Sangue de lobo escrita por o caçador


Capítulo 7
Saindo do controle


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem do capitulo! leia as notas finais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/474236/chapter/7

Quarta feira não costuma ser um bom dia para sair á noite. Mas enfim, ali estava eu. Estava vestida com um vestidinho branco, jaqueta e meia-calça com minhas botas favoritas. Poderia até estar bonitinha, mas Judy com aqueles cabelos castanhos, jaqueta de couro, camiseta branca estampada, calça jeans preta e botas, toda trabalhada nas roupas de grife estava bem melhor que eu, parecia uma cópia fiel da Tori Vega de Victorius.

A noite estava ótima, tinha pizza de mussarela, quatro queijos e de sobremesa uma pizza doce de chocolate. Havia valido a pena a meia hora de espera, isso era com certeza! A conversa estava ótima, Nick e Caleb também estavam lá o que não me deixou tão á vontade assim, não que eu tivesse algo contra Caleb era Nick que me incomodava.

— Então pessoal! Vamos comer ou só ficar olhando?— Perguntou Will com os olhos brilhando

— Não desvie da pergunta Will! Você já sentiu alguma atração por Grace?

— Não sei... Como ela disse nos somos quase irmãos e...

— Isso quer dizer que não me acha bonita?— Perguntei incrédula, realmente somos como irmãos, mas, sei lá, nunca se sentiu atraído?

— Não é isso! Eu só...

— Grace você esta muito tensa!— Disse Judy puxando uma garrafinha prateada da bolsa

— Judy! Isso é vodca? —Perguntei

— Nós já temos dezesseis anos! E ninguém vai saber!

— Vai, experimenta só um pouco, se não gostar você para— Falou Max

Judy puxou o meu copo com refrigerante e derramou um pouco do liquido claro que estava em sua garrafinha e depois afastou o capo novamente em minha direção. Olhei para Will que estava vermelho, para Caleb que estava olhando para mim com um sorriso daqueles que diz “é lógico que ela não vai beber” e por fim olhei para Nick que encarava Judy. Ele se voltou para mim e me viu pegar o copo e agitar o liquido.

— Grace é melhor não... — Sempre tive mania de ser teimosa então peguei o copo e virei de uma vez. Senti um ardor típico do álcool em minha garganta, fechei os olhos com força e me voltei para ele

— Melhor não o que?— Arqueei uma sobrancelha e o encarei em desafio

— Grace eu pensei que não iria tomar, entenderia se não— Falou Judy sorrindo

— Quer saber?— Olhei novamente para Nick— Prepara outra dose!

Alguns minutos depois quando me dei conta, estávamos todos os seis em uma pista de dança. A balada estava cheia, a musica com uma batida eletrônica era alta e as caixas de som pulsavam. Virei-me para Judy que dançava empolgada com Max e lhe perguntei:

— Me diz de novo como agente veio parar aqui?

— Você não lembra?— naquele ponto eu me sentia estranhamente animada

— Eu não lembro nem quem eu sou!— Gargalhamos e voltamos a dançar. Então sinto uma pressão no meu braço e olho para trás vendo Nick me segurando

— Acho melhor pararmos por hoje— Ele aparentemente era o único em juízo perfeito levando em conta que Will dançava loucamente com uma loira que nunca vi na vida e Caleb estava girando a camisa no ar cercado de garotas batendo palmas “E pensar que eu achei ele tímido

— E é você quem vai me levar para casa? O que vai fazer? Tentar fazer sexo comigo e depois me empurrar?

— Grace eu estou falando sério! Vamos lá fora, você precisa de ar fresco

Ele me puxou para fora com tanta facilidade que parecia que eu não tinha peso, eu sei que eu sou magrela, mas isso já é demais!

— Me larga! Não se preocupe comigo! Não sou feita de porcelana!

Eu voltei para a balada e recomecei a dançar, então senti meu braço ser puxado novamente, olho para trás preparando o tapa para dar na cara de Nick quando me deparo com o garoto mais lindo que já vi na vida. Era louro, tinha lindos olhos azuis e devia ser alguns centímetros mais alto que Nick, porém não tão musculoso. Ele pós as mãos na minha cintura e me puxou para perto.

— Posso saber o seu nome?— Perguntou quase gritando por causa do som alto da musica olhei para o lado e vi Nick tomar postura ereta e vir em nossa direção

— Deixe Grace em paz! Ela não está interessada em você — Disse ficando entre mim e ele, irritei-me tentei empurrar-lhe para longe, mas vendo que nem se quer saiu do lugar eu pateticamente dei a volta

— E quem disse que não? Se você não quer tem quem queira!

Eu puxei o rapaz para longe e saímos da balada, eu devia estar muito chapada para fazer algo assim com um total desconhecido, eu senti minha consciência tentar me parar, mas fazer o que? Não vou me lembrar de nada no outro dia, eu sou jovem e vou curtir a vida.

