Criança de pele branca, olhos vermelho, cabelo preto. Procurando um corpo para se infiltrar na terra.
Perguntei seu nome, ela respondeu que era a morte. Perguntei o que ela estava fazendo aqui, ela disse que veio me buscar. Fiquei pensando, chegou minha hora já? Mas eu mal aproveitei a vida. Não perdi minha virgindade ainda, não fumei drogas, não fui parar na prisão, não fiz coisas loucas que eu poderia ter me orgulhado ou que me fizesse dar risada quando eu estivesse contando para os meus filhos, as minha aventuras. Apenas fiz coisas que a sociedade demonstrava que era certa.
A pequena criança,me olhava com aqueles olhos sem luz e percebendo que eu estava confusa. Apenas disse: Venha! Lá será o melhor lugar para você.
Quando disse isso, nem contestei. Queria mesmo sair desse mundo de pessoas estúpidas, dessa sociedade escrota. Queria acabar com as noites de choro, noites de angustias, resumindo, noites que me deixaram várias marcas. No corpo e principalmente na alma. Eu já queria mesmo acabar com tudo, não é mesmo? Essa pequena morte, veio no momento certo. Eu estava tão entretida conversando comigo mesmo, que nem percebi que estávamos na frente de uma grande porta branca.
A pequena garotinha pediu para eu entrar e esperar lá dentro. Entrei, e BUM. Tinham fechado a grande porta!
Me virei para me ver como era essa sala, tomei um susto. Nela tinha varias telas com os nomes das pessoas que entraram na minha vida. E que acabaram de alguma forma, saindo, sendo por morte ou coisas banais.
Olhei para cada uma das telas, no momento, veio uma explosão de sentimentos. Uma mistura incontrolável, parecia que eu estava sendo possuída por vários demônios. Raiva, saudade, angústia. Eram os sentimentos que mais prevaleciam no meu corpo sem alma mais. Vi pessoas que me magoaram, mentiram pra mim. Mas também vi pessoas, que saíram da minha vida muito cedo. Saíram lagrimas dos meus olhos, mas eu não sabia que sentimento era aquele, que fazia as lágrimas saírem. Raiva ou Saudade? Grande pergunta! Apenas escorreguei meu corpo pela parede da pequena sala, e deixei que os sentimentos me tomassem. Já era! Eu estava já consumida pela dor. Novamente!