9 meses escrita por Luangel


Capítulo 10
Uchiha's


Notas iniciais do capítulo

Oie! ^^ Está tudo bem com vocês, meus amadinhos? ^-^ Olha, eu sei que eu realmente sumi e não há nada q possa justificar tamanha demora minha c vcs, realmente ando muito ocupada e peço minhas sinceras desculpas... Realmente não sei se alguém mais acompanha essa fanfic, mas esse é o ultimo cap, espero q gostem! o/



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“E Sasuke foi ali, sentindo que a armação de vidro, frágil e delicada, que sustentava aquele lugar, desabou, morta e completamente, se tornando em frangalhos do que um dia fora, e pior, arrastando tudo e a todos para a sua desgraça final.”
Sakura se despedaçara, se fragmentara como poeira, quebrada e espatifada... Como vidro. Na verdade, curiosamente, o vidro se assemelhava demais com a rosada. Antes, era transparente, como um belo vaso raro e de família, onde a luz do sol poderia refletir em si, iluminando sua essência e o ambiente em que estava, como se possuísse uma aura, uma luz própria.
Sendo capaz de achar em meio a sua vulnerabilidade quase poética, um antônimo de fraqueza, encontrando nos seus sentimentos a maior fonte de suas forças. Mas agora... O vaso tombara e quebrara de repente, em câmera lenta, com um estalido doloroso e agudo, como um soluço choroso.
Se danificara em pedaços, se partindo contra o chão frio e empoeirado, ficando ali, sentindo a dor de ser destruído, sentindo que seu corpo se espalhara por todo assoalha para jamais serem encontrados novamente. Ficando recluso á escuridão, longe da luz que tanto amava, frágil e afiada. Essa era a Sakura, feita de um vidro partido.
Sasuke e a Miku assistiam aquilo distantes, não que quisessem, mas a Uchiha não parecia querer nenhum contato, mesmo que com que a sua família. Era o vaso em que a própria mulher não deixava que ninguém tocasse ou ousasse consertar, ela ainda tinha um certo orgulho e também não queria alastrar a sua dor para o restante de sua família, pois sabia que cada um já tinha a sua cota pesada de dor.
Então, Sasuke e Miku a assistiam de longe. Viam um sofrimento melancólico em Sakura, vendo a mulher coletar os seus cacos no chão, lentamente, como se tentasse inutilmente encaixar seus pedaços, mesmo que esse movimento repetitivo acabasse por dilacerar os seus dedos frágeis, causando-lhe mais dor. A rosada passava boa parte dos dias no quarto que receberia as crianças, e ninguém mais ousava entrar naquele santuário melancólico. Sasuke não queria entrar lá, não queria ver tudo aquilo, todas aquelas pelúcias e o tom pastel das paredes do quarto, tudo, só aumentariam a sua dor. Por ele, aquele cômodo seria selado, seria trancado e esquecido, tanto literalmente quanto psicologicamente.
Já Sakura necessitava ficar ali, gostava de observar qualquer detalhe, gostava de ficar sentada na poltrona de amamentar e dali observava o quarto com carinho e uma nostalgia imaginária. Não era raro Miku passar pelo corredor apenas com o pretexto de dar uma bisbilhotada na mãe, e encontrá-la com o olhar vago, acariciando alguma pelúcia como se fosse realmente uma criança, enquanto cantarolava qualquer musiqueta de ninar, o que deixava tudo ainda mais tristonho e fúnebre... Outras vezes Sakura abria as gavetas da cômoda e organizava as roupas, dobrando-as delicadamente e as cheirando como se ali estivesse alguma droga da qual era profunda dependente. Uma vez, em alta madrugada, Sasuke não a encontrou na cama e assustado, saiu procurando pela rosada em meio ao breu da casa, logo a encontrando. A mulher estava no quarto, e aquilo dilacerou o seu peito, fazendo com que um nó se formasse em sua garganta quando notou que a sua esposa ninava o berço vazio, como uma mãe zelosa com os filhos chorosos.
Sasuke pensou seriamente em entrar naquele quarto e arrancar a Sakura daquele cômodo, e até ensaiou um passo na direção da mulher, mas parou quando notou uma lágrima cintilar na face alva da rosada.
Então ele parou, pois não se sentia no direito de fazer aquilo, tirá-la dali, por que empurrá-la para fora do quarto infelizmente não tiraria da tristeza em que a Uchiha estava mergulhada. E mesmo com o pesar no coração, o moreno deu as costas e caminhou para o quarto, deitando na cama com a esperança vã de dormir.
Se havia algo que fazia com que o Uchiha se sentisse menos pior era que sua esposa precisava daquilo, precisava extravasar, chorar, gritar e urrar a sua dor, devia se afundar na sua tristeza para depois aprender a nada para superfície novamente, para que assim, a sua dor ser menos insuportável, voltando a viver novamente, mesmo que lentamente... Em um passo de cada vez.
Na manhã seguinte, o moreno estava na cozinha, cozinhando os ovos para o café da manhã da filha, e acabando por descobrir exímios dotes culinários por sinal. Miku estava sentada na mesa, com cara de sono, mas os seus pezinhos balançavam como uma típica criança.
De súbito, ambos escutaram um barulho, e a morena parou de se mexer e Sasuke esqueceu-se de que já deveria tirar os ovos do fogo e ambos ficaram olhando para a porta da cozinha, esperando que algo aparecesse, e quando Sakura surgiu, a expressão de espanto que se formou no rosto dos dois foi cômica, fazendo com que até a rosada desse um sorrisinho leve, apenas um vislumbre de sorriso.
E ela se surpreendeu, se surpreendeu em saber que não se esquecera como e sorrir, mesmo que um sorrisinho daqueles. Sentia que a dor endurecera as suas feições e que sorrir agora parecia mais com uma careta.
—O que foi? Você dois esperavam que eu fosse um ladrão?—Perguntou a Uchiha, fazendo uma piadinha horrível e em resposta ambos sorriram abertamente, iluminando o cômodo de tamanho carinho.
Eles não sorriram por causa da piada, na verdade, duvido que eles sequer escutaram o que a mulher falou. Ambos sorriram por que sabiam que a vida continuava. Lenta, dolorosa, mas com muita coisa pela frente. Era preciso ter coragem de estar vivo e mais ainda garra para se viver. Os três sabiam que não seria fácil, jamais seria e ninguém os contara tamanha mentira, tinham consciência de que ainda chorariam, de que sangrariam e de que a ferida do luto ainda não estava cicatrizada, talvez até, nunca estivesse, mas estavam juntos e unidos e a cada dia ensolarado ou nublado, a cada lagrima de dor ou riso gargalhado, eles estariam ali. Eles eram uma família, uma alma compartilhada.

