Towers escrita por Sofia


Capítulo 3
Joey Sisters


Notas iniciais do capítulo

Hey



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Amanheceu. A casa estava um silêncio total, comidas e bebidas jogadas pelo chão, e certas pessoas dormindo.

O caso do celular me atolava. É como se eu quisesse esquecer mas sei que não posso, porque por mais que eu não queira trazer o meu passado, contar para eles o que aconteceu, eu tenho que fazer isso. Eu agi como um idiota aquela noite. Agi como um canalha. Emily nunca mereceu isso.

O fato de eu saber que eu tenho uma filha ou um filho, me assusta. Eu tenho um bebê. Uma criança. Nunca a conheci. Perdi o seu crescimento. Eu nunca pude a ou o segurar quando bebê. Eu nem mesmo a vi.

Por que Emily nunca teria me procurado? Não por ela, mas por nosso bebê, que nem mesmo sei o nome. Eu tenho que conhecer ela, eu preciso dela na minha vida, preciso reparar o grande estrago que fiz.

Me levantei, desconfortavelmente - porque o sortudo dormiu no sofá -, e olhei para os brutamontes que estavam na minha sala - também conhecidos como Logan, Carlos, James e Danny-, lembrando da noite passada.

Caminhei, sonolento, ao banheiro, retirei a roupa de ontem que ainda usava e entrei no box, deixando a água quente cair em mim, retirando todos os erros e curando cicatrizes que deixei com o tempo. As mágoas que haviam dentro de mim, sumiram.

Uma imagem de Emily na época em que a conheci, entrou em minha mente, fazendo um pequeno sorriso aparecer. Seus olhos castanhos brilhantes, seus cabelos grandes e macios, e sempre estavam traçados em uma linda trança mal feita, seus lábios encantadores e que eu sempre podia beijar, seu rosto angelical. Uma memória que sempre permaneceu dela, foi que ela sempre estava feliz, de qualquer jeito, qualquer dia. Estava chovendo, permanecia feliz. Bateram nela, permanecia feliz. Se fodeu na prova de matemática, permanecia feliz. Essa era a Emily.

Porém a memória de tê-la deixado veio em minha mente. Aquela noite, as brigas, as mentiras, o choro... Balancei a cabeça, com o objetivo de esquecer tudo isso. Sai do banho, vesti minhas roupas limpas e me dirigi a sala, onde vejo a cena dos meus amigos, vendo tv e comendo cereal e tomando café.

– Bom dia, flor do dia. - debochou James.

– Bom dia, brutamontes. - sorri ironicamente e me sentei no sofá.

– Não quer comer? - ofereceu Logan, apontando para o cereal e o café em cima da mesa.

– Não, não estou com fome. - suspirei. - O que aconteceu ontem não sai da minha cabeça. O celular...

– É só entregar para ela de novo, pronto. Não se preocupa tanto, cara. - comentou Carlos, que deu tapas nas minhas costas em forma de apoio.

– Não é isso. - me levantei e todos me encararam. - Callie talvez não seja só uma paquera do Danny. Ela pode ser mais do que isso.

– O que você está insinuando? - Danny arqueou uma sobrancelha. Eu vou contar uma história, que é realmente pessoal. Eu não gosto de comentar sobre isso... - todos ficaram mais atentos ao que eu dizia.

– Relaxa, pode contar. Nós somos seus amigos... - acalmou Carlos e todos concordaram.

– Quando eu era mais novo, um adolescente, eu conheci uma garota. O nome dela era Emily. - respirei fundo. - Emily era aquele tipo de garota encantadora, onde todos gostavam dela, ela não se abalava com nada e sempre estava feliz, preparada... - a cada palavra que eu dizia, mais eles ficavam atentos. - E eu acabei me apaixonando por ela, não é do tipo, gostei, vou ficar uma noite com ela e jogar fora... Não. Ela não era do tipo de deixar, eu não poderia perdê-la. Mas, infelizmente... Ela também se apaixonou por mim. Nós tivemos um relacionamento longo, por volta de um ano e meio e dois anos. Até que um dia, perdemos o controle. Era uma festa, muita bebida, éramos jovens e aconteceu. Emily começou a ficar estranha - respirei fundo. Era difícil trazer essas lembranças de volta. -, mas ela dizia para eu não me preocupar que só era um estresse, mas sabia que não era só isso, só que eu nem liguei. Um mês depois, recebi a grande notícia. - fechei os olhos. - Emily estava grávida. E eu era o pai. - todos haviam uma reação diferente, porém do mesmo jeito pareciam perplexos. - Eu sei. Fui irresponsável. Só que aquela noite... Eu não sabia o que fazer! Eu não conseguia acreditar! Eu? Pai? Com 17 anos? Só podia ser brincadeira, e não era. Nós acabamos brigando e tudo acabou... Eu a deixei. Eu fui idiota. Não havia mais sinal da Emily na escola. Ela não saia de casa. Ela nunca voltou. Ela nunca quis me ver. Nem sua própria irmã... Soube que ela se mudou e estudou em casa, para não causar problemas e boatos. O meu maior erro foi deixa-lá...

