Depois do "Eu te Amo" escrita por StardustWink


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Heeeey! Por favor ignorem que já é tecnicamente dia 15, eu passei o dia inteiro sofrendo para conseguir terminar essa fic çaskdlsçdksçdfl Nisso que dá você deixar para terminar algo de última hora. uvu Maaaaaas, como é meio que uma tradição minha de escrever algo para dia de São Valentim, aqui estou eu! /joga confetes

Eu tentei imaginar como seria canon!alimor no universo de Magi, e saiu isso aí. Escolhi não enfiar a história no meio de um arco (até porque, tecnicamente, não dá para fazer isso no momento uvu), então ficou só alguns momentos entre dois fofos sendo fofos. É, fluff. Quem não gosta de fluff?

Enfim, espero que vocês gostem! ♥



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Primeiro passo; segurar mãos.

Alibaba podia fazer isso. Quer dizer, era uma coisinha de nada, só um movimento um pouco para o lado com sua mão direita e estaria feito. Para quem já salvara um país inteiro, sobrevivera a dois Dungeons e derrotara uma bestante gorila ao ponto dela se apaixonar por ele, aquilo era ridículo. Ele era o cara.

Então por que a sua maldita mão não se movia?!

O loiro encarou com ódio profundo seu membro inútil que permanecia imóvel a poucos centímetros de Morgiana. Ambos tinham finalmente decidido dar um passo à frente em seu relacionamento, e ele sabia que deveria levar as coisas devagar, mas...

Mesmo assim... algo tão simples como andar de mãos dadas não iria fazer mal algum, certo? Ele poderia ao menos segurar a mão dela, certo?

Alibaba suspirou; essa coisa de gostar de alguém parecia muito menos complicada em sua cabeça... Bom, não é como se ele fosse desistir por causa disso. Voltando a focar em seu pequeno plano, ele virou para o lado só para encontrar a Fanalis o observando.

- Está tudo bem? – Ela tinha o rosto levemente inclinado para o lado, e os raios do sol tremeluziam na água por trás de sua silhueta.

E ela continuava linda. Por que ela tinha sempre de estar linda nesses últimos dias – e, além disso, justo quando ele estava tentando se concentrar?

- Ah, sim! Não tem nada de errado comigo, haha! – Ele tentou parecer o mais normal possível, mas sua risada soou falsa.

Morgiana continuou a encará-lo, e sua voz saiu hesitante. – Então... você está arrependido...?

- Eh?! Não, não! – O loiro piscou, balançando suas mãos freneticamente em negação. Ótimo, ele tinha a feito entender tudo errado, e agora ela estava se sentindo culpada. – Não é nada disso, Mor. Fui eu quem pediu isso, lembra? É só que...

E se calou. Sentindo seu rosto esquentar, decidiu que todo aquele nervosismo era uma idiotice. Suas mãos, que recobraram magicamente o movimento, desceram de encontro às dela e as envolveram gentilmente.

-... Eu só queria fazer isso. – Alibaba admitiu quase que em um sussurro, evitando olhá-la de frente. – Não que eu não tenha segurado as suas mãos antes, mas é que agora, bom...

Estava tudo diferente. Ele tinha finalmente percebido que, mesmo de aparência delicada, as mãos dela eram rígidas e com calos como as de uma lutadora; que seus dedos, finos e curtos, conseguiam se encaixar com perfeição nos espaços entre os dos dele.

Ela era toda nova e ainda assim familiar, e isso tanto o assustava quanto deixava intrigado.

Finalmente, ele olhou para cima. Morgiana vidrara seus olhos nos seus membros ainda entrelaçados, e suas bochechas tinham se tingido com um tom de vermelho suave. Com medo de tê-la deixado desconfortável, Alibaba fez menção de soltar suas mãos, mas a Fanalis apenas segurou-as em seu lugar.

- Você pode fazer isso, se quiser... – Ela murmurou, voltando seus olhos para os dele. – Eu não me importo.

- Sério?! – Seu rosto inteiro reluziu em resposta, e ele quase sentiu vontade de chorar. Podia segurar as mãos de uma garota quando ele quisesse!

Ele deu outra olhada rápida para Morgiana, que o encarava com um sorriso pequeno, e manteve uma de suas mãos enlaçada com a dela, comentando algo sobre procurar os outros enquanto a puxava em direção do lugar de onde tinham vindo.

O dia estava lindo, eles estavam andando de mãos dadas e Alibaba era o cara.

xxx

Segundo passo; ciúmes.

