Invincible escrita por Jenny


Capítulo 1
Invincible


Notas iniciais do capítulo

Esse sim é capítulo (:



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Mary corria pelo jardim do castelo. Sentado embaixo de uma árvore, Francis a observava sem piscar. Os dois iam se casar em uma semana. Eles não podiam estar mais felizes. Eram amigos desde crianças, ela era rainha da Escócia e ele futuro rei da França. Nada podia atrapalhar o sonho dos dois de serem felizes para sempre.

– O rei deseja falar com a Vossa Alteza – uma governanta disse a Francis.

– Eu já estou indo. Mary venha cá meu amor. Meu pai deseja conversar com nós.

Os dois correram de mãos dadas até o castelo. No salão nobre, o rei Henry sorria. Isso era raro, uma vez que com os problemas que seu país estava enfrentando, sorriso nunca era visto nas redondezas. Por sua vez, a rainha Catherine não sorria. Não era de se duvidar, uma vez que ao lado do rei estava sua amante, Diane.

– O que você deseja pai? – disse Francis parando em frente ao trono de seu pai.

– Tenho boas notícias. Hoje é o vigésimo primeiro aniversário de seu irmão, isso possibilita a vinda dele para esse castelo. Ele poderá viver conosco o tempo que ele quiser. Assim como sua mãe, Diane.

– Eu agradeço – disse Diane acariciando o rosto do rei.

– Isso é ótimo pai.

Francis podia dizer isso, mas não era o jeito que ele estava se sentindo. Sempre teve inveja de seu irmão bastardo. Mesmo não podendo assumir o trono ou mesmo morar no castelo, o irmão sempre fora o favorito de seu pai. Francis não passava do próximo rei da França. Nem mesmo com o casamento marcado com Mary, ele se tornará o favorito.

Na porta do salão, o irmão de Francis escutava toda a euforia por parte de seu pai e sua mãe e toda a fúria que a rainha sentia em saber que fruto de uma traição ia morar com ela. Ele começou a rir sozinho, quando avistou seu irmão. Fazia anos que os dois não se viam. Francis tinha crescido muito, nem parecia o menino que tinha medo de roubar pães na cozinha quando crianças. Mas algo fez com que a lembrança dos dois roubar as coisas sumisse da sua mente, esse algo era a linda moça que estava ao lado de seu irmão. Ela tinha um longo e volumoso cabelo, sua pele era tão branca que parecia a neve que cobria as cidades nas noites frias de inverno. Seus lábios eram rosados, assim como suas bochechas. Ela ainda não notará a presença dele naquele salão.

– Papai, por que o senhor não deixa eu me apresentar. Sou Sebastian, filho do rei Henry e Diane. Mas a Vossa Majestade pode me chamar de Bash – disse o garoto se curvando à linda moça. Ele beijou sua mão como ato de cavalheirismo.

– Sebastian, é uma honra revê-lo. Essa é Mary, rainha da Escócia. E logo, rainha da França também. Vamos nos casar em poucos dias.

– Francis quanto tempo. Fico feliz pelo casório. Sempre o vi nessas situações embaraçosas da vida. Casamento, rei, filhos, França. Nada disso me parece legal.

– É uma honra conhece-lo Sebastian... – disse Mary com um leve sorriso no rosto

–... Bash – ele a interrompeu.

– Bash. Mas creio que devo me ausentar dessa reunião entre família. Minhas damas me esperam no quarto para o café. Não gosto de deixá-las esperando.

– E eu creio que vamos nos encontrar logo, logo.

Mary começou a se distanciar do restante. Ela flutuava pelo castelo com aquele lindo vestido vermelho. Suas damas deviam já estar entediadas pela sua demora, mas ela estava feliz de ter ficado para conversa. Sebastian era parte da família, era ótimo o conhecer. Mais do que isso, criar laços com o rapaz. A última vez que o virá foi quando ambos eram crianças. Ela tinha certeza que ele não se lembrava dela, mas ela nunca conseguiu esquecer ele. Francis nunca soube, mas ela prometera se casar com Bash quando tinha cinco anos. Não que isso fosse acontecer, mas a primeira pessoa que teve seu coração era o irmão de seu noivo.

– Mary, onde você se meteu? Estávamos preocupadas com você – disse Lola. Lola era uma das damas de Mary. Ela era uma jovem muito bonita. Possuía grandes propriedades e riquezas herdadas de sua família.

