O Irmão de Annabeth escrita por João Bohrer


Capítulo 12
O Começo


Notas iniciais do capítulo

Hey gente... Tudo bem?
Novo capítulo para vocês! Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/473793/chapter/12

Sobreviver a uma batalha contra Atena... Nunca ninguém havia feito isso antes, eu havia sido o primeiro, em uma batalha que quase destruiu a nós dois. Ísis havia sido de grande ajuda, ela me salvou, me deu poderes e conhecimentos que poderiam ter acabado com Atena, mas a deusa da sabedoria também tinha seus truques. E se utilizando da trapaça, Atena quase me mandou para o outro mundo. Se não fosse a explosão daquela estranha estátua, quase me matando por sinal, as coisas poderiam ser bem diferentes, eu poderia não estar deitado dormindo nesta maca na enfermaria do acampamento, mas sim a sete palmos do chão.

Foi uma noite sem sonhos, só a escuridão, meu bá ficou grudado em meu corpo, mesmo querendo sair. Eu dormi e não percebi o tempo passar, minha energia aos poucos voltava a crescer, a batalha havia consumido meus “estoques de magia” internos, o que era estranho, pensando que eu estava utilizando a magia de Ísis. Mas algo errado tinha acontecido e meus estoques tinham ficado quase vazios.

O que eu mais estranhava era a presença constante de uma força do caos, algo que não vinha de mim, nem de Atena e muito menos de Ísis, em alguns momentos da batalha eu ouvia uma voz que não era a minha, me dizendo para acabar com Atena utilizando magia. Era uma voz feminina, diferente da de Ísis, parecia antiga, algo muito diferente do que eu estava acostumado.

Era claro que ela queria que eu tivesse utilizado a estátua de Atena para realizar um ritual de execração e banir Atena da Terra para o tártaro ou as profundezas do Duat, de onde ela levaria milhares de anos para sair. Seja quem fosse aquela voz, ela incentivou Ísis a tentar assumir o controle do meu corpo a força.

Eu nunca tinha sentido tanto medo de perder o controle, era apenas a segunda vez que utilizava os poderes de Ísis em batalha e ela poderia facilmente assumir tal controle, eu lutei com todas as minhas forças, mas no final quase que ela conseguiu, só parou por causa da explosão.

Acordei suado no meio da manhã. Na enfermaria apenas eu estava deitado, percebi que Piper estava ali.

– Bom dia... – Disse sentando na maca

Ela se virou e sorriu.

Bom dia! –

Dormi por quanto tempo? – Perguntei

– Dois dias... Nada demais, para quem enfrentou uma batalha como aquela! –

Não foi o melhor sono que já tive, mas me sinto bem melhor! –

– Que bom, o acampamento todo estava preocupado com você! –

Olhei para ela feliz.

– Isso é bom... Não é? –

– Isso é ótimo! – Concordou ela

Ela me ajudou a me levantar e fomos para o grande salão tomar café.

Talvez tenha sido o momento mais emocionante de minha vida. Entrar no grande salão, no refeitório e todos terem parado de fazer o que faziam e olharem para mim.

Percy foi até mim e me entregou o gancho e o mangual.

– Bem, isso havia desaparecido depois da batalha, mas a Annie achou sobre uma das camas desocupadas do Chalé 6, acho que pertence a você... –

Eu estudei os dois instrumentos.

Aquilo era incomum,eu não tinha sangue dos faraós, não poderia portar aquele tipo de instrumento. Aqueles não eram os de Rá, que atualmente estavam com Carter, eles pareciam mais novos. Notei que na base de cada instrumento havia um hieróglifo, um deles significava destino e o outro luz.

Sorri e coloquei os instrumentos no cinto.

– E além disso... Seja bem vindo ao Chalé 6! – Disse Annabeth vindo me cumprimentar

O Chalé 6 inteiro aplaudiu. Me sentei com eles.

Havia sido incrível, ser recebido assim pelo acampamento e por meu verdadeiro chalé, além de comer bem e estar com duas armas novas. Mas sentia falta de algo, tudo estava tão perfeito que não parecia minha vida, não parecia o acampamento meio sangue. Parecia uma calmaria antes de uma grande tempestade.

Quíron não havia falado nada, somente me olhava sério. Dionísio nem no acampamento estava.

– E então... Planos para de tarde? – Perguntou Alexandra/Skadi

– Eu não sei... – Falei sério

Na verdade você ficou de falar para o conselho tudo o que aconteceu... – Intrometeu-se Annabeth séria.