Aladdin era uma das melhores pessoas que ele conhecera na vida, e definitivamente seu melhor amigo. Ele podia ser menor e um pouco mais novo, mas era incrivelmente poderoso, sábio, e o surpreendia mais a cada dia que passava.

Mas havia defeitos nele, como em todo mundo. Ele tinha um pequeno fetiche que, bom, era sim bastante justificável... Mesmo assim, ainda existiam limites.

Inclusive os que incluíam a namorada dos outros. Especialmente os que incluíam a namorada dos outros.

E ele tinha ultrapassado esses limites.

- Eu não acredito que você-!

- F-foi sem querer! – O magi exclamou em resposta, escondendo-se atrás da Fanalis que observava a discussão com um pouco de curiosidade. – Olha, até a Mor já me perdoou! Não é, Mor?

Ela abriu a boca, provavelmente para falar que não tinha nem sequer se ofendido, mas Alibaba a interrompeu antes que pudesse dizer alguma coisa.

- Não importa! – Ele apontou o dedo indicador para Aladin. - Você ainda assim...!

- Eu não fiz de propósito!

- Colocou a cabeça entre...!

- E-eu cresci um pouco nesses últimos meses, - O pequeno exclamou, balançando as mãos freneticamente, - Não sabia que estava no tamanho certo para isso!

- No meio dos-!D-dos-!

- Desculpa! – O garoto de cabelos azuis desviou do loiro quando ele tentou segurá-lo com as mãos, correndo para o outro lado e se escondendo atrás de uma pilastra. – Foi um acidente...

Alibaba o encarou, respirou fundo, e andou até o pequeno. Ele coçou a cabeça, sentindo-se um pouco culpado: ele tinha sim ficado mais alto, e não parecia ter essa intenção quando o acidente aconteceu. E eles tinham mesmo passado um tempo sem se ver, todos ocupados com suas próprias missões, então...

Ainda assim, era injusto! Como Aladdin podia fazer uma coisa dessas com ela e sair ileso? Por que ele tinha tanta sorte assim? O loiro permitiu-se encarar o pequeno com ódio por mais alguns segundos antes de suspirar.

- Desculpa, eu acabei exagerando. – Ele murmurou. A pontada de ciúmes continuava presente no seu estômago, mas era estúpido ter esse sentimento quando Morgiana já tinha dito que esperaria por ele. Sério, qual era seu problema? Será que Olba também passava por essas coisas?

- Alibaba? – Olhando para frente, viu que Aladdin o encarava com o olhar curioso. Ele piscou, tossiu uma vez e abriu um sorriso amarelo.

- Então... Agora que isso já passou, por que não conversamos sobre algo mais importante?

- Ah, sim! – O magi sorriu, finalmente saindo de trás da pilastra. – Mas é melhor fazer isso lá dentro, não acha? – Ele indicou para o castelo. Como o que eles haviam para conversar era longe de ser um assunto a ser tratado em público, os três iniciaram sua pequena caminhada.

Isso não impediu, porém, de Aladdin virar-se para Mor no meio do caminho e comentar como se o que estivesse prestes a dizer não fosse nada demais:

- Mas eles cresceram, né?

Primeiras intenções que se danem, Alibaba ia matá-lo.

xxx

Terceiro passo; primeiro encontro.

O loiro olhava incessantemente para a garota ao seu lado, para as pessoas em volta e para frente. Não conseguia ficar calmo, seria impossível fazer isso num momento como esse.

Isso porque, seja lá como isso fora possível, ele e Morgiana estavam em um encontro.

Tudo bem, ele sabia como tinha acontecido – fora sugestão dele a de passear pela região depois do treinamento em Sindria para descansar. Porém, Alibaba não esperava que Aladdin fosse desaparecer para algum lugar com Yunan, Olba e Toto quisessem passar um tempo sozinhos e todas as outras pessoas que pudessem vir com os dois resolvessem sumir.

O que os deixava assim, sós pelas ruas cheias de vida pela cidade, andando. Não era algo muito inusitado de se ver, mas as pessoas à sua volta ainda poderiam pensar que eles estavam num encontro casual, juntos... E como ele não poderia chegar para todas elas e desmentir tudo, elas teriam de continuar achando isso.

Sim, não havia nada que ele pudesse fazer para mudar o fato de que pessoas achavam que eles estavam num encontro. Alibaba não pôde conter o sorriso satisfeito que se apoderou de seu rosto.

