Rise of the Guardians 2 - Spirits of Halloween escrita por Black
Notas iniciais do capítulo
Primeiramente gostaria de pedir desculpas pela demora, mas estive com alguns problemas com a Internet.
Espero que gostem do capítulo.
Onze dias depois...
Depois de muito tempo inconsciente, Jackeline finalmente começava a dar sinais de que estava para acordar. Jack Frost, que estava no quarto desde que a trouxera até lá, olhou animado para a garota que parecia estar prestes a acordar.
– Norte! Coelho! Fada! Sandy! – Jack chamou todos que rapidamente chegaram ao local. – Ela está acordando.
– Que ótimo. – A Fada suspirou aliviada.
Jackeline abriu os olhos lentamente. Sua cabeça doía como nunca e ela se sentia levemente fraca. Levantou-se e ficou sentada na cama observando confusa os cinco guardiões que a observavam felizes.
– Jenn, que bom que você acordou. – Jack se aproximou e colocou a mão no ombro da garota.
Jackeline achou estranho ele tê-la chamado pelo apelido da irmã, mas depois de alguns segundos de reflexão, entendeu. Ela e Jennete eram exatamente iguais e a única coisa que podia diferenciá-las era o uso da abóbora. Sem ela, todos pensavam que Jackeline era Jennete.
– Não sou a Jennete. – Jackeline declarou depois de alguns minutos.
– O que...? – Jack começou a perguntar, mas foi interrompido.
– Sou a Jackeline. – Ela falou.
– Jacky? – Jack Frost parecia confuso.
O espírito do inverno se afastou um pouco do lugar onde a garota estava e Norte se aproximou também confuso.
– Jackeline, o que aconteceu? – Norte fez a primeira pergunta que lhe viera à mente.
Jackeline começou a explicar a história desde a parte em que fora dar uma caminhada na floresta até a parte em que desmaiara. Durante esse tempo todos os guardiões, até mesmo o Coelho, ficaram calados escutando atentamente.
– E a sua irmã? – Jack perguntou assim que ela terminou de falar.
– Eu não sei. – Jackeline abaixou a cabeça, tristonha.
– Você disse que ela está com a sua abóbora, não é? – A Fada perguntou.
– Sim. – Jackeline respondeu sem levantar a cabeça.
– E por que ela é tão importante? – O Coelho questionou.
– É fonte de todos os poderes do Halloween. – Jackeline explicou.
– Então temos que achar tanto ela quanto sua irmã. – Jack se pronunciou.
Sandman fez um sinal positivo e com a areia dourada, sugeriu que todos fossem até o trenó. Os guardiões concordaram, embora Jack Frost e o Coelho da Páscoa ainda estivessem desconfiados da história de Jackeline.
Pararam à porta, esperando que Jackeline se levantasse. A garota ficou de pé com dificuldade, mas quando começou a dar sinais de que ia cair, Jack a segurou.
– Obrigada. – Ela agradeceu à ajuda do espírito do inverno.
– Não há de quê. – Ele respondeu sem graça.
Assim, Jack e a Fada ajudaram Jackeline a ir até o trenó. Desta vez, o Coelho não discutiu e se sentou em seu lugar sem reclamar. Assim que ajudaram Jackeline a entrar no trenó e se sentar, Jack e a Fada também entraram seguidos por Sandman e Norte.
– Para onde? – Norte perguntou, já decolando com as renas.
– Acho melhor começarmos pela nossa “casa” – Jackeline sugeriu.
– Onde fica? – A Fada perguntou antes de Norte.
– Cemitério de Los Angeles. – Jackeline confessou.
– Vocês moram num cemitério? – Jack quis saber.
– É. – Jackeline admitiu.
Assim que disse isso, várias lembranças vieram à sua mente e ela abaixou a cabeça. Não queria se lembrar da aparente traição de Jennete.
– Você está bem? – Jack perguntou.