Olhei para ela.

Eu me lembro... Mas revelar tudo? – Perguntei

Ela me encarou.

Tudo mesmo! –

Engoli em seco e voltei a comer.

É, Annabeth não iria deixar barato e iria querer que eu revelasse tudo, nada mais de segredos. O acampamento estava histérico e queria saber como eu havia conseguido me defender.

– Tudo bem Annie... Eu conto tudo, mas no conselho eu só quero os líderes dos Chalés dos 12 Deuses Olímpicos maiores, sem os menores. Ainda não é hora de tornar isso tão público. –

Ela me olhou e sorriu.

– Claro, só vou convocar os Líderes dos 12... –

O resto da manhã passou rápido, eu não fiz nada, só fiquei conversando com a Alex enquanto os outros treinavam. Tudo estava tão perfeito que até meu frio havia passado, tudo parecia uma grande primavera que eu não queria que tivesse fim. Até que chegou a hora.

A reunião era no grande salão, só compareceram os líderes dos 12 chalés maiores e Quíron. Annabeth, Percy, Jason e Piper eram meus únicos conhecidos.

Respirei fundo e observei todos. O gancho e o mangual ainda estavam presos a minha cintura, a qualquer hora eu devia enviar eles de volta para o Duat. Mas por hora eu estava concentrado em outras coisas.

Quíron foi a frente e falou.

– O que aconteceu há dois dias foi um evento incomum, para não dizer estranho demais. Foi a primeira vez que a Deusa Atena desce do Olimpo e vem ao acampamento para atacar a um semideus. Estamos aqui para esclarecer os motivos dessa batalha, que com certeza entrará para a história do Chalé de Atena, quando mãe e filho se enfrentaram... –

Respirei mais fundo.

– Pessoal, a primeira coisa que peço é que me deixem falar e só se manifestem depois que eu terminar... – Disse a todos me levantando

Eles concordaram e eu fui para a frente da mesa.

Não sabia como começar, todos me olhavam com expectativa, mas Quíron estava receoso. Isso poderia ou começar uma guerra ou impedir ela, e tudo estava em minhas mãos. Pedi a orientação de Atena, mas nada, nenhuma voz em minha cabeça, eu estava sozinho.

– Pessoal, eu não sei nem por onde começar, mas o que vocês sabem sobre o Egito? – Perguntei

O líder do Chalé de Hefesto levantou a mão e falou.

Eles não sabiam escrever e desenhavam nas paredes... – Disse ele rindo

Ninguém riu e Annabeth o encarou.

É incrível como você pode começar a não gostar de uma pessoa somente pela primeira fala dele.

– Eles inventaram um tipo de escrita de difícil compreensão. Os hieróglifos representam muito mais do que apenas sons emitidos pelos humanos, eles representam ideias. Por isso que são tão difíceis de se aprender. – Disse emocionado

Tá, mas o que isso tem haver com Atena? – Perguntou Clarisse

Eu agitei as mãos e um hieróglifo dourado brilhou. Todos olharam espantados.

– Isso é o que a linguagem egípcia pode fazer... Magia! –

Continuaram olhando.

Os Egípcios, muito antes dos gregos, inventaram a magia. Eles e seus deuses desenvolveram uma das maiores civilizações que o mundo já viu! Tudo isso continua existindo, o que hoje é conhecido como a Casa da Vida, instrui jovens magos de linhagem egípcia ou aceitos com a magia. Ensinam a eles tudo que um mago precisa saber para combater demônios, monstros e até deuses! – Falei

Annabeth me incentivou a ir além.

– O que está acontecendo é que não são apenas os gregos e os romanos que têm deuses vivos, os egípcios também têm todo seu panteão solto pelo mundo... E merecem respeito assim como nós. –

Quíron mandou prosseguir.

– Os nossos deuses já sabiam da existência dos Egípcios e trataram de formar um acordo de não agressão e não invasão de uma cultura sobre a outra. Ou seja, os semideuses não poderiam entrar na casa da vida e se declararem abertamente ser filho de deuses gregos, e os magos egípcios não se aproximariam dos acampamentos romano e gregos. –

Todos me olharam.

– O que acontece é que alguns anos atrás, minha mãe... Atena, me mandou para o Egito e sem querer acabei descobrindo a casa da vida e sendo treinado por eles na magia egípcia. Com isso, passei 11 anos fora dos EUA, só na Europa e Egito, tinha como objetivo não voltar mais para o lugar de onde tinha sido expulso. Mas há uma semana, as coisas mudaram quando Atena me chamou de volta. –

Annabeth sorriu.