O loiro manteve-se ao lado dela, assoviando. Morgiana parecia muito entretida com os pescadores que traziam peixes recém-capturados do porto para prestar atenção e- ah, isso o dera uma ideia!

- Está com fome? – Ele a dirigiu um sorriso quando a Fanalis se virou.

A mesma piscou, olhou novamente para os peixes e negou com a cabeça. - Vamos jantar todos juntos hoje. – Ela parecia querer esperar, então ele não insistiu.

Olhando ao seu redor novamente, ele procurou por outra coisa para oferecê-la; não que ele quisesse fazer aquilo parecer mais um encontro, era só que ele se sentia necessitado a retribuir sua amiga por tudo o que ela fizera por ele nos últimos dias, só isso.

Seus olhos alcançaram uma mulher com algumas flores na mão, e ele pensou novamente no primeiro festival que eles compareceram em Sindria – a comida abundante, a dança e o colar de flores que Morgiana o entregara.

Ah, isso é perfeito! Ele aproveitou que a Fanalis ao seu lado ainda parecia distraída com os pescadores e aproximou-se de fininho da outra moça.

Ele tentou pedir uma flor para ela, mas encontrou-se sem nenhum dinheiro ou qualquer outra coisa que poderia dar em troca. A moça, ainda sorrindo, acabara de entregá-lo uma mesmo assim alegando que não havia problema nenhum quando um tremor no chão quase o fez perder o equilíbrio.

Ele se virou e viu Morgiana pisando forte em direção ao castelo. Sem gastar nenhum segundo, correu atrás dela, tentando entender o que havia acontecido, e pediu para que ela parasse.

A Fanalis virou-se para ele, e Alibaba teria suspirado de alívio se não fosse pela irritação que ele podia ver em seu rosto. Engolindo em seco, o loiro se aproximou.

- Uh, o que foi? Já quer voltar?

Ela o encarou mais, e suspirou em seguida. Foi quando ele percebeu o tom de decepção no gesto que pareceu perceber o que havia acontecido.

- Desculpa, eu não quis te deixar sozinha esperando. É que eu queria, err... – Ele falava da flor que pegara para Mor? Como não sabia mais o que fazer, optou por escondê-la. – Pegar uma coisa com ela.

- Uma coisa? – Ela arqueou uma sobrancelha.

- É, uh. – Alibaba sorriu, sem graça. – Mas aí você começou a andar e eu tive de vir, e... – Ele parou, olhando novamente para ela.

...Pensando bem, aquela moça era bem bonita, e as suas roupas não ajudavam em esconder isso. Ele estivera tão concentrado em conseguir flores para Morgiana que nem percebera isso, mas agora...

Será que Mor tinha ficado com ciúmes?

Um quente agradável irradiou em seu peito, e ele lutou sem sucesso contra o sorriso – um pouco convencido – que se estendeu pela sua boca.

- Felizmente, eu consegui pegar a tal coisa! – O loiro estendeu a flor cor de rosa em direção à garota. – Aqui.

Morgiana encarou a flor surpresa, e estendeu uma das mãos para pegá-la. Seus dedos tocaram nos dele levemente durante isso, e Alibaba pôde jurar que a mesma deixou suas mãos levemente encostadas por mais tempo que deveria antes de recolher o objeto.

- ...Obrigada. – A Fanalis olhou para a flor, abrindo um sorriso pequeno. O loiro a encarou imóvel por alguns segundos, discorreu mentalmente sobre como ela poderia ser tão adorável e contentou-se em limpar sua garganta, com o rosto mais vermelho do que deveria, e olhar para ela novamente após alguns momentos de angústia e falta de ar.

- ...Acho melhor voltarmos. – Ele sugeriu, parcialmente porque aquilo estava se tornando um desafio para ele e Alibaba começara a achar que não conseguiria passar mais um segundo ali sem trazê-la para perto ou ter um mini ataque cardíaco.

Como aquilo era um primeiro encontro e ele prometera esperar, resolveu deixar a primeira opção para a próxima vez. Se houvesse uma, o que ele certamente garantiria.

xxx

Quarto passo; preocupação excessiva.

Era noite. A julgar pelo silêncio do quarto e a quase que total falta de luz, devia ser lá pela madrugada. Enquanto piscava os olhos, tentando acostumá-los à escuridão, o loiro tentou identificar qual fora a causa de ter acordado à uma hora dessas.

