Querido Diário Que grande Droga!

Não acredito que estou mesmo fazendo isso. Sempre achei a coisa mais estúpida escrever em diários e, para falar a verdade é assim que eu me sinto, estúpida. Mas eu não tenho muita escolha sabe, conselhos médicos. Desde que eu comecei a dizer lá em casa que vampiros existem, minha mãe me levou numa psiquiatra amiga dela que me "aconselhou" (quero dizer, obrigou) a escrever num diário. Falar de como eu me sinto,desabafar, sabe como é né? Esse blá,blá,blá todo. Eu até pensei em fingir e não escrever nada, mas simplesmente não dá pra enganar a minha mãe com esse tipo de coisa, ela é muito esperta e sempre sabe quando eu estou mentindo. Acho que foi por isso que ela ficou tão preocupada com o papo bizarro sobre vampiros. Ela viu que eu não estava mentindo e então achou que eu tinha ficado biruta. Não que ela já tenha me dito isso, minha mãe tem um coração muito bom apesar de tudo.

Pois é, eu sou a garota esquisita que acredita em vampiros. Loucura né? Eu sei. Mas também sei o que vi , e eu não só vi um vampiro, como também conheci o desgraçado. Sim, des-gra-ça-do é a palavra mais precisa que eu posso usar para descrevê-lo. O nome dele é Vincent e ele não é nada como as garotas que leem essas sagas românticas pensam que os vampiros sejam. É mal-educado,arrogante e mandão. Além disso, ele não brilha e não precisa de permissão para entrar em residências alheias, o que é uma pena já que ele vive enfurnado na minha casa sempre que pode. Não sei se posso usar o termo "vive" já que tecnicamente ele não está vivo, mas na falta de um outro termo, deixa esse mesmo. Ele também come comida humana, acredita? Não que ele precise, mas como ele sempre gosta de afirmar "É sempre bom manter alguns velhos hábitos". Mas será que tinha que manter esses preciosos "hábitos" na minha geladeira?

Tudo bem, eu admito, ele é bonitinho (ok, ele é lindo), porém seu péssimo temperamento consegue estragar qualquer simpatia causada pela sua beleza. Não passa de um inquilino indesejado que só serve para me causar dor de cabeça.

Nossa... Esse negócio de desabafar funciona mesmo. Acho que pode ser um pouco difícil de entender as coisas assim né? É melhor eu começar a contar este caso do início. E a propósito, sou Susan Armstrong.