– Nossa... - Danny comentou, perplexo. - Cara, você foi um panaca.

– DANNY! - os outros gritaram.

– Ele tem toda a razão! - gritei, apontando para Danny. - E eu fui mesmo!

– O que isso tem a ver com Callie? - perguntou Logan, curioso. A curiosidade mata o gato.

– Callie é a irmã mais nova de Emily. Pela as fotos, eu soube que a conhecia. Pode ser coincidência, porém depois de raciocinar, não é. Ela é Callie Joey, irmã de Emily Joey.

– E o bebê? Por acaso ela o perdeu? Ou a perdeu? - hora do James perguntar.

– Eu não sei. Acho que ela o ou a teve. Eu sei que seus pais a ajudaram, então ela pode ter. - baguncei meus cabelos.

– Danny, cadê a merda do celular? Precisamos ajudar esse idiota. - pediu James para Danny, que logo veio com o objeto em sua mão.

– O que vamos fazer? - todos olharam para Carlos, o que fez a pergunta. Vamos ligar para algum número.

– Claro que ela vai ter o da Emily. - respondeu Logan, que tinha toda a razão.

Danny foi em seus contatos e procurou Emily. E ele obteve sucesso.

– Eu tenho medo de ligar. Ela não vai querer falar comigo.

– Vamos ligar para a casa delas, e vamos dizer que queremos falar com a Callie. O ideal seria entregarmos o celular dela e conversarmos com ela. - Danny deu a ideia.

– Por que não podemos ir no endereço dela? Você não a levou para casa? - perguntou Carlos. Ela me fez parar uma quadra antes da casa dela, então eu não sei onde ela mora. - deu ombros, e todos assentiram.

Ligamos para o número de sua casa, que estava gravado no celular. Danny colocou no viva-voz e deixou o objeto em cima da mesa. E o maldito barulho começou.

Bip.

Bip.

Bip.

Alô? – uma voz masculina atendeu, o que me fez engolir a seco.

– Oi, aí é a casa da Callie Joey? - perguntou Danny.

Sim, mas quem fala?

– Um amigo. Eu poderia falar com ela?

Claro, vou chamá-la. – o silêncio permaneceu, só escutávamos "Callie!" e uma garotinha falando.

Alô?– engoli a seco. Era Callie. Era a mesma voz dela, só que mais amadurecida.

Vi a reação de Danny, ele estava simplesmente babando pela voz dela.

Alô?

Dei um tapa em Danny, que acordou para a realidade.

– Oi, Callie?

Oi. Quem fala?

– Sou eu. Danny.

Ai meu Deus. Graças a Deus que você ligou. Você está com meu celular, não é?

– Aham, eu estou. Eu queria ver se podemos marcar para hoje de tarde, para eu devolver seu celular e podermos bater um papo. Você está livre?

Estou livre sim. Eu cheguei a pouco tempo em casa, pois estava na faculdade. Quer se encontrar onde?

– Poderia ser no parque aqui do centro?

Claro! É bem perto daqui, eu posso te encontrar daqui uns 15 minutos?

– Certo! Te encontro daqui a pouco. - sorriu.

Ok! Beijos, tchau! – e desligou.

Todos começaram a rir de Danny. Ele estava MUITO afim de Callie.

– Ha-ha-ha, podem rir, mas se não fosse por mim, não iríamos a encontrar. - disse e todos calaram.

Todos já estavam arrumados, já que os outros usavam as roupas de ontem. Então, andamos até o parque, já que também era perto de casa.

Ao chegarmos ao parque, Callie ainda não estava lá.