– Sim, claro. – Mentiu, ainda olhando para frente.
– Está mentindo. – Jack lança-lhe um sorriso divertido.
– E por que se importa? – Ela se virou para ele.
– Por nada. – Ele tenta desviar da pergunta. – Mas estive pensando em algo que a Jenn nos disse outro dia.
– O que? – Jackeline agora estava visivelmente curiosa.
– Disse que você não gosta do Halloween. – Jack respondeu honestamente. – Que te traz lembranças ruins. É isso que está te incomodando?
– Antes fosse. – Ela levanta a cabeça e fita o céu. – Mas ela tem razão, eu não gosto do Halloween.
– Por quê? – Jack estava confuso com isso desde que Jennete lhe contara.
– Não gosto de assustar. – Ela respondeu sem olhar para ele.
Jack se viu confuso com aquela afirmação, assim como todos no trenó que escutavam a conversa silenciosamente. Tanto Coelhão quanto Jack ainda duvidavam bastante de Jackeline, mas ela não parecia estar mentindo. Sandman, Norte e Fada, por outro lado, já acreditavam plenamente nela.
– Se não gosta, por que faz? – Jack desafia.
– Por que eu preciso. – Jackeline responde. Quando Jack ia falar, ela continua. – Para que você acha que serve o Halloween?
– Não sei. – Ele responde francamente. – Nunca entendi bem o porquê de as crianças gostarem dessa data.
– Para mim, o Halloween significa esperança. – Ela fala e ao ver tanto Jack quanto os demais Guardiões confusos, explica. – Ensina que se você for corajoso e enfrentar seus medos, terá uma recompensa.
– Por isso o susto e os doces? – Fada pergunta.
– Exato. – Jackeline concorda. – Em outras palavras, aquelas que me enfrentam, ganham da Jennete algo de bom. É isso que significa os doces. Encoraja a acreditar que não importa quão escuro seja o caminho, sempre tem uma luz no fim do túnel.
Os Guardiões se viram confusos e completamente surpresos com as palavras de Jackeline. Esta, por sua vez, apenas ficou calada e ignorou os olhares que os outros mantinham nela.
Eles voaram em silêncio até onde Jackeline dissera. Norte deixou o trenó numa parte mais afastada e seguiram a pé pelo sombrio e assustador lugar.
– Que lugar esquisito. – O Coelho observou, encolhendo-se com os barulhos que vinham das árvores ao redor.
– Você se acostuma. – Jackeline sorriu fracamente.
– Eu acho meio difícil. – Jack falou.
Andaram mais um pouco por entre as árvores e logo se viram em um local mais aberto, porém escuro e com várias lápides. Jackeline sorriu verdadeiramente ao ver o conhecido lugar, mas este sorriso morreu ao ver a irmã gêmea sentada numa lápide, olhando para o chão e segurando a abóbora com um sorriso no rosto.
– Pensei que estava morta, Jackeline. – Ela virou-se para encarar os guardiões e a irmã. – Mas estava me perguntando o porquê da demora de vocês.
– Jenn, o que está fazendo? – Jack Frost perguntou, dando um passo à frente.
– Não parece óbvio? – Ela respondeu com outra pergunta.
– Por quê? – Jackeline se pronunciou, ainda com a voz fraca.
Jennete sorriu e em um segundo estava a centímetros da irmã, encarando-a. Os outros guardiões deram espaço, mas pegaram suas armas.
– Porque eu cansei. – Jenn falou, lançando à irmã um olhar carregado de ódio.
– Como assim? – Jackeline perguntou confusa.
– É claro que você não sabe, nunca soube como é ser esquecida e invisível para todos! – Jennete exclamou, rodeando Jackeline que permanecia parada em seu lugar. – Todos sempre lhe viram, sempre acreditaram em você, mesmo que você só os trouxesse medo e desespero.
– Jenn... – Jackeline tentou argumentar, mas Jennete a interrompeu.
