Um Diário Nem Tão Querido escrita por The Reaper


Capítulo 7
Peripécias de Um Gato Preto


Notas iniciais do capítulo

De volta!!! Espero que gostem.
Boa Leitura!
*Eric



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Enquanto minha mãe e minha tia colocavam o papo em dia, resolvi voltar para o meu quarto e assistir TV. Até que o filme que estava passando era legal mas, apesar disso eu não conseguia prestar atenção direito. A todo o momento eu me lembrava das palavras de Natalie a respeito do Azarado. Será mesmo que eu tinha sido a culpada pelo nosso péssimo relacionamento? Eu achava que não afinal, foi ele que havia me atacado primeiro. Afugentei esses pensamentos bobos e tentei voltar a minha concentração para o filme quando um miado chamou minha atenção, Olhei para a porta irritada:

–Porque você não vai comer algum rato e me deixa em paz?

Ele me ignorou e continuou miando cada vez mais alto, com se quisesse chamar a minha atenção.

–Qual é o problema pulguento? – disse me aproximando com máxima cautela.

Foi nesse exato momento que a campainha tocou. Azarado desceu as escadas correndo comigo logo atrás.

–Eu atendo – gritei para minha mãe que estava na cozinha.

Azarado ficou em frente a porta me olhando. Esperando que eu abrisse, imaginei. Quando abri a porta levei um baita susto:

–Você?!

*******

–Cheguei numa hora ruim? – disse Eric parecendo confuso com a minha reação

–Como é que você sabe onde eu moro? – perguntei sem me dar o trabalho de responder a pergunta que me fora feita. Eu não gostava dele então qualquer hora que ele viesse seria ruim.

Ele passou coçou a cabeça, parecendo sem jeito:

–Bom, eu perguntei para o Danny e ele me disse, foi isso.

–O Danny te disse onde eu moro? – indaguei incrédula.

–É – ele respondeu como se fosse a coisa mais simples do mundo.

Nota mental: Pensei comigo mesma. Dizer aos meus amigos para nunca dar meu telefone ou endereço a ninguém sem me consultar primeiro. Observação: Se necessário, fazer ameaças à saúde física dos mesmos.

–Susan? – disse ele franzindo o cenho.

–Hum – respondi. Outra nota mental: pensar mais rápido ou as pessoas vão me achar uma retardada. – e o que você quer comigo?

–Eu queria te pedir desculpas pelo meu comportamento de ontem. Sabe, bebida, música e tudo mais. Eu não queria ser grosseiro com você. – disse ele parecendo sentido.

Eu ia responder, mas um barulho vindo do chão fez com que eu voltasse meu olhar para Azarado. Arregalei meus olhos em espanto quando o vi. Seu pelo estava todo eriçado e ele fazia sons nada agradáveis para o meu visitante.

–Azarado? – chamei.

Mas ele não me deu atenção. Simplesmente pulou no garoto com uma crueldade sem tamanho refletida em seus olhos verdes. Assustado Eric recuou, por pouco se livrando da investida feroz do meu gato.

–Azarado para! – gritei tentando segurá-lo sem sucesso afinal, ele era muito ágil.

Com a barulheira, minha mãe saiu de casa correndo seguida pela minha tia. Eu fazia o que podia, tentando afastar Azarado que ainda tentava pular no Eric que se virava como podia para se esquivar dos ataques, eu consegui agarrá-lo e para a minha surpresa, ele não me atacou, só ficou olhando para Eric e rosnando (acredite, eu quis mesmo dizer rosnando).

Enquanto minha mãe pedia desculpas repetidas e repetidas vezes, levei Azarado para dentro.

–Fica aí – eu disse enquanto fechava a porta e voltava para perto de Eric, que parecia pálido como um morto.

Minha tia, que observava a situação sem dizer uma palavra, me puxou de lado:

–De onde você conhece esse menino? – ela perguntou sem a sua alegria habitual.

–Numa festa –respondi – por quê?