– Vamos fazer o seguinte: nós ficamos aqui, e você conversa com a Callie. Vamos tentar ser rápidos, e logo você pode ficar o resto do dia com ela, ok? - falei para Danny e ele assentiu.

E tudo vai começar...

xxx

– Mas para onde você vai Callie? Ele é mesmo confiável? - Emily perguntou nervosa, enquanto penteava o cabelo de Amber.

– Ele é confiável, sim! O conheci ontem, e ele é encantador! Nós vamos nos encontrar ali no parque e eu preciso do meu celular. Se quiser me acompanhar...

– Tudo bem. Eu acredito em você. - suspirou.

– Não se preocupa, Emily. É só o peguete da Callie. - riu Toby, que recebeu em troca um dedo nada bonito meu. - Opa, que modos são esses? Está com medo de eu acabar ficando com ele? Porque ele tem uma voz muito bonita.

– Ele é muito areia para o seu caminhão, Toby. Ele é só um amigo. - comentei, enquanto guardava minhas coisas em uma bolsa.

– Um amigo? Então, não se importaria se eu marcasse alguma coisa com ele? - disse, e antes de eu retrucar, Emily apareceu no nosso meio.

– Vamos parar, por favor? - olhou para nós dois. - Toby, acho que ele não é gay e se ele te visse, ele ia fugir, porque você ia querer agarrar ele. Outra coisa, eu tenho muito trabalho hoje, e como você sabem, eu também tenho um chefe, e ele não permitiu minha folga e só permitiu amanhã. Então, um dos dois terá que cuidar da Amber. Quem se candidata?

– Ai, eu não posso agora... eu vou me encontrar com ele e esperava conversar mais com ele. - suspirei.

– Eu acho que posso. Eu posso ir com Amber lá no parque junto com Callie, qualquer coisa te ligo. Obrigada. - sorriu e abraçou Toby.

– Ok. Eu estou de saída. - fui até a porta.

– Se cuida. Eu te amo. - Emily me abraçou.

– Também te amo. - sorri.

Emily se despediu de Toby e Amber, e nós fomos a caminho do parque. Segurei Amber no colo pelo resto do caminho, - já que Toby não pode, por causa da desculpa "braço machucado, desculpa" -, e quando finalmente chegamos ao parque, avistei Danny, conversando com uns 4 homens.

Continuei o olhar, e quando ele finalmente me encarou, dei um sinal para ele esperar.

– Encontro vocês depois, ok? - abracei Amber que estava no meu colo e a coloquei no chão, e abracei Toby.

– Estou de olho. - murmurou Toby e eu ri.

Fui a caminho de Danny que me esperava. Ele estava realmente lindo, igual ontem.

– Oi. - sorri.

– Ahn... oi. - sorriu. Pareceu meio tímido. Espera, mas eu também estava.

Inesperadamente, ele me abraçou, e o abracei de volta, me fazendo sorrir. Seu cheiro era realmente bom. Nos separamos depois de um tempo, e quando olhei em seus olhos, fiquei realmente vermelha.

– Ok... - suspirei. - Eu não quero parecer grossa, mas eu preciso do meu celular. Você o trouxe, não é?

– Sim. - pegou o - meu lindo e amado - aparelho celular em seu bolso e me entregou.

– Obrigada. - o encarei. - Você não o olhou, sim?

– Ahn... - coçou a nuca.

– Está tudo bem... Eu sei que eu tenho que colocar uma porcaria de senha, mas eu sempre esqueço.

– Minha irmã reclama disso toda hora. - comentei e ele olhou perplexo.

– Irmã? Você não me disse que tem irmã. - pareceu interessado.

– É, eu tenho sim. Ela é mais velha, o nome dela é Emily. - sorri.

– E onde ela está? - arqueei uma sobrancelha. - Quer dizer, ela poderia ter vindo com você, né. Você me entendeu.

– Ela tem trabalho. Ela está super preocupada, como se você fosse um estrupador ou um sequestrador, você sabe. Se ela não tivesse, ela teria vindo.

– Ah, entendo. - sorriu e retribuí. Mas que coisa linda! – Quer sentar?

– Claro! - caminhamos até um banco, perto da fonte. Avistei Toby comprando um sorvete para Amber, que pulava em sua perna.

– Quem você está olhando? - perguntou e olhou para trás. - Aquele é seu namorado? - perguntou e eu comecei a rir.

