Rise of the Guardians 2 - Spirits of Halloween escrita por Black


Capítulo 6
Capítulo 6: Awake


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente gostaria de pedir desculpas pela demora, mas estive com alguns problemas com a Internet.
Espero que gostem do capítulo.



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Onze dias depois...

Depois de muito tempo inconsciente, Jackeline finalmente começava a dar sinais de que estava para acordar. Jack Frost, que estava no quarto desde que a trouxera até lá, olhou animado para a garota que parecia estar prestes a acordar.

– Norte! Coelho! Fada! Sandy! – Jack chamou todos que rapidamente chegaram ao local. – Ela está acordando.

– Que ótimo. – A Fada suspirou aliviada.

Jackeline abriu os olhos lentamente. Sua cabeça doía como nunca e ela se sentia levemente fraca. Levantou-se e ficou sentada na cama observando confusa os cinco guardiões que a observavam felizes.

– Jenn, que bom que você acordou. – Jack se aproximou e colocou a mão no ombro da garota.

Jackeline achou estranho ele tê-la chamado pelo apelido da irmã, mas depois de alguns segundos de reflexão, entendeu. Ela e Jennete eram exatamente iguais e a única coisa que podia diferenciá-las era o uso da abóbora. Sem ela, todos pensavam que Jackeline era Jennete.

– Não sou a Jennete. – Jackeline declarou depois de alguns minutos.

– O que...? – Jack começou a perguntar, mas foi interrompido.

– Sou a Jackeline. – Ela falou.

– Jacky? – Jack Frost parecia confuso.

O espírito do inverno se afastou um pouco do lugar onde a garota estava e Norte se aproximou também confuso.

– Jackeline, o que aconteceu? – Norte fez a primeira pergunta que lhe viera à mente.

Jackeline começou a explicar a história desde a parte em que fora dar uma caminhada na floresta até a parte em que desmaiara. Durante esse tempo todos os guardiões, até mesmo o Coelho, ficaram calados escutando atentamente.

– E a sua irmã? – Jack perguntou assim que ela terminou de falar.

– Eu não sei. – Jackeline abaixou a cabeça, tristonha.

– Você disse que ela está com a sua abóbora, não é? – A Fada perguntou.

– Sim. – Jackeline respondeu sem levantar a cabeça.

– E por que ela é tão importante? – O Coelho questionou.

– É fonte de todos os poderes do Halloween. – Jackeline explicou.

– Então temos que achar tanto ela quanto sua irmã. – Jack se pronunciou.

Sandman fez um sinal positivo e com a areia dourada, sugeriu que todos fossem até o trenó. Os guardiões concordaram, embora Jack Frost e o Coelho da Páscoa ainda estivessem desconfiados da história de Jackeline.

Pararam à porta, esperando que Jackeline se levantasse. A garota ficou de pé com dificuldade, mas quando começou a dar sinais de que ia cair, Jack a segurou.

– Obrigada. – Ela agradeceu à ajuda do espírito do inverno.

– Não há de quê. – Ele respondeu sem graça.

Assim, Jack e a Fada ajudaram Jackeline a ir até o trenó. Desta vez, o Coelho não discutiu e se sentou em seu lugar sem reclamar. Assim que ajudaram Jackeline a entrar no trenó e se sentar, Jack e a Fada também entraram seguidos por Sandman e Norte.

– Para onde? – Norte perguntou, já decolando com as renas.

– Acho melhor começarmos pela nossa “casa” – Jackeline sugeriu.

– Onde fica? – A Fada perguntou antes de Norte.

– Cemitério de Los Angeles. – Jackeline confessou.

– Vocês moram num cemitério? – Jack quis saber.

– É. – Jackeline admitiu.

Assim que disse isso, várias lembranças vieram à sua mente e ela abaixou a cabeça. Não queria se lembrar da aparente traição de Jennete.

– Você está bem? – Jack perguntou.