– Eu sempre tentei ser uma boa garota e agradar a todos aqueles pirralhos, mas quando se falava em Halloween, todos só pensavam em você!
– Eu não...
– Você não sabe com foi passar os últimos quinhentos anos na sua sombra! – Jennete apertou a alça de ferro da abóbora e dela saiu um poder que jogou todos para trás, exceto Jackeline.
Jennete parou de andar e segurou o pescoço da irmã. Esta por sua vez, apenas ficou parada olhando-a de maneira inexpressiva.
– Mas isso acaba hoje. – Jenn fala em um tom que só a irmã pode ouvir.
– O que você vai fazer? – Jackeline pergunta.
Jennete joga Jackeline para trás e ela cai no chão. Jacky levanta-se, ficando de joelhos fitando Jennete de maneira ameaçadora, enquanto ela ri.
– Surpreendente. Mesmo sem isso ainda consegue ser assustadora Jackeline. Tanto talento desperdiçado. – Jennete voltou a andar em círculos ao redor de Jackeline.
– Como assim? – Jack Frost se manifestou, ficando de pé e encarando as irmãs.
– Lembra quando eu disse que ela ficava triste quando o Halloween se aproximava por causa de algo que aconteceu no passado? – Jennete se dirigiu a ele e Jack concordou com a cabeça. – Era mentira. Era apenas para ganhar a confiança de vocês.
– Então, por que...? – Jack ia perguntar, mas foi interrompido.
– Eu não podia dizer que ela era a boazinha entre nós duas. – Jennete lançou-lhe um sorriso sarcástico. – A verdade é que a Jacky nunca gostou de assustar.
Jack e todos os outros guardiões, que já estavam de pé, se viram sem fala diante desta afirmação.
– Quando você foi procurá-la... – Norte falou, deixando a frase inacabada para que ela terminasse.
– Era só uma desculpa para ir me encontrar. – Breu completou, aparecendo de súbito ao lado de Jennete. – E vocês caíram tão facilmente.
– Sabem, - Jennete começou. – Não fiquei muito surpresa que vocês tenham gostado e confiado em mim. Quando você não conhece a Jacky, você a vê como uma pessoa assustadora e sarcástica, mas se passar bastante tempo com ela, você vê que ela é exatamente como eu fingi ser para vocês.
– Você nos enganou! – Coelhão acusou.
– É claro que sim. – Jennete confirmou, gargalhando alto. – Isso sempre fez parte do plano. Meu plano de vingança!
– E o que nós fizemos para você? – Fada questionou.
– Não para mim. Para ele. – Jennete apontou para Breu. – Eu não conseguiria sozinha, então me aliei a Breu para nós dois termos o que queremos. Eu consigo minha vingança contra a minha odiada irmãzinha e Breu consegue a vingança dele contra vocês.
– Lamento que tenha ido tão baixo. – Jackeline se intrometeu, lançando um sorriso sarcástico a Jennete.
Jennete lançou um olhar de desprezo a Jackeline e deu-lhe um forte chute na barriga, fazendo-a cair nu chão e se encolher. Jack foi até ela, colocou o braço da garota ao redor de seus ombros e a levantou.
– Você não vai se safar dessa Jennete. – Ele fala.
– E quem vai me impedir? – Ela pergunta, começando a concentrar a energia da abóbora.
– Jack, sai daqui. – Jackeline pediu ao ver o que ela estava fazendo, afastando-se dele. – Todos vocês.
– Mas, Jacky... – Jack tentou argumentar.
– Eu não estou pedindo. – Jackeline o interrompeu. – Saiam. Agora!
Todos, menos Breu, foram atingidos pela onda de energia que se originara da abóbora de Halloween e Jennete começou a gargalhar loucamente ao ver todos no chão.
– Que linda visão. – Breu elogiou, gargalhando junto com Jennete.
– Vá em frente e resolva-se com os guardiões. – Jennete ordenou. – Tenho assuntos a tratar com a Jacky.
