As Aventuras do Pequeno Eryk escrita por Neryk


Capítulo 8
07 – Seja um Valentão


Notas iniciais do capítulo

Esse saio demorado... Mas tá ai!

Tenha uma boa Leitura!



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Eryk estava confuso com tudo o que estava acontecendo. Jeová o empurra do topo da casa da Árvore para se arrebentar no chão e logo em seguida, diz que fez isso por “serem amigos”?!

– Como assim? – Pergunta Eryk. Quase que ele não consegue dizer uma única palavra. Ainda estava tentando processar toda a situação e encontrar algum pingo de sentido, se é que tinha.

– Por que ele esta fazendo isso? – Perguntava Jessy para si mesma.

– O Jeová deve ter pirado! Só pode! – Dizia Junior inconformado, ainda na árvore.

– Tadinho do Eryk gente... – Dizia Luane.Com pena do amigo.

Jeová nada falava. Ele só pega a primeira pedra que tinha pela frente e Joga em Eryk. O mesmo se desfia dela na hora, o deixando mais confuso ainda.

– AGORA É SÉRIO! PORQUE QUE VOCÊ TÁ FAZENDO ISSO?! – Pergunta Eryk gritando. Estava cansado de ver tanta loucura do amigo e queria logo alguma explicação lógica para, pelo menos, entende-lo.

– Você quer mesmo saber? – Pergunta o garoto perdendo a paciência. – Eu não aceito um “líder” que nem sabe se defender sozinho! – Respondeu jogando outra pedra.

Eryk e Luane não tinham entendido ainda, mas Jessy juntou tudo o que Jeová falou. “Justamente por sermos amigos” e a ultima frase.

– Não me diga q- A própria Jessy se interrompe correndo para dentro da casa desesperada. Enquanto Junior, embora não tivesse certeza, já fazia uma ideia do que era.

– CARAMBA JEOVÁ! Fala algo que eu entenda! – Dizia Eryk mais confuso ainda.

– Tá bem! Eu vou fala de uma maneira que você vai entender. – Dito isso, Jeová pega uma ripa que estava jogada no chão, devido a construção. A ripa era bem fina, porém, grossa o bastante para ser usada como uma espécie de espada, segurando o objeto pela ponta.

– Ahhhhhhh qual é cara... Se vamos briga, que seja justo pelo menos. – Dizia Eryk com jeitão, porém, inconformado.

– TOMA ERYK! – Gritava Jessy saindo da casa e jogando algo para seu primo do topo da árvore.

Eryk pega o objeto e assim que o ver o que era, seu olhar se desvia para sua prima, que logo acena com sua cabeça e com as duas mãos fechadas perto de seu pescoço, o incentivando.

O objeto era seu estilingue.

Eryk nunca tinha visto Jessy assim. Não parecia uma briga que decidiria quem era o melhor ou se Jeová queria espancar Eryk até não poder mais. Tudo estava estranho e, ao mesmo tempo, se esclarecendo.

– Jessy, o que você tá fazendo?! Quer que eles se matem?! Eu vou- Luane quase sai da árvore para tentar parar a briga que estava prestes a começar, mas Junior coloca seu braço em sua frente, impedindo-a de prosseguir.

– Fica ai Luane. Isso é algo que só o Eryk tem que fazer. - Dizia Junior bem sério.

– Ahhh eu não to entendendo mais nada! – Dizia Luane voltando seu olhar para a briga sem escolha.

Jeová corre na direção de Eryk e, sem piedade, tenta bate-lo com a ripa. Mas Eryk desvia e logo em seguida. Corre para outro canto, com uma pequena área com mais pedras para seu estilingue.

– Jeová! Eu não quero te machucar. – Dizia o garoto fechando suas mãos com todas as forças que tinha. Como se estivesse se segurando de não fazer nenhuma besteira.

– É esse que é o problema. Se vamos mesmo dar uns sacodes nos valentões, então, pelo menos, “todos tem que colaborar!”- Dizia Jeová.

Eryk pega algumas pedras um pouco grandes, o suficiente para caberem em suas pequenas mãos. Mas Jeová aproveita isso para tentar bater em Eryk com sua ripa mais uma vez.

– Um valentão não vai querer dar uma brecha pra depois, apanhar feio! E quando ele receber um único soco que seja, ele vai ficar mordido pra caramba, e é ai que você tá frito... se não souber se DEFENDER! - Dizia Jeová tentando bater em Eryk com sua ripa mais e mais vezes, só que o mesmo se desviava com facilidade. Mais isso era proposital. Jeová não tinha intenção de bater em Eryk, só queria saber qual seria a reação do garoto se ele chega-se com a ripa tentando bater nele.

