Chuva...

Que vem do alto e caia em um canto do meu corpo.

Vento...

Faz com que as gotas chegassem mais rápidas até mim... Faz com que meus cabelos voem...

Paz...

Que toma conta do meu corpo...

Natureza...

Que me contorna. Aqui.

-Sofia!

Fecho rapidamente meu caderno e me levanto da janela para ver o que minha mãe queria.

-Preciso que vá ao mercado! – Ela diz me entregando o dinheiro.

-Está bem – Digo pegando um casaco que está pendurado ao lado da porta.

Pego minha bicicleta que está encostada ao lado de fora da casa.

Moro em uma pequena aldeia, minha casa é literalmente no meio do nada, mas é bonito. Normalmente não tenho muito que fazer além de ler e escrever poesias. Esse lugar me ajuda me inspirar. Olha para a natureza com o barulho da chuva e a brisa gelada... Esse é o meu prazer!

Chego ao centro da aldeia. Estaciono a minha bicicleta e entro pela porta lateral do pequeno mercadinho que faz barulho quando bate no pequeno sininho que há para avisar há balconista que alguém está lá.

-Olá Sofia, como está sua mãe? – Pergunta a Dona Savanna. Ela é uma senhora muito simpática de 85 anos. Ela se encontra como sempre. Seus cabelos brancos curtos presos com uma tiarinha de crochê que ela mesma fez e seu casaco longo de crochê vermelho.

-Bem. Vou levar as mesmas coisas de sempre está bem ?

-Sim, deixe o dinheiro aqui e pode pegar.

Obedeço e coloco o dinheiro no balcão me dirijo para o fundo do mercado estou com uma sexta de compras a mão quando Tobias esbarra em mim e a sexta esparrama tudo no chão. Foi uma barulheira. Mordi meu lábio de vergonha. Todos olhavam para nós.

-Me desculpe! – Ele disse todo desajeitado.

Tobias era funcionário e neto da dona Savanna. Quando tinha apenas 13, começou a trabalhar aqui e agora 3 anos depois continua a trabalhar aqui. Ele era magro de cabelos cacheados curtos castanhos e olhos verdes. Nunca me interessei nele. Quando eramos crianças costumávamos a brincar juntos, mas conforme crescemos ele começou a trabalhar e acabamos nos distanciando.

-Tudo bem! Não precisa – Digo me abaixando para recolher os mantimentos. Quando vou pegar o primeiro que vi, nossas mãos se encontram.

-Eu derrubei eu pego.

Deixei-o pegar e fui recolher o resto. Tudo posto na cesta levei a dona Savanna. Saindo de lá ele me chama novamente.

-Me desculpe mais uma vez!

Apenas afirmo com a cabeça pondo uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e saio com a bicicleta.

-Cheguei! - Falo já em casa pendurando o casaco ao lado da porta.

-Pode deixar as coisas ai no corredor que eu pego – Ela diz da cozinha.

-Está bem – Ponho as compras no corredor e subo para o meu quarto.

Minha mãe havia feito à cama enquanto fui ao mercado. Meu quarto era bem aconchegante. Havia uma cama de viúva que era uma pouco menor que uma de casal. Ela era de madeira branca. Havia também meu armário. Não muito grande da mesma madeira que a cama. Logo ao canto direito havia uma escrivaninha com meu notebook eu gostava dele, mas não tinha internet nem ou algum jogo. Ao lado esquerdo da minha cama estava meu piano ao lado da Janela. A minha Janela, a qual eu passava horas todos os dias.

Sentei-me na cama de pernas cruzadas e peguei meu caderno.

“É, sobretudo na solidão que se sente a vantagem de viver com alguém que saiba pensar.”