– Não estou me sentindo bem. Acho que preciso descansar um pouco, antes que o jantar seja anunciado. Vocês não se importam?

– Claro que não. Nós vamos dar uma caminhada pelo jardim. Vejo o que o dia está maravilhoso hoje. Vamos garotas! – disse Lola levando consigo as outras damas.

Mary adormeceu logo que suas amigas se retiraram. Em seus sonhos, ela se lembrou da promessa que fizera para sua mãe antes de partir: eu vou salvar a Escócia. Seu país estava sendo ameaçado pelos ingleses, assim como a própria Mary. Eles queriam a sua cabeça numa bandeja de prata para exibirem com troféu. O único jeito de deter essa tragédia era se aliando com a França. E o único jeito de se aliar a França era se casando com Francis.

***

Francis mostrou todo o castelo para seu irmão. Apesar de algumas vezes ter que parar, pois Bash começava a cantar as empregas tudo correu muito bem. O último cômodo a ser mostrado era o quarto do irmão. Não era muito grande e sua localização era quase no fim do castelo, bem longe de contado com a rainha. Mas era perfeito para Sebastian.

– Eu agradeço o tour pelo castelo. Faz muito tempo que não venho aqui, acho que teria me perdido – Sebastian disse sorrindo para o irmão.

– Não se preocupe com isso, qualquer dúvida posso lhe orientar. Além do mais, nossos servos estão aqui para ajuda-lo – Francis se sentou perto da lareira.

– Agora, conte-me tudo. Você, noivo! Como isso aconteceu?

– Você não se lembra? Aquela é a Mary, nossa Mary. Nós brincávamos quando criança. Você a chamava de marrenta. Bom, Escócia precisa se aliar a França para que Mary continue viva.

– Então é tudo negócios?

Francis não conseguiu responder. Ele nunca tinha pensado desse jeito. Será que toda essa fantasia que ele estava vivendo com sua amada não passava de negócios entre nações? Não, isso era besteira. Ele amava Mary apesar de tudo. Mas Mary o amava?

– Não... Nós nos amamos.

– Então eu fico feliz por ambos. E espero ser o padrinho desse casório.

Eles brindaram e continuaram colocando o papo em dia. Muitas coisas tinham mudado na vida daqueles dois meninos. Bash fazia parte do exército do rei, tinha aprendido a salvar vidas inocentes. Francis ainda apresentava a fragilidade de uma criança, mas estava mais sábio. Eles já estavam na quinta taça de vinho, quando um servo abriu a porta.

– Vossa Alteza, o rei o espera no seu quarto. É um assunto sério, por isso vá sozinho.

Bash e Francis se olharam. O silêncio invadiu o ambiente, até que Francis se retirou sozinho do quarto. Ele caminhou lentamente até o aposento de seu pai, pensando o que poderia ser tão importante para a convocação de uma reunião isolada de todos. Seu pai estava do lado de fora esperando a sua chegada. Eles nem se cumprimentaram, já foram direto ao assunto.

– Inglaterra está se preparando para atacar França. Nós precisamos agir o mais rápido possível. Você precisa partir.

– O quê? Partir para onde?

– Salvar sua vida – disse a rainha entrando no quarto.

– Mãe, eu não posso deixar a Mary aqui. Eu preciso ficar e salvá-la.

– Meu filho, eles vão tentar matar você. Não ela – continuou a rainha – Além do mais, nosso exército está se preparando para o pior. Nós vamos protegê-la. Mas, eles vão vim com sede de sangue. Seu sangue. Parta hoje, sem avisar ninguém.

– Mas Mary...

– Esqueça essa garota, pelo amor de Deus Francis – o rei se impôs – É sua vida que está em risco. Parta hoje e tudo ficará bem.

Era isso. Francis devia partir hoje, sem se despedir de seu amor. Encarar o medo e seguir sozinho. Ninguém podia saber desse ataque, nem de sua partida.

Ele fora acompanhado pelos seus pais até o portão do castelo. Era uma noite fria, poucas pessoas andavam pelas ruas. Francis apertou a mão da rainha e começou a chorar. Sua mãe o abraçou e também começou a chorar. Uma carruagem parou na frente deles. Francis se despediu, pegou suas coisas e entrou. Ele continuou olhando para trás até que seus pais começaram a desaparecer.

