Um Diário Nem Tão Querido escrita por The Reaper


Capítulo 34
Emboscada


Notas iniciais do capítulo

Olá! Em primeiro lugar quero dizer que estou muito feliz pela recomendação. Valeu Maah! Em segundo quero dizer que me diverti bastante escrevendo este capítulo e espero muito que gostem.
Beijos e boa leitura!



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Meus olhos ardiam e minha garganta parecia estar pegando fogo enquanto eu corria feito uma louca naquela floresta sem me importar muito com o destino desde que fosse bem longe de tudo e todos.

O que é que estava acontecendo?Porque eu havia reagido daquele jeito estúpido? Tinha agido como uma namorada enciumada e praticamente atacado aquela mulher sem nenhum motivo, bem, mais ou menos. Ela era uma vaca como a Kate bem tinha dito, mas depois de conviver com anos aturando a irmã dela eu acreditava ter algum tipo de barreira anti-vaca.

Argh! Como eu iria olhar na cara do Vincent de novo? Eu já podia esperar o risinho cínico e o ar de deboche naquele loiro estúpido.

Mas nada disso me incomodava mais do que os meus olhos. Mesmo sem vê-los eu tinha certeza de que, naquele exato momento eles ainda estavam... diferentes, eu sentia. Sentia tão forte e claro quanto aquele ódio fervendo em minhas veias.

–Susan! – eu o ouvi chamar, mas não liguei apenas aumentei a minha velocidade.

Senti sua mão segurando meu braço e me forçando a virar. Sem pensar, eu direcionei toda a raiva, medo e desespero que eu sentia na direção dele fazendo uma coisa que eu jamais esperaria: mordendo o seu braço.

–Ai! – disse ele tirando o seu braço do alcance da minha investida feroz, sangue pingando um pouco – você me mordeu sua louca!

Tentei inutilmente não pensar no quão saboroso pareceu o sangue dele em minha boca enquanto respondia, minha voz carregada de sarcasmo.

–Não me diga!

Notei que o braço dele curou em segundos, mas a coisa mais impressionante foi que o ardor na minha garganta diminuiu um pouco.

Num gesto rápido, ele me agarrou e me pressionou numa árvore deixando-me completamente imobilizada e passou a me analisar detalhadamente.

–O que está fazendo? – perguntei irritada. Deus, eu não fazia ideia de onde vinha tanta irritação, talvez fosse a TPM.

–Quieta – ele falou soando ligeiramente preocupado.

Depois de mais uns segundos de inspeção ele me soltou, mas sem se afastar. Eu já tinha me esquecido de como é estranho estar perto dele.

–O que foi aquilo?

Como responder se nem mesmo e sabia.

–Eu sei lá, só estou um pouco estressada – respondi sem encará-lo. Se eu o visse sorrindo eu ia perder meu temperamento.

–Um pouco? – mesmo sem encará-lo eu sabia que ele estava com uma sobrancelha arqueada.

–Olha aqui, a culpa disso tudo é sua!- berrei.

Ele ignorou completamente minha acusação e indagou.

–Isso já aconteceu antes?

–Sim, de preferência quando eu tenho que conversar com você – respondi, bufando de leve.

–Sabe do que eu estou falando Susan – ele insistiu.

Um silêncio estranho pairava no ar. Ele deu um passo a frente me deixado ainda mais incômoda.

–Responda.

–Não, nunca.

Ele se afastou me deixando aliviada e começou a andar de um lado para o outro como se tentasse organizar os pensamentos.

–Vampiros novos ficam irritadiços quando estão na presença de lobos.Talvez...

–Espera aí – eu cortei sua linha de raciocínio – eu estou me transformando, é isso?

Ele me encarou.

–É possível. Você despertou o seu lado bruxa então pode estar despertando o seu lado vampiro também.

Eu já imaginava isso, mas não esperei que fosse soar tão horrível. Tinha medo do que podia acontecer. Talvez o mesmo que tinha acontecido ao meu pai.

–Além disso – continuou. Depois seus olhos mudaram e ele expôs suas presas, usando-as para morder o próprio braço que estendeu ainda sangrando em minha direção.

O ardor na minha garganta aumentou imediatamente e o meu cérebro deu uma pane. Sem pensar em mais nada eu ataquei o seu braço.

Mas eu não encontrei nada além de ar. Ele era mais rápido que eu e já tinha se esquivado enquanto usava sua perna esquerda para me dar uma rasteira e me enviar ao chão num único centésimo de segundo. Logo, eu estava com os braços e pernas presos embaixo de seu corpo maciço.

–Você esta com sede – não foi uma pergunta por isso não precisava de resposta.

De repente eu tinha a mais plena consciência de nossa proximidade. O cabelo dele caía desordenado tocando de leve a minha testa. A sede sumiu e minha garganta parou de arder. O calor que eu sentia tinha se espalhado por todo o meu corpo e eu me peguei observando os lábios dele com um outro tipo de fome. Podia parecer insano, mas naquele momento eu queria beijar Vincent Darin, o maldito vampiro que eu tanto temia e detestava.

Surpresa com minha própria atitude eu ergui minha cabeça para aproximar nossas bocas. Ele não se movia, apenas observava-me com curiosidade esperando pacientemente.

–Mais que merda é essa? – uma voz para lá de irritada falou.

Pisquei, saindo de meu estado de embriaguez para olhar para o lado em busca daquela voz e dar de cara com ninguém menos que Arhtur com cara de poucos amigos.

–Pensei que estivessem fazendo algo para te manter viva. Ao invés disso eu venho aqui e vejo essa cena ridícula.

Vincent saiu de cima de mim e ficou em pé.

–Porque você não volta para a sua almofada e para de encher o saco? Estávamos tendo um momento aqui – ele concluiu dando uma leve piscadela.

Eu estava vermelha feito um pimentão.

–Nós não estávamos, não – eu não fazia ideia do que dizer e estava tão vermelha quanto meu cabelo – como você chegou aqui?

–Não interessa e não mude de assunto – bradou ele.

–Seu grosso! Eu só perguntei porque...

Uns sons estranhos chamaram a nossa atenção.

–O que é isso?- indaguei.

–Tiros – respondeu Vincent

Não houve tempo para mais nada. Começamos a correr enquanto tentávamos desviar das balas que passavam cada vez mais perto.


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Notas finais do capítulo

E aí pessoas que tal hein? Gostaram? Aguardo seus comentários!



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