POV Scott

Minha cabeça estava a ponto de explodir de tantas coisas,sentei no sofá e inspirei devagar, eram tantos problemas de uma vez só,saber que Jonas era um “super” caçador,depois descobrir que Kath se enfiou em uma encrenca sem tamanho por ajudar ele, e ainda quase morreu envenenada por isso e agora de quebra brigar com a Lyh,só por que minha ex apareceu aqui, que semana!

– Você esta bem Scott? – perguntou Izzy da porta da biblioteca.

– Estou tia – disse – Um pouco cansado, sabe todo esse problema...desgasta. – suspirei.

– Eu sei – concordou.

– Sabe tia...- comecei – Tem uma coisa que não se encaixa na minha cabeça, porque a Shamira não desencano disso? Ela poderia ter simplesmente mandando alguém dar uma surra na Katherine e deixar ela em paz,mas não parece que ela quer facilitar as coisas assim – falei – ela quer uma vingança mais elaborada, isso que eu não entendo. A Katherine nunca lutou com ela antes,não é como se a Shamira já tivesse raiva dela de águas passadas...

– Ela tem raiva de mim,pelo passado... – Izzy disse simplesmente.

– Oque?! – perguntei surpreso.

– Eu ajudei a encontrarem os pais dela e todo o resto do pessoal...mas eu não fui ate lá, só planejei o esquema de como entrar em ação,entende? – ela deu de ombros – Nunca pensei que alguém procuraria vingança,não depois de tantos anos... – apesar da força da Izzy seus olhos mostravam toda a preocupação do mundo, a sua única filha estava em perigo por algo que ela havia feito.

– Kath parece muito com você,ela deve ter reconhecido ...

– E achado bem melhor se vingar de mim por meio da Katherine – completou Izzy – ela é minha filha,meu bem mais precioso e o único, eu não posso deixar Shamira machucar ela – me levantei e abracei Izzy o mais forte possível, ela estava tão apavorada.

– Ela não vai machucar Katherine – disse reconfortando-a – Ninguém vai deixar ela se machucar!

– Eu conheço a Katherine e você também – ela levantou o olhar e me encarou – Ela não vai deixar ninguém se machucar por ela, se for preciso ela mesma vai ate Shamira, se isso for a garantia de que todos ficarão bem.

Izzy tinha toda razão por estar apavorada, sua filha era um desastre ambulante e sem autopreservação que estaria disposta a se sacrificar por todos.

– Vamos resolver isso, okay tia? - disse dando um beijo em sua testa.

– Você é o melhor amigo que a minha filha poderia ter.

– Eu sei – falei dando um sorriso convencido. Izzy abriu um pequeno sorriso.

Meu celular começou a vibrar, levei a mão no bolso e levantei para olha.Havia uma foto da Katherine me beijando na bochecha e seu nome no visor do celular.

– Que foi criatu... – sua voz cortou a minha rapidamente.

– SCOTT AONDE VOCÊ TA? – sua voz estava estridente e apavorada.

– Em casa..na sua casa, o que ta acontecendo?! – Izzy se levantou e começou a gesticular para que eu desse o celular para ela.

– SCOTT O DANIEL...O DANIEL...VAI PARA BECO PERTO DO INSTITUTO,A-ACHO QUE LEVARAM ELE!

– Levaram?! To descendo – levantei do sofá e corri para porta com Izzy em meu encalço.

– EEEI VOCÊS – ela gritou do outro lado da linha, desci as escadas correndo do prédio. Izzy já tinha pegado algumas armas enquanto corríamos – SOLTE ELE AGORA, EU VOU QUEBRAR VOCÊS TODOS!

– KATH NÃO, ESPERA! EU TO CHEGANDO! – um estrondo soou pelo celular e depois escutei um baque – KATH?!

Corri até o Instituto, meus pulmões já doíam de tanta falta de ar, barulhos ecoavam pelo celular,mas nada da Katherine me responder. Virei a esquina do beco ao mesmo tempo em que um furgão passou raspando em mim, dei um pulo pra trás a tempo de ver Katherine esmurrando um cara e se levantando pra correr atrás do furgão.

–SEUS MALDITOS FILHOS DA PUTA! - ela gritou.

– katherine – chamou Izzy correndo de frente com ela, mas Katherine desviou da mãe e tentou alcançar o furgão, eu a acompanhei correndo atrás dela.