– É melhor assim querido. Fica mais fácil acabar com essa situação – disse a rainha enxugando uma lágrima do rei.

– Sim, você tem razão. Podemos nos concentrar no nosso próximo passo.

– Matar Mary.

***

A mesa já está colocada, quando Mary desceu para o salão. Já estava quase na hora do jantar, mas ela estava sozinha. Ela se sentou e continuou pensando em Sebastian. Por que ele estava de volta? Por que ele tinha que voltar perto de seu casamento? Não era justo, ela precisava salvar Escócia. A vida não é um conto de fadas, em que você possa tomar qualquer decisão que não vão existir terríveis consequências. A vida é dura, fria e cruel.

– Oi – disse Bash a garota se sentando – Vossa Alteza não se importa se eu me juntar a senhorita?

– Por favor, sente-se. Algum motivo pela demora das outras pessoas?

– Francis está conversando com o rei e a rainha. Suas damas ainda não voltaram. Acho que sobramos nós dois – ele disse sorrindo – Aceita um pouco de vinho?

– Por favor.

– Se a Vossa Majestade está com fome, podemos comer. Acho que ninguém vai se importar.

– Acho que podemos fazer isso – Mary disso rindo.

Eles já estavam quase acabando o jantar e ninguém tinha aparecido. Houve poucas conversas entre os dois, mas muitos olhares. Bash queria quebrar o gelo, mas Mary parecia distante. Seu corpo podia ali com ele, mas a mente da garota estava com Francis. Foi quando ele se lembrou da primeira vez que vira Mary. Ele tinha oito anos enquanto ela tinha cinco. Aquele fora o último verão que ele passou no castelo junto ao seu pai. Mas antes de partir, ele e Mary fizeram uma promessa: se casariam quando voltassem a se encontrarem. Claro que agora não tinha mais sentido essa promessa, afinal a garota está noiva de seu irmão.

– Sebastian, eu acho que nós precisamos conversar – disse Mary quebrando o gelo. Ela estava séria, mas não brava – Nós erámos muito jovens. Erámos crianças. Eu sei que vamos ficar nos lembrando disso, mas eu vou me casar com Francis.

– Eu compreendo Mary. Não pretendo forçar nada. Você o ama.

– Sim... Eu o amo – ela disse com tom de incerteza.

Há um dia ela teria certeza da resposta. Ela o amava. Mas com a chegada de Sebastian, lembranças, emoções voltaram.

– Sim Mary, você o ama. Não se preocupe com o que está sentido agora, pois eu me sinto do mesmo jeito. É só uma fase, afinal, nós ficamos muitos anos sem se ver.

Bash percebeu que a garota estava confusa e decidiu sair da mesa. Disse que estava cansado da viagem e que queria dormir um pouco. Mary sabia que na verdade ele só estava se afastando dela. Talvez fosse melhor assim. Mas, ela não ficou sozinha por muito tempo, suas damas logo chegaram correndo. Elas estavam espantadas, como se tivessem visto um fantasma ou uma bruxa.

– Mary, nós precisamos conversar. Kenna viu algo que você não vai gostar muito – disse Lola se sentando.

– Kenna, o que você viu? – Mary perguntou.

– Francis partiu. O rei e a rainha o acompanharam até a carruagem. Eu acho que ele não vai tão cedo.

– O quê? Mas em uma semana nós vamos no casar. Ele não pode ter fugido. Como ele teve a coragem de me abandonar nesse momento? Nós íamos ser felizes juntos – Mary estava chorando – Eu preciso falar com o rei ou a rainha. Eles devem saber de alguma coisa que eu não saiba. Ele não me abandonaria sem um motivo, certo?

– Certo. Ele teve algum motivo, e nós vamos descobrir – disse Lola.

– Eu vou me encontrar com o rei. Não me esperem acordadas. Jantem e procurem descansar. O dia foi longo. E os próximos tendem a serem piores – disse Mary se retirando do salão.

Ela caminhou até o aposento do rei. Os guardas anunciaram sua entrada. O rei e a rainha a esperavam sentados bebendo vinho. Eles não estavam tristes, nem preocupados. Era como se nada tivesse acontecido. Mesmo com a Mary chegando a prantos, eles continuavam bebendo e conversando.

