Depois de muito tempo tentando descobrir a localização dos Espíritos do Halloween, Jack finalmente as acha. Voando a toda velocidade, acompanhado do lotado trenó de Norte, até o lugar, ele logo chega a uma clareira escura e destruída.

Ao olhar em volta, o albino rapidamente encontra Jacky de pé perto de uma árvore, de costas para ele. Ele corre o mais rápido possível até ela e fica atrás dela.

– Jacky? – Chama, estranhando as mudanças visíveis na aparência da garota.

O espírito do Halloween se vira para o Espírito do Inverno e Jack percebe assustado que um dos olhos da menina continuava preto.

– Você parece... Diferente. – Jack diz confuso.

– Sou a mesma de sempre. – Jacky dá um sorriso sem entusiasmo e começa a andar até onde os outros Guardiões, passando por Jack.

– Jacky, espera. – Jack pede e começa a andar a seu lado. – O que aconteceu aqui?

– Nada. – Ela responde inexpressiva. – Não aconteceu nada. Jennete foi embora. Só isso.

– Com certeza não foi só isso. – Ele discorda. – Você está estranha. Não está agindo como você mesma. E o seu olho...

– Está incomodado? – Ela para de andar e se vira para o albino.

– Não! – Ele se apressa em se defender. – Eu só acho que você não está agindo normalmente.

– Se acha que eu não estou normal, acostume-se com a pessoa que está vendo agora. – Ela responde e volta a andar.

Jack vai andando ao lado dela estranhando o comportamento agressivo da garota. Assim que chegam perto do trenó, Jack, Jacky e o próprio trenó voam, não até a Oficina de Norte como feito nas últimas vezes, mas para o Palácio da Fada do Dente.

Rapidamente chegam lá e os Guardiões descem do trenó.

– Afinal, por que viemos aqui? – Jacky pergunta, olhando desinteressadamente ao redor.

– A oficina está meio... Bagunçada. – Norte responde, soltando um suspiro.

Jacky revira os olhos e começa a observar as fadinhas irem e virem, trazendo dentes e levando moedas. Era algo que no mínimo distraía da dor de cabeça que agora lhe acompanhava.

– Então... – Norte começa. – Está pronta para se juntar oficialmente aos Guardiões?

Jacky se vira para ele e observa os companheiros com uma expressão pensativa.

– Claro. Claro. – Dá de ombros e vira-se novamente para olhar as fadinhas trabalhando.

– Então eu só posso dizer: - Norte começa. – Bem-Vinda.

Jacky dá um sorriso com um pouco de entusiasmo, mesmo que os guardiões não pudessem ver, uma vez que a garota estava de costas. Olhando para as fadinhas trabalhando e carregando os dentes das crianças. Assistindo àquilo, uma ideia veio à mente do Espírito de Halloween.

– Vocês conhecem as histórias uns dos outros, não é? – Jacky pergunta, virando-se novamente aos Guardiões.

– Sim. – Fada responde, olhando para a garota com curiosidade.

– Então acho que está na hora de conhecerem a minha. – Ela dá um longo suspiro. – Os dentes contêm memórias, certo?

– Sim. – Fada concorda.

– Pode fazer com que todos vejam as minhas? – Jacky pergunta.

– Claro que sim. – Fada diz entusiasmada. – Mas por quê? Você não se lembra?

– Eu lembro muito bem. – Jacky responde com um sorrisinho mínimo. – Mas quero que vocês saibam. É importante para mim.

– Então venha comigo. – Fada pede e sai com Jacky até onde os dentes estavam.

Assim que as duas se distanciam e somem pelo palácio, os outros quatro Guardiões começam a conversar.

– Sou só eu que acho isso ou ela muda de personalidade tanto quanto Norte manda os Ietes trocarem as cores dos brinquedos? – Coelhão questiona.

– Não. Eu também percebi. – Norte concorda.

Sandy faz sinal positivo e os três olham para Jack.

– Alguma coisa aconteceu lá. – O Espírito do Inverno declara. – Não sei o que, mas foi importante.

Os outros Guardiões assentem e esperam as duas voltarem. Quando Jacky e Fada retornam, Fada segurava uma caixinha dourada, como a que continha os dentes de Jack. Em um dos lados havia o rosto desenhado de uma menina. Cabelos pretos. Pele branca, embora não fosse tanto quanto a atual. E os olhos não eram laranja, agora um laranja e um preto. Eram azuis.

Jack sorri ao ver como Jacky era antes de virar um espírito e a garota pareceu satisfeita com o ato.

– Está na hora de me conhecerem. – Ela diz.

– Você não precisa fazer isso se não quiser. – Jack fala, aproximando-se dela.

– Mas eu quero. – Jacky responde.

Fada toca o rostinho desenhado na caixinha dourada e imediatamente as mentes de todos os Guardiões ali presentes se enchem com as memórias do Espírito do Halloween.