9 MESES DEPOIS
Miku fora dormir na casa de uma coleguinha da academia ninja e o casal Uchiha aproveitou uma das raras noites a dois. Sakura se surpreendeu ao chegar do plantão do hospital e encontrar a mesa posta com uma toalha vermelha viva, velas e um vinho tinto convidativo em taças cintilantes. Mentalmente, a mulher passou pela cabeça se aquela era alguma data comemorativa para o casal, aniversário de namoro, casamento, primeiro encontro... Mas nada lhe vinha à cabeça, nunca se perdoaria se esquecesse de algo importante assim.
Quando a rosada avistou Sasuke, abriu a boca para perguntar-lhe o que estava acontecendo, mas perdeu a fala ao vê-lo com um terno que coube deliciosamente em seu corpo. Ele se aproximou e em silencio, tirou o jaleco branco do corpo da mulher e o jogou em algum canto do cômodo.
Ela se sentia deslocada, sentada naquela mesa tão linda, juntamente com um homem tão lindo. Afinal, ela acabara de voltar do trabalho, estava descabelada com um coque que mais parecia um abacaxi na sua cabeça rósea, estava com a pele oleosa e agradecia pelas velas camuflarem as suas olheiras, mas Sasuke não se importava com nenhuma dessas besteiras, resmungou que ela estava linda e logo serviu o jantar que fizera.
Ambos comeram, beberam, conversaram e se divertiram como nunca, como namoradinhos, como sempre foram, apaixonados um pelo outro. Conseqüentemente, é de se imaginar, meu amigos leitores, que nessa noite, nada os impediu de se amarem, de se entregarem um ao outro durante boa parte da noite, entre caricias, gemidos e juras de amor, como se fosse a primeira vez dos dois.
Sasuke adormeceu antes de Sakura, que ficou admirando o esposo em seu sonho leve, vendo o seu peito subir e descer em um ritmo exato e tranqüilo. Uma lagrima emocionada escorreu pelo seu rosto e o moreno acabou acordando e a viu enxugar a ousada gota.
O moreno não perguntou nada, ele odiava perguntas e odiava mais ainda fazê-las. Gostava mais de gestos, dos mais detalhados e simples, daqueles que só quem se importa de verdade os percebe. Lentamente, ele tocou a mão de sua esposa e a mesma entendeu o recado e sorriu, se aninhando contra seu amado, se rendendo ao sono poucos minutos depois.
Se você algum dia perguntar a Sakura por que ela estava chorando naquela noite de amor, nem ela saberá responder, muito menos eu, mas podemos dar nossos palpites...Talvez fosse uma lagrima de amor, ou é possível que seja uma lágrima de felicidade, uma lagrima de esperança, ou de gratidão? Hmm, acho que jamais saberemos a razão dessa misteriosa lagrima, mas é provável que seja um presságio benéfico, quem sabe, a junção de todos esses tipos de lágrimas em apenas uma?
Afinal de contas, a semente se semeara novamente, a vida voltaria a nascer de dentro para fora e mais uma chance fora dada para aquele seio da vida. Agora era tempo de renascer, de florescer e principalmente... de nascer.

A essa criança abençoada que virá, eu só tenho uma coisa a dizer, seja bem vinda, esses são os Uchiha’s.


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Notas finais do capítulo

E aí? Mereço reviews? Recomendações ou Tomates? T.T para você que veio até aqui, que esperou e leu, seja leitor fantasma ou ñ, sou agradecida do fundo do coração.



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