– Onde está Francis? Por que ele partiu? Por quê? – Mary conseguiu dizer depois de segurar o choro.

– Ah querida, eu sinto muito. Francis não queria mais se casar com você. Ele só não conseguia te dizer. Bom, acho que ele deixou bem claro agora – disse a rainha.

– Não, isso é mentira. Francis me ama. Nós vamos casar daqui uma semana...

– Não, vocês não vão! – a rainha continuava discutindo com Mary.

– Vocês não sabem o que estão falando. Francis...

– Ele não te ama. Coloca isso na sua cabeça e saia do meu quarto agora – ordenou o rei.

Mary ia continuar protestando, mas os guardas vieram retirá-la. O rei Henry não gostava de mentir, mas a rainha tinha o manipulado. Ela nunca gostou de Mary, e ter ela como nora não a ajudava a situação. Francis estava apaixonado pela garota, nada conseguiria separar eles. A não ser que a rainha fizesse a cabeça de seu marido, dizendo que Mary possuía um grande número de inimigos e a França sofreria com as consequências. Se existia uma coisa que Henry não suportaria era ver seu país destruído. E se para isso, ele tivesse que matar Mary, tudo bem.

***

Sebastian estava se preparando para dormir, quando alguém bateu em sua porta. Ele tentou ignorar, mas a pessoa insistiu. Ele abriu e não se arrependeu. Era Mary. Ela estava chorando de um jeito que ele nunca tinha visto.

– O que aconteceu? Mary, por que você está chorando? – disse Bash.

– Francis. Ele me abandonou. Disse que não está preparado para se casar comigo. Que não me amava mais. Isso é impossível! Nós fomos feitos um para o outro.

– Você tem certeza disso? Por que você está aqui conversando comigo e não com uma de suas damas? Por que comigo Mary?

– Preciso que você me ajude. Preciso de uma direção. O que eu devo fazer?

– O que o seu coração diz para você fazer. Mesmo que seja a decisão mais difícil.

Mary sabia o que queria. Sem pensar duas vezes, ela puxou Sebastian e o beijou. Ela sempre sonhou com aquele momento. Estava tudo perfeito, se não fosse ela ter escutado Kenna a chamando. Já era tarde da noite, por isso o desespero na voz da amiga. Ela afastou Sebastian e prometeu voltar. Não sabia quando, mas ela o procuraria.

***

Sebastian esperou por três longas noites sua amada, mas ela nunca voltará. Ele respeitou sua escolha, e não a procurou. Tudo tinha acontecido muito rápido. Francis ainda não havia retornado, sendo que seu casamento era daqui quatro dias.

A noite estava fria, por isso Bash decidiu tomar um banho quente antes do jantar. Ele já estava entrando na banheira quando um rapaz abriu a porta de seu quarto. O pobre empregado estava nervoso, suas mãos suavam e sua respiração estava ofegante.

– Perdoe-me pela invasão – disse o rapaz – mas Mary corre perigo. E não é por causa da Inglaterra. Rei Henry a deseja morta.

– Meu pai? Isso é impossível. - Se não acredita em mim, derrube um pouco do vinho de Mary na sua pele e veja o que acontece.

Apesar de Bash não acreditar no rapaz, ele não ia arriscar a vida de Mary. Vestiu-se o mais rápido possível e se dirigiu ao salão. Mary estava sentada ao lado da rainha. Elas conversavam enquanto ele admirava a beleza de sua amada. Ele nunca se sentiu daquele jeito. Seu coração disparava toda vez que eles se encontravam. Tudo que ele queria era ficar do lado dela para o resto da vida.

– Esse lugar está ocupado? – disse Bash puxando a cadeira do lado da Mary.

– Não... Bash! – disse Mary espantada.

Era a primeira vez que ela o via depois do que tinha acontecido. Ele continuava deslumbrante, para seu azar. Eles tinham tantas coisas para conversarem, mas era como se o destino não aprovasse a união dos dois, pois na hora que Bash se sentou, o garçom começou a servir o vinho. A taça de Mary era prata, diferente das demais. Poderia ser um sinal, pensou Bash.

– Mary, eu poderia ficar com sua taça? Tenho uma cisma com coisas prateadas – ele perguntou.

