Andava em passos lentos e leves enquanto relembrava da sua infância, enquanto treinava feitiços simples que aprendia em livros para iniciantes e era parabenizada por seu sucesso e aumentava seu ego.

Lembrou-se de seu avô adotivo, que havia acolhido-a ainda bebê, o amor que havia recebido dos professores, alunos e funcionários. Também relembrou quanto tempo passava na biblioteca da academia e arrependeu-se por não aproveitar sua infância.

Sentiu pontadas afiadas em suas costas feridas e ensanguentadas, fazendo-a andar mais rápido. Estava frágil e os passos rápidos faziam seu corpo doer ainda mais, como se todos os seus músculos se contraíssem e quisessem matá-la.

Lembrou-se de Ryan, por quem era apaixonada. Eles não eram oficialmente namorados, mas compartilhavam bons momentos juntos. Sentiu falta de seu calor de lobo, da sua falta de inteligência, do seu senso de justiça e da vontade de proteger a todos.

As tropas demoníacas urraram em deleite abaixo do penhasco em que a arquimaga se encontrava. O início da Grand Chase veio à sua cabeça. As brigas com Elesis (e o desenvolvimento de sua amizade com a ruiva), as conversas com Lire, Holy e Lin, a boa amizade com Ronan, Jin, Edel, Mari e Lass, a chatice de Amy, Sieghart, Rey e Azin e a indiferença assutadora de Zero, Dio e Lupus.

Sua cabeça foi colocada no instrumento de madeira que conhecia apenas por livros. Não haviam coisas do tipo em Serdin.

Pensou em seu avô e sua reação ao saber de tudo o que estava ocorrendo.

Pensou na Grand Chase a procurando por Elyos. Pensou em Ryan. Ouviu mais urros abaixo e só desejava que aquilo acabasse logo.

Viu a Grand Chase abaixo do penhasco gritando pelo seu nome e tentando chegar ao topo antes que fosse tarde demais. Soltou um sorriso melancólico e sussurrou um “eu amo vocês”, sendo entendido por linguagem labial pelos outros.

A lâmina da guilhotina desceu.