Hogwarts musical 3 - Implacáveis escrita por Selena Cullen


Capítulo 9
Capítulo 9 – Eu sonhei um sonho


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas esta aqui um capítulo novo, acho q vcs vão amar o fim dele! Beijos!



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Astoria Greengrass

O café da manhã está servido no salão, e meu prato está cheio de comida, porém não estou muito animada para comer. Ainda estou irritada, e não consigo parar de pensar na pequena briga que eu tive com Jacob, eu não esperava isso do meu irmão

Quando finalmente decidi deixar o assunto para mais tarde, senti alguém sentando do meu lado, sorri para minha nova companhia

–Oi... – ela diz tímida, Oliver Devone

–Olá – eu disse com mais alegria que ela

–Você viu a Dafne?

–Não... – eu pensei antes de falar – Ela deve estar com Lilá, as duas tem estado muito próximas

–É, eu sei... – foi a única coisa que ela diz antes de calar completamente

–Você viu a Gina? – Blásio chegou perguntando logo, com Draco nos seus calcanhares

–Ela ainda está no quarto, Sasha disse que ela não está se sentindo bem hoje... Alguma coisa aconteceu?

–Nós brigamos – ele admitiu

–E por que não conversa com ela hoje em Hogsmead?

–Eu não vou – Blás responde e troca olhares com Draco

–Tudo bem... Eu falo com ela

–Soube que você tem um teste musical sábado, - Draco tentou mudar de assunto – já sabe o que vai cantar?

–Eu tenho uma ideia – eu sorri animada que alguém tenha me perguntando – mas não é nada decidido, só estou procurando algo legal pra impressionar

–Melhor do que eu... Eu estava agora pouco falando pro Draco, que eu tenho 15 dias para decidir o que fazer da vida, fui aprovado na Eleonor, mas não sei se quero fazer faculdade agora... É muito fechado, quero fazer outras coisas antes de ficar preso em quatro paredes de novo

–Eu tenho até terça, - Draco diz sério, e nós o olhamos espantando

–Que? Você não me disse nada disso

–Por que eu ainda não tenho certeza de nada... Cadê a Pansy?

–No enterro

–Acha que ela já tem par pro baile?

O baile! Com tantas coisas acontecendo, eu mal me lembrava dele. Apesar de ele não ter sido anunciado formalmente para todos, os mais adiantados já estavam em busca do seu par deste ano

Não me desesperei quando lembrei que eu poderia ir com Rony... Eu sorri ao pensar nisso. É a primeira vez que eu vou ao baile acompanhada, a não ser quando eu estava no quarto ano, com quem fui com Blásio, mas perdi a chance de ir com ele novamente no quinto, pois ele estava namorando Oliver na época

–Eu acho que ela vai com o Derick, – eu disse por alto – por que?

–Por que eu não tenho ninguém – ele bufou, e tomou um gole do suco de abobora

–Que besteira é essa? – eu ri – Hogwarts é cheio de garotas que morreriam pra ir com o Príncipe da Sonserina para o baile

–Isso mesmo, - ele parecia cansado – eu não quero ir com uma garota dessas, já chega disso, não sou mais como antes, e não vou aguentar

–Então convide outra amiga, - eu dei de ombros – com quem Sasha vai?

–o Córmaco? – Blásio pergunta por alto – Ou Bruno, eles são grandes amigos

–Candy?

Blásio riu, mas Draco manteve a mesma emoção

–E por acaso você já viu ela em algum baile? – o loiro ironizou

–Só falta ele precisar ir com a Dafne – Blásio riu

Depois disso, Oliver começou a rir também, ela que estava calada desde o início chamou a atenção com sua risada contagiante, me fazendo rir também

–É isso! – Draco sorriu animado como quem tem uma ideia

–Você vai com a Dafne? – eu pergunto boquiaberta – Você ficou louco, é?

