Nunca mais me deixe escrita por Juh Paixão


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Oi amorees e amoraas ^^
Desculpe mais uma vez a demora. Estou no fim do 3°ano e estou com muitos trabalhos/provas, a festa da formatura pra organizar, além do meu curso que tá me deixando moída...
Fico muito feliz que acompanham a história. Fiquem sabendo que faço por vocês e para vocês. Agradeço as felicitações de aniversário *-* Adoro vocês
Boa leitura



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Dr. Rubens – Por favor, Heitor, fique calmo...

Heitor – Como quer que eu fique calmo? Minha mãe foi... – começou a chorar só de pensar no sofrimento que sua mãe passou ao ter sido violentada.

Estevão – Heitor, meu filho, eu vou tirar essa história a limpo. Quem fez isso a sua mãe vai se arrepender amargamente.

Heitor – Quem fez isso com a minha mãe, papai? Quem teve coragem de abusar dela, quem? – passava as mãos pelos cabelos, andava de um lado ao outro nervoso e inconformado.

Rubens – Heitor, Maria agora precisará de muito apoio. Claro que os tratamentos ajudarão, mas vocês serão peças fundamentais para a recuperação.

Heitor – Pode deixar Dr., minha mãe vai ficar bem logo se depender de mim.

Rubens – Assim espero. Bom, vou deixá-los agora. Quando Maria acordar, por favor me chamem. Preciso fazer algumas avaliações.

Estevão – Chamaremos sim, Rubens. Agradeço por tudo que está fazendo por Maria.

Rubens – Não há o que agradecer meu amigo. Vou indo, até logo. – o médico sai, deixando pai e filho sozinhos.

Estevão – Meu filho... – Heitor aproxima-se de seu pai e o abraça forte.

Heitor – Por que com a mamãe, pai, por quê?

Estevão – Filho, eu vou resolver essa história. – se desfazem do abraço – Agora tudo que sua mãe precisa é de apoio, de sua família ao seu lado. Nós vamos ajudá-la no que for preciso para superar.

Heitor – É claro papai, mas eu deixo claro ao senhor, quando eu pegar o infeliz que fez isso com a mamãe, eu não respondo por mim.

Estevão – Eu também estou com ódio desse homem que... – vendo que estava se alterando o mesmo parou – Vamos ver sua mãe. Outra hora conversamos com mais calma sobre isso.

Heitor e Estevão entraram no quarto onde Maria estava e encontraram Estrela perto de sua mãe, mas sem tocá-la. Grossas lágrimas vinham em seus olhos, por ter escutado os gritos de seu irmão dizendo que sua mãe havia sido abusada. Estrela estava em choque com aquela situação. Aquela mulher que era tão forte, agora estava tão fraca e indefesa.

Heitor – Por que chora Estrela, aconteceu algo com nossa mãe – ela não conseguia se quer responder ao questionamento de seu irmão – Responda Estrela.

Estrela – Por que teve que acontecer isso com a nossa mãe, Heitor, por quê?

Heitor foi até sua irmã mais nova e a abraçou, colocando sua cabeça contra seu peito – Acalme-se Estrela, tudo vai sair bem.

Estrela – Quem teve coragem de abusar da mamãe, papai, quem?

Estevão e Heitor trocaram um olhar desesperador. Como Estrela poderia saber disso?

Estevão foi até os filhos e os envolveu em um abraço – Confiem meus filhos, a mãe de vocês é uma mulher forte, com garra e vai superar mais erra barreira. Nós vamos a ajudar, vamos mostrar o quanto a amamos e como a queremos bem.

Os três juraram entre si fazer com que Maria se recuperasse o mais rápido possível deste pesadelo. Ficaram um bom tempo abraçados. Quando Estevão desfez o abraço, pediu a seus filhos que voltassem para casa. Com a insistência do pai, Heitor e Estrela voltaram para casa, deixando que claro que voltariam para ficar com a mãe à tarde. Logo foram embora e Estevão sentou-se novamente na poltrona ao lado da cama que Maria dormia. Observou-a. Notou novamente seus braços.

