Dias de Ensino Médio escrita por Pedro Campos


Capítulo 2
Dia 2


Notas iniciais do capítulo

Vou mandar o segundo capítulo só para dar um gostinho. :D



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“ Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...”
William Shakespeare

Novamente acordei ás 05h30min sinceramente eu já estava começando a estranhar aquele comportamento, nas férias eu sempre acordava ás 13h00min da tarde e agora eu simplesmente começo a acordar antes mesmo do nascer do Sol, isso era bem estranho, mas por outro lado eu estava bem disposto então fiz algumas abdominais só para continuar a rotina de fazer isso sempre que acordar e depois foi a mesma rotina, banho, colocar a roupa e conversar com minha mãe, depois esperar Davi no portão e como sempre lá estava ele com aquela cara de sono.

– Cara eu fui dormir muito tarde. – Resmungou ele com voz de sono enquanto andávamos. – Graças aquela música que você me passou, eu fiquei escutando ela a madrugada inteira.

No dia anterior eu havia passado a música que eu mais gosto para ele escutar e parece que ele também gostou de Give Me Love.

– É essa música é muito boa talvez Ed Sheeran vire meu cantor favorito. – Falei rindo enquanto entravamos na rua da escola. – Mas e a garota, puxou assunto com ela?

– Claro, eu quero casar com ela. – Falou ele com aquela voz animada, pelo visto perdeu o sono só em falar nela. – Ela é muito perfeita.

– Cara... Você a conheceu ontem. – Um erro que nós adolescentes realmente andamos cometendo é achar que o amor é algo que brota assim do nada, só de ver a pessoa já acha que é amor à primeira vista, mas o problema é quando você acha isso de dez garotas diferentes (no mesmo dia).

– Eu sei, mas acho que foi amor à primeira vista (viu), mas falando em amor e a Yasmym, rolou alguma coisa ontem?

– Não, parece que estamos no mesmo ritmo do ano passado. – Falo um pouco desanimado. – Mas tudo bem.

E como sempre abri meu sorriso, é normal, pelo menos comigo, sorrir em momentos assim onde pessoas normais se afundariam em lágrimas, mas eu não, eu acho que a vida está testando cada um de nós, para ver até onde aguentamos e eu não vou desistir tão fácil e por isso eu sempre estou rindo, eu me sinto feliz em não desistir.

O sinal tocou logo depois que entramos. Para minha infelicidade Yasmym não tinha ido à aula. Tivemos duas aulas de Português, duas de Química, um recreio em que eu pretendia passar todo na biblioteca, o lugar que eu mais gosto naquele colégio, pois é o único que realmente posso ficar sozinho, afinal são poucos os alunos que acham a biblioteca um local interessante. Em geral eu sou um dos únicos alunos que realmente entra na biblioteca e permanece por lá por mais de cinco minutos. Mas para minha surpresa tinha uma alma no local naquele dia, ninguém menos que Nathalia.

– Olá. – Ela me avistou primeiro por isso levei um susto ao perceber sua presença.

– Ah, olá Nathalia, perdida? – Perguntei me recuperando do susto.

– Não, já me encontrei, eu gostei da biblioteca, é calma diferente do restante da escola.

– Realmente dividimos a mesma opinião. – Digo enquanto me sento na mesma mesa que ela. - Já encontrou algum livro interessante?

– Alguns, mas poucos, a maioria só fala sobre a história do Brasil.

– Ah, eu trouxe o livro. – Puxo minha mochila e pego o livro que está dentro dela e entrego para ela. – Cuide bem dele em.

– Obrigado, vou cuidar. – Falou ela sorrindo.

Por algum motivo estranho eu gostei daquele sorriso, era reconfortante e animador, ao mesmo tempo eu via uma garota que realmente estaria disposta a encarar várias aventuras só pelo gostinho da emoção, então eu voltei ao meu corpo quando ela fez uma pergunta.

– Oi? O que você disse? – Perguntei voltando a mim.

– Aquela garota que estava com você ontem, é a sua namorada?

– Yasmym? Não, infelizmente não. – Falei com voz triste abaixando a cabeça. – Eu gosto dela, mas não sei o que ela sente por mim.

– Isso é bem normal hoje em dia, sabe o amor não compreendido.

– Na verdade eu não sei se realmente sei o que é o amor, afinal só tenho 15 anos, o amor pode ser minha atração por lasanha ou o afeto de uma mãe com seu filho. Não sei se realmente estou pronto para saber o que é o amor.

– Ninguém está, porque o amor não se vê nem se sabe, o amor se sente. – E assim ela levantou e pegou sua mochila. – Tchau Pedro, foi bom conversar com você.

E assim ela saiu e me deixou pensando no que ela falou, minha sorte era que depois do recreio eu teria um tempo livre, pois fiquei ali sem escutar nada que acontecia só pensando no que ela falou.

“O amor se sente”.

“O amor se sente”.

“O amor se sente”.

Por que por algum motivo àquelas palavras haviam ficado marcadas na minha mente? Como se Nathalia as tivesse escrito com caneta permanente. Como se aquela frase fosse o único motivo da minha existência no mundo, e então acordei ao ouvir o segundo sinal mostrando que o tempo livre havia terminado.

Fui para a última aula do dia, Sociologia, eu realmente nunca havia sentido tanto tédio em uma aula como naquela, realmente a matéria deveria se chamar tédiologia, o lado bom disso foi que eu tive tempo de pensar na frase, eu realmente sentia algo por Yasmym, mas seria amor? E por que eu não sabia decifrar esse sentimento? Aquela garota me deslumbrou desde o primeiro dia de aula, eu tentei esconder o que sentia por ela por bastante tempo, mas contei para um amigo e a noticia se espalhou e depois disso para minha surpresa eu e Yasmym viramos amigos mais próximos, algo que me animou, eu tive esperanças por certo tempo, mas depois percebi que só ficaria naquilo.
E enfim acabou a aula.

Novamente fui sozinho para casa, Davi já havia saído e pelo que ouvi com Nathalia, mentalmente desejei sorte para ele, mas ao mesmo tempo senti um formigamento na barriga, Então pensei nas seguintes alternativas:

1 – Estava com fome (Normal)

2 – Tinha um Alien na minha barriga.

3 – Estava com vontade de fazer o número dois (Não o 2 dessa lista o dois das necessidades humanas).

4 – Experimentava um novo sentimento que eu devia adicionar a minha lista.

Quando cheguei em casa cheguei a conclusão de que estava com o número 1 e com o número 3 ( Ou o dois das necessidades humanas, ah tanto faz ). Depois de almoçar, me joguei em minha cama e fiquei olhando para o teto. Acho que meu teto era muito bonito, eu realmente olhava muito para ele e talvez esse teto tenha me dado as melhores ideias que eu já tivera, como essa que depois eu me arrependi de ter tido.
E então eu liguei para Yasmym.

– Fala. – Disse ela, como eu amava aquele tom de voz dela.

– Você já sentiu amor?

– Sim algumas vezes, por quê?

– Como é?

– Ah sei lá.

– Como assim ah sei lá?

– Tipo sua barriga formiga como se você estivesse com fome.

– E é bom?

– Sim é bom.

– Você já sentiu amor por mim?

– Não sei, talvez.

– Como talvez?

– Eu não sei Pedro, nós já nos conhecemos há um tempo e sendo assim eu posso já ter sentido algo por você e também o que pode dizer que eu ainda não sinta, tenho que ir tchau Pedro. – E ela desligou.

Novamente me vi olhando para o teto. E pensei naquela frase.

“O amor se sente”.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :D



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