– Se você vai se sentir melhor, não vejo problemas – a garota entregou-lhe a taça.

Catherine ficou com tanta raiva que seu plano tinha dado errado, que se retirou da mesa, levando consigo o rei, que também demonstrava o desprezo por Sebastian naquele momento.

O garoto, por sua vez, derramou uma gota do vinho sobre sua pele. O empregado tinha razão, aquela bebida estava envenenada. Por mais que isso não fizesse sentido, de uma coisa Sebastian tinha certeza, Mary corria perigo dentro daquele castelo.

Sem dizer uma palavra, o garoto se retirou da mesa. Ele podia sentir Mary o acompanhando com os olhos, mas, mesmo assim, continuou em silêncio. Ele precisava agir o mais rápido possível. Correu até o quarto da garota e começou a arrumar as coisas que ela poderia precisar. Ele tinha um plano.

– Sebastian! O que você está fazendo no meu quarto? – disse Mary espantada abrindo a porta.

– Mary, você corre perigo. Eu ainda não sei o porquê, mas a rainha e meu pai a desejam morta. Se não acredita em mim, olhe meu braço – disse Bash levantado a manga de sua blusa – Veneno! No seu vinho.

– Bash, eu... Eu não consigo imaginar o motivo. Será que eles descobriram sobre minha traição?

– Não Mary. Ninguém sabe sobre aquela noite. Mas você não pode passar mais nem uma noite aqui. Porque, quando Catherine quer uma coisa, ela consegue.

– Mas minhas damas...

– Elas não correm perigo – ele disse estendendo a mão – Venha Mary! Eu prometo te proteger até meu último suspiro.

– Eu acredito em você – ela pegou a mão dele.

Os dois partiram sem ninguém saber. Cavalgaram pela trilha que cortava a floresta. Mary já estava cansada quando Bash montou a cabana próxima ao riacho.

– Bash, sobre aquele beijo... Eu sempre sonhei com aquele momento.

– Eu também. Eu sempre fui apaixonado por você, sua marrenta.

Os dois começaram a rir. Fazia muitos anos que ela não era chamada assim.

– Mary, eu te amo. Sei que seu coração pertence ao meu irmão, mas eu te amo.

– Bash, meu coração sempre foi seu. Desde o primeiro dia que eu te conheci. Eu também te amo.

Ele a puxou e começou a beijá-la. Ela tirou a blusa dele enquanto ele desamarrava o vestido dela. Ele a pousou sobre o travesseiro e a encheu de beijos.

– Eu não quero me esquecer desse momento nunca – disse Mary o beijando.

***

Catherine foi até o quarto de Mary. Para sua surpresa, o quarto estava vazio e bagunçado. Ela soube naquele momento que Sebastian sabia de tudo. E só uma pessoa poderia ter contado.

– Eu ordeno que Tom, o cozinheiro, venha até aqui – gritou a rainha para seu guarda – Chame o rei também.

Não demorou muito para que o rapaz, que havia conversado com Bash, entrasse no quarto acompanhado pelo rei. Ele parecia nervoso e culpado.

– Esse rapaz teve uma pequena conversa com seu filho bastardo – contou a rainha – Acho que a conversa foi mais ou menos assim: “Mary corre perigo, a rainha é uma bruxa”. Sebastian fugiu com Mary, Henry.

– Vossa Majestade, tenha piedade de mim. Eu tenho três filhos...

– Você devia ter pensado nisso antes de me trair – disse o rei pegando sua espada – Eu não costumo ter piedade com traidores. Eu gosto de fazer outra coisa com esses vermes.

Sem demorar muito, o rei cortou a cabeça de Tom. A rainha pegou sua mão e se virou para seu guarda.

– Eu quero que Mary acabe assim. Vá e só volte com a cabeça daquela monstra numa bandeja de ouro. Não aceito de bronze.

Todos se retiraram. Kenna tinha escutado tudo, ela estava pegando um vestido de sua amiga, quando rainha entrou. Ela ficou escondida no armário até ficar sozinha novamente.

“Mary corre perigo” ou “a cabeça de Mary numa bandeja de ouro”. Essas frases não saiam da cabeça da garota. Ela precisava avisar Francis.

***

Já estava quase amanhecendo, quando Francis fora acordado pelo seu guarda.

– Lady Kenna lhe enviou isso, Vossa Alteza – o guarda disse.

