Um Diário Nem Tão Querido escrita por The Reaper


Capítulo 25
Revelações De Um Vampiro


Notas iniciais do capítulo

Olha eu de novo!! Caramba, estou empolgada mesmo rsrsrsr Espero que curtam esse capítulo. Nele, só tem o papo da Sue e do Vince mesmo. Mas vai ser um papo e tanto.
Boa Leitura!!!



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Aquilo não podia ser verdade. Meu pai, um vampiro? Eu estava tão confusa que mal podia formular as perguntas.

–Porque você fez isso! –indaguei incrédula.

–Porque ele me pediu – foi sua resposta.

Eu me levantei e comecei a andar de um lado para o outro.

–Isso não pode ser verdade. Minha mãe disse que ele era uma boa pessoa, que a amava apesar de terem se separado. Ele não ia iria querer se tornar um vampiro – eu disse sem deixar de sentir um desgosto ao falar a última palavra.

Ele acenou a cabeça positivamente.

–Tem razão ele amava a sua mãe. Por isso ele quis que eu o transformasse.

–Nada disso faz sentido.

Vincent suspirou cansado. Foi estranho pois eu nunca o vi cansado. Ele era sempre cheio de energia de brilho. Agora parecia apagado. Talvez fosse só eu surtando.

–É melhor eu contar isso do começo. Há dezessete anos eu vim para esta cidade caçando um vampiro. Seu nome era Patrick Anning. Ele pertencia à mesma linhagem que eu. Mas era incontrolável e completamente louco por isso o meu mestre o expulsou.

–Linhagem? – perguntei intrigada – vocês são o que, da mesma família?

–Mais ou menos isso –disse ele – nós compartilhamos o mesmo criador.

–Acontece que – ele prosseguiu com sua história –quando ele foi expulso, ficou tomado pelo ódio e pelo desejo de vingança. Dois meses depois descobrimos que ele tinha matado um dos membros de nossa linha.

–Você ainda não me disse onde o meu pai se encaixa nisso – disse tentando apressá-lo.

Ele me deu um olhar aborrecido.

–Eu estou chegando lá. Como eu disse, depois do assassinato o meu mestre me designou para matá-lo. Ele era esperto, quase nunca deixava rastros, difícil de encontrar. Mas por fim seguindo algumas poucas pistas eu cheguei até essa cidade.

–E foi onde conheceu meu pai – concluí.

–É – concordou ele – eu o conheci num bar. Ele simplesmente se sentou do meu lado e começou a fazer um monte de perguntas.

Eu continuava andando de um lado para o outro, mas parei para indagar.

–Que tipo de perguntas?

Ele deu de ombros.

–Quem eu era, se eu era novo na cidade... essas coisas.

–E então?

Ele mexeu os ombros visivelmente incomodado.

–Dá para sentar por favor?

Ponderei por alguns instante se deveria obedecê-lo. Por fim me sentei para continuar ouvindo a história.

–Eu achei que ele era chato, curioso e irritante – ele disse coçando o queixo – assim, como você.

Estreitei os olhos aborrecida. Já estava ficando cheia de ser chamada de irritante. Eu não sou irritante.

–Então mandei ele sumir da minha frente antes que eu arrancasse a língua dele. Eu nem tinha notado o quanto estava irritado naquele momento, talvez pela frustração de não ter encontrado o Patrick ou só estivesse cansado. O fato é que ele notou os meus olhos.

Eu acenei concordando. Eu sabia o quão assustadores podiam ser os olhos dele quando estava irritado.

Ele riu um pouco com a lembrança.

–Ele não fez o que qualquer pessoa normal faria. Não gritou, não sentiu medo. Ele apenas sorriu e disse. “Cara, que legal!”.

Sério? Meu pai era doido assim? Quem é que acharia aquilo legal?

Vincent leu a minha expressão.

–É, eu também fiquei assim. Aquilo era estranho e intrigante. Começamos a conversar. Ele era um cara legal, divertido e acabamos virando bons amigos. Eu continuava procurando pelo Patrick, mas eu o visitava as vezes. Um dia eu fui atacado por um outro vampiro, um capanga da Patrick e ele acabou vendo tudo. Eu sabia que deveria hipnotizá-lo, mas por algum motivo eu acabei lhe contando tudo.

Do mesmo jeito que está fazendo agora, pensei.

–Ele já namorava a sua mãe na época. Não teve problemas para aceitar o que eu lhe contara. Ele achava o máximo ser amigo de um vampiro. Eu, por outro lado gostava de ter um amigo como ele.

–Por isso o transformou? – indaguei – para ter um amigo eterno?

Ele negou com a cabeça.

–Um dia eu senti um cheiro estranho nele. Um cheiro ruim. Sabia que havia algo de errado e lhe disse isso. Ele procurou um médico e eu tinha mesmo razão. Ele estava morrendo.

–Você soube disso pelo cheiro?

–Vampiros tem um olfato apurado. Você ficaria surpresa com a quantidade de coisas que podemos saber pelo cheiro, pelo sabor do sangue...

–E então? – perguntei, tentando desesperadamente mudar de assunto.

Se ele percebeu ou não, não pude dizer. Mas ele prosseguiu com a história.

–Ele foi ao médico e descobriu que estava doente, muito doente.

O que ele tinha?

–Um tumor – foi a resposta – no cérebro..

–Mas minha mãe nunca me contou isso- comentei.

–Ela não sabia. Ninguém além de mim sabia. Ele não tinha muito tempo. Não queria morrer, queria ficar com a sua mãe e eu ofereci isso para ele.

