Um Diário Nem Tão Querido escrita por The Reaper


Capítulo 51
Despertada


Notas iniciais do capítulo

Olá! Estou muito feliz em chegar o capítulo 51! Quanta coisa aconteceu não?
Esse é um capítulo bem esperado pelos leitores, espero que gostem.
Próximo capítulo vai ser um especial narrado pela Kate! Pois é, vcs devem estar querendo saber o que aconteceu com ela, não é?
Beijos e até!



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Eu já tinha beijado um garoto antes, mas dessa vez eu estava muito mais nervosa. Talvez pela circunstância do beijo ou pelo jeito como Vincent me olhava... eu o vi se aproximar lentamente e repousar seus lábios sobre os meus carinhosamente e retirá-los avaliando a minha reação. Ele queria que eu soubesse que a decisão era minha e se eu não o quisesse era livre para rechaça-lo mesmo que eu, de certo modo pertencesse a ele.

Mas quando ele olhou nos meus olhos e percebeu que eu não tinha nenhuma intenção de afasta-lo, ele me beijou novamente, dessa vez com muito mais intensidade. Não que eu fosse uma expert em beijos, mas eu pude perceber que Vincent sabia beijar muito bem, coisa que não devia ser novidade sabendo que ele tinha 163 anos de muita experiência prática.

De repente, pensar que ele já tinha beijado um monte de outras garotas me incomodou e muito. Ele percebeu minha mudança e se afastou ainda segurando o meu queixo por entre as barras.

—O que foi? — ele perguntou.

—Eu...é, nada — disse sentindo o calor nas minhas bochechas.

Ele estreitou os olhos e se afastou, recuperando-se rapidamente.

Eu não soube o que dizer, então fiquei calada sentindo um misto de confusão e vergonha. Mas o som de uma risada divertida fez com que eu olhasse para cima.

Ele estava rindo de mim? Olhei para ele sem disfarçar a raiva.

—O que? — ele ergueu uma sobrancelha ainda sorrindo.

—Você está rindo do que?

—Nada — ele deu de ombros — é que eu não interajo muito com humanos e não estou mais acostumado com...isso.

—Isso ele fez um gesto apontando para mim — nós vampiros não ligamos muito para reservas timidez. Apenas dizemos o que sentimos.

Eu não entendi direito o que ele quis dizer e acho que isso ficou estampado no meu rosto uma vez que ele se aproximou novamente e disse.

—Você pode me dizer qualquer coisa que quiser agora Susan.

Ele queria que eu dissesse algo? Mas o que eu poderia dizer? Que eu gostei? Que eu não sabia dizer como eu me sentia perto dele? A verdade é que eu não sabia. As vezes eu sentia muita raiva dele por seu comportamento arrogante. Mas, conhecendo-o melhor agora, eu o queria por perto.

Vincent suspirou diante do meu óbvio embaraço.

—Eu... — comecei a dizer antes de sentir todo o meu corpo tremer.

Minha garganta começou a arder como se estivesse sendo queimada. A única coisa que eu pude fazer antes de apagar foi gritar.

***************************************

Despertei sentindo algo mexer suavemente nos meus cabelos enquanto minha cabeça se apoiava sobre algo confortável. Não demorou muito para eu perceber que ela repousava no colo de Vincent que estava sentado no chão, agora dentro da jaula. A aparência dele era horrível, sua camisa rasgada, rosto pálido e cabelos bagunçados. Ele parecia mastigado, literalmente. Seus olhos estavam fechados, mas eu sabia que ele estava acordado.

—Vincent? — chamei.

Ele abriu os olhos dando-me um meio sorriso.

—Faz tempo que eu não faço isso, mas eu devo dizer que parecia bem mais fácil na minha memória.

Eu me sentei esfregando os olhos.

—O que houve?

—Bem vinda ao time vamp, senhorita — ele brincou.

Então tinha acontecido? Eu não me sentia nem um pouco diferente.

Fiquei de pé e comecei a me analisar. Mesmo cabelo, mãos normais, mesmo tamanho...

—Eu me sinto — pensei antes de completar — eu.

Ele também ficou de pé e enfiou uma mão no bolso retirando uma sacolinha escura de lá.

—Tem certeza?— ele sacudiu a bolsa na minha direção.

Num piscar de olhos eu estava em cima dele arranhando- para pegar o objeto que só depois de uns segundos. Sangue.

—Me dá! — eu chorei desesperada quando ele segurou a bolsa longe do meu alcance.

Ele me entregou e eu tomei tudo, com uma avidez que eu não reconhecia. Eu nem sequer me importei em me sujar como um bebê sem seu babador.

—Sente algo diferente agora?

Eu não respondi, pois estava me lambendo como um gato na hora do banho.

—O que faremos agora? — indaguei depois da minha cena desagradável.

—Você precisa ficar aqui por mais alguns dias. Não é seguro deixa-la perto de sangue humano.

Acenei sem pestanejar. Tudo que eu menos queria era pular na garganta de alguém por acidente.

************************************

Os dias se passaram rapidamente. Tudo que eu fazia era atacar as bolsas de sangue que Vincent me trazia (eu nem sequer me lembrei de perguntar onde ele achava tantas assim, mas algo me dizia que o hospital da cidade tinha algo a ver com isso) e depois apagar assim que o sol surgiu no céu. Vincent havia me explicado que vampiros tem uma sensibilidade ao sol e sempre dormem durante o dia. Ele também estava começando a me disciplinar obrigando-me a resistir ao instinto de atacar diante de qualquer sinal de sangue e controlar minha força e velocidade. Eu até que estava indo bem com isso.

Só uma coisa me incomodava em tudo que estava acontecendo: Vincent sequer tinha tocado no assunto do beijo. Ele agia como se o que acontecera há alguns dias não fosse nada e eu tinha que admitir, isso me magoava. Eu queria muito que ele me beijasse de novo. Mas ao que parecia ele estava me dando espaço para a minha adaptação a nova vida.

Duas semanas depois, Vincent me avisou que eu estava pronta para a minha primeira interação com humanos. Ele disse que nós iríamos visitar o Arthur. Aquela notícia me chocou e quando eu perguntei ele me disse dando-me um daqueles seus sorrisos cheios de segundas intenções.

—Bom eu acho que você deve estar querendo conversar com ele depois do que aconteceu. E bom, é claro que a ideia de te ver saltando sobre ele de novo não é realmente um pensamento ruim.

Cruzei os braços indignada.

—Você não pode me deixar mata-lo!

Ele riu.

—Claro que não docinho, claro que não...


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Notas finais do capítulo

Que tal???