Rise of the Guardians 2 - Spirits of Halloween escrita por Black


Capítulo 15
Capítulo 15: Spirits of Past - Part 2


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o capítulo.
Espero que gostem!



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Jacky fica paralisada em seu lugar e aumenta o aperto que mantinha no braço de Jennete. A mais nova fica um pouco incomodada com a força empregada, mas continua quieta, afinal, nem ela sabia daquela história.

– Estão encarando melhor do que eu esperava. – Jack diz, recomeçando a andar em círculos ao redor das meninas.

O cavalo solta um relincho agudo de impaciência enquanto o cavaleiro voltava à meticulosa análise que fazia das gêmeas.

– Sabem, - Ele começa. – Até que se parecem comigo. Antes de eu ter essa cabeça, quero dizer. – Ele dá leves batidas na superfície alaranjada. – Os cabelos são da mesma cor que os meus eram. E os rostos das duas lembram o meu quando mais jovem. – Ele coloca a mão sobre o que deveria ser o queixo. – Mas há mais alguma coisa...

Ele para de andar em círculos e começa a se aproximar das gêmeas.

– Jenn, corre. – Jacky ordena, falando baixo o suficiente para que só a irmã pudesse ouvir.

Jennete não perde tempo e começa a correr o mais rápido possível na direção por onde havia vindo. Se não fosse pela situação desesperadora, Jacky até ficaria surpresa por a irmã tê-la obedecido.

Quando a mais velha estava prestes a correr também, o cavaleiro a ergue pela perna, deixando-a de cabeça para baixo enquanto a segurava com uma única mão.

– Que falta de educação querer se retirar da conversa antes de terminarmos. – Jack diz, balançando a cabeça num gesto reprovador.

– O que você quer? – Jacky pergunta com dificuldade.

O rosto da garota já estava ficando vermelho e a cabeça, dolorida, visto que já estava de cabeça para baixo há alguns minutos, mesmo que poucos. O Cavaleiro dá o que devia ser um sorriso e logo o barulho de metal se quebrando junto com um grito agoniado recomeça, com o que para ele deveria ser uma gargalhada, porém essa foi mais ruidosa que a anterior.

Jacky fecha os olhos com força quando sentiu novamente a terrível dor de cabeça que a risada do pai lhe causava.

– Peculiar. – Ele diz ao parar de rir. – Um ser humano comum estaria se debatendo e gritando agora, mas você...

– A Jennete também não se importou. – Jacky responde, ainda fazendo uma careta de dor.

– Eu não quis que ela escutasse então ela não escutou. – Jack fala. – Eu queria testar uma de cada vez.

– Para quê? – Jacky questiona.

Ele não responde. Em vez disso, levanta e fita a mão livre, em especial o dedo indicador, que começava a ficar fino e pontudo como uma agulha e a assumir um brilho negro. Não tarda para que ele aponte a ponta do para o coração de Jacky e logo a crave lá.

Um grito alto e agudo é ouvido por toda a clareira e Jack deixa a filha cair no chão com um estrondo. A garota começou a gritar e se debater enquanto uma dor excruciante lhe atingia.

Jack a observa com as feições de abóbora inexpressivas. Logo ele se vira e monta novamente no cavalo preto que parecia estar impaciente. Já montado, ele vira-se novamente para a filha que continuava no mesmo estado.

– Se sobreviver a isso, - Ele começa. – Terá um dom muito especial.

Nisso, ele abandona a clareira rapidamente, desaparecendo com o cavalo por entre as árvores na mesma direção por onde havia vindo, deixando a filha ainda gritando e se debatendo no chão escuro.

– Vamos, mãe. – Jennete puxa a mãe pelo mesmo caminho que havia percorrido com Jacky.

As duas corriam o mais rápido possível pela floresta e depois de minutos que lhes pareceram lentos e longos, chegaram à clareira onde Jacky e Jenn haviam encontrado Jack O’Lantern.

Assim que chegam ao local, os ouvidos de ambas são preenchidos por um grito agonizante que vinha de uma garota que se debatia no chão do centro da escura clareira.

– Jacky! – A mãe grita e corre com Jennete até onde a filha estava.

A mulher abraça a filha mais velha, ainda que esta continuasse a gritar e se debater em seus braços. Theodora tenta acalmar a garota, mas não obtém resultado.

– O que vamos fazer mãe? – Jennete questiona, segurando uma das mãos da irmã.

– Eu não sei... – Começa.