— Nossa você é bem apressadinha em?

— Quando estou bêbada sim

Então ele segurou minha mão e lá estava eu sendo arrastada novamente. Entramos em um beco próximo á balada então ele voltou a abraçar minha cintura. “É hoje!” pensei quando ele me deu um beijo na bochecha e foi deslizando até o meu ouvido. Ele afastou meus cabelos e mordiscou levemente minha orelha enquanto pronunciava coisas que eu nem me dei conta de ouvir, mas que só pelo jeito que falava me fazia arrepiar dos pés á cabeça. Senti-o deslizar até meu pescoço onde voltou a beijar. Então do nada minhas pernas ficaram bambas e eu senti meu corpo formigar em especial no pescoço. Semicerrei os olhos e fechei os punhos ao sentir algo quente escorrer para minha jaqueta. Então algo bateu nele o jogando para longe e eu senti meu pescoço doer. Passei a mão e havia sangue, minha visão estava estranha e sentia-me fraca. Olhei para frente e quase gritei quando vi o cara, que a pouco estava me pegando, jogado no chão com um liquido preto escorrendo da barriga e os membros em ângulos estranhos. Olhei na outra direção e vi Nick, estava diferente, seus olhos brilhavam na escuridão como duas estrelas e seus punhos estavam cerrados.

— Nick você o matou! Mas como? Por quê?

— Afaste-se! Confie em mim!

O rapaz se levantou rindo, eu podia ouvir o som de ossos enquanto ele se movia, o sangue negro que escorria de sua barriga parou de pingar e seus braços e pernas estavam agora normais. Pude ver seus olhos tomarem coloração vermelha e as presas em sua boca suja de sangue, do meu sangue!

— Mais isso não existe, não pode ser! Ele é um...

— Vampiro— Murmurou

Reparei que seu corpo estava rígido e os punhos fechados firmemente. Nick começa a se curvar e seu rosto se projeta para frente. Seus braços se alongam e pelos cinza amarronzado crescem por seu corpo. Então em um ato derradeiro ele cai de quatro e a transformação acaba. E tudo isso em questão de um segundo. Vi o lobo no qual se transformara correr para cima do vampiro e rolar no chão mordendo-lhe o ombro. Minha cabeça começa a doer e minha visão a se esfumaçar. Acho que não devia ter bebido tanta vodca afinal de contas. Os dois rolavam no chão em uma mistura de socos e mordidas então aos poucos eu fui apagando e minha visão se escurecendo até que perdi a consciência.

Quando acordei estava em uma cama macia, minha cabeça latejava então após um gemido de sono eu abri os olhos. Fato número um: aquele não era o meu quarto o que já era o suficiente para me preocupar. Fato número dois: aquelas não eram minhas roupas, eu estava agora trajando uma camiseta vermelha e short jeans. Fato número três: havia dois travesseiros na cama que eu estava isso aí, dois! Não empilhados, mas um do lado do outro! E o derradeiro fato número quatro: Nick estava enrolado em uma toalha apoiado no batente de uma porta que parecia levar ao banheiro me olhando levemente corado!

Eu tinha duas suposições em minha cabeça, ou eu já havia me casado com ele e depois de um acidente domestico bizarro onde eu bati com a cabeça eu não me lembrava dos anos de noivado, namoro e nem nada ou a numero dois a qual eu não queria nem pensar!

— O que eu estou fazendo aqui? Não me diga que agente...

— Não! Você não se lembra do que aconteceu a noite?

— Eu me lembro da pizzaria, do amigo esquisito da Judy que nos levou para a balada e depois mais nada... Espera aí! Sou eu quem faz as perguntas aqui!

As memórias foram voltando lentamente a minha cabeça. Depois de ir para abalada, eu fiquei com aquele cara... E depois... Bem depois...

— O que é você?

— Eu sou Nick não lembra?

— Não quem, e sim o que!

— Bem... Não é todo dia que me fazem esta pergunta

— Ah, eu to fazendo hoje, e quero respostas! Você é um lobisomem!

— O termo certo é licantrope, licantropo ou lycan, mas também pode chamar assim se quiser...

— E aquele cara era... Um vampiro?

— Basicamente...

— Eu to sonhando?

— Não...

— Da pelo menos para se vestir? É difícil acreditar em você trajando só uma toalha!

Ele foi até o armário e pegou algumas roupas e então entrou novamente no banheiro, alguns minutos depois, saiu vestindo uma bermuda verde e camiseta azul.

— Melhor?

— Sim, agora vai me dizer que o bicho papão também existe?

— Aí já ta viajando...

— Eu tenho todo o direito de viajar na maionese! E se não reparou até ontem eu estava de vestido! Não estou convencida de que agente não tenha... Você sabe...

— Feito sexo?

— Ah meu deus! Eu transei com um lobisomem!