“Em paz eu só viverei depois que tiver em minhas mãos o idiota que fez isso com sua mãe. Olhe seus braços Heitor, estão marcados, ele usou sua força contra ela.” – lembrou de repente das palavras que na noite anterior havia dito a Heitor.

Estevão – Ah, meu amor, minha vida.

Maria – Estevão... – disse abrindo os olhos lentamente

Estevão – Meu amor. – Estevão pegou na mão direita de Maria que subitamente a afastou – Maria...

Maria virou seu rosto para a parede de seu quarto. As lágrimas vieram sem seu consentimento sobre sua face, acompanhada de vários soluços. Ainda sentia nojo de si mesma. Não poderia deixar que Estevão a tocasse. O cheiro de Bruno ainda estava em si.

Estevão – Meu amor, Maria...

Maria – Sai daqui Estevão – permaneceu olhando para a parede.

Estevão – Eu quero conversar com...

Maria – Sai Estevão. Eu não quero conversar, eu quero ficar sozinha. – falou um pouco mais alto para que Estevão a deixasse sozinha de vez.

Estevão – Maria...

Maria – Por favor – disse ao chorar novamente.

Estevão soltou algumas lágrimas e saiu do quarto. De certa forma entendia a rejeição de Maria, mas não poderia suportá-la. Ele queria ajuda-la, protegê-la de todo o mal que pudessem lhe acontecer. Do lado de fora do quarto, enxugou suas lágrimas e foi atrás de Dr. Rubens que pediu o chamasse assim que Maria acordasse. Do lado de dentro do quarto, uma mulher chorava desesperadamente por não conseguir ficar alguns instantes ao lado do homem que mais amava nessa vida. Maria estava sentindo-se mal por ter sido abusada, por ter tratado tão friamente seu marido, enfim, por naquele momento existir. Tentou levantar da cama, mas as dores de seus hematomas e principalmente sua fraqueza, não permitiram tal artimanha.

Estevão não demorou a encontrar seu amigo pelos corredores do Hospital.

Estevão – Rubens.

Dr. Rubens – Oi Estevão, Maria acordou?

Estevão – Acordou sim.

Dr. Rubens – O que aconteceu?

Estevão – Maria... Ela me rejeitou. Não me deixou sequer tocar em sua mão.

Dr. Rubens – Estevão...

Estevão – Eu sei Rubens. Terei que ser muito paciente, mas me dói... me dói vê-la não querer que eu a ajude.

Dr. Rubens – Sinto muito Estevão, mas será assim nesse primeiro momento. Ela deve estar assustada com tudo isso. Bom, eu vou revisá-la.

Estevão – Eu vou com você.

Dr. Rubens e Estevão foram até o quarto de Maria e pararam na porta.

Dr. Rubens – Não vai entrar?

Estevão – Não, vou ficar aqui. Pode ir depois você me informa sobre o estado dela.

Dr. Rubens concordou e entrou justamente quando Maria estava colocando-se novamente na cama.

Dr. Rubens – O que pensa que está fazendo Maria?

Maria assustou-se com a voz de Rubens e colocou-se corretamente na cama – Rubens...

Rubens – Posso saber o que estava tentando fazer?

Maria – Eu, eu estava...

Rubens – Estava se levantando da cama. Maria você está fraca, não pode fazer isso.

Maria – Desculpe-me Rubens – disse cabisbaixa

Dr. Rubens – Bom, Maria, eu vim te revisar e... conversar com você.

Maria já estava nervosa e com medo de que rumos levaria a conversa que teria com seu médico – Acho que...

Dr. Rubens – Vou te revisar primeiro e depois conversar com você.

Dr. Rubens deu uma rápida olhada em Maria, tomando cuidado com seus machucados pelo corpo. Observou que aquelas marcas roxas permaneceriam por mais alguns dias e que o soro provavelmente no próximo dia seria retirado. Quando terminou, posicionou-se ao lado da cama, tomou ar e decidiu começar.