Mas Jeová resolveu parar de pegar leve e colocou toda sua força e peso que tinha para atacar Eryk com tudo. E assim que o faz, Eryk intercepta o golpe com seu estilingue, como uma faca que interceptava uma espada de corta-lo ao meio.

Jeová tinha suas duas mãos colocando força para dar um jeito de surtir algum efeito. Eryk fica se abaixando aos poucos, devido à força que era sobreoposta a ele.

Eryk então coloca sua outra mão para ganhar mais força e, finalmente, levanta seu adversário, o empurrando para o outro lado.

Eryk e Jeová respiram com dificuldade. A força que cada um tinha usado antes os deixou exaustos. E a única plateia presente no local eram duas garotas, uma morena e outra loira, e um garoto moreno também.

–Eryk... Se você continuar se segurando... você só vai apanhar. Fugir também não vale... Se você não quer lutar então não lute... Mas... Se você não tiver escolha... Pelo menos quebre essa condição para ajudar seus amigos. – Aconselhava Jeová ofegante. Mas não tinha acabado. – Um valentão não liga pra ninguém, só para ele mesmo. Mas a única maneira de enfrentar um valentão...” É ser um valentão”. Você não precisa deixar de ligar pra seus amigos, mas também não... deve hesitar de jeito nenhum. Então... – Jeová estava ofegante demais para continuar, então para pegar mais fôlego, ele respira profundo e aspira dizendo bem alto: - ENTÃO SEJA UM VALENTÃO! – Concluiu.

Todos presentes estavam surpresos e assustados com as palavras de Jeová. Mesmo ele sabendo como é a vida de um valentão, ele não se entrega a esse lado. Ele é tão amigo como é inimigo. Eryk, como o líder, fica pensativo, buscando uma resposta em seus pensamentos. No inicio fica confuso, mas depois responde:

– Jeová... Eu me contenho porque eu não gosto de machucar as pessoas. Tenho medo de feri-las seriamente. E eu também não quero nenhum peso na minha consciência... – Dizia Eryk ofegante também, com sua cabeça abaixada enquanto seus olhos miravam o chão. E prosseguiu. – Mas... Se você tá me dizendo que eu tenho que lutar também... – Eryk faz uma breve pausa e como sequencia, levanta seu rosto, cheio de vida e determinação para encarar seu companheiro e, finalmente, o responde:

– Então eu serei o valentão da parada TODA! – Dizia Eryk com um sorriso confiante em seus lábios e colocando animação naquelas palavras.

E num piscar de olhos, Eryk corre em direção de Jeová. Os dois começam a trocar golpes, socos e chutes, Algumas vezes Eryk acertava o rosto de Jeová, outras vezes Jeová acertava o rosto de Eryk.

Só que enquanto faziam isso. Tanto Eryk quanto Jeová, sorriam de tanta empolgação e emoção que sentiam na hora.

– VAMOS ERYK!!! – Torcia Jessy na árvore.

– ACABA COM ELE!!! – Gritava Junior fazendo o mesmo.

– ARRASA COM A CARA DELE!!! – Luane os imitava empolgada e com sua mão direita para o alto.

Eryk queria mostra-lo que não estava de brincadeira. Então, para acabar logo com isso, Jeová fecha sua mão e dali um gancho de direita, só que Eryk previa isso e logo se abaixa. Eryk aproveita a brecha que foi mostrada e derruba Jeová até fazê-lo cair de bunda no chão.

Jeová mal precisou se levantar e se espanta com o estilingue de Eryk carregado e apontado bem a sua frente. Estava a um dedo de distancia. Se Eryk o disparasse, Jeová perderia a visão na hora.

Jeová estava surpreso e ao mesmo tempo impressionado com a virada do garoto. Não teve escolha, a não ser se render.

– To vendo que você pegou o jeito da coisa bem rápido. – Dizia o amigo ainda no chão. Com um sorriso estampando em seu rosto de alegria e satisfação.

– Com um amigo desses, quem precisa de um inimigo, não? – Dizia Eryk brincalhão. Oferecendo sua mão para ajudar o amigo a se levantar do chão. O garoto aceita soltando uma risada de leve, parecendo uma bufada, só com um sorriso.

– Tem razão. Mas só mais uma coisa! – Jeová de repente derruba Eryk, pisa em sua barriga e logo em seguida fala: - Só um lembrete! Quando você estiver brigando com um valentão... – Em seguida Jeová retira seu pé e oferece sua mão para levantar seu amigo e conclui: - Ele não vai oferecer a mão para te tirar do chão. Então fica esperto!

– Hehe tá! – Responde Eryk aceitando a ajuda do amigo para se levantar.

Algum tempo depois...