Um movimento mínimo para o lado e pronto, sua bexiga parecia querer explodir. Ele levantou num pulo, tomando cuidado para não acordar os dois outros habitantes do quarto, e saiu correndo pelos corredores escuros do castelo.

Depois de se perder umas três vezes, bater de cara com uma parede e finalmente aliviar a pressão que estava quase o matando, ele voltou com passos cuidadosos para o cômodo.

Foi assim que conseguiu deitar-se novamente sem fazer muito barulho que ele ouviu. Pareciam... Arfadas, como se alguém estivesse com falta de ar.

Alibaba virou-se imediatamente para o lado, para a parte da cama enorme que ele se afastara de propósito – ele não saberia se conseguiria dormir tão perto dela, agora - , e viu um rastro de cabelo rosa estirado em um travesseiro e o rosto de Morgiana contorcido de dor.

- Morgiana? - Ele se aproximou dela rapidamente, temendo que algo houvesse acontecido, e parou quando percebeu que, fora a respiração rápida, ela parecia normal. Piscando, o garoto virou-se novamente para observar seu rosto.

- Um pesadelo...? – Murmurou, afastando parte da franja que cobria os olhos fechados dela. Seja o que fosse, não era bom. Era melhor acordá-la. – Mor, ei...

Ele balançou-a, gentilmente, mas a garota não parecia querer acordar – e parecia ainda estar tendo um sonho ruim.

O loiro olhou para o lado oposto, onde Aladin dormia tranquilamente. Ele não queria ter que acordá-lo com o barulho, mas também não queria que a garota ao seu lado continuasse a ter de passar por aquilo...

Ele voltou a olhar para Morgiana. Hesitantemente, levou uma de suas mãos até o seu rosto e acariciou-o de leve, afastando-a quando ela moveu-se com o toque. Depois, tentou outra vez – e, quando ela não se afastou, moveu-a para as mechas rosas que caíam ao redor de seu rosto.

O cabelo dela era mais macio do que parecia, e deslizava por entre seus dedos como seda. Olhando novamente para ela, Alibaba percebeu que seu rosto estava mais tranquilo, e suspirou de alívio.

Sobre o que será que ela estava sonhando? Ele ponderou, franzindo a testa. Foi quando a Fanalis moveu-se para deitar com o rosto virado em sua direção que ele viu – escondida pela manga do vestido que ela usava e quase imperceptível pela falta de luz – uma cicatriz.

O loiro parou de acariciá-la, fitando novamente seu rosto. Ela podia estar sonhando com aquilo.

Ele nunca soubera o que ela tivera de passar antes deles se conhecerem. Mesmo assim, podia ter uma ideia – já vira algumas vezes o que senhores faziam com escravos quando eram desobedecidos.

Uma dor desconfortável desceu pelo seu corpo e alojou-se em seu estômago. Ela não merecia ter tido que passar por isso – ninguém merecia. E o pior é que ele não podia fazer nada, não havia como voltar no tempo e impedir uma coisa dessas de acontecer.

Alibaba estreitou os olhos, suspirando em seguida. Era verdade que ele não podia fazer nada para mudar o passado – mas isso não queria dizer que ele não pudesse ajudá-la, de algum modo.

Com esse pensamento em mente, o garoto deitou-se o mais delicadamente possível para não acordá-la, e virou-se em sua direção. Ainda movendo-se o mais sutilmente possível, puxou-a mais para perto pela cintura, até que conseguisse sentir a respiração dela fazendo cócegas em seu pescoço.

Sabia que provavelmente teria que explicar como eles foram parar naquela posição quando acordassem pela manhã, mas não queria pensar nisso no momento. O mais importante era que, enquanto ele estivesse ali, ela não teria mais pesadelos naquela noite.

Nem naquela, nem em nenhuma outra que ele estivesse por perto. Ele permitiu-se aconchegar mais para perto dela, e fechou os olhos.

Não deixaria ninguém machucá-la, nunca mais.

Foi o último pensamento que teve antes de adormecer.

xxx

Quinto passo; dar presentes.

A pequena Fanalis moveu-se com passos lentos pelos grandes corredores do castelo, sendo quase despercebida pelos que passavam apressados em seus compromissos matinais. Uma pessoa, porém, parou para observá-la – e, curioso, deu meia volta para segui-la.

- Ei, Mor! – Ela se virou, e viu Aladin se aproximando, com o rosto preocupado. – Tudo bem? Você parece triste.

