Plenitude escrita por Lúthien


Capítulo 38
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Já que tá na reta final, resolvi fazer um capitulo de cotidiano pra gente curtir eles mais um pouquinho, e me inspirando na fic da Manu (Dias Inesquecíveis) resolvi sair um pouco de casa, colocar umas situações diferentes. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/475094/chapter/38

As semanas avançavam depressa, o mês de novembro já estava no fim. Félix se recuperava de sua lesão tranquilamente. Niko não tinha mais que passar tanto tempo no restaurante, enquanto César, embora ainda preferisse passar mais tempo isolado, estava mais gentil com todos, especialmente com Jaiminho, por quem o médico criou uma afeição especial, o garoto ia muito bem na escola e muitas vezes fazia companhia para o avô. O que eles conversavam, ninguém sabia. Fabrício surpreendia os pais a cada dia a medida em que aprendia falar.
O ano caminhava para o fim, dezembro se aproximava, Niko estava radiante com os preparativos de sua união com Félix. Este por sua vez se sentia imensamente feliz por poder proporcionar tanta alegria ao seu companheiro. Fazer Niko e seus filhos felizes havia se tornado sua meta de vida.
– Ai Félix, falta uma semana, eu nem acredito! - comentou Niko, certa noite, enquanto se deitava.
Félix estava de pijama, sentado na cama com as costas apoiadas no travesseiro, conferindo uns emails no tablet.
– Uma semana pra quê, Carneirinho? - perguntou Félix fingindo não dar muita atenção, sem tirar os olhos do aparelho.
– Amor, eu tô falando do nosso casamento. Larga esse tablet Félix.
– Calma, Niko, só estou checando uns emails do contador, tenho que deixar tudo certo antes de viajar.
– Querido, seu ombro ainda não tá totalmente curado, você não devia ficar mexendo com esses aparelhos.
– Que nada, Niko, meu ombro tá ótimo.
– Mas o médico disse pra não abusar.
– Engraçado... - Félix desligou o aparelho e o colocou no criado - ... na noite passada você não estava tão preocupado com isso.
Niko sorriu.
– Ah, mas, eu tenho te tratado com carinho.
– Hum, isso é verdade, aliás, tá quente né Carneirinho? É melhor tirar esse pijama, o que você acha?
– Acho uma ideia ótima.
Mais uma vez se amaram, mais vez uma entre tantas desde que ficaram juntos pela primeira vez. E depois adormeceram exaustos, com seus corpos aconchegados um no outro.
No dia seguinte, após se despedir de Niko quando ele foi trabalhar, Félix foi conversar com o pai, que estava tomando ar na varanda após o café da manhã.
– Papi?
– O que foi, Félix?
– Eu quero conversar com o senhor - Félix puxou uma cadeira e se sentou perto do pai.
– Diga.
– Bom, eu te disse há um tempo atrás que eu e o Niko vamos oficializar nossa união, lembra?
– Sim, me lembro. e continuo achando uma bobagem, mas se vocês fazem tanta questão.
– Eu faço sim, papi. Bom, com essa confusão toda da saída da Maria, do meu acidente, eu acabei não tocando mais no assunto, mas eu quero saber se o senhor vai estar presente no meu casamento.
Félix estava apreensivo ao questionar o pai, tinha um respeito enorme por ele, e até mesmo um certo temor, mesmo depois de tudo que passaram nos últimos meses. Se casaria de qualquer forma, mas saber até que ponto seu pai aprovava sua união com Niko era muito importante.
César ficou em silêncio por alguns instantes, depois respondeu:
– É claro que estarei presente, Félix.
– Ah, sério, papi?
– Sei que isso tem alguma importância pra você, então se é assim, eu irei.
Emocionado, Félix segurou a mão do pai.
– Obrigado, papi. Isso é muito importante pra mim, pro Niko também.
– Olha, Félix, eu vou ser sincero com você. Eu ainda não consigo assimilar bem esse tipo de vida que você escolheu...
– Papi...
– Me deixe terminar. É difícil entender essa sua... preferência. Isso é uma coisa que eu nunca vou entender, mas eu aprendi a conviver com essa situação. Apesar de tudo, você é meu filho e esteve ao meu lado quando eu mais precisei, então...pra mim isso é mais importante.
Félix ficou em silêncio, tentanto evitar que lágrimas caíssem de seus olhos.
– Além disso o Niko é um bom rapaz, é responsável... pelo menos você escolheu bem, alguém que vai te manter sempre num bom caminho.
– Obrigado, pai. Olha, mesmo que o senhor ainda tenha alguma dificuldade pra me aceitar totalmente como eu sou, só o fato de você me respeitar e me ver como seu filho já me deixa muito feliz. Eu não preciso de mais do que isso.
César apenas sorriu, apertando levemente a mão do filho. A conversa foi interrompida pela chegada de Fernando, o enfermeiro que cuidava de César.
– Bom dia, seu Félix, Dr. César.
– Bom dia. - respondeu César.
