Plenitude escrita por Lúthien


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Bora sofrer mais um pouquinho? =D #sádica
Desculpem qualquer erro, please. O tempo tá corrido!



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Enquanto Félix demorava no chuveiro, Niko foi preparar o café da manhã. Não demorou muito, Adriana apareceu amuada na cozinha, meio sem coragem de encarar o patrão. Mas era necessário.

– Seu Niko?

– Bom dia, Adriana - o loiro a cumprimentou com meio sorriso - o Fabrício já acordou?

– Ainda não, seu Niko.

– Quando ele acordar, você cuida dele por favor? Depois do café eu tenho que tomar banho e correr pro restaurante.

– Eu não tô demitida, seu Niko?

– Demitida? Claro que não Adriana.

– Mas...

– Adriana, você é uma ótima babá e uma ótima pessoa e tem nos ajudado muito. Não se preocupa com o que aconteceu ontem, estávamos todos nervosos.

– Ai, graças a Deus, eu tava com medo que o senhor me mandasse embora. - os olhos da babá se encheram de lágrimas.

Niko sorriu com ternura.

– Claro que não, meu anjo. Mas olha, nós vamos conversar melhor sobre isso depois, quando o Jaiminho estiver mais tranquilo. É muito importante ele entender as regras e você não pode deixar ele fazer tudo que quiser.

– Tá certo, seu Niko. Mas e o seu Félix? Ele ficou tão bravo.

Niko baixou os olhos, a simples menção do nome do companheiro trouxe a tona a lembrança das palavras rudes que ele havia dito.

– Depois eu me entendo com o Félix, fica tranquila.

– Obrigada, seu Niko.

Adriana ia sair para conferir se Fabrício tinha acordado durante sua conversa com o patrão, porém, como se se lembrasse de alguma informação muito importante, virou-se novamente para Niko.

– Seu Niko?

– Hum?

– Ontem, depois que eu tirei o Jaiminho da piscina e consegui acalmar ele um pouco, é que eu fui ver que o seu César tinha caído da cadeira.

– E como foi isso, Adriana? Por que ele caiu?

– Foi na mesma hora que o Jaiminho caiu na piscina seu Niko, eu não percebi na hora porque eu corri pra socorrer ele. Mas depois que o Jaiminho ficou calmo, eu vi o seu César no chão, acho que ele se assustou. Eu ouvi a voz dele me chamando também.

Niko ficou intrigado.

– Mas se ele tivesse só se assustado, porque ele ia cair de uma cadeira tão segura? Sera que...

– Será o quê, seu Niko?

– Nada, Adriana, deixa pra lá, o importante é que estão todos bem.

– É verdade, seu Niko.

Adriana se virou e levou um susto ao ver Félix próximo a ela na entrada da cozinha. Do lugar que Niko estava ele não poderia vê-lo, nenhum dos dois o percebeu ali, mas o moreno havia escutado a última parte da conversa.

– Adriana, querida, eu queria te pedir desculpas por ontem. Eu fiquei nervoso com tudo que aconteceu.

– Tá tudo bem, seu Félix.

– Eu não tinha nenhum direito de dizer algumas coisas, além disso é o Niko quem paga seu salário - disse Félix rindo.

– Tá bom, seu Félix. - Adriana sorriu.

– Estamos bem, então, né criatura? - ele deu um abraço apertado na babá.

– Ai, para, seu Félix, também não precisa me esmagar.

Da cozinha Niko observava aquela cena e sorria em silêncio, mas quando Félix olhou para ele, o loiro se virou e continuou a cortar umas frutas, fingindo não prestar atenção.

– Carneirinho, já tomei meu banho, tô lindo e cheiroso pra você.

– Ah, que bom, Félix. Você pode fazer o café, por favor? Pelo menos ligar a cafeteira você já aprendeu, né? Eu tenho que tomar meu banho e ir pro restaurante.

– Mas Carneirinho, você vai sair assim?

– Eu tenho que trabalhar, Félix !

Niko passou por Félix tentando se esquivar dele, ainda estava magoado com o acontecimento do dia anterior. O moreno segurou seu braço e falou sério:

– Espera aí, Niko. Você está sendo infantil.

– Ah, eu tô sendo infantil?

– Tá. Poxa, desde ontem eu tô tentando falar com você e você fica me evitando, agindo feito uma criança mimada.