- Eu estou bem. – A garota o assegurou, sorrindo. Porém, isso não o impediu de olhar para baixo – e de notar as pequenas marcas de queimaduras e alguns cortes que adornavam as mãos da mesma.

- Então o que é isso? – Ele apontou para os ferimentos, franzindo a testa. Morgiana piscou, levantando suas mãos e encarando-as.

- Ah... – Ela abaixou-as novamente, demorando um pouco antes de responder. – Eu estava tentando fazer alguma coisa na cozinha...

- Eh? – Aladdin piscou. – Mas o castelo tem cozinheiros para isso, Mor.

- É que... – A garota pareceu hesitar mais. – Eu soube que o aniversário do Alibaba-san está chegando e, bom... Eu queria tentar fazer alguma coisa para ele.

- Hmm. – O pequeno sorriu com isso, finalmente entendendo. – Mas, Mor, não seria melhor fazer algo em que você seja boa? Não acho que ele iria querer que você se machucasse por causa disso.

- Eu não sei mais o que eu posso fazer... – A garota admitiu, corando um pouco. Já tentara cozinhar, costurar alguma coisa, fazer algo com flores... E nada. Ela nunca tinha visto necessidade de aprender a fazer essas coisas antes, então realmente não tinha experiência para nada disso.

Mas ela realmente queria fazer algo para ele. Quer dizer, depois de tudo o que ela fez por ela, era mais do que necessário! E, como era tradição dar presentes para alguém nesse dia...

Aladdin encarou a garota enquanto ela fitava o chão. Sabia que ela deveria querer mesmo dar um presente para Alibaba, se estivera tão determinada a esse ponto. Ele queria ajudá-la de alguma forma...

O mesmo colocou uma mão no queixo, pensativo. Vamos ver, uma coisa que a Mor pode fazer... Ah! Ele sorriu. Tinha tido a ideia perfeita.

- Já sei! – O azulado comentou, fazendo a Fanalis à sua frente levantar o rosto para encará-lo. – Eu sei que você estava pensando em fazer algo mais material, mas... Acho que eu tenho uma sugestão melhor!

- O que é? – Ela perguntou, aproximando-se mais do garoto. Ainda sorrindo, Aladin ficou na ponta dos pés e cochichou algo no ouvido dela.

Morgiana piscou uma vez quando ele se afastou.

- Você acha mesmo que isso vai ser o suficiente? – Ela perguntou, franzindo a sobrancelha.

- Confie em mim! – O magi assentiu, alegre. Alibaba definitivamente iria gostar disso.

~tuturututu~

Morgiana o avistou no final do corredor, andando calmamente. Tinha esperado até o momento para entregar o presente dele, como Aladin tinha a recomendado – deveria fazer isso quando não houver mais ninguém por perto.

Ela andou lentamente ao seu encontro, não conseguindo evitar o nervosismo que começou a tomar conta de si. E se isso não fosse um presente bom o suficiente?

Bom, agora já era tarde. Alibaba já havia a avistado, e tinha até acenado para ela. A garota respirou fundo, tentando acalmar-se o suficiente, e olhou para ele enquanto andava os últimos centímetros de dsitância entre os dois.

- Morgiana! Terminou o treinamento mais cedo hoje? – O loiro sorriu assim que ela parou.

Ele realmente não estava esperando que ela, ao invés de responder, fosse dar mais um passo e abraçá-lo sem mais nem menos.

O garoto piscou, corando quase que instantaneamente, e olhou incrivelmente confuso para a Fanalis que tinha a cabeça encostada em seu ombro.

- M-mor? Aconteceu alguma coisa? – O garoto moveu os braços lentamente para trás dela, não sabendo o que fazer.

- Feliz aniversário, Alibaba-san. – Ela murmurou, abraçando-o um pouco mais forte. Ele teria sorrido e agradecido logo em seguida, se não fosse pelo que ela dissera a seguir. – Eu te amo.

O loiro congelou. Era sua impressão, ou ela tinha acabado de...?

Depois, corou tanto que jurou ver fumaça saindo pelas suas orelhas. Sim, ela tinha. O que diabos...? Ele não conseguiu responder – pelo contrário, as palavras sumiram de sua boca.

A garota afastou-se dele, notando seu rosto vermelho e sua boca aberta de surpresa. Vendo isso como um sinal de que havia gostado do presente, ela sorriu para o mesmo, murmurou um “Até logo” e saiu apressada pelo lado oposto do corredor.