–Não seja idiota, - o loiro revirou os olhos – eu sei quem pode ser

Antes que alguém pudesse pensar em quem poderia ser, ele disparou:

–Quer ir ao baile comigo, Oliver? – ele perguntou com um sorriso

A garota arregalou os olhos castanhos, e piscou duas vezes, como quem quer ter certeza de que isso era mesmo real

–Eu? – ela apontou para ela mesma – Eu nunca nem falei com você, Malfoy

–Não tem problema – ele riu – nós podemos nos conhecer melhor, e é só um baile, não é um pedido de casamento

–Hum... Sei. Para ser sincera, - ela corou – eu estava esperando ir com outra pessoa ao baile... Eu posso pensar? Não quero fazer uma besteira

–Claro!

Mandy Olsen

Com o rapto de Hermione, eu não tive outra escolha do que eleger um novo compositor oficial, e não havia dúvidas que deveria ser Bruno Banner, ela é um músico talentoso, e com muita técnica para quem é tão novo

E ele não decepcionou, as músicas que ele tem apresentado para ser do novo repertorio do coral são maravilhosas, tanto como as que Hermione fazia. Pergunto-me do que esses dois seriam capazes se trabalhassem juntos

Hermione... Sinto sua falta, garota

Sasha Ellen não é exatamente uma compositora, nunca ouvi nada seu, então quando Bruno me contou que ela havia composto a letra de sua nova música, não levei muito a sério, mas vejo que essa garota é mesmo boa com palavras quando eles apresentaram a música para mim

Gostei tanto do resultado, que decidi até aprendê-la, já que ela foi decida para ser um dueto feminino

[Taylor Swift - We Are Never Ever Getting Back Together http://www.youtube.com/watch?v=WA4iX5D9Z64]

Bruno tocou a música no violão, na sala de música

–Lembro-me de quando terminamos pela primeira vez dizendo 'é isso, chega para mim', porque, como quando não nos víamos havia um mês, quando você disse que precisava de tempo, o quê? – Sasha começou a cantar, e eu fiquei encantada com o seu jeito expressivo combinava com a música, talvez ela não seja só uma música, mas seja pessoal

–Então você volta mais uma vez e diz 'Baby eu sinto sua falta e juro que vou mudar confie em mim' – eu cantei e foi impossível não pensar em Sebastian - Lembra de como aquilo durou por um dia? Eu digo que odeio você, terminamos, você me liga, eu amo você.

Você voltou atrás mais uma vez na noite passada, mas, desta vez, estou lhe dizendo, estou lhe dizendo

–Nós nunca, nunca, nunca vamos voltar. Nós nunca, nunca, nunca vamos voltar – nós duas cantamos juntas– Você vai falar com seus amigos, com meus amigos, comigo, mas nós nunca, nunca, nunca vamos voltar. Tipo... Nunca!

–Eu realmente vou sentir falta de você começando brigas e eu caindo, gritando que estava certa, e você iria se esconder e encontrar a paz com algum disco indie que é muito mais legal do que o meu – Sasha cantou com tanta ironia que me fez rir, a música é mesmo muito divertida– Você me ligou novamente esta noite, mas, desta vez, estou lhe dizendo, estou lhe dizendo

–Nós nunca, nunca, nunca vamos voltar. Nós nunca, nunca, nunca vamos voltar- nós levantamos das cadeiras e cantamos juntas, sorrindo uma para a outra, enquanto Bruno apenas ria - Você vai falar com seus amigos, com meus amigos, comigo, mas nós nunca, nunca, nunca vamos voltar. Tipo... Nunca!

Eu costumava pensar que ficaríamos juntos para sempre e eu costumava dizer 'nunca diga nunca' – eu cantei e fingi está no telefone olhando para Sasha– Então ele me liga e fica tipo 'Eu ainda amo você' e eu estou tipo, achando isso exaustivo nós nunca vamos voltar. Tipo... Nunca!

–Nós nunca, nunca, nunca vamos voltar. Nós nunca, nunca, nunca vamos voltar – nós cantamos juntos, se divertindo e girando como duas crianças em um jogo - Você vai falar com seus amigos, com meus amigos, comigo, mas nós nunca, nunca, nunca vamos voltar. Tipo... Nunca!

