Nunca gostei de garotos perfeitos, românticos e nem cavalheiros, quem diga de príncipes. Não gosto de ganhar chocolates ou ursinhos de pelúcias, não gosto de sair de dia e nem que me abram a porta do carro. Não gosto de beijos melosos e nem de "eu te amo" forçados. Nem de sorrisos bobos e sonhar acordada. Ouvir músicas frescas e chorar ao tardar a noite. Cortar meus pulsos ou dizer como a vida é injusta.

Eu gosto daqueles garotos rebeldes e sem compromisso com a vida. Aqueles que fazem você sair escondida no meio da noite e bombear de adrenalina. Eu gosto de sentir meu sangue ferver, borbulhar... Gosto de xingar e mandar se ferrar. Gosto de andar de noite em cima de uma moto e sem capacete, com o garoto na frente gritando a cada vento. Gosto de correr pela praia de calça rasgada, e ele logo atrás gritando adoidado. Gosto daqueles que me dão uísque e não refrigerantes, daqueles que me dão perigo e não conforto.

Não gosto de enrolar, se for pra ficar, vamos ficar, se for pra deixar então vá se ferrar! Gosto que me peguem no colo e falem "Vamos fugir e nunca mais voltar?". Gosto daqueles que me fazem sentir-me viva, que me fazem gritar, que me fazem perder a linha e me fazem viver a margem da lei. Ser presa e passar a noite em um viaduto.

Não sou perfeita e nem fresca, nem menininha de tudo e inocente, muito menos educada e santa. Talvez eu não seja a princesa, nem a irmã dela. Eu me perco, eu enlouqueço, talvez eu seja a vilã.