— Eu já disse que não! Suas roupas estavam sujas de sangue então a Hazel lhe emprestou essas, se bem que ficaram um pouco folgadas, ela é bem alta

— Quem é Hazel? Sua irmã?

— Não ela é...

— Sua namorada! Eu sabia!

— Para de chutar! Ela é só um membro da alcateia

— Alca... O que?

— Alcateia! Grupo ou família de lobos ou no caso licantropes

— Peraí! Se o Caleb é seu primo... Ele também é um lincan... Lobisomem?

— Sim... E o certo é licantrope!

— Que horas são?

— Uma e quinze— Disse olhando o relógio de pulso

— Meu Deus e a escola? E meus pais, eu preciso voltar para casa!

— Espera, ninguém sabe que você está aqui só Hazel e eu, eu vou ver se o corredor ta limpo, não podemos trazer humanos para a sede da alcateia

Nick passa pela porta e volta alguns segundos depois, saí correndo com ele passando pelas portas em alta velocidade. Ele me puxava pela mão enquanto corria, eu estava tão inclinada para frente que quase caí duas vezes no caminho. Ele abriu as portas e saímos. A luz do sol ofusca meus olhos e piora a dor de cabeça, então seguimos pela rua, ou melhor, ele seguiu e eu fui arrastada como uma boneca de pano por ele!

— Espera! Onde estamos indo?

— Na casa do Caleb pegar o carro

— Ok, mas não precisa me arrastar!

Chegamos a tal casa. Ela era toda branca e tinha um pequeno gramado na frente e um portão com a garagem onde estava estacionado o maldito miata preto.

— Uma perguntinha inocente...

— O que foi?

— O miata tem dois acentos, e Caleb veio com agente não foi?

—Sim, por quê?

— Não me diga que eu vim no colo dele!

— Não, ele tava desacordado, acho que bebeu além da conta e fez “você sabe o que” além da conta, então enfiei ele no porta-malas

A situação era cômica, fiquei imaginando o coitado no porta-malas do carro, desacordado depois de quase cair de bêbado, ele com certeza acordaria com algumas, muitas, dores no corpo. Nick bate na porta e Caleb o atende. Vestia uma camisa de moletom e calças do mesmo, os cabelos estavam desgrenhados e estava um pouco sonolento, com algumas olheiras. Mas fora isso parecia normal! Sem dores musculares e nem mau humor, tão pouco apertou os olhos quando abriu a porta com era de se esperar de alguém que está de ressaca. Ele nos convidou a entrar com um sorriso no rosto e indicou a mesa, aceitei uma xícara de café e bebi analisando Caleb, como ele podia não estar de ressaca? Tinha apenas sono e mais nada!

— Teve uma boa noite? — Perguntei

— Acho que sim, eu não me lembro de nada— Respondeu Caleb

— Não está com ressaca? Pois eu estou e do jeito que você estava ontem. Ou melhor, hoje...

— Licantropos tem rápida recuperação... — falou Nick— Ele tava de ressaca hoje sedo, só que passou

— Você não me contou o que aconteceu com o resto do grupo, cadê eles?

— Bem, o Will foi para casa depois de pegar a loira dando em cima de outro, a Judy foi para casa com Max se é que me entende, e como eu já te contei, você acordou novamente, mas ficou grogue e o Caleb, bem —Fitou o primo— ele apagou depois da terceira

— Terceira garrafa?

—Terceira garota... As garrafas foram um muito mais... Ah, Caleb, poderia me emprestar o carro, tenho que levar Grace para casa

— Vou pegar a chave, você tem idéia de quanto eu bebi?

— Muito... Muito mesmo...

Caleb saiu pela porta da cozinha e entrou em um corredor voltando alguns minutos depois com uma chave em mãos, ele a entregou a Nick e fomos para o carro deixando Caleb sozinho em casa. No caminho de casa fui pensando sobre minhas descobertas e prometi a mim mesma: eu nunca mais vou beber por teimosia, e nem sair com um cara estranho por teimosia nem nada do tipo. Olhei para Nick que estava dirigindo normalmente.

— Não precisa se preocupar comigo, fique a vontade, bota a cabeça na janela, põe a língua pra fora...

— Você vai mesmo citar cidade dos ossos para mim?

— O que queria que eu dissesse? Nunca interagi com lobisomens...

Chegando em casa eu entrei e fui tomar banho enquanto Nick me esperava no quarto ainda teríamos uma longa conversa segundo ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

então? o que achou? eu queria ter deixado um pouco mais de mistério mas n deu por falta de espaço, já tinha passado o limite de palavras então... Ficou assim mesmo...
agradeço as usuárias Maira Beatriz e leilinha pelas ideias e garanto que iram ser inseridas na história em breve, só não posso dizer quando...
comente o que achou do capitulo e se tiver alguma sugestão mande via MP, obg por ler e até o próximo capítulo!