– Nem precisa falar duas vezes. – Breu concorda, afastando-se, indo primeiramente até Norte, que ainda estava no chão.
Jennete se vira para Jackeline e caminha vagarosamente até onde ela estava com Jack. O espírito do inverno já havia se levantado e tentava a todo custo acordar a garota. Ao ver Jennete se aproximando, Jack ficou de pé entre ela e Jackeline.
– Protegendo a garota que até pouco tempo julgava ser uma ameaça? – Jennete perguntou, lançando-lhe o um sorriso irônico.
– Eu estava errado. – Jack levanta o cajado e o aponta para Jennete. – O monstro aqui é você!
– Não poderia estar mais certo. – Jennete fala, erguendo a abóbora e dela sai uma forte luz que joga Jack para trás.
Assim que o espírito do inverno bate na arvore atrás de si, os galhos dela começam a envolvê-lo, prendendo-o e tomando-lhe o cajado.
– Fica melhor assim. – Jennete para por um segundo e o observa, mas logo se abaixa ao lado de Jackeline que continuava desacordada. Ela fita a irmã com desprezo. – Dessa vez vou garantir que você realmente morra.
Mais luz sai da abóbora e do sorriso entalhado na superfície alaranjada, Jennete tira uma adaga de prata com cabo preto. Ela levanta o braço com a adaga em punho e rapidamente o baixa.
– Não! – Fada do Dente grita e se atira na frente de Jackeline, tirando-a dali.
Antes que a Fada pudesse sair dali com Jackeline, Jennete acerta uma de suas asas com a adaga e ela cai no chão ainda segurando o espírito de Halloween.
– Não, não, não. – Jennete lança à Fada um olhar reprovador. – Não é certo interromper os assuntos dos outros. Que falta de educação, fadinha.
Jennete sorri com a visão da Fada se contorcendo de dor no chão, mesmo esta ainda se mantendo protetoramente acima de Jackeline. Ela se aproxima e chuta a Fada para longe. Nesse momento, Jackeline abre os olhos, mas antes que se levante Jennete coloca o pé sobre ela, impedindo-a.
– Não vai escapar de mim, Jacky. – Jennete alerta.
– Se você vai me matar, mate-me! – Jackeline grita.
– Não Jacky! – Jack se desespera, ainda se debatendo para se livrar dos galhos que o prendiam.
Jennete fitou a irmã com curiosidade e depois de alguns segundos, franziu o cenho. Jackeline não parecia estar brincando e tampouco parecia temê-la. Jennete começou a pensar em várias maneiras de puni-la, mas nenhuma parecia cruel o suficiente.
De repente, ela sorriu com uma nova ideia.
– Não. – Jennete aumenta ainda mais o sorriso. – Matá-la seria bom demais para você. Em vez disso, vou fazer uma coisa bem pior.
– O que está pretendendo? – Jackeline perguntou apreensiva.
– Você vai me ajudar. – Jennete se abaixa, aproximando-se de Jackeline. – Vai fazer tudo aquilo que mais odeia fazer. Querendo ou não.
Jennete segura à cabeça de Jackeline e a força a fitar a abóbora. O objeto começar a brilhar em cor preta, sua luz se dirige diretamente os olhos de Jackeline. Ela tenta desviar o olhar, mas Jennete a mantém olhando para a luz negra. Aos poucos os olhos laranja de Jacky começam a perder o foco e escurecerem lentamente.
– Jacky, não! – Jack grita. – O que está fazendo com ela?! O que está fazendo com ela?!
– Você vai descobrir. – Jennete diz, sorrindo para Jack.
O brilho negro da abóbora aos poucos foi se apagando e à medida que isso acontecia, os olhos de Jackeline, agora completamente pretos, iam ganhando foco. Ela parecia mais assustadora do que já era.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Poderiam por favor comentar?
Estou até ficando desanimada para escrever.