– Sim, claro. – Mentiu, ainda olhando para frente.

– Está mentindo. – Jack lança-lhe um sorriso divertido.

– E por que se importa? – Ela se virou para ele.

– Por nada. – Ele tenta desviar da pergunta. – Mas estive pensando em algo que a Jenn nos disse outro dia.

– O que? – Jackeline agora estava visivelmente curiosa.

– Disse que você não gosta do Halloween. – Jack respondeu honestamente. – Que te traz lembranças ruins. É isso que está te incomodando?

– Antes fosse. – Ela levanta a cabeça e fita o céu. – Mas ela tem razão, eu não gosto do Halloween.

– Por quê? – Jack estava confuso com isso desde que Jennete lhe contara.

– Não gosto de assustar. – Ela respondeu sem olhar para ele.

Jack se viu confuso com aquela afirmação, assim como todos no trenó que escutavam a conversa silenciosamente. Tanto Coelhão quanto Jack ainda duvidavam bastante de Jackeline, mas ela não parecia estar mentindo. Sandman, Norte e Fada, por outro lado, já acreditavam plenamente nela.

– Se não gosta, por que faz? – Jack desafia.

– Por que eu preciso. – Jackeline responde. Quando Jack ia falar, ela continua. – Para que você acha que serve o Halloween?

– Não sei. – Ele responde francamente. – Nunca entendi bem o porquê de as crianças gostarem dessa data.

– Para mim, o Halloween significa esperança. – Ela fala e ao ver tanto Jack quanto os demais Guardiões confusos, explica. – Ensina que se você for corajoso e enfrentar seus medos, terá uma recompensa.

– Por isso o susto e os doces? – Fada pergunta.

– Exato. – Jackeline concorda. – Em outras palavras, aquelas que me enfrentam, ganham da Jennete algo de bom. É isso que significa os doces. Encoraja a acreditar que não importa quão escuro seja o caminho, sempre tem uma luz no fim do túnel.

Os Guardiões se viram confusos e completamente surpresos com as palavras de Jackeline. Esta, por sua vez, apenas ficou calada e ignorou os olhares que os outros mantinham nela.

Eles voaram em silêncio até onde Jackeline dissera. Norte deixou o trenó numa parte mais afastada e seguiram a pé pelo sombrio e assustador lugar.

– Que lugar esquisito. – O Coelho observou, encolhendo-se com os barulhos que vinham das árvores ao redor.

– Você se acostuma. – Jackeline sorriu fracamente.

– Eu acho meio difícil. – Jack falou.

Andaram mais um pouco por entre as árvores e logo se viram em um local mais aberto, porém escuro e com várias lápides. Jackeline sorriu verdadeiramente ao ver o conhecido lugar, mas este sorriso morreu ao ver a irmã gêmea sentada numa lápide, olhando para o chão e segurando a abóbora com um sorriso no rosto.

– Pensei que estava morta, Jackeline. – Ela virou-se para encarar os guardiões e a irmã. – Mas estava me perguntando o porquê da demora de vocês.

– Jenn, o que está fazendo? – Jack Frost perguntou, dando um passo à frente.

– Não parece óbvio? – Ela respondeu com outra pergunta.

– Por quê? – Jackeline se pronunciou, ainda com a voz fraca.

Jennete sorriu e em um segundo estava a centímetros da irmã, encarando-a. Os outros guardiões deram espaço, mas pegaram suas armas.

– Porque eu cansei. – Jenn falou, lançando à irmã um olhar carregado de ódio.

– Como assim? – Jackeline perguntou confusa.

– É claro que você não sabe, nunca soube como é ser esquecida e invisível para todos! – Jennete exclamou, rodeando Jackeline que permanecia parada em seu lugar. – Todos sempre lhe viram, sempre acreditaram em você, mesmo que você só os trouxesse medo e desespero.

– Jenn... – Jackeline tentou argumentar, mas Jennete a interrompeu.