Dr. Rubens – Maria... Eu sei que não é e nem está sendo fácil para você passar por tudo isso, mas eu preciso que você me conte o que aconteceu para eu poder lhe ajudar.

A essas alturas, Maria já chorava descontroladamente com as palavras de dr. Rubens – Como vocês souberam?

Dr. Rubens – Os seus hematomas não negam e, fizemos também o exame de Corpo de Delito.

Maria – Eu não posso, não posso...

Dr. Rubens – Eu lhe entendo. Se não me quiser dizer entendo perfeitamente, mas já lhe digo que irei mandar uma psicóloga para lhe ajudar. Você não pode passar por isso sozinha, você tem sua família, o Estevão...

Maria – Eu não quero ver o Estevão.

Dr. Rubens – Maria, por favor, ele está desolado.

Maria – Mais ele não sabe...

Dr. Rubens suspirou forte – Sim, ele sabe.

Maria – Mas como? – parou mais logo prosseguiu – Rubens... Rubens você não tinha esse direito, não tinha. – disse já exaltada.

Dr. Rubens – Sinto muito Maria, mas tinha sim. Estevão é meu amigo de muitos anos e ele tinha que saber. Ele tem esse direito. – ele deu a volta no quarto e voltou a falar – Maria, o Estevão está lá fora, sem saber o que fazer da vida. Sabe o que ele me disse? – Maria, chorando, fez o sinal de negação com a cabeça – Ele disse que está doendo nele essa sua rejeição. Maria ele não tem culpa, por mais que ele esteja sim se sentindo culpado, ele não tem culpa do que aconteceu. O que ele mais quer neste momento é te proteger do tudo. Não seja dura com ele. Estevão te ama, ele tem devoção por você. Sei que está sofrendo, mas tente não magoá-lo. Aqui quem está falando não é o médico, mas sim um amigo de muitos anos.

Maria chorava em silêncio e repetia o gesto que teve com Estevão minutos atrás: olhava fixamente para a parede, mas ouvia o que o médico lhe falava.

Maria – Deixe-me sozinha, Rubens... – disse com uma fina e falha voz.

Dr. Rubens – Está bem. Se sentir qualquer coisa me chame imediatamente.

Maria não respondeu. Permaneceu da mesma maneira que estava. Quieta, continuava a chorar baixo e a pensar o quão injusta estava sendo a Estevão.

~ Do lado de fora do quarto de Maria ~

Estevão estava sentado em uma das cadeiras que havia no longo corredor. Com a cabeça apoiada na parede pensava em tudo que estava passando em sua vida. Não demorou a ver Rubens deixando o quarto de sua esposa, então, levantou-se rapidamente e foi até o médico.

Estevão – E então Rubens, alguma melhora?

Rubens – Maria terá que ficará até amanhã ou no fim do dia com o soro para a completa reidratação. Logo, logo ficará bem meu amigo.

Estevão – E em relação ao, ao... – Estevão continuava sem palavras para descrever o que tinha passado com Maria.

Rubens – Ela não quer conversar. Eu disse que levaria a psicóloga, mas acho que não irá aceitar. Maria é cabeça dura, Estevão.

Estevão suspirou – Não sei o que fazer Rubens. Maria não quer me ver, não sei o que vou fazer.

Rubens – Acalme-se que tudo dará certo. Vou resolver alguns assuntos, mas qualquer coisa me chame – deu dois típicos toques no ombro do amigo e saiu.

Estevão estava a ponto de entrar no quarto em que sua esposa estava, mas seu celular tocou.

Estevão – Pronto.

Delegado – Sr. San Roman, aqui é o Delegado Fernando Martinez.

Estevão – Ah sim, delegado, eu havia me esquecido que lhe ligar para o senhor.

Delegado – Liguei para informar que estamos indo retomar as nossas buscas pelo paradeiro de sua esposa. O senhor que vir com a gente?

Estevão – Delegado... Eu encontrei Maria.

O Delegado levantou-se da cadeira que se encontrava sentado – Encontraram? E como Maria está? Quero dizer, como está a Sra. San Roman?