– Kath não vamos conseguir, espera – gritei, mas ela me ignorou e continuou a correr.

Consegui alcança-la e puxei seu braço para trás.

–Já foi – disse. Ela se virou pra mim com o rosto todo contorcido em uma tentativa de segurar o choro, seus olhos estavam vermelhos e inchados como seu rosto, sua boca estava em uma linha reta machada de sangue que escorria pelos lábios cortados.

– È tudo culpa minha – sussurrou. Levei a mão no canto de sua boca e limpei o sangue.

–Não foi – disse acariciando seu rosto e abraçando-a.

– Scott ..eu devia...minha culpa – os soluços tomaram conta dela.

– Shiu..shiuu, vamos para casa ...

Peguei ela no colo e carreguei ate o Instituto, Izzy tentou falar com ela,mas o maximo que conseguiu foi que ela soluçasse e chorasse mais.Deixei a deitada do quarto e Anni foi consola-la enquanto eu descia para a biblioteca para conversar com Izzy e os demais. Simon não podia entrar no Instituto por isso ficou encarregado de tentar procurar Daniel,achar alguma informação, enquanto os outros iriam se reunir na biblioteca.

– Scott como esta a katherine? – perguntou Alec quando entrei na biblioteca.

– Parece uma torneira aberta – disse tentando aliviar os ânimos.

– Scott – Izzy censurou.

– Foi mal – me desculpei – ela não quer falar nada.

– Droga! Alguém bloqueou a localização do Daniel – Magnus declarou no fundo da biblioteca.

– Maravilha – disse Tessa.

– Vamos ter que vasculhar cada canto dessa cidade – disse me jogando em uma poltrona.

– maravilha – repetiu Tessa.

– Já planejamos as equipes de busca com Conclave para ajudar a localizar o Daniel – anunciou Clary entrando na biblioteca com Jace.

– Eu não estou afim de ficar recebendo ordens da Conclave... –jace disse decidido – Eu vou dar umas voltas e ver se encontro alguma informação útil.

– Eu vou junto – falei me levantando.

–Eu também – disse uma voz esganiçada, ela tossiu e depois voltou a falar em um tom mais normal : - Eu vou junto tio Jace.

– Sem chance torneira – respondi me virando para a porta aonde se encontrava uma katherine descabelada com o rosto vermelho.

– Mas...

– Não! – todos falaram.

POV. Daniel

–Vocês são incompetentes!Um bando de acéfalos! – a voz explodiu nos meus ouvidos me trazendo para realidade Aonde eu estava?! Olhei em volta. ..só escuridão.Algo estava muito errado e não só pelo fato que eu não saber onde estava, mas em mim também...
Recapitulei as ultimas memórias minhas tentando encaixar as peças...eu estava no quarto com a Katherine..

– Pelo menos vocês não foram seguidos?! – a voz gritou de novo.

Depois alguém bateu na porta e eu desci as escadas...e então...

– OTIMO! A GAROTA DEVIA TER MATADO TODOS VOCÊS! – mas que droga! Quem esta gritando assim?! – Eu vou ver o garoto, espero que vocês pelo menos não tenham o matado antes da hora! – passos começaram a se aproximar de onde eu estava, oh eu sou o garoto?!

Me levantei em um pulo e começei a buscar alguma coisa que me ajudasse, mas o maximo que consegui foi tropeçar em algo.

– Droga – sussurrei tentando me levantar. Os passos cessaram e um rangido de algo sendo aberto soou.

– Bruxinho? – a voz imitava um tom doce mas o deboche sobrepunha. – Vamos lá eu sei que você esta aqui!

Rastejei ate um canto, mas espera ai, eu sou um bruxo!Me levantei e virei para a porta aonde encontrava uma sombra no meio da luz que iluminava as beiradas da porta.

– Ola – disse a voz quando me viu – Deixe-me apresentar sou Shamira - ela começou a caminhar ate mim,mas eu ergui a mão e falei:

–Se você não quiser virar uma bola de chamas é bom ficar longe de mim! E começar a me explicar exatamente o que esta acontecendo! - ameacei.

– Nossa que perigoso! – ela ronronou chegando mais perto – mas deixa eu te informar algo meu bem, aqui seus truques não servem para nada! – ela chegou bem perto e tocou meu rosto, eu recuei batendo minhas costas em uma prateleira.