– Toby? - ri. - Desculpa rir desse jeito...

– Tudo bem.

– Toby é o melhor amigo da minha irmã. Não se preocupe, ele é gay. - sorri e ele suspirou aliviado. - E aquela garota pequena é minha sobrinha.

– Ela é um pouco parecida com você. - olhou novamente para trás.

– Só um pouco. Ela é mais parecida com o... - parei de falar nesse exato momento.

– O que houve? - perguntou, assustado.

– Nada, nada. - sorri fraco.

– Foi o que eu perguntei? Te fiz alguma coisa?

– Nada não, Danny. Você não fez nada, na verdade, está sendo um amor. Mas contar um pouco sobre a história da Amber, é meio difícil para mim.

– O que houve? - perguntou, e depois bateu em sua testa. - Desculpa, não devia ter te perguntado isso.

– Tudo bem. - coloquei a mão em seu ombro. - Você quer conhecer ela?

– Ela? Quem? - ficou confuso.

– Minha sobrinha. - ri.

– Ah sim. - riu. - Seria um prazer. - se levantou e me ajudou a levantar.

Caminhamos até a direção de Toby que já dava o sorvete a Amber.

– Oi, gente. - cumprimentei. - Toby e Amber, esse é o Danny.

– Oi, Danny. - Toby estendeu sua mão e Danny a apertou. Pelo menos ele agiu normalmente.

– Amber, não vai o cumprimentar?

– Oi... - disse, tomando seu sorvete. A peguei no colo e dei um beijo em sua bochecha.

– Oi, Amber. - ele sorriu, e ela riu. - Ela é muito bonita. - me encarou.

Obligada... - ficou vermelha, e rimos. Ela era muito fofa.

– E aí, Danny? O que você quer com essa garota? - Toby arqueou uma sobrancelha e Danny pareceu nervoso.

– Toby! - o repreendi. - Desculpa por ele, ele é meio irritante às vezes.

– Sei como é isso. O meu tio e os amigos dele, me enchem o saco, toda a hora. - suspirou.

– Eram aqueles homens que conversavam com você? - mexi nos cabelos de Amber.

– E-Eram. - gaguejou.

– Você parece nervoso... - falou Toby. - Você está bem?

– Sim, eu estou...

– Tia Callie! Olha aquele balão! - Amber gritou em meu colo enquanto apontava para um balão da Hello Kitty.

– Ele é lindo, princesa! Você quer um? - perguntei e ela sorriu, assentindo.

A coloquei no chão e segurei sua mão.

– Espera um minuto. - avisei Danny e ele assentiu, indo ao caminho dos balões.

xxx

Callie foi ao caminho dos balões, me deixando a sós com Toby... E com os meus amigos, que estavam nos vigiando.

– Você gosta da Callie, né? - perguntou Toby, me pegando de surpresa.

– Ela é uma ótima garota... - suspirei.

– Sim, mas eu digo, no sentindo de querer sair em encontros, namorar...

– Eu não sei, acho que ela não está a fim de mim.

– Então você está a fim dela? - arqueou uma sobrancelha, e riu. - Relaxa. Ela está totalmente a fim de você, mas se o lance não der certo, me liga ou me encontre no hospital.

– Hospital? - insinuei.

– Longa história. - riu. - Callie é uma garota de ouro, é bom dar uma chance a ela. Chama ela para ir para sorveteria ou alguma festa... Pode ser hoje mesmo, ela realmente merece, e eu acho que se der certo, você pode ser o primeiro relacionamento sério dela.

– Ok. - sorri.

Depois disso, me senti sujo. Sujo mesmo. Pior do que lixo, esgoto. Porque eu posso realmente estar a fim de Callie, só que eu acabei marcando tudo isso, por causa dos meninos. Eu acabei aqui para coletar respostas sobre Emily. Não estava pela causa de ver Callie, mas eu realmente quero.

Olhar ela, com sua sobrinha, quer dizer, Amber, se divertindo, era perfeito. Tudo passava em câmera lenta, seus cabelos voavam enquanto ela dava sua risada, que era realmente gostosa de se ouvir.

Eu tinha que contar a verdade... Mas eu poderia estragar tudo. Melhor não contar. Não agora. Mas irei.

Eu a conheci ontem! Meu Deus!

– Toby...

– Sim?

– Você acredita em amor à primeira vista? - o encarei e ele riu.


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Notas finais do capítulo

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