– Eu sempre tentei ser uma boa garota e agradar a todos aqueles pirralhos, mas quando se falava em Halloween, todos só pensavam em você!

– Eu não...

– Você não sabe com foi passar os últimos quinhentos anos na sua sombra! – Jennete apertou a alça de ferro da abóbora e dela saiu um poder que jogou todos para trás, exceto Jackeline.

Jennete parou de andar e segurou o pescoço da irmã. Esta por sua vez, apenas ficou parada olhando-a de maneira inexpressiva.

– Mas isso acaba hoje. – Jenn fala em um tom que só a irmã pode ouvir.

– O que você vai fazer? – Jackeline pergunta.

Jennete joga Jackeline para trás e ela cai no chão. Jacky levanta-se, ficando de joelhos fitando Jennete de maneira ameaçadora, enquanto ela ri.

– Surpreendente. Mesmo sem isso ainda consegue ser assustadora Jackeline. Tanto talento desperdiçado. – Jennete voltou a andar em círculos ao redor de Jackeline.

– Como assim? – Jack Frost se manifestou, ficando de pé e encarando as irmãs.

– Lembra quando eu disse que ela ficava triste quando o Halloween se aproximava por causa de algo que aconteceu no passado? – Jennete se dirigiu a ele e Jack concordou com a cabeça. – Era mentira. Era apenas para ganhar a confiança de vocês.

– Então, por que...? – Jack ia perguntar, mas foi interrompido.

– Eu não podia dizer que ela era a boazinha entre nós duas. – Jennete lançou-lhe um sorriso sarcástico. – A verdade é que a Jacky nunca gostou de assustar.

Jack e todos os outros guardiões, que já estavam de pé, se viram sem fala diante desta afirmação.

– Quando você foi procurá-la... – Norte falou, deixando a frase inacabada para que ela terminasse.

– Era só uma desculpa para ir me encontrar. – Breu completou, aparecendo de súbito ao lado de Jennete. – E vocês caíram tão facilmente.

– Sabem, - Jennete começou. – Não fiquei muito surpresa que vocês tenham gostado e confiado em mim. Quando você não conhece a Jacky, você a vê como uma pessoa assustadora e sarcástica, mas se passar bastante tempo com ela, você vê que ela é exatamente como eu fingi ser para vocês.

– Você nos enganou! – Coelhão acusou.

– É claro que sim. – Jennete confirmou, gargalhando alto. – Isso sempre fez parte do plano. Meu plano de vingança!

– E o que nós fizemos para você? – Fada questionou.

– Não para mim. Para ele. – Jennete apontou para Breu. – Eu não conseguiria sozinha, então me aliei a Breu para nós dois termos o que queremos. Eu consigo minha vingança contra a minha odiada irmãzinha e Breu consegue a vingança dele contra vocês.

– Lamento que tenha ido tão baixo. – Jackeline se intrometeu, lançando um sorriso sarcástico a Jennete.

Jennete lançou um olhar de desprezo a Jackeline e deu-lhe um forte chute na barriga, fazendo-a cair nu chão e se encolher. Jack foi até ela, colocou o braço da garota ao redor de seus ombros e a levantou.

– Você não vai se safar dessa Jennete. – Ele fala.

– E quem vai me impedir? – Ela pergunta, começando a concentrar a energia da abóbora.

– Jack, sai daqui. – Jackeline pediu ao ver o que ela estava fazendo, afastando-se dele. – Todos vocês.

– Mas, Jacky... – Jack tentou argumentar.

– Eu não estou pedindo. – Jackeline o interrompeu. – Saiam. Agora!

Todos, menos Breu, foram atingidos pela onda de energia que se originara da abóbora de Halloween e Jennete começou a gargalhar loucamente ao ver todos no chão.

– Que linda visão. – Breu elogiou, gargalhando junto com Jennete.

– Vá em frente e resolva-se com os guardiões. – Jennete ordenou. – Tenho assuntos a tratar com a Jacky.