– Não me toque! – tentei alguma magia, mas eu não estava sentindo nada, era como se houvesse algo oco em mim, oooh não! Eles tiraram a minha magia...

– Não esta sentindo sua magiazinha é? – ela se aproximou mais me prendendo entre ela e a prateleira. – Você se lembra como veio parar aqui? – seu halito atingiu minha bochecha provocando um calafrio em toda minha espinha.

Eu permaneci em silencio, eu não podia me deixar assustar por ela, se Katherine conseguiu se defender eu também conseguiria! Mas quem eu estou tentando enganar Katherine é uma caçadora com armas ou sem armas fabulosa e eu sou um bruxo sem magia!

– Acho que isso é um não – ela segurou meu rosto e puxou para mais perto – Eu posso clarear as coisas pra você – sussurrou no meu ouvido – Eu mandei que te sequestrassem...as coisas não sairam como eu planejei,já que sua namoradinha enfurecida quase acabou com todos para te salvar...mas o bom que ela não conseguiu! – ela se afastou de mim e bateu palminhas animada – E agora você esta comigo – ela se aproximou rapidamente de novo socando as duas mãos nos meu ombros e me jogando contra a prateleira com força – E a sua namorada consequentemente virá te salvar e assim eu terei minha vingança quando eu arrancar aquele coraçãonzinho insignificante dela, e se nesse meio tempo se você sobreviver, você será meu troféu! – sem esperar qualquer movimento meu ela deu um ultimo sorriso e se dirigiu a porta aonde parou e me mandou um beijo antes de fecha-la e me largar na escuridão novamente.

POV Katherine

Depois de quase terem me trancafiado em uma cela ou me amarrado a alguma coisa eu desiste de tentar convencer a eles a me deixarem ir... a única solução que me sobrou foi bolar um plano sozinha, já que ate Scott estava contra mim!

Peguei meu celular e encarei tomando coragem de fazer a ligação...faça pelo Daniel!
Disquei os números e esperei três toques ate que fosse atendido.

– Katherine, há que eu devo a honra? – disse uma voz sedosa do outro lado.

– Sem gracinhas Raphael, preciso de um favor seu e é urgente! – falei sem rodeio.

– O que em questão? – ele perguntou divertido pelo meu pedido.

– Uma informação e uma moto sua – disse.

– Deixe me adivinhar, uma informação sobre o paradeiro do seu namorado e a moto para você chegar até lá – minha boca caiu aberta, ele era um grande cretino perspicaz!

– E se for? Você vai me ajudar? – perguntei nervosa.

– Te ajudar para uma missão suicida, porque eu tenho certeza que você esta indo sozinha...eu não vou contribuir para sua morte. Sem chance! – pelo seu tom ele estava irredutível...eu ia ter que jogar baixo.

– Tudo bem...eu posso arranjar ajuda em outros lugares! – disparei.

–Você esta dispostas a pagar os preços? Você sabe bem como são a negociações...como são perigosas – disse em um tom de aviso – Você até pode ser corajosa, mas nem tanto! - disse cético.

– Você. Não.Sabe.Do.Que.Eu.Sou.Capaz – disse lentamente e com confiança, eu sabia que se conseguisse mostrar o quanto eu estava disposta a tudo,ele talvez me ajudaria .

– Você... – ele começou

– Tudo bem Raphael – disse – Adeus! – desliguei o celular e aguardei pedindo a Raziel que me ajudasse!

Cinco minutos se passaram e meu celular começou a tocar. Ponto pra mim.

– Você é uma grande... – Raphael começou irritado – E eu não vou deixar você entrar em uma missão suicida mas também não vou te negar ajuda, para você se ferrar tentando achar alguma informação.

– Oh..então você vai me ajudar? – perguntei esperançosa.

– Sim...mas há uma condição.

– Que tipo de condição? – perguntei desconfiada.

– Eu vou junto com você.

– Oh não...sem chance... – disse balançando a cabeça.

– Tudo bem Katherine – ele disse calmamente – Adeus. – e encerrou a chamada.

Filha da puta! Usou minha própria chantagem! Agora era minha vez de escolher....disquei seu numero.

– Você venceu! Fechado! – falei.

– Ponto pra mim – sua risada ecoou pelo celular – Meia noite me encontre no Central Park, traga armas!