Nós nunca, nunca, nunca vamos voltar. Nós nunca, nunca, nunca vamos voltar, você vai falar com seus amigos, com meus amigos, comigo, mas nós nunca, nunca, nunca vamos voltar. Tipo... Nunca!

–Ótima canção, meninos – eu sorri enquanto Bruno dava o último acorde – é divertida, sincera, e com um jeito muito especial

–Obrigado – Sasha tinha um sorriso de felicidade enorme nos lábios, enquanto Bruno parecia apenas satisfeito

–Ela é mesmo muito boa, - ouvi uma voz familiar, e ele está de pé entrando pela porta da sala, - eu estou atrapalhando?

Olhei o homem maravilhada, não o esperava ver tão cedo

–Claro que não! – eu pulei nos braços de Peterson, que apenas me abraçou com força

–Nós nunca vamos voltar – ele cantarolou e olhou para os dois na sala – isso fica grudado na cabeça, é bom

–Muito obrigado – Bruno sorriu

–O que está fazendo aqui? – eu perguntei animada para Peterson

–Eu disse que iria visitar, - ele pareceu nervoso com minha pergunta – não era para eu vir?

–Não... Só estou surpresa – eu sorria – nós temos muitas coisas para conversar, e....

O piar de uma coruja atravessou a sala, e no mesmo instante, senti todos os pelos do meu corpo se eriçarem, eu não precisava olhar a coruja para saber quem era

Troquei um olhar com Sasha e Bruno, que mantinham uma expressão séria e cuidadosa. Assenti com a cabeça, como quem diz que será o primeiro a ler

–O que foi? – Peterson perguntou sentindo a tensão no ar

–Espere um minuto – eu pedi educadamente

Cheguei até a janela, e deixei que a coruja negra entrasse. Desta vez ela trazia um pacote cor de vinho

A carta dizia:

“Olá, Olsen

Será que você já decidiu o que fazer? O seu prazo é até amanhã ao meio dia, se você não tingir os cabelos de loiros, McGonagall vai saber seu segredinho sujo no mesmo dia, o que você acha que ela vai fazer?

–O chefia”

Eu abri o pacote vinho, e o conteúdo era uma caixa mágica para tingimento dos cabelos, no exato tom de loiro que eu temia - o da minha família.

Como ele sabe disso, Merlin?!

Apenas duas pessoas sabiam que o diploma era falso, e uma delas está morta, o que deixa apenas um na lista, Sebastian Rock. Ele é O chefia?

Harry Potter

“Querido, Harry

Quando você descobrir quem eu sou, vai me ignorar por que não sou alguém tão bom quanto você? Eu quero me encontrar com você hoje em Hogsmead, ás 15h, na Dedos de mel. A senha é: Você pertence a mim

Com amor, sua admiradora secreta”

Reli a carta pela quarta vez, e me odiei por sem perceber ter me metido em uma situação tão complicada

Não posso ir a Hogsmead hoje. Eu me comprometi em ajudar o Malfoy, claro que não é exatamente o melhor lugar do mundo para se estar, mas se isso ajudaria a achar Hermione, eu não podia simplesmente dizer que não faria mais

A curiosidade, a vontade de conhece-la e todo o resto me puxava para desistir disso

Se eu não fosse, ela acharia que eu não me importo com ela? Como vou conseguir outra oportunidade para falar com ela?

Dobrei a carta e coloquei dentro do bolso da minha calça, eu simplesmente não suportava mais olhar

E pior, ainda estou em apuros com Willow. Sinto-me sujo só em saber que ela pensa que eu sou um idiota que só queria uma noite... Mas afinal, o que eu queria? Eu ainda não sei. Willow não é minha namorada, mas não somos só amigos, somos como amantes... E é só isso que eu quero?

Que merda! Por que eu tenho que ser tão bipolar?