- E-espera aí! Mor! – Só aí que ele pareceu recobrar suas habilidades na fala, e o garoto estendeu uma mão ainda trêmula na direção em que ela estava indo. – Você pode repetir isso outra vez? Ei!

Mas ela já tinha sumido. O garoto fitou o corredor, ainda corado, não sabendo direito o que diabos tinha acontecido. Só sabia que ela tinha o abraçado, se declarado para ele e saído correndo.

Ah, espera. Ele se agachou no chão, colocando as mãos na frente de seu rosto vermelho. Droga, aquilo tinha sido absolutamente adorável. Ela não podia parar de fazer essas coisas do nada?

De longe, Aladdin observava a cena sorrindo. Olhando para a reação de seu amigo – que até agora permanecia agachado, ele riu. Aqueles dois podiam ser bem engraçados de vez em quando.

xxx

Sexto passo; brigas.

Alibaba desabou no sofá do aposento, acabado. Não sabia direito como tudo tinha acontecido mas, aparentemente, ele tinha acabado de ter uma briga com Morgiana.

É claro que ele sabia do motivo – ela tinha se sobrecarregado outra vez enquanto lutava e quase se machucara feio, se não fosse por Masrur que tinha chegado bem à tempo.

No entanto, ele ainda tinha se irritado por isso; já cansara de falar que ela não precisava ir além do que podia aguentar para ajudá-los, o loiro já tinha dito isso para a mesma várias vezes – e, mesmo assim, ela ainda fazia essas coisas!

A garota também não quis se desculpar e, assim, eles tinham partido em direções opostas, ambos não aceitando falar um com o outro.

E, agora, ele não sabia o que fazer. Definitivamente não iria se desculpar por se preocupar com ela – mas nunca tinha brigado com Morgiana antes, então não fazia a mínima ideia de como fazer as pazes com a mesma.

E isso o trazia ao presente. Alibaba olhou para seu mestre, bufando enquanto ele ria da situação toda.

- Você definitivamente se meteu numa furada, hein. – Sharrkan, depois de ter se acalmado, comentou. – Brigar com um Fanalis não é algo muito esperto de se fazer.

- O que você queria que eu fizesse? – O loiro rebateu, cruzando os braços. – Eu não posso deixar que ela fique se colocando em risco assim. E se um dia não tiver ninguém lá para ajudar?

- Bom, acho melhor você falar isso com ela então. – O espadachim deu de ombros, apoiando a cabeça numa das mãos.

- Eu já fiz isso, e esse é o resultado. – Alibaba comentou, suspirando em seguida. – E eu não sei como sair disso agora.

- Ah, eu sei como é isso. É horrível fazer as pazes depois de uma briga como essa. – O mais velho começou, fazendo um muxoxo. – As mulheres nunca querem ceder, e nem você.

- Isso mesmo!

-Aí vocês continuam nesse impasse ridículo por quase uma semana, e nada! Quer dizer, não dava para ela ser um pouquinho mais compreensível não? É sempre assim, sempre!

- Uh... – O loiro murmurou, sentindo uma gota descer por sua testa. Tinha a impressão de que não estavam mais falando de sua briga...

- E nem foi por um motivo importante, sabe? Mas não, ela tinha que fazer tempestade em copo d’água... Isso que dá se desentender com um mago, aqueles sabichões nunca querem admitir que estão errados!

O loiro observou seu mestre resmungar para si mesmo em silêncio. Ter recorrido a ele para isso tinha sido mesmo uma péssima ideia.

- Tudo bem, já entendi. – Alibaba suspirou, se levantando. – Obrigado, mestre.

- Eh? Ah, você já vai? – Sharrkan se endireitou, piscando enquanto o mais novo saía pela porta. – Se você conseguir se acertar com ela, me avisa!

Ele bufou, não sabendo se o loiro tinha ouvido a última parte. Só esperava que ele conseguisse – aí, quem sabe ele também podia usar da mesma estratégia para ver se aquela maga idiota finalmente o perdoava.

xoxoxoxo

Alibaba adiantou-se pelos jardins, pensativo. Com Aladdin ocupado demais para ajudar e seu mestre sendo cabeça dura como era de costume, essa era a última pessoa a quem recorrer.

Ele finalmente avistou o homem de cabelos púrpuras ao fundo, sentado e observando o lado. Aproximou-se hesitante, e parou subitamente quando Masrur virou-se para encará-lo.