– Com isso, eu acabei conhecendo o Percy, o Jason e Piper. Ao saber que minha irmã estava doente e a ponto de morrer, eu tive que voltar para o acampamento e utilizar magia para salvar a Annabeth. Após isso, acabei ficando preso aqui dentro por Atena, e ao revelar toda minha história para minha gêmea, Dionísio acabou escutando tudo sobre eu ser Egípcio e foi contar para os Deuses Olímpicos. –

Percy ficou sério.

Artemis, Hera, Hades, Hefesto, Dionísio, Ares e Hermes e Zeus votaram em me eliminar antes que eu causasse mais problemas. Zeus encarregou minha própria mãe para o serviço. E assim, há dois dias Atena apareceu, nós lutamos e segundo ela, empatamos... – Disse quase sem fôlego

Os outros se olharam.

– Então você quer dizer que existe uma outra cultura com deuses vivos? – Perguntou o Líder de Hermes

– Exato. –

– Então tudo isso, foi causado simplesmente por sua vinda para salvar Annabeth, que você disse ser sua gêmea? – Perguntou o Líder de Hefesto

– Entenda que Annabeth estava a beira da morte, se eu tivesse deixado ela morrer, que espécie de irmão eu seria? Meu plano era sair sem que ninguém soubesse nada. Mas Atena me prendeu dentro do acampamento e eu tive que ficar. –

Clarisse bateu na mesa.

– Então quer dizer que têm outro inimigo para se conquistar? – Perguntou

Eu olhei com raiva para ela.

– Primeiro, os Egípcios não são seus inimigos, a casa da vida não quebrou o tratado, fui eu. Segundo, nenhuma das duas civilizações sobreviveria a uma guerra generalizada. Terceiro, entrar em guerra com uma cultura desconhecida iria ser muita burrice... –

Clarisse trincou os dentes e se calou.

– Connor, percebe que agora todos sabem que os Egípcios têm deuses tão poderosos quanto os nossos. Mas e agora, o que fazemos? – Perguntou Quíron

– Simples, ignorem, se não os incomodarem, eles não vão nos incomodar. Não há um porque entrar em guerra seria muito irracional um conflito em larga escala por causa de uma bobagem! –

– Mas e seu empate com Atena, Zeus não descansará até ver você morto! – Disse Jason

– Jason não me leve a mal, mas seu pai só quer iniciar um outro conflito... Ele nunca aceitou muito bem a existência dos Egípcios e minha vinda só veio relembrar isso dele. Entenda que para alguns deuses menores, monstros ou até semideuses, um conflito contra o Egito seria uma forma de ascensão rápida, além do caos que seria gerado. Assim como alguns membros da casa da vida, se souberem da existência dos gregos, adorariam iniciar um conflito. –

Jason fez afirmativo com a cabeça.

– Eu não quero uma guerra entre as duas culturas, isso geraria caos demais! E se me deixarem partir, prometo nunca mais voltar! –

Annabeth se levantou.

– Não pode partir. Connor, você também é grego, seu lugar é aqui... –

– Eu sei... Mas se isso impedir um conflito... –

Clarisse se levantou.

Entenda que nós semideuses não queremos lutar, mas se esses tais magos provocarem, nós teremos que nos defender... Precisamos manter a paz por um tempo! – Disse a garota

Todos olharam confusos.

– Os magos não sabem da existência do acampamento, por isso eu fico mais tranquilo... Mas tem mais uma coisa... – Disse sentindo uma energia estranha ao meu redor

Quíron me olhou desconfortável, assim como Percy e Annabeth.

– Há alguns dias comecei a perceber uma estranha energia rondando o acampamento, algo antigo, algo que parece uma força do Caos. Alguns acontecimentos confirmam minha suspeita de que algo estranho vai acontecer de verdade, eu não sei o que... –

Todos me olharam.

Annabeth acabou contando sobre as visões de Rachel e o estranho comportamento dela e da ruiva há alguns dias.

– O que você acham que pode acontecer? – Perguntou Clarisse

Não sabemos, mas tudo pode acontecer... – Falou Percy

– O destino final dos deuses... Foi essa frase que veio a minha mente depois de tudo que aconteceu... – Falei

Todos me olharam em dúvida.

– Destino final dos deuses?! – Espantou-se Annabeth

Respirei fundo...