Peguei minha capa de invisibilidade por segurança, e arfei. Eu não tenho outra escolha a não ser ir servir de guia para o Malfoy, se der eu vou para Hogsmead... Vamos ver o que acontece

Gina Weasley

Não consigo fechar os olhos. Toda vez que os fecho, todos os meu problemas vem à tona, e eu me sinto indefesa afundando em uma poça de areia movediça

Brigada com o namorado. Com pouco dinheiro. Com a melhor amiga raptada. Uma competição musical com as melhores escolas bruxas que existem. Tudo isso está me deixando para baixo, com dor de cabeça e enjoo, não consigo pensar em fazer qualquer coisa hoje a não ser ficar deitada

Sasha saiu do banheiro, e vestiu um casaco vermelho, que combinava perfeitamente com seu vestido preto, e os saltos medianos, ela estava bem maquiada, e radiante, com os olhos verdes transbordando alegria

Muito bonita, mas do que já costuma ser. Foi aí que lembrei do seu encontro com Córmaco

Apenas sorri para ela. Nós estamos no nosso quarto no dormitório feminino, e eu estou ouvindo música no rádio, deitada na cama, enrolada nos lençóis, sem qualquer vontade de se arrumar para ir a Hogsmead, o que é raro

–Ei, o que está fazendo? – Sasha perguntou – Levanta daí!

–Não... – eu arfei – Não me sinto bem, estou enjoada, com dor de cabeça

–Por isso mesmo vai, você precisa de ar puro – ela sentou na beira da minha cama – vou almoçar com o Córmaco, e nos encontramos depois ás 14h com as meninas pra fazer comprar, como a gente tinha combinado

–Não... – eu suspirei – Vou meter tesoura em alguma vestido velho, não posso comprar um novo

–É mesmo... – ela suspirou – Gina, você nem saiu desse quarto hoje, e se não fosse por mim trazer o seu café, você não teria comido nada, você está doente e precisa se alimentar, já pensou você fica pior? Vai ser internada

–Ta legal – eu desisti, e sentei na cama – e com quem eu vou ficar?

–A Astoria e o Bruno, já que o Rony está em casa a essa hora, e você e o Blás estão em... Crise – ela escolheu bem as palavras

Pensei em Rony e bufei, ele vai levar uma bela bronca ao chegar em casa. Depois da suspensão dele, não demorou nada para todos da escola saberem o que aconteceu, e o pior... A história saiu em uma revista de fofocas

–Ainda não acredito que eles pensam que ele roubou um relógio – eu bufei – ele é um lerdo, mas não é ladrão

Na revista, a história que prevalecia era a versão do Lavigne

–É mesmo... – ela se levantou – Agora vá se arrumar

Ela me pegou pelo pulso e me empurrou para dentro do banheiro

Depois de um bom banho relaxante, eu coloquei um short branco, uma blusa azul e tênis, algo básico, já que eu não estava com cabeça para pensar em um look melhor. Penteei o cabelo e o soltei, o deixando cair livremente até quase minha cintura

Sasha e eu descemos a escada, e encontramos Bruno no salão comunal, cheio de garotos indo para lá e para cá animados com o passeio, principalmente as meninas

Rapidamente Sasha achou Córmaco entre os seus amigos, e eu fiquei com Bruno

–O que ela está fazendo com ele? – Bruno perguntou cruzando os braços, e olhando sem disfarçar para Sasha que abraçou Córmaco sorrindo

–Eles tem um encontro hoje - eu respondo sem animação, mas me esforçando para ser simpática com o loiro que não tem nada a ver com meus problemas

–Ah sei... – ele diz sério, mas desviou o olhos para o chão – Ela parece feliz

Não preciso ler mentes para entender o que está diante dos meus olhos

–Você gosta da Sasha – eu digo pensando alto, e ele me olhou com susto, fazendo-me apenas rir – venha Bruno, vamos procurar a Asty e sair de perto deles

–Ok – ele sorriu, me pegando pelo braço e praticamente me arrastando dali – valeu, garota

–De nada – eu sorri

Pansy Parkinson

Depois de um passeio talvez silencioso demais pelas ruas da vila, é quase hora do almoço, então Daniel e eu entramos em um restaurante bruxo modesto

Quando nós estramos um sino acionou nossa presença, e cabeças viraram para olhar os recém chegados, mas eu estava cansada de apenas ignorar, o que me fez encará-los raivosamente, constrangidos as pessoas foram virando os olhos de direção para sua comida ou seu acompanhante

Sentei com meu pai em uma mesa no fundo, e ouvi algumas garotas na mesa ao lado comentando o tamanho do meu short, que é curto demais para as garotas daqui. Com raiva, olhei paras as vadias e levantei o dedo do meio, assustadas elas pararam imediatamente de olhar e ficaram comentando minha ação. Que ódio!