- O treino da Morgiana já acabou. – Ele respondeu curtamente. O loiro engoliu em seco, coçando a cabeça.

- Na verdade, eu não vim aqui atrás dela... – Alibaba começou, oferecendo um sorriso sem graça. – Eu quero pedir sua ajuda.

O homem continuou em silêncio, e, sem saber o que fazer, ele continuou a falar.

- É que, bom, eu acabei me desentendendo com a Morgiana por causa do que aconteceu ontem, e... Eu não sei realmente como acertar as coisas...?

- Hm. – O Fanalis murmurou em resposta. Então é por isso que ela parecia mais distraída hoje.

Ele olhou para o garoto, que permanecia em silêncio. Só depois de uns três segundos que ele respondeu.

- O motivo dela se esforçar tanto para ficar mais forte é para poder continuar te apoiando. Você sabe disso, não sabe?

- Sim, mas... – Ele estreitou os olhos, um pouco frustrado. – A Mor não precisa fazer tudo isso; eu não quero que ela corra riscos assim por minha causa!

- Por quê?

Alibaba encarou o Fanalis à sua frente, piscando. Por quê? Não era óbvio?

Quando Masrur não fez nenhuma menção de continuar falando, ele chegou à conclusão que não deveria ser tão óbvio assim.

- Porque eu não quero perdê-la. – Murmurou. Foi só ao falar isso que ele percebeu o motivo da pergunta. O garoto fitou o homem à sua frente e, quando o viu sorrir levemente e assentir, agradeceu e saiu em direção ao palácio.

Ele a encontrou à caminho dos aposentos do segundo andar, andando calmamente. Reunindo toda a coragem que possuía, ele chamou por ela, fazendo-a se virar – e quase que imediatamente estreitar os olhos.

Ah, isso não vai ser fácil. Alibaba pensou para si mesmo. Quando a alcançou, parou para recuperar seu fôlego, e logo em seguida, fitou-a sem hesitar, com o rosto determinado.

- Mor, eu sei que você ainda está com raiva de mim, mas você tem que entender. – Ele começou, se aproximando mais. – Eu me preocupo com você por que você é importante para mim. Eu não quero que você se machuque por causa disso.

Ela comprimiu os lábios antes de responder. – Mas eu quero continuar te ajudando...

- E você vai! – Ele se precipitou, interrompendo-a. Depois, encarou a garota por um segundo, como se estivesse escolhendo as palavras que diria em seguir. – É só que, Mor...

Alibaba deu um passo à frente, colocando as mãos em seus ombros. Ele a olhou por mais um segundo antes de continuar.

- Eu fico muito feliz que você queira me manter seguro, mas... Doeria mais que qualquer outra coisa ver você ferida por minha causa.

A garota arregalou os olhos com isso, e depois fitou o chão. Ele pôde ver que ela tinha entendido, e suspirou de alívio. Depois, usou uma de suas mãos para limpar a garganta, chamando novamente a atenção da Fanalis.

- Agora, podemos parar com isso? Eu já estou cansado de ter que te evitar. – Ele admitiu, sorrindo.

Morgiana assentiu, retribuindo o sorriso. Feliz que finalmente tinham resolvido esse problema, o loiro comemorou internamente – pelo menos em uma coisa ele era melhor do que seu mestre.

xxx

Sétimo passo; primeiro beijo.

Alibaba tinha um plano, e ele faria de tudo para que fosse perfeito.

Bom, ele estava pensando nesses dias que, mesmo depois de terem começado um relacionamento, os dois não agiam verdadeiramente como um casal. Quer dizer, eles tinham alguns momentos – mas isso não era o suficiente para ele.

Não, ele queria fazer uma coisa que só casais faziam. Isso eventualmente implicava em fazer uma coisa romântica; o que, para ser honesto, ele podia ser com um pouco de treino.

(E não, ele não tinha pedido ajuda. Talvez só um pouquinho, mas ainda fora esforço dele na maior parte).

É por isso que, no momento, ele tinha escapulido com Morgiana para fora do castelo, e ambos caminhavam por uma estrada por entre a floresta.

- Nós estamos quase lá! – O loiro a informou, sorrindo, enquanto continuava a conduzi-la pela mão. Ele não sabia se ela já estava cansada de andar. Ela podia ser uma Fanalis e tudo mais, mas eles também se cansavam, certo?

Estranho... Eu podia jurar que era por aqui...? Ele pensou para si mesmo, franzindo a testa. Andando mais um pouco e não vendo nada além da trilha, ele decidiu seguir pela floresta. Vamos, deveríamos estar quase lá...!