– Irmão contra Irmão lutará... Matarão um ao outro... – Falei as frases que lembrava

Annabeth levantou-se.

– Isso não pode acontecer, quer dizer isso é parte de um poema muito antigo, mas é só literatura, nunca poderia acontecer! – Exclamou ela

– Não sei de nada Annie... – Falei

Clarisse e os outros nos analisaram.

– De que poema falam? – Perguntou Percy

– O destino final dos deuses... Esse era a tradução, mas não me lembro o nome... Isso pode ser um problema! – Falei alto

Quíron se levantou.

– Receio que não temos outra escolha a não ser ficar de olhos bem abertos, nada de grave aconteceu ainda! –

Nós se entre olhamos e concordamos.

O resto do dia foi calmo, conversei com Piper e Annabeth, além de alguns treinamentos de lança. Eu estava começando a ficar tentado a utilizar as armas do faraó, mas sentia que não era a hora ainda. A estranha energia que sentia na sala, ainda estava aumentando. Não escondia minha preocupação dos outros.

Ísis ainda não havia tentado voltar, a única coisa que poderia acontecer era ela não me querer mais como hospedeiro. Não que isso fosse ruim, mas qualquer coisa que acontecesse e eu necessita-se usar mais magia do que poderia produzir, eu estaria morto.

A noite caiu novamente e com ela uma brisa fria que vinha do Chalé 6. Alexandra, como era conhecida Skadi, estava triste, algo que ela não me falava. O frio não me afetava, mas o resto do acampamento estava começando a andar de casaco em pleno verão. Skadi estava estranha demais, de uma hora para a outra não sorria mais.

Entrei no chalé e procurei ela.

Ela estava sentada olhando para uma janela, parecia incosolável.

– Sabia que os outros estão usando casacos lá fora? – Perguntei

Ela me olhou, seus olhos azuis estavam ligeiramente brancos.

Me desculpa... Não consegui me controlar... – Disse ela limpando os olhos até eles voltarem a ficar azuis

– Não foi nada... O que há de erra? – Perguntei

Só saudades de minha família, minha Terra... – Disse ela sorrindo

Peguei as mãos dela.

– Porque você não volta para eles? –

– Eles se foram há muito tempo Connor... De todos, apenas eu sobrevivi! – Disse ela chorando

Ela chorava neve?!

Mas deuses não morrem! –

– Morrem sim Connor, eles acharam seu destino, e hoje fazem centenas de anos desde que isso ocorreu. Ao contrário dos gregos que tinham os semideuses e os Egípcios que tinham a Casa da Vida para manterem acessa a chama dos deuses, os nórdicos não tinham ninguém, quando desapareceram não deixaram ninguém muito triste... – Disse ela limpando as lágrimas

Nossa Skadi, mas como você sobreviveu? –

– Connor, eu sou o inverno, onde eu moro, o inverno nunca acaba, sobrevivi por causa da neve. –

– Isso é triste, e você tá sozinhas desde então? –

– Centenas de anos sozinha, apenas trazendo o inverno para a Europa e para a Ásia. – Disse ela olhando pela janela

– Skadi... Eu não sei o que dizer... –

Não diga nada... Só, por favor, não me abandona... De tudo que está para ocorrer, eles precisarão de um líder, algo que una as culturas! – Disse ela me abraçando

– O que vai acontecer? Porque ninguém fala? – Perguntei desesperado

– As vezes é melhor saber só quando acontece, mas Connor, isso talvez seja necessário para a manutenção de ambas as culturas, talvez o mundo realmente precise passar pelo período difícil que se aproxima. Caos e Ordem se confrontam desde o início dos séculos, os Egípcios eram os que melhor sabiam disso... –

– Isfeet e Matt? – (Caos e Ordem)

– Exatamente meu pequeno Nerd... – Disse ela rindo

Isso vai ser duro... Mas e Skadi... Não vai comemorar comigo meu empate com Atena? – Perguntei

Ela sorriu.

– Empate não é vitória... Mas... – Ela se inclinou e beijou minha testa

Sorri feito um idiota.

– Quem sabe na próxima... Agora se me der licença, vou criar um micro inverno para o acampamento, quero me sentir em casa... – Disse ela se levantando e desaparecendo no ar

Sai e fui aproveitar o frio, estava somente de manga curta do acampamento e jeans. Enquanto os outros estavam de casaco e acessórios para o inverno.