Estevão ainda estava desconfiado da última conversa que teve com o delegado Fernando. Sabia que existiu alguma coisa a mais que uma simples amizade.

Estevão – Minha esposa está bem, apesar de...

Fernando perguntou apreensivo– O que aconteceu? Não me esconda nada Sr. San Roman. Assim pode atrapalhar as investigações.

Estevão mesmo contra a sua própria vontade disse – Eu estou no hospital com Maria, e não posso sair daqui. O senhor pode vir aqui no Hospital Central?

Delegado – Estou indo nesse instante. Até logo.

Os dois homens desligam seus celulares. Estevão tomou coragem e girou a maçaneta e abriu a porta.

Maria ainda tinha o rosto virado para a parede – Eu falei que quero ficar sozinha.

Estevão – Por favor. Deixe-me entrar.

Como Maria não respondeu, Estevão entrou no quarto devagar e fechou a porta. Andou até a poltrona que passou a noite e sentou-se lá. Fez menção de tocar na mão de Maria, mas se deteve ao lembra-se de sua rejeição.

Estevão – Maria...

Maria virou seu rosto para Estevão e o observou atentamente. Não poderia ser injusta com o homem que tanto amava. Seu marido estava ali, ao seu lado, querendo mostrar que sempre estaria com ela.

Maria – Me per...

Estevão – “Aqui estou eu, para te fazer rir mais uma vez. Confie em mim, deixe os seus medos para trás. E já verá. Aqui estou eu com um beijo queimando nos lábios. É para você, pode sua vida mudar, me deixe entrar. Peço ao sol que uma estrela azul viaje até você e que faça você se apaixonar por sua luz. Aqui eu estou. Abrindo meu coração. Preenchendo sua falta de amor. Fechando caminhos para a dor. Não tenha medo, eu cuidarei de você. Só me aceite. Aqui estou eu pra te dar minha força e meu alento e para te ajudar, a pintar borboletas na escuridão, serão de verdade. Quero ser eu quem desperte em você novos sentimentos e te ensine a amar e te entregar outra vez sem medir os abraços que dei. Peço a Deus, um toque de inspiração para dizer o que você espera ouvir de mim. Aqui eu estou abrindo meu coração. Preenchendo sua falta de amor. Fechando caminhos para a dor. Não tenha medo, eu cuidarei de você, só me aceite. Me dê suas asas, vou curá-las e com minhas mãos te convido a voar. Aqui eu estou abrindo meu coração. Preenchendo sua falta de amor. Fechando caminhos para a dor. Não tenha medo, eu cuidarei de você, sempre te amarei...”

Maria e Estevão choravam e em meio aquelas palavras que agora ecoavam na mente de Maria. Ela sabia que aquelas palavras faziam parte da letra de uma música, de uma música que significava muito para os dois.

A mão de Estevão estava sobre a cama. Maria colocou sua mão sobre a dele e a acariciou. Estevão levantou seu olhar até o de Maria e a admirou. “Como alguém pode ter sido capaz de abusar de uma mulher de olhar tão doce, mas com uma personalidade tão forte.” – pensava consigo mesmo.

Maria – Me perdoe meu amor. Perdoe-me – Estevão a abraçou – Me perdoe por ter te feito chorar agora a pouco, pelo o que eu disse, pelo o que eu fiz.

Estevão – Não tenho nada o que te perdoar minha vida. Perdoe-me por não te proteger.

Maria – Você não tem culpa de nada, Estevão – ela olhou nos olhos dele – Eu te amo, meu amor.

Estevão capturou os lábios de Maria em um beijo quente, cheio de saudades, carinho, proteção, amor...

Estevão – Eu te amo tanto, tanto – colou sua testa na testa de Maria depois de beijá-la.

~ Recepção do Hospital Central ~

O delegado Fernando acabava de chegar ao Hospital. Foi direto a recepção atrás de informações. Estava confuso. Há muito tempo não via Maria e agora, a possibilidade de vê-la novamente mexia consigo.

Delegado – Bom dia, eu gostaria de saber qual é o quarto da paciente Maria San Roman.

