Além dos Muros escrita por Quione


Capítulo 18
Confissões


Notas iniciais do capítulo

Óla pessoal, amanhã volta minhas aulas e ai já viram né? Mas hoje eu arrumei um tempinho para adiantar e (finalmente) matar um pouco da curiosidade de vocês. Espero que gostem e obrigada pelos comentários, obrigada mesmo. Boa leitura



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Quando chegaram em casa, Will desceu do carro como se estivesse furioso e subiu para o quarto batendo a porta. Mabela olhou para os pais

– O que ele tem?
– Não sabemos, mas vamos descobrir - respondeu Sebastian com as mãos na cintura - não se preocupe, vá dormir está ficando tarde.

Mabela subiu e abriu a porta de seu quarto, ela desejou que o gato estivesse dormindo em sua cama, mas ele não estava lá. A janela se encontrava aberta, a garota se aproximou da mesma e ficou olhando. A rua estava escura, havia apenas a iluminação fraca dos postes, estava tudo muito quieto.

Mabela viu uma silhueta de esgueirando entre as sombras das casas e fixou os olhos ali, e então uma pessoa saiu das sombras, ficando exposto sob a luz fraca do poste em frente a casa dos Walder. Os olhos de Mabela se erregalaram com aquilo, era uma pessoa encapuzada igualmente em seus sonhos, ela se afastou da janela

– Não pode ser - sussurou

Quando voltou a olhar a pessoa já não estava mais lá, imediatamente ela fechou a janela e respirou fundo piscando os olhos varias vezes. Mabela escustou a porta de Will se abrir e sentou-se na cama. Depois de alguns minutos ela escutou vozes alteradas vindo do andar de baixo e resolveu sair do quarto para ver o que estava acontecendo.

Mabela se aproximou da escada e ouviu seus pais e Will conversando

– Quando isso começou Will? - disse Amanda
– Alguns meses
– Isso é muito estranho - disse Sebastian
– Vocês acham que foi essa pessoa que colocou fogo no orfanato? - perguntou Will
– Não sei, mas pode uma opção - respondeu Amanda
– Precisamos conversar com a Mabela, acho melhor irmos...
– Conversar comigo sobre o quê?

Mabela havia descido as escadas quando percebeu que a conversa era séria. Ela estava parada no primeiro degrau, todos se levantaram do sofá e a encararam

– Pensamos que estivesse dormindo querida - disse Amanda
– Não estou com sono e não pude evitar de escutar a conversa de vocês. De quem estavam falando? E o que querem conversar comigo?

– Mabela... Está tarde querida, vamos deixar esse assunto para amanhã - disse Sebastian
– Por favor me contem...
Sebastian ia protestar, mas Will colocou a mão no ombro do pai
– Pai - disse Will - conte a ela, vai ser melhor
– Will tem razão querido - imendou Amanda

Sebastian respirou fundo e se aproximou de Mabela

– Tudo bem, mas acho que corremos riscos demais falando aqui, vamos lá pra cima, é mais seguro

Will olhou para a mãe e ela apenas colocou o braço em volta de seu pescoço e o conduziu para a escada. Todos subiram em silêncio, Sebastian seguia na frente os conduzindo pelo corredor. Chegando no final do corredor, Sebastian virou para um quadro que estava na parede do seu lado direito, empurrou de vagar e colocou a mão na parede fria e lisa, um click soou fraco. Sebastian retirou a mão e uma luz azul fraca apareceu e onde estava a mão dele, agora havia um buraco e por fim apareceu uma espécie de calculadora.

Havia uma tela pequena na parte superior e abaixo se encontrava números de zero a nove. Ninguém dizia uma palavra enquanto os dedos de Sebastian dançavam pelos números, ele retirou a mão e a parede se abriu por inteira, uma porta de madeira apareceu. Sebastian colocou a mão na masaneta e abriu a porta devagar dando passagem para que todos entrasse.