Morgiana estava concentrada demais olhando curiosa para ele para perceber que o garoto estava levando os dois para um declive.

-Ah! – Tarde demais. Alibaba pisou em falso, tombando para frente e acabando por levar a garota junto. Para sua sorte (ou azar), ela conseguiu impulsionar-se com um pé no chão, e segurou-o nos braços bem à tempo de impedir que ele caísse de cara no chão.

- Você está bem? – Ela perguntou, encarando-o. O garoto assentiu, envergonhado, e saiu rapidamente da posição em que estavam.

Foi só aí que ele percebeu que, no final, eles tinham achado o lugar onde ele queria ir.

- Então é aqui! – Ele sentou-se por entre as flores que adornavam o chão, olhando em volta – era uma clareira não muito grande, ao lado de um pequeno lago, mas possuía muitas flores crescendo em seus arredores.

E, além de flores... Ele sorriu, observando as pequenas luzinhas que flutuavam no ar próximas aos dois.

- O que são essas coisas? – Morgiana pareceu percebê-los também, sentou-se no chão para poder observar melhor os pontinhos de luminosidade quase branca que zuniam por entre as flores.

Alibaba riu ao seu lado, sentindo-se orgulhoso de ter a feito ficar tão intrigada. – São vagalumes, - ele explicou, apontando para as luzinhas. – Eles aparecem bastante por aqui de noite.

- Eh... – Ela murmurou, estendendo as duas mãos rapidamente para pegar uma das luzinhas. Quando conseguiu, a garota olhou para sua mão, espiando a luz que escapava de seus dedos, e abriu-a novamente – sorrindo quando viu a luz voar timidamente para cima.

- Obrigada por ter me trazido aqui. – Ela dirigiu seu olhar para ele, ainda sorrindo; e, naquele momento,ele percebeu justamente o quão linda ela ficava no meio de toda aquela vista.

Quando ele não respondeu e continuou só olhando para ela, a garota tombou a cabeça levemente para o lado. – Alibaba...? – Chamou-o, hesitante.

Ele não respondeu; preferiu estender uma de suas mãos, acariciando de leve o rosto dela. A garota corou um pouco, mas não quebrou sua troca de olhares.

O garoto não precisou respirar fundo, nem somar toda a sua coragem. Ele se aproximou dela como se aquilo fosse a coisa mais fácil do mundo – e, talvez, era mesmo, naquele momento.

Assim que seus lábios se tocaram, uma corrente elétrica pareceu passar por todo seu corpo, desde seu cabelo até a ponta de seus pés. Era... Inexplicável. Ele tinha finalmente descoberto o porquê de beijos serem tão bons.

Sentiu a vontade de puxá-la mais para perto, para explorar aquele sentimento ainda mais, mas as mãos que se alojaram em seus ombros o trouxeram de volta à realidade.

- D-desculpa, eu... – O garoto murmurou com a voz rouca, e fez menção de se afastar – ele definitivamente não esperava as duas mãos que o seguraram firmemente (e até um pouco forte demais) no mesmo lugar.

- Não, - Morgiana murmurou a milímetros de seu rosto, com a voz baixa. Ela direcionou seus olhos aos dele, e repetiu a mesma palavra. – Não.

Ele piscou, parando para apreciar a garota que, mesmo podendo ser tão forte às vezes, jazia ofegante à sua frente, com o rosto vermelho. Ela realmente tinha seus momentos.

O mesmo não perdeu tempo, beijando-a novamente. Dessa vez, ela não perdeu nenhum segundo – ainda com as mãos seguras nos ombros do garoto, respondeu com tanta voracidade que acabou por derrubá-lo para trás, fazendo alguns vagalumes voarem.

Realmente, Morgiana não era nem um pouco parecida com outras garotas que ele conhecia.

Alibaba sorriu internamente, envolvendo-a com os braços.

Ele estava bem feliz quanto a isso.


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Notas finais do capítulo

Wohoooo! Como eu amo esses dois, cara. Eu ia fazer mais de uma situação no ponto de vista da Mor, mas o Alibaba(ca) é tão idiota e fofo de escrever que eu acabei botando ele para quase tudo lasdksçdfksdçkf Desculpa. ;v;

Bom, eu achei que ficou fofo...? Ignorem minhas tentativas falhas de humor, eu não bato bem da cabeça. /gota

Até mais~ (owo)/