Theodora é interrompida pelo silêncio assustador que se instalara pela clareira. Ao olhar para Jacky, vê que a menina havia parado de gritar e começara a morder o lábio, que agora sangrava devido à força empregada. A mão que estava livre do aperto de Jennete segurava o outro braço com muita força e este também começava a sangrar à medida que as unhas perfuravam a pele. Ambos os gestos eram feitos de tal modo que era óbvia a tentativa de parar de gritar.

– Jacky... – Theodora tenta fazer com que a filha para de machucar a si mesma.

Jacky balança a cabeça e continua da mesma maneira. O sangue escorria pelo lábio e braço cortados, mas isso não era suficiente para que a garota parasse de fazê-lo.

Já era de manhã quando Jacky relaxou a postura rígida, soltou o braço vermelho e parou de morder o lábio ensanguentado. Lentamente ela se senta e a mãe a abraça com força. O mesmo gesto é repetido por Jennete.

– Você está bem? – A mais nova pergunta.

Jacky balança a cabeça em concordância e com a ajuda da mãe e da irmã, se levanta. Logo as duas últimas levam a garota para casa.

Ao chegarem lá, Theodora coloca a filha mais velha diretamente na cama e Jacky cede à exaustão logo depois, adormecendo. Theodora e Jennete ficam observando Jacky dormindo, ambas preocupadas. Principalmente pelo fato de que, no momento em que fechara os olhos, a aparência de Jacky começou a oscilar entre a própria e a do Cavaleiro, mas a abóbora não aparecia, deixando o Cavaleiro Sem Cabeça.

– O que está acontecendo com ela? – Jennete pergunta assustada.

– Não sei. – A mãe responde. – Mas vou descobrir.

Logo a mulher se levanta da cama e dá um beijo na testa de ambas as filhas. Vai até a porta e a abre, mas para antes de sair.

– Não saia desta casa. – Ordena e sai do quarto.

Ela caminha para fora da casa e adentra na floresta. Não se distancia muito e ainda no meio das árvores ouve o barulho da aproximação do cavalo preto que era tão conhecido para ela. Não tarda para que Jack apareça perto dela montado em seu cavalo.

– Theodora. – Cumprimenta friamente.

– Jack. – Ela retribui o gesto do mesmo modo que ele.

Ele logo desce do cavalo e se aproxima da mulher.

– A que devo a, vamos chamar visita? – Questiona.

– O que você fez com a Jacky? – Ela pergunta com um tom hostil.

– Está falando da garota que eu conheci naquela clareira? – Ele aponta para a direção onde o lugar ficava, fazendo-se de desentendido.

– Eu não estou brincando, O’Lantern. – Ela diz. – O que você fez com a minha filha?

– Nossa filha, você quer dizer. – Ele corrige. – E eu não fiz nada de mais. Apenas dei um presentinho a minha filha mais velha.

– Presentinho? – Theodora questiona com um tom acusatório. – Ela passou a noite gritando e se contorcendo e agora enquanto dorme não para de oscilar entre a própria imagem e a sua.

– Então ela sobreviveu? – Ele pergunta, parecendo orgulhoso.

Ela empalidece quase imediatamente com as palavras dele.

– Ela podia ter morrido? – Sibila ao se recuperar do choque.

– Não nego que era uma possibilidade. – Ele dá de ombros. – O presente que dei a ela foi justamente esse: O Poder de se Transformar. Não só em mim, mas no que quiser.

– Como isso é possível? – Ela pergunta.

– Não se esqueça de que você foi, ainda é, casada com um espírito. – Jack responde, alargando o sorriso de abóbora. – Não tem o direito de ser cética.

– Calado, O’Lantern. – Ela ordena novamente hostil.

– Não precisa ficar tão irritada. – Ele responde com um tom ligeiramente ofendido. – Se ela não morreu ainda, vai ficar bem. Deixe-a descansando e vai melhorar.

– Fique longe das minhas filhas. – Theodora ordena e começa a voltar para casa.

– Não prometo nada. – Ela ouve a voz de Jack se distanciando.

Balança a cabeça e volta para casa, onde Jennete a esperava na porta.

– Como ela está? – A mulher questiona.

– Normal de novo. – A mais nova responde.

Theodora assente e ela e a filha entram de novo em casa, indo diretamente até o quarto das meninas.


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Notas finais do capítulo

A parte da conversa da Theodora e do Jack não faz parte das memórias da Jacky. É uma cena adicional para vocês lerem.
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