Recepcionista – Me perdoe, o horário de visitas é só daqui a meia hora.

Delegado – Eu preciso conversar com Sr. San Roman, eu sou delegado.

Recepcionista – Bom, vou liberar sua entrada. – ela pegou um crachá – Aqui está o crachá, senhor.

Delegado – Obrigado.

Fernando andou pelos corredores daquele enorme hospital. Foi direto no quarto de Maria e tocou a porta. Como não obteve resposta, entrou. Quando abriu a porta seus olhos se depararam com um beijo apaixonado entre Maria e Estevão. Fernando forçou a garganta, só assim os dois perceberam sua presença.

Estevão – Delegado... Que bom que veio.

O delegado nem sequer ouviu o que disse Estevão. Pôs-se a olhar a encantadora mulher que muitos anos atrás havia mexido com seu coração.

Estevão – Delegado? – chamou

Delegado Fernando – Perdão, Sr. San Roman. Sra. San Roman, sou o delegado Fernando.

Maria ajeitou-se na cama – Muito prazer, delegado.

Maria não reconheceu seu “amigo” do colégio. Somente observou os dois homens saírem juntos para conversarem.

~ Do lado de fora ~

Delegado Fernando – Sr. San Roman, o senhor devia ter me dito logo que a encontrou...

Estevão – Aconteceu tudo muito rápido, não tive cabeça pra pensar em mais nada que não fosse Maria.

Delegado Fernando – Está bem, mas onde a encontrou?

Estevão – Encontrei-a a alguns quilômetros daqui. Ela estava fraca, mal conseguia andar. Maria está com vários hematomas pelo corpo por causa do...

Delegado Fernando – O que aconteceu?

Estevão – Maria foi abusada... Quando o médico me disse eu não acreditei, para falar a verdade até agora não consigo aceitar.

Fernando chegou também a não acreditar que Maria havia sido violentada. Deixou de ouvir o que Estevão dizia depois desta frase.

Delegado Fernando – Sr. San Roman eu posso conversar com sua esposa? Preciso de algumas informações sobre o caso.

Estevão não queria deixar Maria sozinha, mas também não queria deixa-la só com o delegado. Como teria que ir em casa tomar um banho, resolveu pela segunda opção. Deixaria Maria com o delegado e rapidamente iria em casa.

Estevão – Claro que sim. Eu vou aproveitar e ir em casa, tomar banho, mas logo volto. Pode ficar com ela, delegado?

Delegado Fernando – Claro, pode ir.

Estevão entrou novamente no quarto e despediu-se de Maria. Disse que o Delegado Fernando a faria algumas perguntas sobre o sequestro e que não demorava a retornar.

Fernando estava do lado de fora a espera de Estevão sair para que ele pudesse entrar. Quando o viu, despediu-se e entrou no quarto. Novamente perdeu-se no olhar daquela mulher. “Como ela ainda pode ter esse efeito sobre mim depois de todos esses anos? Eu queria protege-la, guardá-la... Não, não, Fernando, Maria agora é muito mulher casada, deve ter seus filhos e é apaixonada pelo marido.” pensou convencendo a si mesmo.

Maria – Bom dia, delegado. Não fomos apresentados corretamente, não é mesmo? – o homem concordou – Me chamo, Maria. Maria Fernandes Acuña de San Roman. – logo que terminou de falar, estendeu a mão ao delegado.

Delegado Fernando – Fernando Martinez. - estendeu a mão e cumprimentou. Bom Sra. San Roman, quero lhe fazer algumas perguntas que vão nos ajudar na investigação.

Maria ficou quieta. Não gostava de lembrar-se do que aconteceu naquele casebre. Queria apagar pra sempre da sua memória. Mas ela tinha que passar por isso. Tinha que falar quem a fez mal. Agora estava livre, poderia denunciar a verdadeira assassina de Patrícia.

Delegado Fernando – A senhora sabe me dizer quem a sequestrou? Viu o rosto de um dos sequestradores?

Maria – Primeiramente, não sei se o senhor sabe da minha história...

Delegado – Sei sim. Seu marido me contou quando foi à delegacia.