–Mais paciência, Pansy – Daniel pediu me olhando com repreensão

Bufei ignorando o pedido de pai, irritada demais para obedecer qualquer um agora

–Eles me deixam com ódio – eu bufei e encarei minhas unhas com o esmalte vermelho descascando – qualquer coisa que eu faço é motivo de comentários, é pior do que as revistas inventam sobre mim. Meu Merlin...

–Você dá motivos, garota – ele riu se divertindo com minha raiva

Olhei para ele e sorri, meu pai é um homem adorável

–O que anda fazendo? – eu cortei o silêncio – Ainda trabalha para o Ministério?

–Não, eu saí faz uns meses. Abri um pequeno negócio com um amigo antigo de trabalho, e é.... Promissor

–Não tem rendido muito?

–Não, mas o bastante para viver, – ele suspirou olhando para suas mãos cheias de calos com os anos de trabalho – eu estava na Argentina quando soube da morte da Elizabeth, não falava com ela há 3 anos, mas eu precisei vir, achei que você estaria aqui

–Que bom que veio, papai – eu fui sincera e peguei as mãos dele em cima da mesa – eu sinto sua falta

–Eu também, princesa. – ele sorriu e beijou minha mão – Como você está agora?

–Melhor, minha vida mudou muito, mas estou feliz – eu sorri – ou estava... – de repente eu fiz uma careta – Estão acontecendo coisas nada legais ultimamente

–Eu vi em revistas... – ele admitiu – É verdade sobre sua amiga?

–Sim... – eu suspirei – Ela é ótima pai, sinto falta dela... Quero muito encontrá-la, logo...

–Enfim encontrei você, Srta. Parkinson – um senhor de meia idade e cabelos grisalhos interrompeu nossa conversa – bom dia, senhores

–Bom dia – nós respondemos em conjunto

–Que bom que a encontrei antes de partir, a senhorita se esqueceu de conversar comigo

–Eu esqueci? – eu nem se quer sabia quem ele era

–Sou o gerente da fábrica

Continuei o olhando esperando que continuasse a falar, quando ele percebeu isso continuou:

–A senhorita é a herdeira legitima da fábrica de doces

Hermione Granger

É apenas mais outro dia, em que eu não vejo o sol. Nenhum som, além das correntes se arrastando, enquanto roçam na minha pele machucada. Fome que me consome por dentro e me deixa fraca. O cheiro de sangue que me enjoa até a alma. E pior, a vontade de chorar que é renegada pelo corpo, acho que já se foram todas as lágrimas que eu podia produzir

Minhas mãos estão coçando, e depois de tanto tempo esfregando já estão vermelhas. Sinto falta da minha varinha, e toda vez que toco minhas mãos imagino ela em minhas mãos, e cada parte do meu corpo dói. Já faz seis dias – talvez, não tenho muito percepção do tempo aqui – em que eu não uso magia, e isso como uma bruxa está me destruindo, nós não costumamos passar tanto tempo sem usar nossos feitiços

Claro, que eu sou capaz de fazer alguma coisa ou outra vibrar com a força do pensamento, mas sem a minha varinha, é inútil, e extremamente destruidor para mim

Estou em uma cela diferente da que eu costumo acordar todos os dias. Há alguns dias atrás, eu achei que quando isso acontece seria algo bom, mas depois da terceira vez, eu só tive a confirmação que é algo muito ruim

Respirei fundo encarando o que tinha depois das barras de ferro da cela. É algum instrumento de tortura, mas este ao contrário dos anteriores, é mortal. Duas paredes altas de pregos e ferros pontiagudos, que eu aposto deve ser programadas para se fechar com alguém no meio

Estranhei o fato logo na primeira vez que vi o aparelho de tortura bruxa. Uma coisa que eu já sei aqui, é que eles não querem me matar, então o que eles irão colocar ali no meio? Ou pior, quem?