***

Bolsa com armas. OK!
Runas.OK!
Horário.OK!
Olhei a porta do meu quarto,fechada.Ok
Abri a janela e chequei a rua, havia algumas pessoas andando apressadas, outras conversando casualmente enquanto caminhavam e algumas andando com garrafas na mão.Nenhum caçador a vista!
Dei uma ultima olhada no quarto, tudo que eu precisa estava comigo, é isso ai! Joguei minha perna pela janela e me equilibrei no parapeito. Puxei a janela pra baixo e torci para que ninguém viesse me ver nos próximos dez minutos.

A distancia entre a janela do meu quarto e o chão não era das maiores,então foi fácil descer até o chão sem provocar muitos barulhos. Arrumei minha mochila nas costas e puxei o capuz da minha blusa para ocultar meu rosto enquanto corria pelos quarteirões rumo ao Central Park. Apesar de já ser meia noite havia muitas pessoas e crianças perambulando pelo lugar,mas não foi difícil de localizar Raphael,já que ele era o único adulto sentado em um balanço de criança se balançando a deriva.
Ele parecia distante,como se não estivesse ali...a brisa fazia seus cabelos balançarem suavemente como se em uma coregrafia delicada, sua pele parecia papel em contraste a suas roupas pretas que davam um ar sobrenatural...era aterrorizante e encantador ao mesmo tempo!
Balancei a cabeça para sair dos meus desvaneio e caminhei até ele apressada.

–Recordando da infância? – perguntei me sentando no outro balanço.

–Talvez – falou distante.

–Eu sinto muito – as palavras escaparam antes mesmo que eu pudesse segurá-las. Coloquei a mão na boca enquanto ele me olhava como um animal de outro mundo. – Sinto muito – repeti me desculpando por ter comentado algo que eu nem sabia,sua vida pessoal.Ele levantou uma sombrancelha como se perguntando o que diabos eu estava falando – Não espera...eu não quis dizer sinto muito por sua infância...no começo sim..mas eu nem sei...

– Você veio ficar me explicar os seus ‘sinto muitos’ ou pra salvar o Daniel? – perguntou bruscamente. Eu devia ter ficado de boca fechada!

–Daniel! – disse me levantando – O que você descobriu?

– Descobri três lugares que ele provavelmente pode estar – disse tirando um mapa do bolso – Aqui estão – apontou para os três círculos vermelhos que havia feito.

–Então vamos olhar os três lugares? – perguntei enquanto olhava os lugares.Um prédio que um dia foi uma fabrica e que esta abandonado agora.Um cais abandonado.E uma mansão abandonado fora dos limites da cidade.

–Não necessariamente –declarou levantando – De acordo com algumas fontes, há alguns dias, 3 bruxos foram contratados para irem nessa mansão – apontou o circulo vermelho afastado dos outros dois – Para quê 3 bruxos seriam contratados para irem há uma mansão aos pedaços? – ele fechou o mapa e me encaro – Achamos seu namoradinho,baby.

Talvez eu nunca vá entender o que faz o Raphael me ajudar, nos simplesmente não nos damos bem. Brigamos um com o outro e mesmo assim ele veio me ajudar, e não é a primeira vez...é tão estranho. Algo dentro de mim se move como se despertando, talvez uma amizade entre nos dois...

–Obrigado Raphael...sinceramente – disse me permitindo um sorriso sincero a ele.

– Não a de quê – disse retribuindo o sorriso. – Vamos?

Caminhamos até o beco de um rua próxima ao Central Park aonde se encontrava duas motos pretas enormes, uma delas era toda preta com vários desenhos pratas enquanto a outra era em vermelho. Dei um longo assobio admirando as motos.

–Elas são lindas – dei um sorriso para Raphael que me olhava fascinado.

–Você é uma caçadora não deveria gostar desses tipos de artifícios demoníacos – disse rindo – Uma vez seus tios e sua mãe destruíram algumas motos nossas,eu quis arrancar os pescoços deles do lugar...

–Não duvido nada – falei me sentando em uma delas e ligando-a, motor roncou alto, parecia que tinha vida dentro dela e que estava disposta a tudo.

–Melhor irmos logos – disse Raphael se sentando na moto – Eu vou na frent..

Mas antes que ele terminasse a frase eu acelerei a moto e sai voando do beco,eu não podia demorar muito,Daniel dependia de mim...