Tudo estava bem, Skadi estava mais feliz, Annabeth começava a se reaproximar de mim. Realmente, depois da luta contra Atena, este tempo de descanso se mostrava essencial.

Percebi que da casa grande estavam saindo estranhas luzes de uma maciça energia vermelha.

– Isso não é bom! – Gritei

Comecei a correr em direção a casa grande chegando em frente e me deparando com estátuas de Hórus bloqueando a passagem.

Estátuas de Hórus são usadas com a finalidade de criar-se um circulo de proteção, magia egípcia poderosa que impede o inimigo de te atrapalhar.

Corri para a praia e chamei Annabeth e Percy. Eles correram até a casa grande.

Ao tentar entrar na casa grande, éramos impedidos por uma barreira de proteção mágica. Alguém lá dentro fazia uma magia muito poderosa e não queria ser incomodado...

– Como vamos entrar? – Perguntou Percy

Posso tentar utilizar magia em uma das estátuas, quebre uma e a magia para... –

Fui para a frente para fazer magia, mas Annabeth me impediu.

– Percy... – Disse ela

Percy usou a espada e atingiu com força uma das estátuas.

A estátua simplesmente rachou e permitiu a entrada de nós três. O salão estava tomado de diversos hieróglifos vermelhos, vários dizendo os nomes de Apófis, Set e Isfeet, os deuses egípcios do caos. Alguém utilizava a energia desses hieróglifos para aumentar a força do encantamento.

Passamos pelo refeitório e fomos para a sala do Sr. D. Ao entrarmos demos de cara com uma das cenas mais arrepiantes que tive em toda minha vida.

Rachel estava com a mão direita estendida para frente e segurando uma estátua de Dionísio com a esquerda. O deus não se movia, só olhava para a garota.

– Eu lhe apago da existência. Te mando de volta ao abismo primordial! – Dizia ela

Percy e Annabeth ficaram imóveis.

– Pessoal, impeçam ela. Ela vai destruir Dionísio! – Falei

Percy foi para cima, mas na hora dois Demônios cabeça de canivete apareceram para impedir.

– Volte ao abismo primordial e se junte ao caos! – Continuou recitando Rachel

Annabeth foi para a frente.

– Connor, impeça ela eu e Percy cuidamos deles! –

Annabeth começou a lutar junto com Percy. Eu saquei o gancho e o mangual e encarei Rachel.

– Não vai destruir ele! Há-Wi! – Gritei apontando as armas para ela

Os hieróglifos dourados apareceram e explodiram em frente a ela. Nada aconteceu, ela simplesmente continuou concentrada.

Dionísio, desapareça! Sua essência está destruída! – Disse ela

A estátua explodiu e o Deus começou a perder sua forma.

Não! – Gritou Annabeth

Há-Di! – Gritei

O chão ao redor de Rachel explodiu e ela foi levantada no ar.

Ela podia flutuar? Era isso que ela estava fazendo, como a menininha do exorcista ela flutuava na minha frente.

– Não foi dessa vez semideus! Agora vou lhe dar uma nova visão das coisas! – Disse ela

A força de Rachel era muito grande, ela tentava invadir minha mente e tentava me transformar em algo. Eu resistia, mas sem a magia de Ísis era difícil demais.

– Não vai! – Gritei

Ela me venceu. Senti meu corpo encolher, meus braços se transformarem em asas e minhas pernas desaparecendo. Eu não sabia o que era, Rachel estava poderosa demais.

Ela simplesmente riu e desapareceu . Os demônios foram junto. Annabeth e Percy olharam para mim de uma maneira estranha, Percy queria dar risada, mas Annie estava sorrindo.

Não conseguia falar, estava assustado demais com a situação.

Annabeth me pegou e olhou para mim.

– Uma coruja?! Mas porque? – Ela perguntou

Eu a olhei confuso.

– Annie, eu acho que ele não vai te responder. E além do mais, cadê Dionísio? – Perguntou Percy

Eu queria responder que Dionísio havia sido destruído, sua essência, o que mantinha ele preso a Terra havia sido aniquilada com a estátua. E que agora ele estava em algum lugar nas profundezas do Duat e levaria milhares de anos para conseguir voltar. Mas não dava, eu realmente estava assustado, com frio e com muita vergonha.

Havia sido um completo inútil, e agora um Deus havia sido destruído. O ciclo de destruição finalmente começara, e agora? O que iríamos fazer? Porque tinha que ser uma coruja? Não quero ficar assim!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Está bom?