Pensei em todos os meus amigos em Hogwarts...

Gina, minha ruivinha deve estar muito mal, e meu Merlin, como eu sinto falta da sua alegria. Blásio, aquele louco, eu sinto falta dele me fazer rir e dançar. Astoria, a nova diva, sinto falta da sua doçura e sua amizade. Rony, aquele lerdo, eu sinto falta de nossos momentos juntos, e de rir do seu desespero para passar nas provas. Pansy, a vadia mais maravilhosa que existe, sinto falta do seu jeito encrenqueiro e amável. Harry, o meu quase irmão, eu sinto falta de nossas brigas, nossas reconciliações, e de tudo que nós vivemos juntos. Draco...

Pensei na possibilidade de trazê-lo para colocá-lo no equipamento de tortura, e eu olhei para o chão tentando afugentar aquela ideia

Lembro como se fosse ontem a última conversa que tivemos, e o último momento em que o vi. Eu estava com ódio, raiva, decepção, todos os sentimentos juntos. E eu tinha razão, claro

Ele pediu Pansy em casamento! Não era só uma simples traição adolescente, era casamento sério, com aliança de noivado e tudo!

Pansy... Apesar de eu confiar nela, não foi um golpe tão fatal, afinal ela é uma pegadora e conhecida por todos por ser a “vadia da sonserina”. E com certeza os dois não estavam juntos durante meu namoro com Draco, por que eu saberia graças ao tempo longo que eu passava com ele, e quando não estava com ele, eu estava com ela e as meninas, então o que eu vi naquele dia, começou mesmo naquele dia, não é culpa dela.

Já Draco... Isto é outra história, é completamente diferente. Por que pelo que eu entendi graças ao que a McGonagall me contou, é que ele entrou no coral por causa da sentença de comensal, e precisa que o coral vença, ou ele vai ser preso em Azkaban. Tudo fez sentido quando o vi com Pansy, pois percebi por que ele tanto queria que eu entrasse no coral, eu era uma chave importante para a vitória

Nunca se tratou de amor para ele. Aposto que ele ria das coisas que eu dizia quando ele estava sozinho, e que me acha ridícula em acreditar nas mentiras dele

Como sou burra! Como não percebi tudo antes?

Ele não merece mais nada de mim do que ser ignorado, e apesar de mesmo contra minha vontade, eu ainda o amo. Porém, isto não significa que quando encontrá-lo vou correr para os seus braços e perdoá-lo. Ele não me merece!

Quando todo esse pesadelo terminar. Eu vou ter uma vida digna, com sucesso e um novo amor, vou fazer o coral vencer, e crescer com a minha música, eu vou evoluir com ela, e fazer tudo que eu posso fazer sem a ajuda dele. Quem precisa do Malfoy para ser feliz?

[Anne Hathaway (Os miseráveis) – I dreamead a dream http://www.youtube.com/watch?v=zF9FS3vxhkk]

–Eu sonhei um sonho num tempo que já se foi... – eu comecei a cantar baixinho na cela, em um tom triste e seco - quando esperanças eram grandes e valia a pena viver, eu sonhei que o amor nunca morreria, eu sonhei que Deus seria misericordioso

Então eu era jovem e destemida, quando sonhos surgiram e foram usados e desperdiçados, não havia nenhum resgate a ser pago, nenhuma canção não cantada, nenhum vinho intocado...

Forcei meus braços fracos e minhas pernas para ficar de pé, e gemi quando senti o aço da corrente que me amarrava a parede, roçar aos hematomas que eu tinha na minha perna

–Mas os tigres vêm à noite com suas vozes suaves como trovão – minha voz tremeu, e eu me esforcei a continuar cantando, mesmo a dor e a vontade de simplesmente morrer me atingindo – Enquanto eles despedaçam sua esperança eles transformam seus sonhos em vergonha

E ainda assim eu sonhei que ele viria até mim e que viveríamos os anos juntos – meus lábios forçavam um sorriso, enquanto eu imaginava um mundo em que eu não precisasse viver nada disso, que a vida fosse mais fácil, e que meu coração não fosse despedaçado tantas vezes por homens - Mas há sonhos que não podem se realizar e há tempestades que não podemos prever

Fechei meus olhos com força, quando senti pela primeira vez em dois dias minhas lágrimas rolarem pelo meu rosto frio- por causa do ambiente congelante, que me obrigou a esfregar meus braços desprotegidos do frio.

