Os dias foram passando como o vento, já havia feito as provas finais e com as brigas e ajuda de Cody nos estudos, eu passei direto. Chegou as férias de Dezembro e era uma época bem alegre pra mim afinal era o mês do natal e começava a esfria o clima da cidade, eu amo o frio, meu sonho é vê a neve, mas eu moro no norte do país e aqui é sempre bem quente. Suspirei olhando Cody deitado na cama dormindo, era começo de tarde e eu queria muito sair pra passear um pouco, minha mãe havia acabado de sair para trabalha eu divido o quarto com ela então estava apenas eu e ele lá. Aproximei-me da cama e fiquei sentada perto da beira o olhando. Cody era um garoto bonito, diga-se de passagem, Minha idade, pouca coisa mais alto que eu, acho que ele tem 1,55 (Eu tenho 1,45), olhos azuis vividos agora fechados, a pele bem branca e pálida, os cabelos um pouco cumpridos pretos, sempre com as típicas roupas que eu o desenhei, uma camisa branca, o casaco azul escuro com a parte de dentro do capuz amarelo, Por cima o blazer preto, a calça cargue e o tênis Nike branco com detalhes amarelos. SIM, isso mesmo ele dorme ou fingi que dormi sei lá e SIM dividimos a minha cama, dormimos um de costa para o outro em uma box de solteiro é meio complicado mais dá.

—Oi - Ele acordou sorrindo, eu me assustei, havia sido pega no flagra.

—O-oi...- Falei sem muita segurança. Ele se aproximou de mim “tocando” meu rosto e eu senti aquele frio onde ele me tocava.

—O que estava fazendo? - Eu corei e desviei meu olhar. Eu conto ou não? Seria bem esquisito conta que estava o observando cochila na minha cama.

—Eu estava...- Pensa Nanda, pensa - Estava pensado em sairmos.- Cocei minha nuca olhando pra baixo fazendo um pouco da mão dele me atravessa o rosto.

—Sair pra onde? - há! Ele caiu.

—Sair por ai, sabe dá uma volta. - Fiz um circulo no ar com o indicador agora o olhando.

—Uma volta? Esta bem... – Se levantou batendo na roupa. – Vai se troca então – Me observava ainda de baby doll verde de ursinhos, Eu me cobri rapidamente com meus braços e ele riu apontando pra minha toalha lá perto. Eu acordo muito tarde nas férias, fazia pouco mais de 50min que havia acordado, Almocei e fiquei observando minha mãe se arruma e sair para trabalho.

— Tá, eu já entendi. – Tomei um rápido banho por causa do frio, vesti uma calça jeans azul escuro e um all star normal, com uma camisa vermelha e uma camiseta cinza de manga curta. Cody que havia escolhido minha Roupa, ele fazia isso ultimamente dizendo que eu me vestia muito mal como um garoto. Se eu me ofendi ? Que nada, só taquei o travesseiro nele depois de três palavrões, lembrando que o atravessa então foi inútil.

Sairmos com autorização da minha vô, disse que eu não devia demora, Na "verdá" minha mãe não me deixa sair de casa então minha saída é um segredo. Fomos pelas ruas rumo ao centro da cidade, andávamos lado a lado conversado sobre a escola e sobre nosso livro.

—Pensei em fazermos o maior vilão como um dos heróis originais. – Falava animado, eu apenas sorri concordando. Chegamos a uma praça e resolvi senta para conversamos melhor. Os bancos da praça eram meio incomuns com dois quadrado grandes de concreto em cada lado de mais ou menos 1m de altura e uma taboa de concreto entre eles. Sentei me encostando-se a um lado esticando as pernas, eu sou pequena então cabia perfeitamente lá, e Cody do lado oposto com as pernas apoiadas perto da minha cabeça, ainda bem que ele é um espectro, então não sujava o tênis.

—Cody posso te pergunta uma coisinha que ainda não entendi?- Perguntei bem inocente e ele na hora que ouviu o nome daquela forma doce estreitou os olhos e encolheu os ombros.

—Claro, o que seria? - Desconfiado...

—Sabe aquela vez que brigamos por que você ficou me chateando enquanto tava conversando com o San no recreio.

—San. Por que você o chama assim? O nome dele é Sancara! – Ele ficou zangado. Pensei até que ia me bate quando levantou o braço e fico balançando o dedo na minha cara.

—Eu sei mais eu gosto de dar apelidos aos meus amigos. - Isso é fato! Adorooo da apelidos a eles, constrói a amizade, quanto mais ele odeia o apelido mais forte fica a amizade. Pensando bem eu nunca chamei o Sancara de "San" mesmo, só quando falo dele pro Cody ou as vezes pra outra pessoa, eu fico com medo de o chama assim sei lá, não acho que eu tenha muita intimidade com ele ainda.

—Aé? Então – Ele fez bico e cruzou os braços, oh que fofura - Por que eu não tenho um apelido, sou seu amigo certo ?

—Claro que sim. você é meu “Mió” amigo, e só que eu ainda não te dei um apelido por que não pensei em um bom –Isso é uma grande verdade nunca encontrei um apelido bom pra ele até hoje. Ele sorriu abertamente me encarando. Já falei que o Cody me encanta com esses sorrisos dele? PERAÍ, OPA PERÁ LÁ, O QUE EU TO DIZENDO? RUM EU HEIN. Eu correi e desviei o olhar para umas crianças que brincavam lá perto. – Eu pensei em alguns, tipo: idiota ou Mamãe Cody, talvez “super choque” (No livro o poder do Cody como Heroí é o raio) – A cada apelido que eu falava o sorriso dele ia diminuindo.