Por essa eu não esperava. Vincent quis ajudar o meu pai? Por quê? O que alguém como ele podia ganhar com isso?

Uma pequena parte de mim, lá no fundo sentiu um pouco de culpa por pensar mal do Vincent, mas eu logo me recompus. Qual é! Ele é um vampiro! Como eu ia saber que ele ia ajudar alguém assim, por nada?

Mas a história ainda não tinha chegado ao fim. Haviam perguntas sem resposta.

–E depois? – indaguei.

–Eu fiz. Ele virou um vampiro. Eu pretendia voltar para casa pois não consegui descobri mais nada do Patrick mas a transformação do seu pai provocou mudanças nos meus planos.

–Porque? – perguntei. Não era só transformar e pronto?

–Bom vampiros novos tem muita dificuldade em controlar sua força, velocidade e principalmente, seus instintos. Eu tive que ficar para ajudá-lo a se adaptar a sua nova condição.

Ah, então era isso. Fazia sentido. Gesticulei para que ele continuasse.

–Acontece que o Patrick estava na cidade e não tinha fugido como eu pensava. Pelo contrário esta cidade sempre esteve sob o controle dele sem que ninguém soubesse. Ele tinha as bruxas a seu serviço e foram elas que trataram de ocultar sua presença. Eu nunca entendi isso. Bruxas e Vampiros nunca se deram bem.

Eu percebi um certo desprezo em sua voz. Yep, Vincent não gostava de bruxas.

–Ele estava bolando algo grande contra o meu mestre – continuou ele – contra todos nós. Algum tipo de feitiço, mas algo deu errado. Patrick tentou fugir, mas já era tarde. Ele pensou que já tinha vencido o jogo e se expôs. Acabei descobrindo o esconderijo dele e matei seus comparsas vampiros e uma bruxa, mas ele não estava lá.

Ele fitou o céu com um olhar vazio.

–Foi o meu erro. Eu devia saber que ele não iria facilitar as coisas. Ele era completamente perturbado. Descobri tarde demais que o Patrick foi atrás do seu pai e deixou um último presente de despedida.

Eu engoli seco.

–Como assim? -minha voz saiu um pouco rouca

Vincent me encarou e eu temi pela resposta.

–Ele pegou a irmã do seu pai Melanie e a sua mãe, feriu as duas e as deixou lá, na casa do seu pai.

Levei minhas mãos trêmulas a boca. O rosto de Vincent estava carregado o seus dentes trincados. Eu podia sentir a culpa através de seus olhos.

–Sendo um novato ele até que se controlou bem e eu pude chegar a tempo de salvar a sua mãe, mas a Melanie...ela não teve tanta sorte.

Eu fechei os olhos tentando absorver tudo aquilo. Eu pude ouvir o longo suspiro de Vincent.

–Ele ficou arrasado e não quis mais se aproximar da sua mãe. Pediu que eu fizesse com que ela esquecesse tudo. A culpa não era dele é claro, mas ele não entendia isso. Eu o convidei a vir comigo. Viver com outros de nós. Achei que ele aceitaria. Um dia eu fui procurá-lo e ele tinha sumido. Eu nunca mais o vi.

Até então eu não tinha percebido que estava chorando. Mas eu estava. E muito. Eu não sabia o que sentir, minha cabeça estava girando. Raiva, tristeza, dor... eu não sabia qual era o sentimento mais forte naquele momento.

–Depois daquilo eu fiz a única coisa que pude: encontrei o Patrick e o matei.

–Você...você acha que ele ainda está vivo? – eu esperava muito que sim. Mas o olhar que Vincent me deu dizia o contrário.

–Quando você é transformado em vampiro, você cria um elo eterno com o seu criador. Dependendo do quão forte o elo seja podemos senti-lo mesmo que esteja distante. O elo só é quebrado se o criador esconjurar o vampiro ou se um dos dois morrer.

–Pode senti-lo?

–Não. Menos de um ano depois que eu o transformei eu senti o elo ser quebrado. Eu não sei se ele foi assassinado ou...

Ele não terminou a frase. Não precisava terminar. Se o meu pai estava tão mal assim ele podia apenas ter se matado. Ele achava que não tinha mais nada nem mais ninguém.

Vincent se aproximou de mim devagar como que testando a minha reação. Quando falou a voz não era mais do que um sussurro.

–Eu sinto muito Susan. A culpa é minha.

Eu limpei as minhas lágrimas e o olhei. Sim, eu deveria sentir raiva dele por ter transformado meu pai num monstro repugnante e destruído a sua vida. Mas agora, olhando para ele eu não conseguia sentir nada além de pena. Ele não tinha feito nada disso de propósito. Eu tinha tanta certeza da sua amizade com o meu pai quanto da sua arrogância.

O sinal tocou distante avisando o término da aula. Eu não me importei. Ainda precisava saber de coisas.

–E eu? – resolvi mudar um pouco de assunto. Ele estava perto demais. E eu não queria olhar para os seus olhos tão de perto – Isso significa que eu sou uma vampira?

Ele não respondeu. Ficou de pé num milésimo de segundo e olhou ao redor como se farejasse algo.

–O que foi? – perguntei.

Ele me puxou de pé e envolveu um braço ao redor do meu corpo ainda sem responder. Eu vi os seus olhos mudarem para aqueles azuis elétricos seus dentes se alongaram.

–Tem alguém nos observando – ele falou sua voz mais profunda que o normal. E eu tive certeza que estava em perigo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram??? Acabaram-se os mistérios!!!! Ok, mentira quando uns são desvendados surgem outros rsrsrsr.
Comentem de montão!!!



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