Chocolate Truffles escrita por Mothra


Capítulo 1
Steps Ahead


Notas iniciais do capítulo

Tinha dito para algumas pessoas que postaria só na sexta, mas o que era para ser uma one-shot ficou grande demais então uma pessoinha muito especial me aconselhou a dividir a fic em três capítulos, obrigada Bruno. ♥
Aos meus queridos leitores, fiz pensando em cada um de vocês. Boa leitura. :3



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Touou estava em polvorosa durante aquela semana. Valentine’s Day se aproximava e não se falava de outra coisa na escola. O principal alvo dos burburinhos era o clube de basquete e não era pela campanha fracassada na Winter Cup e sim pelos jogadores. Os veteranos que faziam as meninas suspirarem de paixão: Susa e principalmente Imayoshi, capitão da equipe até o fim daquele ano, já que logo se formariam.

Diferente da massa feminina de Touou, Momoi não estava nem um pouco interessada naquela data. Havia sido rejeitada por Kuroko Tetsuya no dia dos namorados do ano passado e desde então perdeu todo o encanto pela data. Mas todas as meninas da Academia estavam eufóricas e animadas, todas debatendo em como fazer o melhor chocolate caseiro, comparando preços em revistas e indicando lojas onde havia produtos em desconto.

Preparar um chocolate caseiro não era nada fácil, Satsuki ainda se lembrava do trabalho que tivera para comprar os ingrediente e embalagens; o pior foi a ajuda de sua mãe que ficava lhe importunando o tempo todo, questionando sobre a pessoa que ela gostava. O mais desagradável foi achar que todo o seu esforço fora em vão, uma vez que Tetsu a dispensou gentilmente nos portões de Seirin e não aceitou seu chocolate feito com tanto carinho.

Recordava das lágrimas que rolavam em seu rosto enquanto corria sem rumo, se sentindo estúpida em insistir num amor unilateral, platônico. O jogador fantasma nunca a amaria, e essa conclusão deixava um gosto amargo em sua boca. Um sabor de derrota. Não poderia voltar para casa naquele estado, chorando freneticamente. Sua mãe iria consolá-la e dizer muitas coisas que não queria ouvir e seu pai provavelmente mataria o homem que fez sua filhinha chorar.

Só poderia ir para um lugar: a casa dele. Ele estaria lá, jogando vídeo-game ou vendo aquelas revistas de modelos de seios grandes usando biquíni – era uma das atividades preferidas do moreno. Não se deu ao trabalho de ligar para ele avisando que estava indo, ou de tocar campainha quando chegou; entrou displicentemente pelo portão como se estivesse na própria casa. Uma senhora de cabelos azulados e opacos estava no jardim cuidando das flores a viu, a cumprimentou e nem precisou dizer que seu filho estava em casa.

O pai de Aomine não havia chegado em casa ainda, constatou isso quando passou pela sala-de-estar e não o viu sentado em sua poltrona lendo jornal. Subiu um lance de escadas que dava acesso ao piso superior e virou à direita no corredor, adentrando o primeiro quarto. Lançou-se nos braços dele e chorou ainda mais. Aomine já estava acostumado a dar seu ombro para a menor desabafar e extravasar seus sentimentos acerca do homem que era apaixonada. Após ouvir tudo, acalmá-la com seu abraço caloroso e alguns comentários de mau-gosto sobre o que achava da orientação sexual de Kuroko; o moreno tomou o chocolate das mãos dela e o comeu quase que imediatamente, fazendo-a rir de sua gula. O que ela não sabia era que horas mais tarde naquele dia, Daiki teve uma das piores dores de barriga de sua vida. Ela conseguia ser tão ruim assim até mesmo preparando chocolate? Bem, ele nunca contaria para ela.

Refletiu sobre isso enquanto apoiava a cabeça sobre as mãos e olhava para o infinito, através das grandes janelas de sua sala de aula. Não estava na mesma classe que Aomine, mas sua sala era ao lado da dele, o que a possibilitava de estar por perto sempre e principalmente socorrer o lançador de Touou, Sakurai Ryou, que era constantemente perseguido pelo moreno quando o assunto era comida.

Distraiu-se com uma conversa atrás de si, onde duas meninas segredavam algo o mais discretamente o possível, para não chamar a atenção do professor. Uma delas dizia que faria um chocolate honmei este ano e que tentaria entregá-lo ao Ás de Touou, por quem se dizia tremendamente apaixonada. Satsuki franziu o cenho, por algum motivo não havia gostado de ouvir aquilo. A outra garota a encorajava e ainda lhe dizia para perguntar as preferências do moreno para a pessoa que estava constantemente com ele, a própria gerente. Esse foi o estopim, a rosada sabia que não poderia ouvir mais daquilo sem se exaltar.

Ergueu-se de sua mesa e pediu ao professor para se retirar da sala por alguns instantes, saiu da sala com um destino que não conhecia até suas pernas pararem involuntariamente na classe ao lado, onde ela puxou a porta para o lado e após pedir permissão ao professor, chamou Sakurai para fora e o mesmo demonstrou sua preocupação em feições assustadas; o moreno ria do lançador, dizendo que ele estava encrencado, porque Satsuki estava brava, conseguia ver isso em sua face.

Momoi tomou o outro pelo pulso e o puxou pelo corredor, andando pelo mesmo com pressa, tomando distância até as máquinas de refrigerante, café e suco. Começou a dizer, enquanto inseria uma moeda numa delas.

– Sakurai-kun, eu preciso de sua ajuda. – o viu abrandar um pouco mais as feições apreensivas. – É algo um pouco urgente.

– D-Desculpe, Momoi-san! – se curvou diversas vezes de forma exagerada e desajeitada. – Digo, do que se trata?

Retirou uma lata de refrigerante de morango da máquina e a abriu.

– E-eu quero fazer um chocolate... – falou como quem contava um segredo, corando as bochechas. Tomou um gole da bebida gaseificada.

– Para o Aomine-san?! – falou com certa inocência e teve que se afastar um pouco quando ela engasgou com a bebida gelada e a cuspiu, quase o atingindo em cheio.

– N-não! – quase gritou, enquanto limpava a boca com a gola do uniforme. – Claro que não, por que eu daria um chocolate para aquele ganguro?

Inspirou profundamente e expirou, seu rosto ardia e Sakurai sorriu – um sorriso de quem sabia de tudo. Mas ficou calado, por mais que fosse fofo ver a sua gerente tão constrangida daquele jeito.

– Desculpe! – ele se curvou novamente. – Posso ajudar sim.

Satsuki respirou mais aliviada. Se Ryou se recusasse, teria que apelar para Kagami e ele com certeza a chantagearia antes para saber sobre a pessoa presenteada com o chocolate e somente depois a ensinaria fazer. Até nisso o ruivo se assemelhava a Aomine, adorava provocá-la.

– Faça uma lista dos ingredientes e me entregue no final da aula. – fez uma pausa, tomando um longo gole do refrigerante. – Mas não deixa o Aomine-kun ver!

– Por quê?

– Porque ele vai fazer brincadeiras comigo e eu vou bater nele.

O lançador sorriu novamente, sabia que esse não era o real motivo.

– Hai.

Assim que combinaram, Momoi acompanhou o outro até a classe e depois voltou para a sua, sentindo-se muito ansiosa para fazer o chocolate, e presenteá-lo como forma de agradecimento pelo o que ele havia feito no ano passado e também por sempre cuidar dela quando necessário.

Só que a rosada não sabia que não era só o sentimento de gratidão que iria entregar juntamente com o chocolate.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim! Os próximos capítulos sairão respectivamente amanhã e depois de amanhã. ♥