E ninguém decidiu morrer
Assim como não escolhi nascer
A sorte é tão súbita e invasora
Quanto a morte é irrecusável e acolhedora

Nesse espaço de existência sem medição
Somos jogados nessa realidade
Obrigados a sofrer pela eternidade
Culpado é o tédio e o eterno, indignamente

Mas se existir algum matemático
Que encontre a cura do infinito
Talvez eu fique aflito
Quando encontrar um problema dilemático
Se devo existir ou desistir

E quando enxergo a liberdade
De escolha que sempre quis
Desejara a Deus nunca ter dado ao Homem
A responsabilidade de seu destino

A Deus há de ver
A sua própria criação
Existir e desistir, nascer e morrer
E por fim, abraçar o apocalipse
Da autodestruição.