– Então é isso que você pensa de mim? Eu ajo como uma criança que fica dando "chiliques" - Niko fez um gesto com os dedos indicador e médio das duas mãos - e por minha culpa as coisas dão errado?

– Claro que não, Niko, que ideia!

– Olha aqui, Félix, eu tô muito magoado com você ainda, tá?! Poxa, eu queria que você estivesse comigo na inauguração porque isso era importante pra mim. Aquele restaurante foi uma conquista NOSSA! E você fala disso como se fosse um capricho meu.

– Eu sei, Niko, desculpa, eu tava nervoso, eu falei sem pensar.

– E você acha que eu não estava nervoso também? Que eu também não me preocupei?

– É claro, Niko. Mas você é diferente, você é uma pessoa doce, calma. Eu sou estourado, Niko. Você sabe disso.

– Então aprenda a controlar seu gênio, depois a gente conversa.

Niko saiu irritado.

– Niko, Nikooo! - Félix chamou o companheiro, mas ele continuou andando - Pelas contas do rosário! E depois sou eu que tenho que controlar meu gênio!!

Enquanto Félix lutava com a cafeteira, tentava pensar em alguma coisa para acabar com a mágoa de Niko, mas não conseguia ter nenhuma ideia. Queria surpreendê-lo de alguma forma e ao mesmo tempo provar que estava arrependido. Queria fazer seu Carneirinho ter certeza do amor que sentia por ele.

Niko se arrumou e depois foi acordar Jaiminho. O garoto estava com o ânimo melhor. Brincou um pouco com o filho e depois se despediu:

– Filho, o papai tem que ir trabalhar, você vai ficar com a Adriana e o papai Félix tá?

– Tá bom, pai.

– E obedeça os dois. Olha, depois nós vamos conversar sobre o que aconteceu, mas até lá, eu quero que você fique tranquilo.

– Eu nunca mais vou entrar numa piscina.

– Também não precisa ser assim, Jaiminho, com o curso de natação, aos poucos você supera essa trauma. A natação faz muito bem pra saúde, e é importante você aprender. Mas tem que tomar cuidado.
Niko deu um abraço e um beijo no filho e continuou:

– Vai lá tomar o café da manhã, o Félix tá te esperando.

O loiro acompanhou o filho até a sala de jantar, onde Félix tomava café e Adriana dava uma papinha de fruta para Fabrício.

– Eu vou indo, porque eu tenho muito trabalho no restaurante - falou se dirigindo tanto a Félix quanto a Adriana, depois deu um beijo em Fabrício e saiu.

Félix repousou a xícara no pires e abaixou a cabeça, apoiando a testa nas mãos cruzadas. Jaiminho, que sentiu o clima estranho entre os pais, se aproximou dele e perguntou:

– Papai Félix, você e o papai Niko estão brigados?
Félix e Adriana se olharam, o moreno hesitou por uns instantes, depois respondeu:

– Nã... não, querido, claro que não. Seu pai estava apressado porque tem muito trabalho.

– Mas ele nem se despediu de você.

– É, meu filho, adulto é assim mesmo. Quando a gente tá com pressa, até se esquece dessas coisas.

– Vocês brigaram por minha causa né?

– Não, Jaiminho, ninguém tá brigado, de onde você tirou essa ideia, meu filho? - sorriu tentando animar o garoto.

Jaiminho não respondeu, mas continuava com uma expressão confusa.

– Senta aí, e toma seu café - Félix se esforçava para disfarçar a tristeza.

Enquanto dirigia para o restaurante, Niko refletia se não estava sendo duro demais com o companheiro. Era como se duas vozes dentro de sua cabeça duelassem para descobrir qual delas tinha razão. A primeira voz dizia para esquecer tudo, dar a volta e correr para casa para abraçar Félix e dizer que o amava, mas a segunda voz dizia que era melhor se manter distante por um tempo, afinal, Félix tinha que aprender a medir suas palavras. Não poderia sair por aí magoando as pessoas e depois vir com um simples pedido de desculpas, como se isso consertasse tudo. As vozes duelaram em sua mente o dia todo, enquanto cortava peixe, arrumava os pratos. A cada vez que pegava o telefone para ligar pra casa, a cada vez que olhava para porta do restaurante pensando em sair ali, a segunda voz falava mais alto.


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Notas finais do capítulo

Mas o Niko também, hein?! Como diria o Félix: "Genioooosa". =)
No próximo capítulo vamos ver o que Félix vai fazer pra quebrar o gelo do Carneirinho.



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