Todos tinham ido para suas casas, Jeová passou na padaria para compra pão a mando de sua mãe. Estava tarde, ou melhor, estava de noite já. A rua estava deserta e escura, mesmo com as luzes dos postes, dava a impressão de que estava quieto demais. Jeová tinha percebido isso, mas não ligou e continuo com seu caminho.

– Fala ai Jeová!

Até ser parado por uma voz conhecida pelo mesmo. Quando se virou, se deparou com o único conhecido que não queria ver nem pintado.

– O que você quer Willson? – Perguntava Jeová sem vontade de bater um papo.

– Quantas vezes eu tenho que dizer que é para me chamar de Zero?! – Dizia o conhecido de Jeová, elevando seu tom de voz bravo.

– Tá bom “Zero”. E então? Qual é do milagre de você dar as caras? – Perguntava Jeová.

– Eu é que pergunto. Que milagre é esse de você quebrar o acordo? Você virou um sem palavra e eu não fiquei sabendo? – Dizia Zero.

– Mas que maracutaia é essa que você tá falando?! – Perguntava Jeová confuso e começando a se irritar.

– Esqueceu do nosso trato? Eu não mexia com você se você não mexesse comigo. - Concluiu Zero.

– Eu cumprir até agora. Não sei do que você tá falando. – Falava Jeová com toda certeza.

– Não sabe é? E o que me diz dos caras que foram detidos por causa do engarrafamento?

– Hahahahahaha aqueles patetas tiveram o merecido. Mas foram eles que começaram e eu não fiz nada.

– Eu sei. Mas eu fiquei sabendo que você teve... “Ajuda”?! Desde quando você tem amigos?

– Desde que achei gente em que eu possa “REALMENTE” confiar! – Dizia Jeová tendo péssimas lembranças.

– Oras... Você ainda tá bravinho por causa daquele dia? – Dizia Zero o provocando.

– Você quer que eu refresque sua memória? – Retrucava Jeová.

– Eu não estou com paciência para isso! Tenho um assunto mais importante. VOCÊ, Jeová, mexeu com um dos nossos. E sabe o que isso significa? – Dizia Zero alterado.

– Hump como se eu me importasse.

– Pós deveria... Se não, já sabe o que espera, sua família... E seus amigos. – Dizia Zero sorrindo de uma maneira horripilantemente provocante.

Isso deixou Jeová irritado por dentro. Mas mesmo que isso fizesse seu sangue ferver, Jeová estava calmo e atento por fora, prestava atenção no que seu “colega” dizia.

– O que eu tenho que fazer para você me deixar em paz? – Jeová pergunta retoricamente.

– Traga-me, pelo menos, o gordinho para a Execução. – Mesmo sabendo que Jeová não estava perguntado mesmo, Zero respondeu para encerra o assunto.

Jeová agora finalmente demonstra espanto em seu rosto. Quando Zero fala da Execução, a coisa era séria. Execução era uma espécie de ritual da gangue de Zero, que era de trazer uma pessoa a um determinado local, e com os olhos vendados ou com uma sacola na cabeça. E Jeová não tinha outra escolha. Se sentia como se estivesse em meio de uma encruzilhada, e não poderia sair dela. E saindo ou não, ele seria atropelado por qualquer veiculo.

– Nesse domingo, no lugar de sempre. – Conclui Zero, se retirando do local.

Jeová não falava nada, não reagia a nada. Seus cabelos marrons cobriam sua face. Começou a andar até sua casa, e chegando lá, esperava o “dia” chegar.

No dia seguinte...

Já era domingo e Jeová andava sem rumo pelo bairro. Não conseguia tirar a conversa de ontem de sua cabeça. Seu rosto estava indecifrável, Jeová parecia que era capaz de fazer o impensável naquele momento.

– E ai Jeová?

A única voz que Jeová queria evitar de ouvir naquele dia era a de Eryk. Seu companheiro chega se aproximando do amigo com sua maneira habitual de descontraído. Jeová o encara sério, enquanto os dois estavam de frente um para o outro.

– Você tá bem? – Perguntava Eryk notando a feição no rosto de Jeová que não sabia dizer se estava passando mal, ou se tinha brigado feio com alguém.

Depois de um tempo se olharem, com silencio presente, Jeová finalmente decide falar.

– Eryk, você confia em mim? – Perguntava Jeová sério.

– Hã? Ehhhm... Claro! Por quê? – Pergunta Eryk confuso com a pergunta do amigo.

– Ótimo! Então você vem comigo! – Respondeu.

Continua...


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Notas finais do capítulo

"..." Pois é... Se der tudo certo o próximo sai domingo que vem.

Fiquem com Deus e até a próxima!



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