No pedaço todo amaçado de papel estava escrito a seguinte mensagem:

“Mary corre perigo. Alguém que você ama a deseja morta. Não posso contar quem é, senão posso perder minha cabeça. Mas quando você encontra Mary, essa pessoa estará junto a ela”.

Francis tinha sido enganado. Ele abandonou sua noiva quando ela mais precisou. Abandonando tudo, ele voltou para França o mais rápido possível. Ele não avisou ninguém sobre seu retorno. Juntou-se aos guardas e torceu para encontrar Mary viva.

***

O sol atravessou a cabana logo cedo. Sebastian observava sua amada suspirando lentamente encostada em seu peito. Ele a amava. Faria qualquer coisa para salvar sua amada. Ele a beijou e se levantou para procurar alguma coisa para eles comerem. Quando voltou com algumas frutas, Mary já estava de pé.

– Bom dia meu amor – ela disse correndo para os braços dele.

Tudo já arrumado para eles partirem, quando Bash escutou cavalos se aproximando. Eles haviam sidos descobertos. Eles tentaram fugir, mas o exército era mais rápido. Mary foi derrubada e Bash teve que parar. Ele foi socorrê-la, mas um homem o pegou.

– Não adianta gritar princesinha. Eu tenho uma surpresa para você – disse um guarda para Mary.

Descendo do último cavalo, Francis carregava sua espada. Ele olhava com desprezo Sebastian, que apanhava de um guarda. Lá estava a pessoa que desejava sua amada, seu próprio irmão, pensou Francis.

– Irmão, eu posso explicar. Mary corre... – disse Bash.

– Perigo. Sim, eu sei. Querem a cabeça dela – disse Francis se aproximando do irmão – E adivinha quem quer? Meu irmãozinho...

– Francis, isso não é verdade. Eu nunca faria uma coisa dessas com a Mary.

– Não minta para mim – Francis bateu na cara de Bash – Eu sempre soube sobre sua paixão pela minha noiva, mas seu ódio? Isso é novo para mim. Vamos, levante-se e lute como homem.

Os irmãos começaram a duelar. Do lado, Mary implorava para que eles parassem, mas a raiva de Francis era muita para deixar seu irmão explicar o que estava acontecendo.

– Francis... Entenda uma coisa, eu nunca faria mal a Mary – disse Bash.

– Porque você a ama. Você ama a minha mulher. Minha!

Francis atacou Bash tão rápido que ninguém entendeu o que tinha acontecido. Só quando Bash caiu todo ensanguentado que Francis percebeu o que tinha feito.

– Não! Bash não! – gritou Mary correndo até Bash – Meu amor continue respirando. Eu te amo. Te amo. Te amo. Te amo.

Ela o beijou e se virou para Francis, que chorava e tremia. Ele não entendia o que tinha feito.

– Ele nunca me quis marta – ela continuou – Catherine que queria. Ele me salvou, em todos os sentidos, quando você partiu. E agora, você o matou. Ele está morrendo.

– Mary... Eu a protegi até meu último suspiro – disse Bash com suas últimas forças – Agora você tem que me prometer que vai continuar lutando por aquilo que acredita. Não vai desistir de ser feliz. Onde você for eu vou estar lá. Eu te amo marrenta. Não cho...

– Eu te amo Bash – disse Mary enxugando suas lágrimas.

Ela fechou os olhos de seu amado. Aquela fora a última vez que ela o vira. Ela voltou para o castelo e se casou com Francis. Nunca se sentiu do jeito que se sentia com Sebastian, mas sua mãe a obrigou a fechar o trato com a França. Catherine e Henry foram condenados à morte depois que Francis assumiu o trono. As damas de Mary foram felizes, arranjaram maridos ricos e construíram lindas famílias. Mary teve um filho, que se chama Sebastian. Toda vez que ela o vê, é como se seu amado estivesse junto a ela.

– Sebastian, seu tio era o homem mais corajoso que eu conheci. Ele amava muito a mamãe. E eu o amava. Um dia ele me disse a seguinte frase: “Não tenha medo de viver, seja você mesmo. Se o mundo se voltar contra você, lute. Seja invencível”.

Sebastian olhou para sua mãe e a abraçou. E foi naquele momento que Mary se sentiu invencível.


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