Ela não respondeu e resolvi não insistir. Perguntei para Eric:

–Você está legal?

Ele me deu um sorriso fraco:

–Estou bem foi só um susto. Te vejo por aí – disse ele dando um aceno para minha mãe e saindo sem olhar para minha tia.

Fiquei intrigada com aquela atitude, mas deixei para perguntar isso depois, pois ela não parecia estar de bom humor. Voltei para dentro da casa procurando Azarado.

O encontrei deitado no tapete do meu quarto. Suspirando sentei-me no chão (a uma distância segura, é claro):

Por uns bons minutos não fizemos além de nos encarar. Até que Azarado resolveu se aproximar e sentar próximo aos meus pés.

Até que ele é bem bonitinho. Pensei.

Foi então que eu ouvi um som parecido com um bufar.

–O que?! – disse procurando a origem do som.

Olhei ao redor e nada. Ouço batidas na porta.

–Sue? Posso entrar?

–Claro mãe – respondi.

Ela entrou com uma expressão preocupada no rosto. Eu não pude me conter e disse:

–Ele não vai te atacar mãe. Relaxa.

–Acho que o seu amigo não vai mais querer vir aqui tão cedo – disse ela.

–Isso não é problema – respondi – nós não somos amigos nem nada.

–Que pena – ela continuou – ele parece um rapaz legal.

–Nós não vamos ter essa conversa de novo não é? – indaguei irritada.

–Está bem, não insisto. Olha, eu e Natalie vamos sair para comprar umas coisas para o jantar. Quer vir também?

Dei uma expiada pela janela. O dia estava ensolarado (até demais para o meu gosto)

–Não obrigada. Eu estou melhor no meu cantinho escuro e aconchegante.

Ela balançou a cabeça:

–Você não tem jeito Susan.

Eu ri e ela desceu as escadas resmungando.

********

O dia passou rapidamente e quando eu dei por mim eram já passava das seis e meia. Minha mãe estava concentrada tratando dos últimos detalhes do jantar. Ela realmente queria causar uma boa impressão, pensei. Como ela havia recusado a minha ajuda, resolvi puxar conversa com a minha tia que estava sentada no sofá lendo uma revista.

–Tia, posso te perguntar uma coisa?

–Claro, florzinha –disse ela sem tirar os olhos da revista.

–Você já conhecia o Eric?

Ela me fitou nos olhos e respondeu:

–Não, porque você acha isso?

–Nada – respondi – É que vocês... sei lá tinha um clima meio estranho entre os dois.

–Que bobagem Sue! Impressão sua – disse ela voltando sua atenção para a revista.

–Susan! - Gritou minha mãe da cozinha – vai se arrumar!

–Arrumar? É só um jantarzinho mãe, não exagera!

–Vai logo se arrumar! E nada de jeans ouviu?

Natalie riu. E eu subi as escadas resmungando. Era só o que faltava ter que me “produzir” para ficar em casa. Onde já se viu isso?

Como não podia usar nenhum jeans, optei por um vestidinho florido de alças. Não era chique nem nada, mas era confortável e era isso que importava para mim. Pensei em usar tênis só para provocar minha mãe, mas depois desisti, ela ia virar um fera e isso era muito perigoso, então pus uma sapatilha mesmo. Desci as escadas com cara de poucos amigos parando ao ouvir vozes da sala.

–Que bom que vieram - reconheci a voz da minha mãe.

–O prazer é meu querida – disse uma voz feminina com um sotaque francês.

Seguiu-se um blá blá blá interminável, até que a mulher disse:

–Onde está a sua menina?

Ah não, pensei. Minha mãe esteve falando de mim? Pisando duro terminei de descer as escadas e, com a pior das carrancas estampada no rosto olhei par os visitantes, levando o maior susto quando um par de olhos muito azuis me fitou:

–Viu? Eu sempre tenho razão.


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Notas finais do capítulo

Hum... O Vincent sempre tem razão não tem?
Comentem de montão!!!



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