Maria – Quem me sequestrou foi... Bruno Mendizábal. Mas ele não ágil sozinho. A mandante do sequestro foi... foi Alba San Roman, tia de Estevão e verdadeira culpada de todos os meus anos de sofrimento. Alba matou Patrícia Ibáñez e quis me matar também. – disse com os olhos inundados de lágrimas querendo derramá-las.

Maria contou mais detalhes de como tudo aconteceu. Contou do abuso sofrido, e das constantes ameaças de Alba. Contou como a tia de seu marido a confessou o crime e quis mata-la. Já estavam no fim quando Estevão chegou. Ele ficou desacreditado com o que ouviu. Quando soube que sua tia, havia matado Patrícia perdeu a fala. Maria não queria dizer que foi Bruno que havia se aproveitado dela. Sabia o que seu marido faria com ele e tinha medo por Estevão.

Delegado Fernando – Sra. San Roman, sei que é um assunto delicado este que foi tratar agora com a senhora, mas... eu preciso saber quem violentou a senhora. Se foi o homem que me disse, ou algum outro que estava envolvido.

Maria gelou. Estevão estava ali, ao seu lado segurando sua mão. Ela olhou para ele, que estava esperando uma resposta para agir. Olhou para o delegado, e novamente para Estevão. Ele estava angustiado, em seu olhar via-se a raiva que naquele instante era mais forte.

Maria – Quem... é, - deixou as lágrimas rolarem, quando sentiu que Estevão apertava mais sua mão – Quem me violentou foi Bruno... Bruno Mendizábal se aproveitou de mim na noite em que eu fui sequestrada.

Estevão, paralisado, fechou os olhos e deixou que caíssem as lágrimas – Eu o mato. Eu juro que o mato.

~ 30 minutos depois – Casebre – do lado de fora ~

Alba acabava de sair de um táxi quando viu um carro parado na porta da casa. Saindo do carro, estava Bruno, aparentemente feliz pelo que iria fazer.

Alba – Bruno – disse chegando perto – O que veio fazer aqui? Você quer estragar tudo seu inútil?

Bruno - E você Alba, o que veio fazer aqui? Não disse que era ariscado?

Alba – Eu, eu vim ver como tudo estava. Ela passou toda a noite aqui sozinha. Maria pode ter morrido – riu sarcasticamente.

Bruno – Não seja pessimista. Verás que ela estará viva e bem viva. – começou a andar em direção a porta da casa – Não vem, Albinha? -

Alba – Sabe que detesto que me chamem assim. Vamos logo acabar com tudo isso. – “É Maria, de hoje você não passa minha querida.” – sorriu de canto, enquanto andava.

Bruno destrancou a porta e entraram. Silêncio. Era o que se ouvia naquele lugar.

Alba – Está muito silencioso aqui, não acha?

Bruno – Ela deve estar dormindo. Vou abrir a porta.

Bruno destrancou a porta e puxou a chave. Girou a maçaneta e lentamente abriu a porta. Seus olhos fizeram um tour pelo quarto e pararam quando encontraram com uma luz vindo de atrás de um armário.

Bruno – Alba!! Alba!!! – gritou.

Alba – O que foi Bruno, não consegue nem abrir uma porta sozinho. Dê-me a chave que irei abrir.

Bruno – Cale-se Alba. Maria fugiu.

Alba – O quê? Mas como?

Bruno – Eu não sei, não sei.

Entraram no quarto e viram o armário fora do lugar.

Alba – Estúpida!! – gritou

Bruno – E agora Alba, o que vamos fazer?

Alba sentou na cama irritada com aquilo que estava acontecendo. “Isso não podia estar acontecendo, não podia... Eu vou embora daqui, tenho que ir embora. Deixarei Bruno com toda a culpa e com meu dinheiro irei viajar.”

Quando conclui seu pensamento, ouviu a porta bater forte. Bruno assustou-se e olhou para Alba. Policiais invadiram o casebre. Estavam pegos.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram?? Espero os reviews e também as recomendações ^^
Bjim a todas...



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