– Bom dia. Fernando, querido, hoje o papi tem consulta no dentista, você vai ter que levá-lo porque eu tenho reunião de pais no colégio das crianças. Eu vou deixar o dinheiro do táxi com a Adriana.
– Sim senhor, seu Félix. Pode deixar comigo.
– Papi, vou deixar o senhor com o Fernando, porque eu tenho um monte de coisas pra fazer.
– Tudo bem.
Félix saiu deixando o pai na companhia do enfermeiro e foi cuidar do seu trabalho. Tinha muito o que fazer, pois na semana seguinte viajaria em lua de mel com Niko e queria ter certeza que os restaurantes seriam bem administrados nesse período. Mas custava a se concentrar nas tarefas, se perdia em pensamentos, imaginando que em breve teria seu tão sonhado momento a sós com seu Carneirinho, duas semanas viajando, apenas os dois. E Niko nem imaginava para onde eles iriam, pois Félix havia decidido fazer uma surpresa.
"O Carneirinho vai ter um treco quando entrar no avião, tenho certeza que ele vai amar" pensava enquanto sorria sozinho.
Mais tarde, Félix saiu para ir a reunião de pais na escola.
– Adriana, criatura, eu vou sair agora, vou almoçar com o Niko no restaurante e de lá nós vamos ao colégio dos meninos.
– Tá bom, seu Félix.
– E lembra o Fernando de levar o papi ao dentista.
– Pode deixar, seu Félix.
– E vê se não coloca fogo na casa na minha ausência, criatura. - disse Félix sorrindo depois de sair pela porta da cozinha.
– Engraçadinho!
Félix foi de táxi, pois ainda não podia dirigir e voltaria no carro de Niko.
No restaurante, que estava bem movimentado, Niko conversava animadamente com duas clientes no balcão, eram duas jovens turistas que passavam uns dias em Angra e foram conhecer o já famoso restaurante japonês de Niko. Uma das garotas, chamada Mirian, se insinuava abertamente para ele.
– E o que você faz no seu tempo livre? Sei que aqui em Angra rola umas baladas ótimas.
– Ah, eu não sou muito de balada.
– Niko, hoje a noite vai rolar uma festa ótima na casa de uns amigos, você não quer vir com a gente?
– Ah não, querida, eu agradeço, mas infelizmente isso não vai ser possível.
– Ah, por que, gato? Vai ser divertido.
– Por que eu tenho um companheiro e dois filhos em casa pra cuidar.
– Companheiro? - perguntou Mírian olhando para amiga com expressão confusa.
– É, aliás, olha, ele acabou de chegar - Niko acenou para Félix assim que ele entrou no restaurante - Félix, amor, vem aqui.
Mirian não pode disfarçar a decepção e susurrou no ouvido da amiga:
– Que desperdício!
A outra apenas sorriu discretamente.
– Demorei, Carneirinho?
– Carneirinho?
– É um apelido carinhoso... Félix, essas aqui são Mirian e Juliana, são duas clientes novas aqui do restaurante. Meninas, esse é o Félix, meu companheiro.
Félix cumprimentou as moças demonstrando simpatia.
– Queridas, com licença, aproveitem bem o almoço de vocês tá bom?
– Claro, obrigada, Niko - respondeu Mirian, sem graça. Juliana se segurava para não rir.
Niko se afastou com Félix e olhou discretamente para trás, percebendo que as moças falavam alguma coisa a respeito deles. Ao se sentarem a mesa que o loiro havia reservado, Félix o questionou:
– O que foi, Carneirinho? Você saiu da mesa tão depressa.
– Aquela loira, a Mírian, tava dando em cima de mim, acredita?
– Ah, mas se ela fizesse isso na minha frente, eu arrancava aquele aplique oxigenado dela.
– Calma, Félix, eu sei me defender tá? Até porque, esse risco você não corre, amor!
– É, você sempre foi bem definido, né?
– Não é uma questão de definição, Félix. É porque eu te amo e é só você que eu quero... pra sempre. - Niko olhava para o amado uma expressão serena e cheia de ternura.
– Hum, eu também te amo demais, Carneirinho.
Depois de almoçarem juntos, eles foram à escola para a reunião de pais da classe de Jaiminho. Ficaram muito felizes em saber que o filho ia muito bem na escola. Entre os outros pais, era comum perceber certos olhares estranhos, mas eles não se importavam, pois essas pessoas eram minoria, além disso estavam acostumados a lidar com o preconceito de alguns. Para eles pouco importava, desde que os filhos fossem bem tratados e respeitados, não ligavam para o que alguns poderia dizer deles. Iam a todas as reuniões e festinhas na escola, eram pais presentes que amavam seus filhos e queriam o melhor para eles.
Terminada a reunião, as crianças foram liberadas para irem com os pais. Aproveitaram a oportunidade para buscar Fabrício no maternal. Foram para a casa, naquele dia Niko não voltaria mais ao restaurante. Passariam o resto da tarde juntos, em família e felizes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até a próxima. ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Plenitude" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.