Por que Merlin?

Por que Jesus? Por que precisa ser tão difícil? O que mais precisa acontecer comigo até que o Senhor interfira?

–Eu tive um sonho que minha vida seria tão diferente deste inferno que estou vivendo – eu cantei olhando para cima, esperando que seja lá quem estivesse acima de mim me escutasse - Tão diferente daquilo que parecia...

Agora a vida matou o sonho que sonhei...

Respire fundo e chorei, afugentando toda a dor e raiva para fora do meu corpo

–Ei, sangue-ruim! – uma mulher bateu na grade da minha cela e fez barulho – Não pode ficar calada?

É a mesma mulher branca de olhos verdes, é sempre ela ou o próprio O chefia que vem trazer coisas para mim. Porém nunca vi o rosto de O chefia, pois ele está sempre coberto, e muito menos ouvi a voz, não consigo nem mesmo lembrar do seu físico, pois toda vez que ele vem me ver, a mulher me droga antes, para que eu não consiga raciocinar nada do que acontece a minha volta

–Eu trouxe alguém para você

Antes que eu pudesse pensar em quem seria, ela saiu, e voltou arrastando um homem desacordado pelo chão, fixei a visão no seu rosto, e gritei quando vi que se tratava de Rony

–Nojenta! Vadia! – eu xinguei a mulher enquanto me debatia na grade, mas ela me ignorou enquanto amarrava as pernas e os braços do meu amigo em uma cadeira no meio das duas paredes – Solte ele! Agora!

–Você já sabe o que eu quero, Hermione – ela me olhou séria, com os olhos verdes escurecidos de raiva – e você vai me dar de boa vontade hoje, ou mato seu amiguinho

–Você não mata pessoas, - eu disse – você não tem coragem

–A é mesmo? – ela riu – Eu posso abrir uma exceção

Ela agitou sua varinha cor de vinho, e as paredes ao redor de Rony começaram a se mexer em direção a ele

–Rony! Acorda! Por favor, acorda! – eu continuei gritando, batendo na grade, e me impulsionado inutilmente para frente, porém ele continuava desacordado, sem nem ao mesmo se mexer, o que ela fez com meu amigo? – Tudo bem. Pare!

A mulher riu, e com um mexer de varinha, as paredes pararam alguns centímetros antes de perfurar as pernas de Rony

Olhando-a com ódio, eu estiquei minha mão sobre a grade, e ela a tocou com suas mãos vazias. Fechei os olhos me concentrando, e passei de dentro de mim o que ela tanto queira desde que eu entrei nesse inferno, um pedaço da minha alma

É pouco demais para se fazer uma Horcrux, e o ritual não é esse. Então por que ela precisa de um pedaço da minha alma? Quando abri os olhos, o colar com uma pedra verde que ela usava brilhou fortemente, prendendo ali um pedaço de mim

–Obrigado, Granger – ela sorriu – até uma outra hora, queridinha

Então ela girou sua varinha, e as paredes do equipamento continuaram a se mexer para esmagar Rony

–O que? – eu gritei – Pare! Rony! Por favor! Você não pode fazer isso comigo, e nem com ele!

A branca ignorou meus pedidos e meu choro por misericórdia e foi andando calmamente para porta

Olhei uma última vez para meu amigo, e vi quando os pregos perfuraram seu crânio... Rony...

–Não!

Porém, quando eu ia fechar os olhos para não presenciar mais do que já vi, uma fumaça começou a se formar ao redor do corpo do ruivo, e ele se transformou em um boneco infantil

Ela me enganou, aquele não era o Rony!


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Notas finais do capítulo

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