Amanda foi a primeira a entrar e acendeu a luz, em seguida Mabela e Will, e por fim Sebastian. O lugar não era tão grande, era uma espécie de escritório com duas prateleiras de livros, havia uma mesa grande com várias cadeiras e todos se sentaram.

– Aqui não vaza som algum, é um lugar seguro - disse Sebastian olhando para Mabela. A mesma assentiu - bom vamos direto ao ponto
Sebastian se arrumou na cadeira, parecia cansado
– Mabela, algum tempo vem acontecendo várias coisas e uma delas com Will - Mabela olhou para Will, o mesmo olhou para baixo e Sebastian prosseguiu - sei que você notou isso também e finalmente descobrimos o que é. William tem recebido telefonemas anônimos alguns meses, e desde que a trouxemos, a maioria se destiana a você, a pessoa que o liga sempre o ameaça dizendo as mesmas coisas

Sebastian olhou para o filho como quem sente pena, Will levantou a cabeça e encarou o pai.

– Você quer contar Will? - perguntou Sebastian
– Ok - Will olhou para a estante de livros atrás o pai - hãn.. Bem, é um pouco embaraçoso contar isso, mas as ameaças sempre eram "Fique longe da garota, ou a mato" e então desligava. Eu não sabia o que fazer até receber mensagens de um número anônimo dizendo que eu deveria usar meu comportamento arrogante com você, era mais seguro para mim e para minha família, e o anônimo sempre dizia que isso te manteria longe - Will respirou fundo - eu sabia o quanto minha mãe queria ter uma filha, eu não queria que alguma coisa de ruim acontecesse e resolvi não contrariar, mas as vezes é dificil agir dessa forma com você e eu esquecia das ameaças, mas no mesmo instante elas apareciam - ele olhou para baixo e Mabela o encarava absorvendo tudo aquilo com atenção - o celular vibrava no bolso da calça e eu sabia que seria mais uma ameaça.

Will parou de falar com uma tristeza nos olhos e levantou a cabeça. A sala foi tomada por um silêncio perturbador por alguns instantes

– Não tem como rastrear o número? - perguntou Mabela
Will olhou para ela como se fosse uma pessoa estranha.
– Eu venho tentando descobrir a meses
– E porque faz tudo o que esse anônimo pede? Porque não dênuncia ele? Porque não deixa a justi...
– Porque já vi muita gente morrer - gritou Will
– Will, não grite com ela, se controle - interveio Amanda

Mabela abaixou a cabeça e secou as mãos suadas na calça.

– Desculpa - disse a menina
– Tudo bem querida - Amanda a confortou
– Hã.. Mabela, alguma coisa vem acontecido com você também? Se o Will vem recebendo ameaças, pensamos que você também vem sofrendo com alguma coisa - disse Sebastian

Um filme começou a passar na cabeça de Mabela, desde quando o carro de seus novos pais se afastavam, até seus sonhos.

– sonhos - sussurou a menina enquanto o filme rodava em sua mente
– Como? - perguntou Amanda
Mabela despertou de seus desvaneios, todos a encarava
– Desde que cheguei aqui, tenho sonhado com coisas estranhas e tão... Reais
– Will nos contou sobre o sonho que teve do orfanato, você tem sonhado com mais coisas?
– Sim, eu não me lembro exatamente quando começou, mas venho sonhado com um homem.

Mabela começou a pensar em todos os seus sonhos e contar com todos os detalhes para eles, desabafando tudo, contou sobre o gato e desde a primeira vez que o viu e a primeira noite em que esteve na casa, quando Will a deixou sozinha.

– Céus.. - Will sussurou
– Mabela, você se lembra do rosto do homem encapuzado que você viu quando houve o show de raios e trovões aqui em casa? - perguntou Amanda
– Eu.. Eu não consigo me lembrar do rosto, apenas do sorriso e dos olhos azuis

A garota começou a tremer e Amanda a abraçou. Sebastian se encostou na cadeira com as mãos nos olhos

– Pai? - chamou Will - o quê está pensando?
Sebastian encarou sua esposa e seu filho
– Precisamos levá-la aos anciões

Amanda e Will se entre olharam.


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