– Nem precisa falar duas vezes. – Breu concorda, afastando-se, indo primeiramente até Norte, que ainda estava no chão.

Jennete se vira para Jackeline e caminha vagarosamente até onde ela estava com Jack. O espírito do inverno já havia se levantado e tentava a todo custo acordar a garota. Ao ver Jennete se aproximando, Jack ficou de pé entre ela e Jackeline.

– Protegendo a garota que até pouco tempo julgava ser uma ameaça? – Jennete perguntou, lançando-lhe o um sorriso irônico.

– Eu estava errado. – Jack levanta o cajado e o aponta para Jennete. – O monstro aqui é você!

– Não poderia estar mais certo. – Jennete fala, erguendo a abóbora e dela sai uma forte luz que joga Jack para trás.

Assim que o espírito do inverno bate na arvore atrás de si, os galhos dela começam a envolvê-lo, prendendo-o e tomando-lhe o cajado.

– Fica melhor assim. – Jennete para por um segundo e o observa, mas logo se abaixa ao lado de Jackeline que continuava desacordada. Ela fita a irmã com desprezo. – Dessa vez vou garantir que você realmente morra.

Mais luz sai da abóbora e do sorriso entalhado na superfície alaranjada, Jennete tira uma adaga de prata com cabo preto. Ela levanta o braço com a adaga em punho e rapidamente o baixa.

– Não! – Fada do Dente grita e se atira na frente de Jackeline, tirando-a dali.

Antes que a Fada pudesse sair dali com Jackeline, Jennete acerta uma de suas asas com a adaga e ela cai no chão ainda segurando o espírito de Halloween.

– Não, não, não. – Jennete lança à Fada um olhar reprovador. – Não é certo interromper os assuntos dos outros. Que falta de educação, fadinha.

Jennete sorri com a visão da Fada se contorcendo de dor no chão, mesmo esta ainda se mantendo protetoramente acima de Jackeline. Ela se aproxima e chuta a Fada para longe. Nesse momento, Jackeline abre os olhos, mas antes que se levante Jennete coloca o pé sobre ela, impedindo-a.

– Não vai escapar de mim, Jacky. – Jennete alerta.

– Se você vai me matar, mate-me! – Jackeline grita.

– Não Jacky! – Jack se desespera, ainda se debatendo para se livrar dos galhos que o prendiam.

Jennete fitou a irmã com curiosidade e depois de alguns segundos, franziu o cenho. Jackeline não parecia estar brincando e tampouco parecia temê-la. Jennete começou a pensar em várias maneiras de puni-la, mas nenhuma parecia cruel o suficiente.

De repente, ela sorriu com uma nova ideia.

– Não. – Jennete aumenta ainda mais o sorriso. – Matá-la seria bom demais para você. Em vez disso, vou fazer uma coisa bem pior.

– O que está pretendendo? – Jackeline perguntou apreensiva.

– Você vai me ajudar. – Jennete se abaixa, aproximando-se de Jackeline. – Vai fazer tudo aquilo que mais odeia fazer. Querendo ou não.

Jennete segura à cabeça de Jackeline e a força a fitar a abóbora. O objeto começar a brilhar em cor preta, sua luz se dirige diretamente os olhos de Jackeline. Ela tenta desviar o olhar, mas Jennete a mantém olhando para a luz negra. Aos poucos os olhos laranja de Jacky começam a perder o foco e escurecerem lentamente.

– Jacky, não! – Jack grita. – O que está fazendo com ela?! O que está fazendo com ela?!

– Você vai descobrir. – Jennete diz, sorrindo para Jack.

O brilho negro da abóbora aos poucos foi se apagando e à medida que isso acontecia, os olhos de Jackeline, agora completamente pretos, iam ganhando foco. Ela parecia mais assustadora do que já era.


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Notas finais do capítulo

Poderiam por favor comentar?
Estou até ficando desanimada para escrever.