - Ruan, você é virgem?

Ruan novamente demorara a responder, David de novo ficara sem paciência e dissera indignado:

- Você ainda precisa pensar? - ele olhou para os outros - Ele não sabe nem o que é “virgem”.

- Eu sei sim. E eu não sou, ta?

- Quem foi a guerreira que aceitou fazer isso contigo? - continuou David e Ruan recebera a almofada de Rafael.

- Eu vou fazer a pergunta para o Fred... Você já traiu a sua namorada?

David apoiara a pergunta de Ruan e Fred perguntara:

- Por que vocês só fazem as perguntas constrangedoras para mim?

- Por que você é o único daqui que tem namorada - disse David e se virou um pouco para olhar para Rafa. - O Rafa também tem, mas ele ‘ta com uma expressão que já fizera isso.

Rafa discordou:

- Não fiz, é só quê... a minha relação a Michele não é tão conservadora como a do Fred e da Bia.

David concordara e agora olhava para Fred, pedindo uma resposta para a pergunta de Ruan.

- Eu ainda não fiz isso.

- Então, é por que você ainda vai fazer? - perguntou David. 

- Não. Eu não vou trocar a Bia por nenhuma garota nesse mundo, ta?

- Que bonitinho! - exclamou Matheus no mesmo instante em que a porta da entrada fora aberta, eles não sabiam quem entrara, por que havia uma parede no meio. Rafa se levantou. E depois percebeu que fora Sophie, ela olhava para bolsa, quando notou a presença dos garotos na sala. Os garotos, exceto Rafa, e Fred que tentava disfarçar, congelarão seus olhos nela que agora tirava o casaco mostrando o lindo vestido preto, ela estava tão bonita quanto deixara a casa e se aproximou um pouco mais deles. Rafa dissera:

- Pessoal essa é a irmã de quem eu falei a Sophie.

Ela foi ao encontro deles. David se apressara em dar um sorriso e Ruan ficara de boca aberta.

- David - disse Rafael e Sophie o cumprimentou.

- Matheus. 

Quando Rafael dissera “Ruan” o mesmo caiu do sofá e sem querer mostrou o alicate em sua mão. Sophie achou isso muito esquisito e David para chamar atenção falara:

- Ele trabalha de manicura num salão aqui perto.

Ruan fez uma cara feia para David se levantando do chão e Sophie demonstrara seu lindo sorriso, o que fez com que Matheus, David e Ruan ficassem mais abobados com sua beleza. 

- Prazer Ruan. - disse ela e ele quase saltou de alegria.

- E esse é o Fred! - exclamou Rafa. 

- Tudo bem Fred?

- Tudo. - disse ele sorrindo, ela o fitou discretamente por alguns segundos e depois disse que ia subir por que estava com sono. Todos lhe deram “boa noite” menos Rafael, e então ela sumiu de vista.

- Eu estou com uma vontade de ir ao banheiro! - falou David.

- Tem um aqui perto do escritório.

- Não pode ser no lá de cima, não?

- Eu sei pra qual banheiro você quer ir, o da minha irmã, não é?

- Só se ela fosse comigo. - disse David e Ruan riu.

Vendo que Rafael não falara nada, Fred perguntou:

- Você vai o deixar falar isso?

- Ele deixa Fred, - continuou David - por que sabe que nós seremos futuros cunhados.

- Então, entra na fila - disse Matheus a David - Você acabou de dizer que não queria ter relacionamentos sérios em sua vida...

- Mas, com uma sereia dessas...

- Ela só pode ser uma sereia mesmo, pra ter deixado vocês enfeitiçados por ela... Tinham que vê a cara de vocês... - falou Fred.

- Vai dizer que você não a achou linda? - perguntou Matheus a Fred.

- Achei, mas, eu não fiquei babando por ela...

David tentara acertar a cara de Fred com a almofada. E disse em tom de brincadeira para Rafa:

- Eu não sei como a Sophie é sua irmã gêmea, eu pensei que tinha algumas semelhanças... Se você é quem tivesse nascido mulher não ia chegar nem aos pés dela...

- Isso - disse Rafa, agora parecendo um pouco chateado - Vão puxando o saco de Sophie, pra vocês verem uma coisa...

- E quê que tem? - perguntou David.

- Quê que tem que ela é tão imprevisível quanto você.

Foi a última coisa que Rafa conseguira falar, por que um monte de almofadas vieram em sua direção.


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