— NÃO! Olha que tal eu escolhe como você me chama? - Bateu com os dedos no próprio peito pra enfatiza que ele escolheria.

—Ta bom. - Concordei sentindo que não seria uma boa ideia.

—Que tal, Meu amor ? - Corei e olhei pra cima pra disfarça.

—Não – Balbuciei .

—My boyfriend ?- Ele falou esse de forma tão melosa que saiu purpurina e brilho da cabeça dele.

— No... – Eu estava ficando com um sério caso de “vermelhidão múltipla” por que sentia todo o meu sangue na minha cara – Que tal codinho?

—Não, que Tosco - Tá esse foi tosco até pra mim - Pensei em um melhor. Que tal, “Co”. - Espalmou as mãos próximo a face me olhando sugestivo.

—Co? - O encarei confusa. Bom... a cada vez que se fala vai parecendo mais legal.

—É. Não é legal? - Falava empolgado e eu comecei a repeti-lo baixo.

—Co... gostei, soa legal Co. – Sorrimos. Nessa hora uma velha estava de passagem, bem esquisita, e me viu conversando com o Cody (Pra ela parecia o nada) – Você ainda não me respondeu mocinho. Por que fez aquilo? - Rodou os olhos achando que tinha se livrado.

—Eu sei lá! Não gostei de te vê com ele. - Desviou o olha murmurando provavelmente se xingando.

—Ciúmes de mim Co? - Questionei sorrindo de canto.

—Talvez. - Disse ainda sem olhar pra mim.

—Não esquenta, sou apenas sua. –Ele me olhou assustado e eu logo tratei de me corrigir. – A-ah sou só sua melhor amiga entendeu?Melhor amiga! - Minha respiração ficou acelerada e eu o encarava surpresa esperando sua resposta a esse meu ataque súbito de falas com duplo sentindo.

—Entendi sim...- Cara a gente tava lá conversando e a véia só de olho sem agente se tocar disso.

— Er... Garotinha? – Se dirigiu a mim. Pera garotinha? Eu tenho 12 anos vovô! mas foda-se, na visão do mundo ainda sou criança ainda mais com essa minha cara de 8 anos.

—Sim? 

—Com quem você esta conversando? - Eu arqueei minha sobrancelha e a encarei falando o seguinte como se não fosse "Obvio"

—Com meu amigo - Foi sem pensa só saiu essa burrice da minha boca e ela olhou pelo banco, depois pela praça, e voltou o olhar pra mim.

— Mas... Não Há ninguém aqui – Falava confusa. Meu deus eu confundi uma velha estranha, que devia me acha mais estranha ainda. – Eu vou... Vou embora tchau. - Saiu às pressas de lá, quase voa.

—TCHAU! – Gritei a vendo dobra a rua correndo.

—Você é doida? Confundiu a senhorinha – Falava rindo do que acabou de acontece.

—É o que parece né.– Comentei rindo também. Resolvemos volta à caminha pro centro, que nessa época na praça central montavam uma árvore enorme de garrafas pet recicláveis e ficava bem legal, e faziam lanternas com as mesmas pet nas árvores da avenida principal. Assim que chegamos ficamos admirados, Cody parecia uma criancinha olhando e reparando em tudo como se fosse a primeira vez que via aquilo e eu acho que é, não sei se ele teve passado ou sempre viveu nos meus pensamentos ou é uma alma penada, apesar de ter dito que veio da minha imaginação. Sentei em um banco próximo pra aprecia melhor, enquanto Cody corria por lá rodeando a enorme árvore para não perde nenhum detalhe dela. Chegou sorrindo e sentou ao meu lado.

—Isso aqui é tão legal - falava empolgado, eu apenas sorria de tudo aquilo, o encarei e ele não tirava o olho da árvore.

—É, você ainda não viu a noite que tudo se ilumina fica bem mais legal. - Encarou-me boquiaberto puxando o ar.

—Podemos vê? – Estava com os olhos brilhando e senti muita pena de responde-lo.

—Não. - Respondi suspirando triste.

—Por quê? - Indagou e o sorriso empolgado de criança dele murchou.

— Eu não posso sair a noite... –Ele abaixou a cabeça triste de um dó dele. Eu vou fazer merda que vê só - M-Mas eu prometo que antes do natal dou um jeito para virmos da um passeio aqui a noite. - Falei só pra vê-lo feliz, na verdade nem sei como vou fazer isso, mas até o natal eu penso em algo. Cara to muito ferrada.

— Serio? - Perguntou esperançoso.

—Sim, sim, muito serio, pois é, pois é, pois é. – imitei a Chiquinha enquanto ele sorria voltando o olhar para a árvore. – Cody temos que volta já se passou 3h que estamos aqui na rua e minha vô deve ta preocupada. - Disse olhando o relógio enorme da torre da farmácia.

—Tá, vamos volta. – Falava triste com certeza querendo fica mais tempo lá.

Voltamos para casa e fomos direto pra o quarto escreve nossas ideias que tivemos na praça. A cada dia que passa parece uma nova aventura ao lado dele e eu estava adorando tudo aquilo, por mim nunca acabaria. Mais ainda não sei como leva-lo lá, isso vai ser complicado.

5 anos depois...

Operários montavam a árvore e uma garota estava de passagem por lá no fim da tarde vindo do super mercado, Colocou as compras no banco próximo e sentou pra observar , logo um rapaz sentou do seu lado e encostou a cabeça em seu ombro cansado.

—Cara essa árvore... Lembra ? - O rapaz sorriu concordando e sussurrou.

— Sim.

.